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Questão de aula 3

Biologia
12.º ANO

Nome:_______________________________ N.º:_____ Turma:_____


Data:___/____/____ Avaliação:______________________________
Professor:________________________________________________

Imunidade e controlo de doenças

Em julho de 2022, o Gana confirmou oficialmente a existência de dois casos do vírus de


Marburgo: é o segundo registo deste vírus num país da África Ocidental, após ter sido detetado o
primeiro caso em 2021 na Guiné-Conacri (sem transmissão identificada entre indivíduos). A
transmissão para humanos ocorreu, presumivelmente, pelo consumo de carne de um animal
selvagem: uma espécie de morcego frugívoro (Rousettus aegyptiacus), onde foram detetados RNA,
anticorpos e partículas virais.
Em fevereiro de 2023 foi detetado um caso em Espanha, num homem que tinha viajado até à
Guiné Equatorial, onde a doença levou à quarentena de mais de duas centenas de pessoas.
O vírus foi identificado pela primeira vez em 1967 (surto nas cidades alemãs de Frankfurt e
Marburgo e em Belgrado, na Sérvia), como resultado da importação de um macaco ( Cercopithecus
aethiops) do Uganda, tendo ocorrido uma dúzia de grandes surtos desde então, em particular no Sul
e Leste de África.
Da mesma família do Ébola, o vírus de Marburgo (figura 2) é um vírus de RNA, com um período de
incubação tipicamente de 5 a 10 dias, e está associado a infeção grave, com sintomas como febre,
diarreia e sangramento. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) as taxas de
mortalidade em casos confirmados variaram entre 24% e 88% em surtos anteriores.
Pode propagar-se entre humanos através do contacto direto com fluidos corporais, superfícies ou
outros materiais contaminados: após contacto com uma mucosa ou a pele, ou através de objetos
cortantes, o vírus entra na corrente sanguínea e linfática e infeta monócitos e macrófagos, entre
outras células, onde se replica e de onde se dissemina. Proteínas virais específicas podem danificar
ou neutralizar a resposta imunitária inata. Apesar dos linfócitos não serem diretamente infetados
pelo vírus, a apoptose de linfócitos T e de células assassinas naturais ou natural killer cells1 (NK)
provoca uma depleção massiva de células linfáticas no baço, fígado, nódulos linfáticos e timo,
comprometendo a capacidade para promover uma resposta imunitária adaptativa.
Até à data, não existem vacinas ou tratamentos antivirais aprovados para o tratamento da
doença.
1
natural killer cell- tipo de linfócito citotóxico, com resposta imunitária muito rápida, que não requer
ativação por apresentação ao MHC em células infetadas e com atividade contra células tumorais e células
infetadas por certos tipos de vírus.
1
Figura 2 - Micrografia de transmissão de eletrões
(TEM) colorida de um vírus de Marburgo
(x 30 000).

Baseado em www.publico.pt e www.sciencephoto.com (consultados em março 2023), Kortepeter, M. et al.


(2020) Marburg virus disease: A summary for clinicians. International Journal of Infectious Diseases 99, pp. 233–
242. https://doi.org/10.1016/j.ijid.2020.07.042

1. Entre outras características, os vírus não apresentam constituição celular, pelo que não são
considerados verdadeiros seres vivos. Ainda assim, a sua sobrevivência, replicação e evolução estão
altamente dependente de células.

Relacione a forma de replicação dos vírus com a designação de “parasitas intracelulares


obrigatórios”.

2. Como exemplos de doenças virais, bacterianas e autoimunes, podemos referir, respetivamente


(A) COVID-19, Ébola e diabetes insulinodependente.
(B) Marburgo, pneumonia e COVID-19.
(C) gripe, tuberculose e artrite reumatoide.
(D) demência, SIDA e esclerose múltipla.

3. Relativamente ao vírus de Marburgo e tendo em conta as informações disponibilizadas, é


seguro afirmar que
(A) probabilidade de ocorrência de surtos é proporcional ao contacto com animais selvagens e/ou
o seu consumo.
(B) apenas os países economicamente mais desfavorecidos, nomeadamente no continente
africano, apresentam risco de surtos.
(C) a vacinação será, num futuro próximo, uma solução para impedir novos surtos, em particular
nos países economicamente mais desfavorecidos.
(D) o primeiro surto identificado resultou do contacto com animais selvagens autóctones da
Europa Central.

2
4. Faça a correspondência entre as afirmações da coluna I e o respetivo mecanismo de defesa no
ser humano, na coluna II.

Coluna I Coluna II
(A) A mucosa das vias respiratórias produz mucina, substância tóxica para 1. Imunidade mediada por anticorpos
microrganismos transportados pelo ar. 2. Interferão
(B) Mecanismo que envolve, geralmente, memória imunitária, que acelera 3. Secreções
a resposta após o primeiro contacto com o antigénio. 4. Imunidade mediada por células
(C) Os plasmócitos produzem proteínas altamente específicas que podem 5. Barreiras físicas
causar aglutinação de antigénios.
(D) Proteínas envolvidas na resposta imunitária específica e não-específica,
produzidas por células infetadas por vírus.
(E) A inspiração pelo nariz facilita o aprisionamento de microrganismos no
ar inspirado, por ação de pelos.

5. Transcreva do documento afirmações que apoiam a ideia de que a infeção pelo vírus de
Marburgo compromete mecanismos de defesa não-específicos assim como mecanismos específicos.

6. Ordene as seguintes afirmações relativas à resposta inflamatória, numa relação de causa e


efeito.
A. Diferenciação de monócitos em macrófagos, que, entre outras funções, limpam células
danificadas.
B. Aumento do diâmetro e da permeabilidade dos vasos sanguíneos no local do corte.
C. Diapedese por quimiotaxia de neutrófilos e fagocitose dos microrganismos patogénicos.
D. Corte num dedo, com entrada de bactérias patogénicas.
E. Libertação de histamina por mastócitos.

7. Explique a preocupação gerada pelos surtos recentes de vírus de Marburgo, indicando três
aspetos relativos à transmissão e prevenção do contágio.

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