Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
NEOPLASIAS HEMATOLÓGICAS
LINFOMA NÃO HODGKIN DIFUSO DE GRANDES CÉLULAS B
✓ LEUCEMIAS MIELOIDES
As leucemias mieloides são um grupo de doenças heterogêneas que se caracterizam pela infiltração
do sangue, medula óssea e outros tecidos por células neoplásicas do sistema hematopoiético. Essas
leucemias compreendem um espectro de neoplasias malignas que, quando não tratadas, variam
desde as rapidamente fatais às de crescimento lento. De acordo com sua evolução sem tratamento,
as leucemias mieloides são tradicionalmente denominadas agudas ou crônicas.
A atual categorização das LMA (leucemias mieloides agudas) utiliza a classificação da Organização
Mundial da Saúde (OMS), que inclui diferentes grupos biologicamente distintos com base nas
manifestações clínicas e nas anormalidades citogenéticas e moleculares, além da morfologia. Ao
contrário do esquema franco-americano-britânico (FAB) anteriormente usado, a classificação da OMS
recorre à citoquímica de modo limitado. Como parte da literatura recente e alguns estudos em
andamento utilizam a classificação da FAB. Uma importante diferença entre os sistemas da OMS e da
FAB é o ponto de corte dos blastos para um diagnóstico de LMA, em oposição à síndrome
mielodisplásica (SMD); é de 20% na classificação da OMS e de 30% na FAB. ALMA com 20 a 30% de
blastos, como é definida pela classificação da OMS, pode beneficiar-se dos tratamentos para a SMD
(como a decitabina ou a 5-azacitidina), que foram aprovados pelo Food and Drug Administration (FDA)
com base em estudos clínicos que usaram os critérios da FAB. Os componentes selecionados da
classificação da OMS são delineados a seguir.
✓ LEUCEMIAS LINFOIDES
TUTORIA 4P – M1 MICHELLE REZENDE
Os tumores das células linfoides incluem desde as mais indolentes até as mais agressivas
neoplasias malignas humanas. Originam -se de células do sistema imune em diferentes estágios
de diferenciação, resultando em uma ampla variedade de achados morfológicos, imunológicos e
clínicos. Novas evidências sobre o sistema imune normal permitiram uma melhor compreensão
destes distúrbios algumas vezes confusos. Algumas neoplasias malignas de células linfoides quase
sempre se apresentam na forma de leucemia (isto é, acometimento primário da medula óssea e
do sangue), enquanto outras geralmente ocorrem como linfomas (isto é, tumores sólidos do
sistema imune). Entretanto, outras neoplasias malignas de células linfoides podem manifestar-se
como leucemia ou como linfoma. Além disso, o padrão clínico pode mudar durante a evolução da
doença.
A classificação dos tumores linfoides evoluiu constantemente durante o século XX. A distinção entre
leucemia e linfoma foi estabelecida desde o início, e criaram-se sistemas separados de classificação
para cada um deles. A princípio, as leucemias foram divididas em subtipos agudo e crônico com base
na sobrevida média dos pacientes. As leucemias crônicas foram facilmente subdivididas em leucemias
de origem linfoide ou mieloide, de acordo com as características morfológicas. Entretanto, tornou-se
evidente a existência de um espectro de doenças antigamente consideradas como leucemia linfoide
crônica. As leucemias agudas geralmente eram processos malignos de células blásticas com poucas
características que as identificassem. Quando corantes citoquímicos se tornaram disponíveis, foi
possível dividi-las objetivamente em neoplasias mieloides e leucemias agudas de células linfoides. As
leucemias agudas de células linfoides foram subdivididas utilizando o sistema FAB de classificação, as
neoplasias linfoides com blastos pequenos e uniformes (p. ex., leucemia linfoblástica aguda típica da
TUTORIA 4P – M1 MICHELLE REZENDE
infância) foram denominados Ll, enquanto os tumores linfoides com células maiores e de tamanho
mais variável foram designados L2, e os tumores linfoides de células uniformes com citoplasma
basofílico e, algumas vezes, vacuolizado receberam a designação de L3 (p. ex., células típicas do
linfoma de Burkitt). As leucemias agudas de células linfoides também foram subdivididas com base na
presença de anormalidades imunológicas (isto é, célula T versus célula B) e citogenéticas. Os principais
subgrupos citogenéticos consistem em t(9;22) (p. ex., leucemia linfoblástica aguda positiva para o
cromossomo Filadélfia) e t(8;14), encontrado na leucemia L3 ou de Burkitt. Os linfomas não Hodgkin
foram separados da doença de Hodgkin com a identificação das células de Sternberg-Reed no início
do século XX. A classificação histológica dos linfomas não Hodgkin tem sido uma das questões mais
controversas em oncologia. A classificação da OMS leva em consideração as informações
morfológicas, clínicas, imunológicas e genéticas e procura dividir os linfomas não Hodgkin e outros
tumores linfoides em entidades clínicas/patológicas que têm relevância clínica e terapêutica.
A diferença está no fato do linfoma crescer dentro dos órgãos linfoides, como nos linfonodos ou
baço, enquanto que a leucemia se forma na medula óssea, liberando suas células malignas para
circularem pelo sangue. Se um linfócito sofrer uma transformação maligna na medula óssea, onde
é produzido, ele é chamado de leucemia. Se essa mutação ocorrer quando ele já se encontra nos
linfonodos, é chamado de linfoma.
Ambos têm apresentação clínica semelhante, porém, dependendo do subtipo, o prognóstico varia muito. O
linfoma não-hodgkin é mais comum e apresenta vários subtipos, com prognósticos distintos, sendo os mais
comuns o linfoma difuso de grandes células B (linfoma agressivo) e o linfoma folicular (linfoma indolente).
Em geral, podemos dizer que as células malignas do linfoma de Hodgkin sofrem muitas alterações, tornando-
se muito diferentes das células normais dos tecidos linfoides, enquanto as células do linfoma não-Hodgkin
sofrem transformação maligna, mas preservam algumas características iniciais.
O linfoma não Hodgkin (LNH) é um tipo de câncer que tem origem nas células do sistema linfático e que se
espalha de maneira não ordenada. Existem mais de 20 tipos diferentes de linfoma não-Hodgkin.
Caracterizados pela ausência da célula de Reed-Sternberg. Geralmente acometem pacientes mais velhos. Os
sintomas B estão presentes em cerca de 40-45% dos pacientes. São subdivididos em indolentes (folicular de
células B – mais comum), agressivos (difuso de grandes células B – mais comum dentre todos) e altamente
agressivos (Burkitt e linfoblástico pré-T).
✓ Linfoma de Hodgkin
EPIDEMIOLOGIA
A doença pode ocorrer em qualquer faixa etária; porém é mais comum entre adolescentes e adultos jovens (15
a 29 anos), adultos (30 a 39 anos) e idosos (75 anos ou mais). Os homens têm maior propensão a desenvolver o
linfoma de Hodgkin do que as mulheres. A incidência de casos novos permaneceu estável nas últimas cinco
décadas, enquanto a mortalidade foi reduzida em mais de 60% desde o início dos anos 1970 devido aos avanços
no tratamento. A maioria dos pacientes com linfoma de Hodgkin pode ser curada com o tratamento disponível
atualmente.
FATORES DE RISCO
Pessoas com sistema imune comprometido, como portadores do vírus HIV e pacientes que fazem uso de drogas
imunossupressoras (indicada para evitar rejeição após a realização de transplantes). Apesar de ser um fato muito
TUTORIA 4P – M1 MICHELLE REZENDE
raro, membros de famílias nas quais uma ou mais pessoas tiveram o diagnóstico da doença têm risco aumentado
de desenvolvê-la.
SINAIS E SINTOMAIS
O linfoma de Hodgkin pode surgir em qualquer parte do corpo, e os sintomas dependem da sua localização.
Caso se desenvolva em linfonodos superficiais do pescoço, axilas e virilha, formam-se ínguas (linfonodos
inchados) indolores nesses locais. Se a doença ocorre na região do tórax podem surgir tosse, falta de ar e dor
torácica. Quando se apresenta na pelve ou no abdômen, os sintomas são desconforto e distensão abdominal.
Outros sinais de alerta são febre, cansaço, suor noturno, perda de peso sem motivo aparente e coceira no corpo.
EPIDEMIOLOGIA
Por razões ainda desconhecidas, o número de casos duplicou nos últimos 25 anos, principalmente entre pessoas
com mais de 60 anos. Entre os linfomas, é o tipo mais incidente na infância. Os homens são mais predispostos
do que as mulheres.
FATORES DE RISCO
• Portadores dos vírus Epstein-Barr e HTLV1 e da bactéria Helicobacter pylori (que causa úlceras
gástricas) têm risco aumentado para alguns tipos de linfoma;
• Algumas substâncias químicas estão associadas à ocorrência da doença, como agrotóxicos, aminas
aromáticas, benzidina, benzeno, bifenil policlorado, tetracloreto de carbono, solventes orgânicos,
radiação ionizante e ultravioleta, tetracloreto de carbono, entre outras. Os trabalhadores do setor de
transporte rodoviário e ferroviário, operadores de rádio e telégrafo, trabalhadores em laboratórios
fotográficos, galvanizadores, agricultores, trabalhadores da indústria do couro e calçados, borracha e
plástico, cerâmica e porcelana, laticínios, madeira, têxtil, petroquímica, usinas elétricas e lavagem a
seco são os mais expostos a fatores de risco de desenvolvimento de linfoma não-Hodgkin.
• Resultados de novos estudos, como o Health Agricultury Health, têm demonstrado que trabalhadores
rurais representam grupo de maior risco para linfoma não Hodgkin possivelmente devido a exposição
a múltiplos agentes (agrotóxicos, solventes, diesel, poeiras, dentre outros).
TUTORIA 4P – M1 MICHELLE REZENDE
SINAIS E SINTOMAS
ESTADIAMENTO LH E LNH
É a forma como o médico determina o avanço da doença no organismo de um paciente. Para a maioria dos tipos
de câncer, os médicos usam informações que ajudam a planejar o tratamento e a determinar o prognóstico do
paciente. Embora cada caso seja diferente, cânceres com o mesmo estadiamento tendem a ter prognósticos
semelhantes e, muitas vezes, são tratados da mesma forma. O estadiamento do câncer é também uma maneira
que os médicos utilizam para descrever a extensão do câncer, por exemplo, ao referir-se a um determinado caso
e discutir suas possibilidades terapêuticas. A importância do estadiamento visa conhecer a extensão da doença
e sua localização para poder definir as melhores opções de tratamento, prever o curso da doença, entre outros.
ESTADIAMENTO LH
A avaliação inicial de um paciente com doença de Hodgkin ou com linfoma não Hodgkin é semelhante. Em ambas
as situações, a determinação do estágio anatômico exato é parte importante da avaliação. O estadiamento é
efetuado utilizando o sistema de estadiamento de Ann Arbor, originalmente desenvolvido para a doença de
Hodgkin. Estadiamento é o processo para determinar a localização e a extensão do câncer presente no corpo de
uma pessoa. Uma vez diagnosticado o linfoma de Hodgkin, são realizados exames para determinar o estágio da
doença. O tratamento e prognóstico para um paciente com linfoma de Hodgkin dependem tanto do tipo exato
e da fase em que se encontra a enfermidade. Os exames usados para determinar o estadiamento incluem:
• Histórico clínico.
• Exame físico.
• Biópsias de gânglios linfáticos ou outras áreas suspeitas.
• Exames de sangue.
• Exames de imagem.
• Aspiração de medula óssea e biópsia.
• Punção lombar.
TUTORIA 4P – M1 MICHELLE REZENDE
Em geral, os resultados dos exames de imagem, como PETscan e tomografia computadorizada são os mais
importantes na determinação do estágio do linfoma.
Classificação de Lugano: um sistema de estadiamento é a maneira simplificada para que todos os membros
de uma equipe multidisciplinar entendam de imediato a extensão da doença. O sistema de estadiamento
mais utilizado para descrever a extensão do linfoma de Hodgkin é a classificação Lugano, baseada no antigo
sistema Ann Arbor. Os estágios são descritos por números romanos de I a IV. Os linfomas de Hodgkin estágio
limitado (I ou II) que afetam um órgão fora do sistema linfático, tem a letra E adicionada ao seu estágio (por
exemplo, estágio IE ou IIE).
• O linfoma está localizado em apenas uma área do linfonodo ou órgão linfoide, como o timo (I).
• O câncer é encontrado em apenas uma área de um único órgão fora do sistema linfático (IE).
• O linfoma está localizado em 2 ou mais grupos de linfonodos do mesmo lado (acima ou abaixo) do
diafragma, músculo que separa o tórax e do abdome (II).
• O linfoma se estende a partir de um único grupo de linfonodos para um órgão próximo (IIE).
• O linfoma está localizado nas áreas dos linfonodos em ambos os lados (acima e abaixo) do diafragma
(III).
• O linfoma pode estar localizado nos linfonodos acima do diafragma, assim como no baço (III).
Estágio IV. O linfoma se disseminou amplamente em pelo menos um órgão para fora do sistema linfático, como
fígado, medula óssea ou pulmões.
Outros modificadores que também podem ser utilizados para descrever o estágio do linfoma:
Doença volumosa. Este termo é usado para descrever tumores localizados no tórax e que ocupam, pelo menos,
um terço da largura da caixa torácica ou tumores localizados em outras áreas, com pelo menos 10 cm de
diâmetro. Geralmente é adicionada a letra X para designar este estágio.
Segundo a Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (ABRALE), os quatro estágios do linfoma não Hodgkin
(assim como linfoma Hodgkin) podem também ser divididos em A ou B.
A x B. A cada estágio pode também ser atribuída a letra A ou B. A letra B é adicionada (por exemplo, estágio IIIB)
se uma pessoa tem algum dos sintomas B: perda de mais de 10% do peso corporal nos últimos 6 meses (sem
dieta), febre inexplicável e sudorese noturna.
Estes sintomas geralmente significam que a doença está mais avançada. Neste caso, um tratamento mais
intensivo é indicado. Se nenhum dos sintomas B estão presentes, a letra A é adicionada ao estágio.
TUTORIA 4P – M1 MICHELLE REZENDE
O índice de prognóstico internacional (IPI), foi um padrão de avaliação encontrado através de vários estudos.
No IPI, indica-se 5 fatores prognósticos (ou seja, 5 itens que vão contribuir/definir um provável prognóstico),
que são eles:
• DHL sérico (menor ou igual a 1 valor de referência normal e maior que 1 valor de referência normal) -
Desidrogenase Lática tem aplicação em várias situações, é uma enzima que se eleva quando ocorre um
dano na célula do organismo.
Baseado nesses parâmetros, criou-se o IPI, que identificou 4 grupos de risco, sendo baixo, intermediário-baixo,
intermediário-alto e alto.
Atualmente, usa-se o IPI revisado, que identifica 3 grupos de risco bem definidos:
TUTORIA 4P – M1 MICHELLE REZENDE
Referências:
https://www.cancer.org/cancer/non-hodgkin-lymphoma/detection-diagnosis-staging/staging.html
HenriqueMouradePaula.pdf (usp.br)