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Ana Beatriz Galindo

FARMACOLOGIA CLINICA DA DOENÇA DE SINAIS CLÍNICOS


PARKINSON
• Bradicinesia (Lentidão de movimento)
DOPAMINA • Rigidez Muscular
• Tremor em repouso
É uma catecolamina com função chave no Sistema
• Comprometimento do equilíbrio postural
Nervoso Central: locomoção, cognição, afeto e
(Distúrbios da macha e queda)
secreção neuroendócrina.
• Geralmente Idiopática (Parkinson 1817)
Dopamina é sintetizada no citosol de neurônios • Perda dos neurônios dopaminérgicos pigmentados
dopaminérgicos a partir da tirosina da SNpc (Corpúsculos de Lewis)
• Sintomas aparecem com perda de 80-90% dos
Sua ação é interrompida depois de metabolizada pelas
neurônios
enzimas MAO-B ou COMT
• Progressão: estado rígido e acinético/complicações
*principal neurotransmissor: dopamina de mobilidade (pneumonia respiratória - embolia
pulmonar)
ETIOLOGIA

É uma doença de etiologia desconhecida

EPIDEMIOLOGIA

• A doença de Parkinson é a segunda doença


neurodegenerativa mais comum; VIAS DOPAMINÉRGICAS NA HOMEOSTASIA
• Aproximadamente 6 milhões de pessoas tem
diagnóstico de doença de Parkinson;
• Doença de Parkinson afeta 1–2 a cada 1000
pessoas;
• Doença de Parkinson afeta 1% da população acima
dos 60 anos, mas é rara em individuos abaixo dos
50 anos;
Ana Beatriz Galindo

Quais os subtipos de receptores dopaminérgicos TEORIA DA DISFUNÇÃO GASTRINTESTINAL


encontrados no SNC envolvidos com a doença de
Parkinson?

Quais as teorias que justificam os motivos pelos quais


a doença de Parkinson atinge apenas neurônios
dopaminérgicos?
EVIDENCIAS DA REDUÇÃO COGNITIVA NO
PARKINSON

• Problemas de memoria
• Incapacidade de se cuidar sozinho
• Dificuldade de compreensão de sentenças
gramaticais
• Problemas de fala (fala repetitiva)
• Diminuição da capacidade de abstração
• Dificuldade em mudar o foco da atenção
• Redução da percepção e contraste espacial

TRATAMENTO FARMACOLÓGICO

O tratamento é direcionado ao restabelecimento da


dopamina nos gânglios basais e à antagonização do
efeito excitatório dos neurônios colinérgicos,
restabelecendo, assim, o equilíbrio normal
Dopamina/Acetilcolina;

Como o tratamento de longa duração com Levodopa é


limitado pelas flutuações na resposta terapêutica, são
procuradas estratégias para manter os níveis de
dopamina no SNC o mais constante possível.
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SUPLEMENTAÇÃO DA DOPAMINA

A suplementação com levodopa é o principal


tratamento para a doença de Parkinson, mas traz várias
complicações motoras.

Os agonistas dopaminérgicos podem ser usados em


algumas situações e traz enormes vantagens sobre a
levodopa, principalmente relacionado com suas
propriedades farmacocinéticas.

LEVODOPA – CARACTERISTICAS

▪ Precursora da dopamina;

▪ Atravessa a barreira hemato-encefálica por transporte


ativo;

▪ Após descarboxilação se transforma em dopamina, de


90 a 95% da levodopa administrada por via oral é
rapidamente descarboxilada na periferia.

▪ Cerca de 75% dos pacientes com Parkinson


respondem a levodopa;

▪ Aumenta a síntese de dopamina nos neurônios ainda


ativos na substância negra

• Eficácia melhora com associação: inibidores da L-aa


aromatico decarboxilase (carbidopa / beserazida);
selegilina (inibidor da MAO-B); antagonista de
dopamina periférico (domperidona) → Diminui os
efeitos adversos: náuseas, arritmias, hipotensão e
sonhos vívidos;

• Usa o mesmo transportador de aminoácidos


aromáticos para ser absorvido no intestino.

*metabolismo periférico
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LEVODOPA + CARBIDOPA

FARMACOCINÉTICA DA LEVODOPA

Absorvida rapidamente no intestino delgado (Quando


em jejum): Refeições ricas em proteínas interfere com
o transporte da levodopa para o SNC – Ingerir 30
minutos antes da refeição.

Meia vida extremamente curta (1-2 horas) – Causa


flutuações nos níveis plasmáticos:

o Relacionado com o fenômeno liga-desliga;


o Sua retirada deve ser gradual.

Perda crescente da capacidade de armazenamento da


dopamina neuronal e meia vida curta da LDopa
Esvaziamento gástrico tardio ou da absorção diminuída
no duodeno...
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INIBIDORES SELETIVOS DA DEGRADAÇÃO DA MAO-B

INIBIDOR IRREVERSÍVEL DA MAO-B

Selegilina: Delaprin, Eleprin, Niar.

Rasagilina: Azilect

o Inibidores irreversíveis da MAO-B – Pequena


probabilidade de produzir “reação do queijo”
(hipertensão e cefaleia);
o A MAO–B predomina na região dopaminérgica do
SNC;
Limitações: efeitos adversos o O metabolismo da Selegilina gera Anfetamina e
Náusea significativa, edema periférico e hipotensão metanfetamina (ansiedade e insônia), mas a
rasagilina não gera anfetamina;
Podem produzir uma variedade de efeitos colaterais o Associada a L-Dopa prolonga seu efeito em até 1h:
cognitivos, incluindo sedação excessiva e alucinações o Permite a redução da dose de L-dopa em até 50%;
o Aumenta os efeitos de pico da L-dopa e pode
PROPRIEDADES FARMACOCINÉTICAS DOS
agravar as discinesias ou os sintomas psiquiátricos,
AGONISTAS DA DOPAMINA
como delírios;
o Rasagilina é considerada agente de primeira
escolha no manejo das flutuações motoras da L-
Dopa.

Tiramina + IMAO – reação tipo “queijo” ação


catecolinérgica no SNP elevada (altos níveis de
catecolaminas) graves crises hipertensivas
INIBIDOR DA DEGRADAÇÃO DE DOPAMINA,
INIBIDOR IRREVERSÍVEL DA COMT
SELEGINA, RASAGILINA, ENTACAPONE E TOLCAPONA
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FARMACOS ANTICOLINÉRGICOS FÁRMACOS USADOS NA DOENÇA DE PARKINSON

Biperideno - Akineton, Cinetol Vários dos fármacos disponíveis atualmente visam


manter constantes os níveis de dopamina no SNC. Esses
Triexafenidila – Artane
fármacos oferecem alívio temporário dos sintomas,
Mecanismo de ação - bloqueio dos receptores mas não interrompem nem revertem a degeneração
muscarínicos (semelhante à atropina) neuronal causada pela doença.

Ações farmacológicas A. Levodopa e carbidopa

o São mais eficazes no tremor do que na rigidez A levodopa é um precursor metabólico da dopamina.
e bradicinesia Ela restabelece a neurotransmissão dopaminérgica no
o Melhora a sialorreia (salivação excessiva) neoestriado, aumentando a síntese de dopamina nos
neurônios ainda ativos da substância negra. No início
Efeitos adversos da doença, o número de neurônios dopaminérgicos
o Boca seca residual na substância negra (geralmente cerca de 20%
o Alterações visuais do normal) é adequado para a conversão da levodopa
o Tontura à dopamina. Assim, nesses pacientes, a resposta à
o Nervosismo Ievodopa é consistente, e o paciente raramente se
queixa de que os efeitos do fármaco desvanecem.
Infelizmente, com o tempo, o número de neurônios
LIVRO diminui, e poucas células são capazes de converter a
levodopa exógena à dopamina. Em consequência,
Estratégia de tratamento: Além da abundância em desenvolvem-se flutuações no controle motor. O alívio
neurônios dopaminérgicos inibitórios, o neoestriado oferecido pela levodopa é meramente sintomático e
também é rico em neurônios colinérgicos excitatórios dura somente o tempo que o fármaco fica presente no
que se opõem à ação da dopamina (Fig. 8.4). Vários dos organismo. Os efeitos da levodopa no SNC podem ser
sintomas da doença de Parkinson refletem um potencializados pela coadministração de carbidopa,
desequilíbrio entre os neurônios colinérgicos um inibidor da dopamina-descarboxilase que não
excitatórios e o número muito diminuído de neurônios atravessa a barreira hematencefálica.
dopaminérgicos inibitórios. O tratamento é
direcionado ao restabelecimento da dopamina nos 1. Mecanismo de ação:
gânglios basais e à antagonização do efeito excitatório a. Levodopa: A dopamina não atravessa a barreira
dos neurônios colinérgicos, equilíbrio normal entre hematencefálica, mas seu precursor imediato, a
dopamina e ACh. levodopa, é transportado ativamente para o SNC e
transformado em dopamina. A levodopa precisa ser
administrada com a carbidopa. Sem carbidopa, muito
do fármaco é descarboxilado a dopamina na periferia,
resultando em náusea, êmese, arritmias cardíacas e
hipotensão.

b. Carbidopa: A carbidopa, um inibidor da dopamina-


descarboxilase, diminui a biotransformação da
levodopa na periferia, aumentando, assim, a
disponibilidade de levodopa no SNC. Além disso, a
carbidopa diminui a dose de levodopa necessária em 4
a 5 vezes e, consequentemente, diminui a gravidade
dos efeitos adversos resultantes da dopamina formada
na periferia.

2. Usos terapêuticos:

A levodopa associada com a carbidopa é um regime


medicamentoso eficaz no tratamento da doença de
Parkinson. Ela reduz a rigidez, os tremores e outros
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sintomas do parkinsonismo. Em cerca de dois terços administração concomitante desses fármacos é


dos pacientes, a associação levodopa + carbidopa reduz contraindicada. Em vários pacientes psicóticos, a
substancialmente a gravidade dos sintomas nos levodopa agrava os sintomas, provavelmente pelo
primeiros anos de uso. Em geral, os pacientes aumento de catecolaminas centrais. Pacientes
experimentam diminuição da resposta durante o cardíacos devem ser monitorados cuidadosamente,
terceiro ao quinto ano de tratamento. A retirada do devido ao possível desenvolvimento de arritmias. Em
fármaco deve ser gradual. geral, fármacos antipsicóticos são contraindicados na
doença de Parkinson, pois podem bloquear os
3. Absorção e biotransformação:
receptores da dopamina e aumentar os sintomas
A levodopa é absorvida rapidamente no intestino parkinsonianos. Contudo, dosagens baixas de
delgado (quando em jejum). A levodopa tem uma antipsicóticos atípicos são empregados algumas vezes
meia-vida extremamente curta (1-2 horas), o que causa para tratar sintomas psicóticos induzidos pela
flutuação nos níveis plasmáticos. Isso pode provocar levodopa.
flutuações na resposta motora, que se correlaciona, em
B. Selegilina e rasagilina
geral, com a concentração de levodopa no plasma ou
se origina do fenômeno “liga-desliga”, mais Selegilina, também denominada deprenila, inibe
desagradável, no qual as flutuações motoras não se seletivamente a monoaminoxidase (MAO) tipo B
relacionam com os níveis plasmáticos de modo (metaboliza a dopamina) em dose baixa ou moderada.
simples. As flutuações motoras fazem o paciente Ela não inibe a MAO tipo A (metaboliza a norepinefrina
perder subitamente a mobilidade normal e apresentar e a serotonina), exceto em dosagem acima da
tremores, cãibras e imobilidade. A ingestão de recomendada, quando perde a seletividade. A
refeições, em particular aquelas ricas em proteínas, selegilina aumenta os níveis de dopamina no cérebro,
interferem no transporte de levodopa ao SNC. Assim, a diminuindo o metabolismo da dopamina. Se a
levodopa deve ser ingerida em jejum, geralmente 30 selegilina é administrada com levodopa, ela aumenta
minutos antes da refeição. as ações da levodopa e reduz substancialmente a dose
necessária. Diferente dos IMAOs não seletivos, a
4. Efeitos adversos:
selegilina, nas doses recomendadas, tem baixo
a. Efeitos periféricos: Anorexia, náusea e êmese potencial de causar crises hipertensivas. Contudo, o
ocorrem devido à estimulação da zona disparadora fármaco perde sua seletividade em dosagens altas,
química. Taquicardia e extrassístoles ventriculares quando há risco de hipertensão grave. A selegilina é
resultam da ação da dopamina no coração. Também biotransformada em metanfetamina e anfetamina,
pode ocorrer hipotensão. A ação adrenérgica na íris cujas propriedades estimulantes podem causar insônia
causa midríase. Em alguns indivíduos, observam-se se o fármaco for administrado depois do meio da tarde.
discrasias sanguíneas e reação positiva ao teste de
Rasagilina é um inibidor irreversível e seletivo da MAO
Coombs. A saliva e a urina apresentam coloração
cerebral tipo B. Os fármacos usados na doença de
marrom, devido ao pigmento melanina produzido pela
Parkinson têm cinco vezes a potência da selegilina. Ao
oxidação da catecolamina.
contrário da selegilina, a rasagilina não é
b. Efeitos no SNC: Podem ocorrer alucinações visuais e biotransformada em substância tipo anfetamina.
auditivas e movimentos involuntários anormais
C. Inibidores da catecol-O-metiltransferase
(discinesia). Esses efeitos são opostos aos sintomas da
doença de Parkinson e refletem a hiperatividade da Normalmente, a metilação da levodopa pela catecol-O-
dopamina nos gânglios basais. A levodopa também metiltransferase (COMT), resultando em 3-O-
pode causar alteração do humor, depressão, psicose e metildopa, é uma via menor na sua biotransformação.
ansiedade. Contudo, quando a atividade periférica da dopamina
descarboxilase é inibida pela carbidopa, forma-se uma
5. Interações:
quantidade significativa de 3-O-metildopa que
A piridoxina (vitamina B6) aumenta a hidrólise compete com a levodopa pelo transporte ativo para o
periférica da levodopa e diminui sua eficácia. A SNC. Entacapona e tolcapona inibem a COMT seletiva e
administração concomitante de levodopa e um inibidor reversivelmente. A inibição da COMT por entacapona
da monoaminoxidase (IMAO) não seletivo, como a ou tolcapona reduz a concentração de 3-O-metildopa
fenelzina, pode causar crise hipertensiva causada pelo no plasma, aumenta a captação central de levodopa e
aumento da produção de catecolaminas. Portanto, a eleva as concentrações cerebrais de dopamina. Os dois
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fármacos diminuem os sintomas de desvanecimento doença psiquiátrica, a bromocriptina pode piorar as


vistos em pacientes que recebem levodopa + carbidopa condições mentais. Ela deve ser usada com cautela em
e diferem primariamente nos perfis farmacocinéticos e pacientes com anamnese de infarto do miocárdio ou
nos efeitos adversos. doença vascular periférica. Como a bromocriptina é um
derivado do ergot, ela tem potencial de causar fibrose
1. Farmacocinética: A absorção de entacapona e
pulmonar e retroperitoneal.
tolcapona por via oral ocorre de forma fácil e não é
influenciada pela alimentação. Eles são extensamente 2. Apomorfina, pramipexol, ropinirol e rotigotina:
ligados à albumina com volume de distribuição Esses fármacos são agonistas dopaminérgicos não
limitado. A tolcapona tem duração de ação ergot, aprovados para o tratamento da doença de
relativamente longa (provavelmente devido à sua Parkinson. Pramipexol e ropinirol são ativos por via
afinidade pela enzima) comparada com a entacapona, oral. Apomorfina e rotigotina estão disponíveis para via
que requer dosagens mais frequentes. Ambas são injetável e sistemas transdermais, respectivamente.
extensamente biotransformadas e eliminadas nas fezes Apomorfina é usada no manejo agudo da
e na urina. A dosagem deve ser ajustada em pacientes hipomotilidade off na doença de Parkinson avançada.
com cirrose moderada ou grave. A rotigotina é administrada uma vez ao dia como um
adesivo transdérmico que assegura níveis de fármaco
2. Efeitos adversos: Entacapona e tolcapona
por 24 horas. Esses fármacos aliviam a deficiência
apresentam efeitos adversos que são observados em
motora em pacientes que nunca usaram levodopa e
pacientes que recebem levodopa + carbidopa,
também naqueles com doença de Parkinson avançada
incluindo diarreia, hipotensão postural, náusea,
sob tratamento com levodopa. Os agonistas da
anorexia, discinesias, alucinações e distúrbios do sono.
dopamina podem retardar a necessidade de usar
Mais gravemente, o uso de tolcapona está associado
levodopa no início do Parkinson e podem reduzir a dose
com necrose hepática fulminante. Por isso, ela deve ser
de levodopa no Parkinson avançado. Diferentemente
usada junto com monitoração da função hepática
dos derivados da ergotamina, esses fármacos não
apropriada – apenas em pacientes nos quais outras
agravam os distúrbios vasculares periféricos nem
possibilidades falharam. A entacapona não apresenta
causam fibrose. Náusea, alucinações, insônia, tonturas,
essa toxicidade e substituiu amplamente a tolcapona.
constipação e hipotensão ortostática estão entre seus
D. Agonistas de receptor de dopamina efeitos adversos mais estressantes, mas as discinesias
são menos frequentes do que com levodopa. O
Este grupo de compostos antiparkinsonianos inclui a pramipexol é excretado principalmente inalterado na
bromocriptina, um derivado do ergot,* e os fármacos urina, sendo necessários ajustes na dosagem na
não derivados do ergot, ropinirol, pramipexol, disfunção renal. A cimetidina inibe a secreção tubular
rotigotina e o mais novo, apomorfina. Esses fármacos renal de bases orgânicas e pode aumentar
têm duração de ação mais longa do que a levodopa e significativamente a meia-vida do pramipexol. As
são eficazes em pacientes que apresentam flutuações fluoroquinolonas e outros inibidores do citocromo
em respostas à levodopa. O tratamento inicial com P450 isoenzima 1A2 (CYP1A2) (p. ex., fluoxetina)
esses fármacos está associado com menos risco de podem inibir a biotransformação do ropinirol, exigindo
desenvolver discinesias e flutuações motoras em ajuste da sua dosagem.
comparação com pacientes tratados desde o início com
levodopa. Bromocriptina, pramipexol e ropinirol são E. Amantadina
eficazes em pacientes com doença de Parkinson
Descobriu-se acidentalmente que o antiviral
complicada por flutuações motoras e discinesias.
amantadina, usado no tratamento da gripe (influenza),
Contudo, são ineficazes em pacientes que não
tem ação antiparkinsoniana. Ela tem vários efeitos em
mostraram resposta terapêutica à levodopa. A
inúmeros neurotransmissores implicados no
apomorfina é um agonista dopaminérgico injetável
parkinsonismo, incluindo maior liberação de
usado em estágios graves e avançados da doença, para
dopamina, bloqueio de receptores colinérgicos e
suplementar medicações orais. Os efeitos adversos
inibição do receptor glutamato tipo N-metil-D-
graves limitam a utilidade dos agonistas da dopamina.
aspartato (NMDA). Evidências atuais apoiam que a
1. Bromocriptina: As ações da bromocriptina são ação nos receptores NMDA é a ação primária nas
similares às ações da levodopa, exceto que alucinações, concentrações terapêuticas. (Nota: se a liberação da
confusão, delírio, náusea e hipotensão ortostática são dopamina alcança o máximo, a amantadina não tem
mais comuns, e a discinesia é menos proeminente. Em efeito.) O fármaco pode causar intranquilidade,
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agitação, confusão e alucinações e, em doses elevadas, uniformemente controlados através do dia, a


pode induzir psicose tóxica aguda. Hipotensão substituição pela carbidopa + levodopa é em geral
ortostática, retenção urinária, edema periférico e boca eficaz, reduzindo as flutuações na resposta. Reduzindo
seca também podem ocorrer. A amantadina é menos certas reações adversas produzidas pela levodopa
eficaz do que a levodopa e desenvolve tolerância mais isolada, a carbidopa + levodopa permite, a um maior
facilmente. Contudo, a amantadina tem menos efeitos número de pacientes, obter adequado alívio dos sinto
adversos. mas da doença de Parkinson. Este medicamento
também é indicado nos pacientes com doença de
F. Fármacos antimuscarínicos.
Parkinson que estejam tomando preparações
Os fármacos antimuscarínicos são menos eficazes do vitamínicas contendo cloridrato de piridoxina (vitamina
que a levodopa e somente têm papel auxiliar no B6). O medicamento é uma combinação de carbidopa,
tratamento antiparkinsoniano. As ações de um aminoácido aromático inibidor de descarboxilase, e
benzotropina, triexifenidil, prociclidina e biperideno a levodopa, um precursor metabólico da dopamina,
são similares, embora os pacientes possam responder para o tratamento da doença e da síndrome de
de forma mais favorável a um desses fármacos do que Parkinson. A levodopa alivia os sintomas da doença de
a outro. O bloqueio da transmissão colinérgica provoca Parkinson através da descarboxilação para dopamina
efeitos similares aos do aumento da transmissão no cérebro. A carbidopa, que não cruza a barreira
dopaminérgica, pois ajuda a corrigir o desequilíbrio na hemoliquórica, inibe a descarboxilação extracerebral
relação entre dopamina e ACh. Esses fármacos podem da levodopa, liberando mais levodopa para transporte
causar alterações do humor e provocar xerostomia, ao cérebro e subseqüente conversão em dopamina. O
constipação e problemas visuais típicos dos medicamento melhora a terapêutica global, em
bloqueadores muscarínicos. Eles interferem com o comparação com a levodopa, além de propiciar níveis
peristaltismo no trato gastrintestinal (TGI) e são plasmáticos eficazes de levodopa, que se prolongam
contraindicados em pacientes com glaucoma, por muito tempo em doses aproximadamente 80%
hiperplasia de próstata ou estenose pilórica. inferiores às exigidas com o fármaco isolado. Enquanto
o cloridrato de pirodoxina (vitamina B6) acelera o
metabolismo periférico da levodopa em dopamina, a
carbidopa evita essa atividade

Obs: A carbidopa + levodopa está indicada para o


tratamento da doença e da síndrome de Parkinson. É
útil para aliviar muitos dos sintomas do parkinsonismo,
particularmente a rigidez e a bradicinesia. É
freqüentemente útil no controle do tremor, da
disfalgia, da sialorréia e da instabilidade postural, asso
ciados com a doença e a síndrome de Parkinson.
Quando a resposta terapêutica à levodopa,
administrada isoladamente, é irregular, e os sinais e
sintomas da doença de Parkinson não são

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