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Linfomas e Mielomas

Linfomas
• Representam um grupo de neoplasias malignas com origem
de células linfoides (B ou T, predominantemente), e que se
diferem da leucemia linfocítica por se apresentarem na
forma de massas tumorais sólidas e se originarem de
tecidos linfoides, como os linfonodos.
– As leucemias iniciam-se na medula óssea e atingem o
sangue periférico, não formando massas tumorais.
• Divididos em: linfomas de Hodgkin e não-Hodgkin
Sistema Linfático e linfonodos
Causas
 Depressão do sistema imunológico aumenta a susceptibilidade a estas
doenças
 pacientes com infecção pelo HIV ou HTLV-1 têm maior risco.
 Agentes químicos, como herbicidas
 exposição ocupacional.
 Infecção por certos tipos de vírus, como o EBV (Epstein-Barr virus).
 Alterações genéticas

Tipo de linfoma Agente infeccioso


 Linfoma de Burkitt vírus Epstein-Barr
 Linfoma do tipo nasal EBV
 Linfoma de tecido linfóide (MALT) Helicobacter pylori
 Linfoma de células T HTLV-I
Linfoma de Hodgkin
• Origina-se sempre num linfonodo, nunca num tecido extra-
nodal, e dissemina-se de modo característico para os linfonodos
anatomicamente contíguos.
• Manifesta-se clinicamente por um aumento de volume indolor
de linfonodos superficiais.
• Cerca de 75% dos casos acometem as cadeias cervicais e
supraclaviculares.
• De uma forma geral, afeta mais os homens numa média de idade
de 30 anos.
Linfoma de Hodgkin
• Se não for tratado, a doença se dissemina para os
linfonodos contíguos, depois para outras cadeias
linfáticas e eventualmente pode envolver o baço e o
fígado.
• Outros sinais e sintomas sistêmicos:
– Perda de peso, febre, sudorese noturna e prurido
generalizado.
Linfoma de Hodgkin
• O diagnóstico é feito a partir da análise
histopatológica de um material proveniente da
biópsia do tumor.
• Presença de células neoplásicas características,
chamadas de células de Reed-Sternberg.
– Estas células são muito grandes, geralmente binucleadas
(aspecto de “olho de coruja”) e com nucléolos evidentes.
As células de Reed-Sternberg são as únicas neoplásicas na
Doença de Hodgkin (DH), entretanto, somam apenas 1 a
3% das células do linfonodo afetado. As demais células
presentes são células inflamatórias.
Linfoma de Hodgkin
• Neoplasia maligna de origem
linforreticular, caracterizada
histologicamente pela presença de
células gigantes multinucleadas (cels. de
Reed-Sternberg), semelhantes ao "olho
de coruja".

Célula de Reed-Sternberg: Multinucleada, com aspecto de olho de coruja, citoplasma bem


abundante. Originárias de linhagem de linfócitos B
Incidência - Linfoma de Hodgkin

• Raro em crianças;

• Incidência maior em adultos jovens (25 a 40 anos);

• Predomínio no sexo masculino.


Classificação de Rye
• Predominância linfocitária: é mais favorável e está
associado à doença em estágio inicial.
• Esclerose nodular: exibe um prognóstico relativamente
favorável e geralmente ocorre em mulheres jovens.
• Celularidade mista: tende a ocorrer em pacientes de
meia-idade com sintomas sistêmicos e doença mais
extensa que o evidenciado na apresentação inicial.
• Depleção linfocitária: exibe o prognóstico menos
favorável e, geralmente, ocorre em pacientes com
doença em estágio avançado com sintomas sistémicos e,
por vezes, envolvimento da medula óssea.
Classificação de Rye
Estadiamento - Linfoma de Hodgkin
• Estádio I: envolvimento de linfonodos de 1
quadrante acima do diafragma;
• Estádio II: envolvimento de mais regiões linfonodais
acima do diafragma;
• Estádio III: envolvimento de regiões linfonodais
acima e abaixo do diafragma;
• Estádio IV: além do envolvimento linfonodal,
acometimento de outros órgãos (linfóides ou não).
Estadiamento
Linfoma de Hodgkin
Estadiamento
Linfoma de Hodgkin
Todos os estádios são ainda classificados como A
(ausência) ou B (presença), de acordo com a presença
dos seguintes sinais ou sintomas:
• Febre acima dos 38°C;
• Sudorese noturna;
• Perda de mais de 10% do peso em 6 meses.
Sinais e sintomas
Linfoma de Hodgkin
• Linfadenopatia assimétrica indolor de consistência
firme e emborrachada;
• Esplenomegalia (indicativo de disseminação
hematogênica;
• Comprometimento mediastinal com ou sem
derrame pleural;
• Fraqueza, anorexia, fadiga, prurido;
• Anemia normocítica e normocrômica;
Tratamento
Linfoma de Hodgkin

• Radioterapia

• Quimioterapia
Linfoma não-Hodgkin (LNH)
• Podem ter origem de células B ou T, sendo que
cerca de 85% dos casos são de células B.
• Os LNH têm um padrão de crescimento difuso ou
multicêntrico e tendem a se disseminar nos estágios
iniciais da doença.
• Quando o linfoma se dissemina para o sangue
periférico torna-se uma leucemia.
• Os LNH também podem ter origem em tecidos
extra-nodais, ou seja, tecidos não-linfóides como o
Manifestações Clínicas
• As primeiras manifestações clínicas da doença
apresentam-se como aumento de volume lento
e indolor de linfonodos.
• Conforme a malignidade progride, os linfonodos
vão se tornando mais numerosos e fixos,
gradualmente outros grupos de linfonodos são
atingidos e ocorre invasão local de tecidos
adjacentes.
Classificação LNH
Tratamento
Linfoma não-Hodgkin

• Radioterapia

• Quimioterapia
DIFERENÇAS ENTRE OS LINFOMAS DE HODGKIN E NÃO-HODGKIN

LINFOMA DE HODGKIN LINFOMAS NÃO- HODGKIN


A progressão da doença não se faz necessariamente por
Progressão da Início mais freqüente em linfonodos cervicais, progredindo contigüidade, sendo mais freqüentes os casos com
doença topograficamente no organismo por contigüidade. acometimento sistêmico ao diagnóstico, inclusive com
leucemização.
Não é infreqüente o acometimento primário de órgãos
Localização
É praticamente sempre nos linfonodos. Acometimentos extra- extra-nodais, o que ocorre em até 40% dos casos. Os sítios
do tumor
nodais significam tumor secundário. extra-nodais mais freqüentes são o estômago, o anel de
primário Waldeyer e a pele.

Depende do tipo histológico: nos linfomas indolentes e


Estádio ao
Mais freqüentemente I e II. altamente agressivos, geralmente estádio IV. Nos
diagnóstico agressivos, geralmente I, II ou III.

O tipo predominância linfocitária nodular é de origem linfóide B. São originados em células B (maioria no mundo ocidental,
Biologia da
Nos demais tipos as células neoplásicas (Hodgkin e Reed- cerca de 80-90%), T (cerca de 10 a 20%) ou NK (natural
célula
Sternberg) são, segundo novas evidências, de origem linfóide B killer, raros). Poucos exemplos de fenótipo null (não B-não
neoplásica (98%) ou raramente T (2%). T)
As células neoplásicas são a minoria (< 1%) em um fundo de As células neoplásicas distribuem-se por todo o tecido
Histologia células reativas (linfócitos, plasmócitos, eosinófilos), na maioria acometido, com poucas células inflamatórias reativas, na
dos casos. maioria dos casos.
Distribuição Bimodal, com pico de acometimento em crianças e adultos jovens Distribuem-se por todas as faixas etárias, com predomínio
etária e um pico menor nas faixas etárias mais avançadas. de diferentes subtipos histológicos nas diversas idades.
Mieloma múltiplo
Introdução
•Proliferação neoplásica maligna de plasmócitos na medula óssea geralmente
envolvendo mais de 15% da medula
•Caracteriza-se pela presença de uma imunoglobulina monoclonal no soro dos
pacientes.
–conhecida como PARAPROTEÍNA (PROTEÍNA M) e na eletroforese de proteínas
plasmáticas é responsável
ALBUMINA
pela presença da bandaBANDA
M.
M

BETA
ALFA1 ALFA2 GAMA
Imunoglobulinemia monoclonal
• 60% dos casos a imunoglobulina produzida é a IgG
• 25% é a IgA
• 15%, é de IgM (Macroglobulinemia de
Waldenström [MW])
• IgD ou IgE
– pior prognóstico, apesar de ser extremamente
raro.
Incidência
• Responsável por cerca de 1% dos cânceres;

• Atinge cerca de 10% de todos os cânceres


hematológicos;

• Comum entre indivíduos da raça negra;


Etiopatologia
Proliferação progressiva e descontrolada de
plasmócitos na medula óssea, podendo formar
tumores (plasmocitomas) únicos ou múltiplos, mas
geralmente apresentam a forma disseminada.
As células neoplásicas invadem tecido ósseo,
provocando lesões osteolíticas, principalmente nos
ossos chatos.
Pode ainda provocar osteoporose difusa, com dores
Estadiamento

• I: cálcio normal, ausência de lesões ósseas


disseminadas, Igs normais.

• II: intermediária e variável.

• III: cálcio aumentado, lesões ósseas líticas, Igs


Sinais e sintomas
• Envolvimento ganglionar é raro;

• Dores ósseas;

• Insuficiência renal;

• Fraqueza, letargia, dispnéia, palidez;


Achados Laboratoriais
• Hipercalcemia;
• Anemia normocítica e normocrômica;
• Eletroforese de proteínas com pico de
gamaglobulinas (em 80% dos casos);
• Proteína monoclonal, geralmente das classes IgG
(50%) ou IgA (20%)
• Proteinúria com presença da proteína de Bence-
Jones: composta por cadeias leves das Igs;
Citogenética
• Trissomias (cromossomos 3, 5, 7, 9, 11, 15, 18, 19,
21)
• Monossomias (8, 13, 16, 20, 22)
• Translocações dos tipo t(11;14), t(8;14) e t(14;18)
• Deleções
– determinam rearranjos genéticos que aumentam
a expressão de certos genes (proto-oncogenes se
tornam oncogenes) e diminuem a atividade de
Plasmócito Plasmócitos (medula óssea)
Tratamento:
• Quimioterapia;

• Radioterapia;

• Talidomida;

• TMO alogênico (em alguns casos);

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