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SISTEMA NERVOSO CENTRAL


FÁRMACOS ANTIPSICÓTICOS
Katzung 11ª Edição Capítulo 29
Clark, Finkel, Rey & Whalen. 5ª Edição Capítulo 13

Professoras Marla e Elisangela


5° Semestre - ENFANU
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FÁRMACOS ANTIPSICÓTICOS

Neurolépticos / antiesquizofrênicos / tranquilizantes maiores

Reduzem os sintomas psicóticos incluindo:


Esquizofrenia
Transtorno bipolar
Depressão psicótica
Promovem melhora do humor, reduzem a ansiedade e os
transtornos do sono.
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Psicose
Tipo de Transtorno mental
Presença de delírios
Alucinações
Desorganização do pensamento

John Nash – Matemático


Prêmio Nobel Economia, 1994
“Equilíbrio de Nash”
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Esquizofrenia

Transtorno psicótico caracterizado por:

• Perda de contato com o ambiente,


• Desintegração: desordem de sentimentos, pensamentos e
conduta.
• Doença psiquiátrica que atinge jovens
• Geralmente crônica e incapacitante
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Esquizofrenia

Esquizofrenia: Distúrbios da percepção e integração da


realidade/prejuízo da cognição e motivação

Sintomas Positivos: delírios e alucinações, fala e


comportamento desorganizados

Sintomas Negativos: isolamento social, redução da fluência


do pensamento e da produção da fala, embotamento afetivo,
prejuízo da cognição
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Esquizofrenia
Está relacionada com a ação de substâncias
agonistas de serotonina (5-HT) na promoção
de alucinações.

Está relacionada com a ação e a


hiperatividade da dopamina.

Está relacionada com a hipofunção dos


receptores NMDA localizados nos
interneurônios GABAérgicos resultando na
diminuição das influências inibitórias neuronais
– fator que contibui para a esquizofrenia.
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Hipótese dopaminérgica
• Bloqueio dos receptores de dopamina - D2

Melhora sintomas positivos


• Anfetamina: estimula a liberação de Dopamina no cérebro:
desencadeamento de crise psicótica
• Número de receptores aumentado

• “Teoria da Dopamina”
• excesso de liberação de DA em regiões importantes do
cérebro: sistema límbico e lobos frontais
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Fármacos Antipsicóticos
• Mecanismo de ação

• Atividade bloqueadora do receptor de dopamina no


cérebro
• Atividade bloqueadora de receptor de serotonina no
cérebro

Classificação

• Antipsicóticos Típicos / Clássicos / 1ª GERAÇÃO


• Antipsicóticos Atípicos / 2ª GERAÇÃO
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Fármacos Antipsicóticos

• Ações

• Antipsicótica (reduz alucinações e ilusões “Sintomas positivos”)

• Efeitos extrapiramidais (promove sintomas tipo Parkinson como

contrações e movimentos involuntários)


• Efeito antiemético

• Efeito anticolinérgico

• Hipotensão ortostática e cefaléia (devido ao bloqueio de receptores α

adrenérgicos)
• Promovem a liberação de prolactina (devido ao bloqueio de

receptores D2)
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Fármacos Antipsicóticos
Uso Terapêutico

Tratamento da esquizofrenia
Prevenção da náuseas e êmese graves
Uso como tranquilizantes

Farmacocinética

Administração via oral


Absorção não é influenciada pela presença de alimentos
São amplamente distribuidos no tecido cerebral
São metabolizados no fígado
Podem promover tolerância mas pouca dependência física
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FÁRMACOS ANTIPSICÓTICOS

Antipsicóticos Típicos / Clássicos / 1ª GERAÇÃO

São inibidores competitivos em vários receptores principalmente dos


receptores D2 de dopamina.

• FENOTIAZÍNICOS: Clorpromazina , Levomepromazina

• PIPERAZÍNICOS: Flufenazina

• PIPERIDÍNICOS: Tioridazina

• BUTIROFENONAS: HALOPERIDOL , Droperidol

• DIFENILBUTILPIPERIDINA – Pimozida
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Efeitos Adversos - TÍPICOS

Sintomas Extra-Piramidais
• Amenorréia / galactorréia: bloqueio D2
• Aumento do apetite e obesidade: Parkinsonismo: tremor de
repouso, face em máscara,
bloqueio H1 retardo psicomotor, marcha
em bloco
• Boca seca: antimuscarínico
• Perda da acomodação visual e Torcicolos, inquietação,
incapacidade de permanecer
Constipação: antimuscarínico quieto no mesmo lugar
• Hipotensão ortostática: bloqueio 1
• Leucopenia (1:10.000 pacientes)
• Agranulocitose (1 - 2% dos pacientes) Hiperprolactinemia:
Dopamina antagoniza
• Sintomas extrapiramidais: bloqueio D2 prolactina / Bloqueio D2
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FÁRMACOS ANTIPSICÓTICOS

Antipsicóticos Atípicos / 2ª GERAÇÃO

Bloqueiam os receptores de serotonina e dopamina

Clozapina
Risperidona
Quetiapina
Ziprazidona

 menor risco de efeitos neurológicos generalizados


 melhor eficácia em relação aos sintomas negativos
 eficaz em pacientes que não respondem aos típicos
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Efeitos Adversos- ATÍPICOS

• Bloqueio dos receptores 5HT2 / serotonina

• Bloqueio dos receptores D1/ D2 com maior especificidade) /

sistema límbico => diminuição de efeitos extrapiramidais


• Diminuição da atividade locomotora

• Efeitos farmacológicos

• Melhora dos sintomas positivos e negativos


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Efeitos adversos
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Caso Clinico 1:
• Um homem de 19 anos de idade é levado ao consultório médico por sua
mãe que estava muito preocupada. Ele foi expulso do dormitório na
faculdade por seu comportamento. Acusou vários colegas estudantes e
professores de espioná-lo para a polícia. Parou de frequentar as aulas e
passa todo seu tempo assistindo televisão, e diz que os anunciantes
estão enviando-lhe mensagens secretas sobre como salvar o mundo.
Ele parou de tomar banho e troca de roupas apenas uma vez por
semana. No consultório, você o encontra despenteado, silencioso e sem
demonstrar emoção. A única declaração espontânea que ele faz é
quando pergunta por que a mãe o levou para o escritório de "outro
espião do governo." Seu exame físico e exames de sangue estão
normais. O exame farmacológico deu negativo. Você diagnostica-o com
psicose aguda provavelmente secundária a esquizofrenia, interna-o na
unidade psiquiátrica do hospital e inicia a administração de haloperidol.
• Qual é o mecanismo de ação terapêutica do haloperidol?
• O que medeia os efeitos colaterais extrapiramidais (EEPs) dos agentes
antipsicóticos?
• Que receptores do sistema nervoso autônomo são antagonizados por
agentes antipsicóticos?
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SISTEMA NERVOSO CENTRAL


FÁRMACOS
ANTICONVULSIVANTES
Katzung 11ª Edição Capítulo 24
Clark, Finkel, Rey & Whalen. 5ª Edição Capítulo 15

Professoras Marla e Nathália


5° Semestre - ENFANU
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Epilepsia
• Transtorno neurológico crônico que atinge 0,5 - 2 % da
população.

• Caracterizada por crises súbitas e espontâneas associadas à


descarga anormal, excessiva e transitória de células
nervosas.

• O sítio de descarga e sua extensão são fatores


determinantes da sintomatologia clínica apresentada.

• Pode variar desde a perda da consciência por poucos


segundos até crises generalizadas prolongadas.
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Epilepsia: distúrbio da função cerebral caracterizada pela ocorrência


periódica / repetida e imprevisível de convulsões

Convulsão: alteração transitória do comportamento, causada pela


ativação desordenada, sincrônica e ritmada dos neurônios.

Causas prováveis - convulsão

Infarto cerebral / tumor / infecção

Trauma / doença degenerativa

Fatores hereditários / distúrbios do desenvolvimento


CLASSIFICAÇÃO DAS CRISES EPILÉPTICAS

1. Convulsões Parciais Envolvem uma porção do cérebro

traumas,
CausadaAVC,
pela tumores
ação de neurônios hiperativos
Simples
Duração:
Duração:20-60s
20-60s
Preservação
Preservaçãoda
daconsciência
consciência
Há alteração da consciência
Complexa Duração: 30s–
30s- 22 min
min
Provocam
Provocam alucinações
alucinaçõe. sensoriais complexas e distorção
mental

2. Convulsões Generalizadas

Crises de ausência Início súbito de alterações da consciência - olhar parado


Interrupção abrupta das atividades Duração: 30 3-5ss

Contrações muito breves (1s) de um músculo único ou


Convulsão mioclônica ou
grupo
grupo
de de
músculos.
músculos

Perda da consciência seguida de contrações contínua


(tônica) e períodos de contrações musculares
Convulsão Tônico-Clônica alternadas com relaxamento (clônica).
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Natureza das convulsões

1. Descargas excessivas, súbitas e recorrentes na substância


cinzenta.

2. Aumento da excitação (glutamato, sódio e cálcio) e diminuição da


inibição (GABA, cloreto e potássio).
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Mecanismo de Ação de fármacos

• Aumento da atividade sináptica inibitória


• Diminuição da atividade sináptica excitatória
• Controle da excitabilidade da membrana neuronal e da
permeabilidade iônica.

Bloqueio dos canais voltagem-dependentes de sódio e cálcio

Potencializam a ação dos receptores inibitórios Gabaérgicos ou


interferem na transmissão glutamatérgica
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Efeitos adversos
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Anticonvulsivantes
1. FENITOÍNA
• Mecanismo de ação: Bloqueio dos canais de sódio: Inibe a
propagação da descarga neuronal – estabilizador de membrana
• Indicações: Tratamento de crises parciais, tônicos clônicas
generalizadas e no tratamento do estado epilético.
• Efeitos adversos: Neuropatias, osteoporose e hipertrofia gengival
• Farmacocinética: ácido fraco, 90% ligação às pt plasmáticas,
metabolização hepática (cinética 1ª ordem / ordem zero).
• OBS: Aumento da dose: gradual - monitoração – estado de equilíbrio!
• Interações medicamentosas: indução enzimática (*), cimetidina,
cloranfenicol (inibidores enzimáticos), dicumarol (pt plasmática)
• Efeitos adversos: Hiperplasia gengival,
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Fenitoína
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2. CARBAMAZEPINA

• Mecanismo de ação: Bloqueio dos canais de sódio: Inibe a


propagação da descarga neuronal.
• Indicações: Tratamento de crises parciais tônico-clônicas
generalizadas e no tratamento de neuralgia do trigêmio e no distúrbio
bipolar.

•Efeitos adversos: hiponatremia e erupção cutânea

•Interações medicamentosas: indução enzimática


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3. VALPROATO / ÁCIDO VALPRÓICO

Mecanismo de ação: Bloqueio da descarga neuronal repetida - canais


de sódio. Inibição da GABA transaminase. Inibição dos canais de Ca +2.
•Indicações: Crises de ausência e as demais.
•Farmacocinética: 90% ligação às pt plasmáticas, metabolização
hepática
• Efeitos adversos: Ação teratogênica
•Interações medicamentosas: inibição enzimática
•O valproato é o fármaco de escolha para as crises que são
generalizadas desde seu aparecimento, e pode ser usado de modo
vantajoso como monoterapia.
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4. BARBITÚRICOS - Fenobarbital, Primidona

• Mecanismo de ação: Potencialização da ação do GABA


Inibição da excitação mediada por glutamato
Inibe o início da descarga neuronal - Bloqueio Na +

OBS: a Primidona é metabolizada a Fenobarbital

• Indicações: Tratamento do estado epilético.


• Efeitos adversos: Sedação e depressão / indutor enzimático
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5. TOPIRAMATO

Mecanismo de ação: Potencialização da ação do GABA


Bloqueia canais de Na+
Aumenta a frequência de abertura dos canais de cloro ao se
ligarem ao receptor GABA

Indicações: Tratamento de crises parciais e primárias generalizadas e


no tratamento da enxaqueca

Farmacocinética: Ligação mínina (15%) às pt plasmáticas, excretado


via renal

Interações medicamentosas: indutor enzimático


Efeitos adversos: perda de massa corporal, sonolência, glaucoma
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6. BENZODIAZEPÍNICOS

Diazepam / Lorazepam: Crises mioclônicas, parciais tônico-clônicas


generalizadas

Lorazepam apresenta meia- vida maior do que o diazepam.

Mecanismo de ação: Potencialização da ação do GABA

Efeitos Adversos: Sedação e tolerância


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7. VIGABATRINA
•Inibe a GABA transaminase (enzima de degradação do GABA)
• Eficaz em pacientes que não respondem a fármacos convencionais -
CRISES PARCIAIS
• Efeitos adversos: sonolência, alterações visuais e de humor

8. LAMOTRIGINA

• Bloqueia canais de sódio e de cálcio


•Tem sua ação aumentada com uso de valproato.
•Eficaz em CRISES PARCIAIS, de ausência e na Síndrome de Lennox –
Gestaut
•Efeitos adversos : hipersensibilidade / dermatite / erupção cutânea /
tontura e cefaléia / sonolência
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A Síndrome de Lennox-Gastaut (SLG) é um tipo bem raro de epilepsia da


infância, caracterizado primariamente por convulsões frequentes, de
diversos tipos, que geralmente não melhoram completamente com os
medicamentos anticonvulsivantes.

A SLG costuma ocorrer nos primeiros anos de vida, e vir acompanhada


de disfunções cognitivas, atraso do desenvolvimento neurológico e
psicomotor das crianças afetadas.
A SLG representa cerca de 1-4% das epilepsias da infância.
http://www.ineuro.com.br/
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Caso Clínico:
• Um homem de 18 anos de idade com história clínica de epilepsia
desde a infância apresenta-se via ambulância no pronto-socorro (PS)
devido a estado de mal epiléptico. Ele foi estabilizado, finalmente, por
doses repetidas de lorazepam por via IV. Sua mãe afirma que ele
teve história de nascimento sem intercorrências, nenhum
traumatismo craniano prévio e RM de crânio negativa no passado.
Ele não se trata com antiepiléptico fenitoína. Sua última convulsão foi
há três meses e, geralmente, é controlada se toma a medicação
regularmente. No PS, o paciente encontra-se confuso, combativo,
mas tem exames neurológico e cardiovascular normais. Também
não há evidências de qualquer trauma. Seus exames laboratoriais
iniciais, incluindo hemograma, painel metabólico abrangente e
análise de urina para rastreamento de drogas, são negativos. Seu
nível de fenitoína é indetectável. Você administra uma dose IV de
fosfenitoína e prescreve a dose oral para tomar em casa.
• Qual é o mecanismo de ação da fenitoína?
• Quais são os principais efeitos adversos da fenitoína?

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