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Linfomas
Os linfomas são tumores do sistema imune → tumores de linfócitos (monoclonalidade).
Causas
T12 30/11/2022
EM3 – Hematologia Linfomas
Imunodeficiências: > predisposição por exemplo, os doentes HIV têm uma maior
incidência de linfomas.
Classificação
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Para perceber a classificação dos linfomas, é necessário saber qual é o padrão normal
dos linfócitos.
Um linfócito B maduro, após sair da medula óssea, vai completar a sua maturação e ser
exposto ao antigénio dentro dos órgãos linfoides secundários. Quando entra no gânglio
linfático, passa na zona do manto antes de entrar no centro germinativo do folículo
linfoide, e depois acaba por sair dando origem a linfócitos B memória e plasmócitos
(fase terminal da diferenciação).
Aquilo em que a OMS baseia a sua classificação é no facto de, quando um evento
oncogénico ocorre numa determinada fase da diferenciação, o linfoma vai manter
algumas características fenotípicas e genéticas da célula normal que estava nessa fase
de diferenciação. Exemplos:
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Importância da classificação:
Olhando para a evolução clínica
dos diferentes subtipos de linfoma,
vemos que, por ex. ter um linfoma
Hodgkin de predomínio linfocitário
nodular significa uma esperança
média de vida igual à da população
em geral; no linfoma de células do
manto, ao fim de 2-3 anos cerca de
50% dos doentes morreram.
Portanto, do ponto de vista do
prognóstico e da informação que
damos ao doente, esta
subclassificação é muito
importante.
Apresentação clínica
Alguns linfomas (20-30%) têm uma forma de apresentação inicial extra-ganglionar: mais
comum nos da pele e gástricos. Podem existir linfomas extra-nodais em qualquer
localização – exemplo do SNC no slide, mas a referir também do testículo, do ovário,
do intestino, etc.
Diagnóstico
O diagnóstico dos linfomas é sempre feito por biópsia. Na maior parte dos casos é a
biópsia ganglionar.
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Estadiamento
• 1: 1 região ganglionar
envolvida ou 1 região
extra-nodal;
• 2: várias regiões
ganglionares envolvidas;
pode haver uma região
extra-nodal, desde que
envolvida por
contiguidade; todas
estão do mesmo lado do
diafragma;
• 3: regiões envolvidas
acima e abaixo do
diafragma;
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• Serologias virais
Linfoma frequente
(30-40% dos LNH) e
heterogéneo do ponto
de vista morfológico
(imagem de uma
biópsia ganglionar,
onde se vê uma
distribuição difusa de
linfócitos B grandes),
clínico e biológico.
Em relação à sua
heterogeneidade
clínica, esta refere-se
à presença ou
ausência de alguns
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Terapêutica: quimioterapia
associada a imunoterapia. A
imunoterapia nos linfomas B é, em
muitos casos, o anticorpo anti-CD20
(CD20 está na superfície destes
linfócitos). Como se vê no gráfico,
demonstrou-se que juntar o anticorpo
anti-CD20 à quimioterapia era muito
vantajoso para a sobrevivência
destes doentes. Contudo, 30-40%
dos doentes morrem nos primeiros 2
anos de doença - são doentes
tipicamente com fatores clínicos de
pior prognóstico, mas sobretudo a
biologia destes casos é diferente.
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Linfoma de Burkitt
Constitui apenas 1% de todos os casos de linfoma do adulto, mas 30% dos das
crianças. Existem 3 formas: 1. Linfoma de Burkitt endémico (em África); 2. Linfoma de
Burkitt esporádico; 3. Linfoma de Burkitt associado à imunossupressão por HIV. Todas
estas formas têm uma associação etiológica com o vírus Epstein-Barr.
Caso clínico: Mulher 34 anos, notou uma massa mamária direita que cresceu
rapidamente; queixava-se de cansaço e cefaleias. Quando foi observada tinha
também uma adenopatia cervical a uma adenopatia axilar contralateral. A avaliação
laboratorial mostrava uma anemia; uma leucocitose, com predomínio de células que a
máquina não é capaz de reconhecer (LUC – Large Undefined Cells), que requerem
um exame morfológico do esfregaço; uma ligeira trombocitopenia. Neste caso havia
também uma disfunção renal com uma hiperuricémia, e uma elevação muito marcada
da LDH – estes dois aspetos são típicos do linfoma de Burkitt.
Quanto a doente do caso chegou, fez-se uma biópsia de um gânglio, uma citologia da
massa mamária e um esfregaço do sangue periférico.
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Linfoma do Manto
É um linfoma francamente mais raro do que o LNH B Difuso de Grandes Células –
cerca de 5-6% dos linfomas. Aparecem habitualmente em homens, por volta dos 70
anos, e em geral em estadios avançados ou muito avançados – estadio IV, muitas
vezes com infiltração extra-nodal (tubo digestivo, anel de Waldeyer também é
frequente). A sobrevivência mediana, apesar de ser melhor hoje, não ultrapassa os 5-
7 anos.
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Hoje em dia, os doentes com Linfoma Folicular vivem 10-15-20 anos (com a doença, e
morrem da doença). Têm uma evolução recidivante, com remissões e recidivas –
quando os doentes têm sintomas, é possível tratar/controlar a doença e fazer
desaparecer os gânglios, mas a célula-mãe fica lá, dando origem a recidivas. Esta
doença, apesar de indolente, é incurável, tal como são muitos outros Linfomas
indolentes. Apesar de tudo, a evolução clínica dos outros linfomas deste grupo, como
os Linfomas da zona marginal associado às mucosas, é mais favorável que a do LF.
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Tratamento:
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• Avançados: estes linfomas não são curáveis, logo, nunca se demonstrou que tratá-
los mais cedo traz qualquer vantagem para a sobrevivência; assim, estes doentes, se
não tiverem sintomas, podem ser mantidos em vigilância inicialmente. Se tiverem
sintomas, têm que ser tratados – Imunoquimioterapia (QT + anti-CD20), ou então
apenas o anti-CD20 nalguns casos de menor massa tumoral. Em casos que recaem
precocemente, sobretudo em doentes jovens, podemos consolidar a segunda resposta
com um transplante autólogo – mesmo isto só cura cerca de 40-50% dos doentes.
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Linfoma MALT
É um linfoma do tecido linfoide associado às mucosas, mais frequentemente gástrico.
Manifesta-se por queixas como azia, dispepsia, enfartamento. Numa endoscopia são
encontradas alterações cuja biópsia mostra as típicas lesões linfoepiteliais, e o
anatomopatologista consegue também encontrar, se estiver presente, o Helicobacter
pylori. É um exemplo de um linfoma que se pode tratar com antibióticos quando está
limitado à mucosa do estômago – erradicando o Hp, conseguimos curar a doença; isto
deixa de ser verdade se o linfoma atingir toda a parede do estômago, gânglios ou
tecido à distância.
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com o Hp). Caracterizam-se por alterações citogenéticas variadas. (que não é preciso saber)
Linfoma Hodgkin
Tem um pico de incidência entre os 15-30 anos. A incidência das últimas décadas é
relativamente estável.
Apresentam-se muitas vezes em idades jovens com queixas sistémicas (sintomas B),
relativamente recentes, e muitas vezes com apresentações supra-diafragmáticas, com
adenopatias cervicais e massas mediastínicas (ver Raio-X e TC). As adenopatias
constituem a forma clínica de apresentação em 90% dos casos. Pode originar
síndrome da veia cava superior. Nas mulheres é típico haver cansaço, com diminuição
da tolerância ao esforço. Sintomas B e prurido, também. Um sintoma característico
também é dor nas adenopatias quando bebem álcool.
O diagnóstico é feito por biópsia excisional, em que se pode ver um gânglio com
espessamento da cápsula e com septos que apontam para dentro – forma de
esclerose nodular do LH.
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O padrão analítico caracteriza-se por anemia tipo anemia da doença crónica, por
vezes discretas leucocitoses com neutrofilias e eosinofilias, trombocitose, aumento da
VS, PCR.
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• Os estádios avançados (III e IV) ou alguns estádios II com muitos fatores de mau
prognóstico tratam-se com uma QT mais agressiva.
Porque é que nos estadios avançados prescindimos da RT? Porque a doença já está
avançada, não vale a pena. O Prognóstico já não vai alterar.
O tratamento cura 80-90% dos doentes com LH. Desta forma, neste momento são
mais preocupantes as segundas neoplasias, as doenças cardiovasculares, o
hipotiroidismo, e outras toxicidades a longo prazo, que se procura evitar ajustando a
terapêutica aos fatores de prognóstico e à rapidez de resposta (faz-se uma PET ao fim
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Concluindo:
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