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DIAGNÓSTICOS E

MEDICALIZAÇÃO
QUAIS AS IMPLICAÇÕES DA CRESCENTE
MEDICALIZAÇÃO DA “DOR DE EXISTIR” PARA OS
CUIDADOS EM SAÚDE?
MEDICALIZAÇÃO DO SOFRIMENTO
 Cultura do narcisismo – Exaltação da individualidade
 Cultura do espetáculo – O sujeito vale o que parece ser.

 Comportamentos totalitários e totalizantes – O


importante é consumir
 Rotulações diagnósticas: Discurso biológico + Indústria
Farmacêutica
MEDICALIZAÇÃO DO SOFRIMENTO
 Doença como desvio social por não ser produtivo
 Saber médico determina o que é normal: Controle social

 Qualquer mal-estar torna-se doença


 TDAH (Ritalina – 75% - Droga da obediência)
 TPM (Prozac)

 Medicamento:
 =tratar?
 Confirmação da dependência do médico
MEDICALIZAÇÃO DO SOFRIMENTO
 Nenhum medicamento substitui o diálogo entre terapeuta
e paciente
 Mercadorias de saúde = saúde?

 Novos remédios para novos males ou novos males para


novos remédios?
 Todos viveriam melhor com o uso de psicofármacos?
O QUE É EFICÁCIA TERAPÊUTICA?
A FUNÇÃO TÉCNICA DO ENFERMEIRO
 Responsabilidade pela administração da mediação:
 Conhecimento farmacológico sobre as drogas;
 Planejamento de Estoque e Armazenamento;
 Orientação de funcionários, pacientes e familiares;
 Avaliação do paciente antes e após ser medicado;
 Cuidados com o preparo e administração do fármaco.
A FUNÇÃO TÉCNICA DO ENFERMEIRO
 Problemas comuns:
 Pacientesque recusam a medicação;
 Outros que fingem aceitar e depois jogam fora;
 Os que acumulam comprimidos para tomarem de uma só vez;
 Os que solicitam e insistem por doses mais altas etc.
A FUNÇÃO TÉCNICA DO ENFERMEIRO
 Problemas comuns:
 Grau de Instrução
 Compreensibilidade
 Confusões
 Involuntariedade
 Efeitos Colaterais
A FUNÇÃO TÉCNICA DO ENFERMEIRO
 Cuidados com qualquer medicação:
 Verificar se o local de armazenamento é apropriado (luz,
temperatura, calor).
 Verificar prazo de validade.
 Verificar a identificação correta do frasco (rótulo com nome e
dosagem do fármaco).
 Certificar-se da regra dos nove certos: medicamento certo, via certa,
dose certa, hora certa e paciente certo, abordagem certa, registro
certo, validade certa.
 Verificar sinais vitais antes e após ministrar os fármacos
considerando o período de absorção de cada um.
 Não ignorar queixas dos pacientes referentes aos efeitos colaterais
dos fármacos.
A FUNÇÃO TÉCNICA DO ENFERMEIRO
A FUNÇÃO TÉCNICA DO ENFERMEIRO
CLASSES DE PSICOFÁRMACOS
 Antipsicóticos
 Típicos (antagonistas da dopamina) - positivos
 Atípicos (antagonistas da dopamina e da serotonina)
– sintomas negativos ou positivos
 Benzodiazepínicos

 Antidepressivos

 Estabilizadores do Humor
ANTIPSICÓTICOS
 Neurolépticos
 A ação dos neurolépticos vai promover alteração na
SINTOMATOLOGIA PSICÓTICA como a diminuição e
cessação dos impulsos agressivos, da agitação psicomotora,
desaparecimento gradual das alucinações e delírio
 Na área comportamental promovem empobrecimento da
iniciativa e interesse, indiferença emocional e cansaço
 Latência de 7 a 10 dias

 Difícil Tolerância

 Certos pacientes só respondem bem a determinados tipos.


ANTIPSICÓTICOS
 Neurolépticos sedativos
 Principal efeito é a sedação

 CLORPROMAZINA - Amplictil, Clorpromazina


 LEVOMEPROMAZINA- Levozine, Neozine

 SULPIRIDA - Dogmatil,Equilid

 TIORIDAZINA – Melleril

 TRIFLUOPERAZINA - Stelazine
ANTIPSICÓTICOS
 Neurolépticos incisivos
 Têm baixa capacidade de sedação mas uma melhor atuação
naquilo que se chama sintomas produtivos das psicoses
(delírios e alucinações)

 FLUFENAZINA - Anatensol, Flufenan


 HALOPERIDOL - Haldol, Haloperidol

 PENFLURIDOL – Semap

 PIMOZIDA – Orap

 PIPOTIAZINA - Piportil, Piportil L4


ANTIPSICÓTICOS
 Neurolépticos atípicos
 Não podem ser classificados de sedativos ou incisivos tendo
em vista a diversidade de ação, ora cumprindo um objetivo,
ora outro. Melhor ação nos sintomas negativos.

 AMISULPRIDA – Socian
 CLOZAPINA - Leponex

 OLANZAPINA- Zyprexa

 QUETIAPINA – Seroquel

 RISPERIDONA – Risperdal, Zargus


IMPREGNAÇÃO NEUROLÉPTICA
 Sintomas, Efeitos ou Síndromes Extrapiramidais - Doença de Parkinson
 É o resultado da interferência medicamentosa
 O bloqueio dos receptores dopaminérgicos provocará uma supremacia da
atividade colinérgica e, conseqüentemente, uma liberação de sintomas
extra-piramidais.
 Anticolinérgicos utilizados no tratamento
 Cinco tipos:
1 - REAÇÃO DISTÔNICA AGUDA (mov. Invol. Pescoço. Crian)
2 - PARKINSONISMO MEDICAMENTOSO
3 – ACATISIA (face, mov. Inv. e irregulares)
4 - DISCINESIA TARDIA (movimentos repetitivos invol.)
5 - SÍNDROME NEUROLÉPTICA MALIGNA
IMPREGNAÇÃO NEUROLÉPTICA

 Opor lesão em neurônios motores corticais (córtex frontal pré–motor) ou


subcorticais (gânglios da base, tálamo, subtálamo, formação reticular), cujos
axônios não decussam nas pirâmides. Causam distúrbios de movimento como
acinesia/hipocinesia, hipertonia plástica (sinal da roda denteada), hipercinesia
(tremor de repouso).
IMPREGNAÇÃO NEUROLÉPTICA

 De forma geral:
 Diferenciar de Crise convulsiva moderada, Tétano e Histeria
 Tremores
 Movimentos involuntários
 Inquietação
 Podem chegar a hipertermia em casos mais graves com risco de morte
(hipersensivilidade)

 Tratamento:
 Suspensão da medicação / Troca
 Anticolinérgicos: Prometazina, Biperideno
SÍNDROME METABÓLICA
 A ocorrência de ganho significativo de peso ocorre com frequência em
pacientes em uso de clozapina, olanzapina e antipsicóticos tradicionais de
baixa potência. (Est. De Humor também)

 Outros efeitos adversos metabólicos, como hiperglicemia, DM tipo II e


dislipidemias, também ocorrem com os antipsicóticos citados, seja devido
ao ganho de peso, seja por ação deletéria direta sobre o metabolismo da
glicose.

 Ganho de peso, hiperglicemia, diabetes e dislipidemias.

  Pesar as vantagens e desvantagens do uso de cada uma em cada paciente


em particular

 Dieta saudável e atividade Física


ACATISIA
 Após o terceiro dia de uso da medicação.

 Caracterizado por: inquietação psicomotora, desejo incontrolável de


movimentar-se e sensação interna de tensão. O paciente assume uma
postura típica de levantar-se a cada instante, andar de um lado para
outro e, quando compelido a permanecer sentado, não para de mexer
suas pernas.

 Não responde bem aos anticolinérgicos ou ansiolíticos –


Diminuição da dose ou mudança para outro tipo de Antipsicótico.
Quando isso acontece normalmente pode-se recorrer aos
Antipsicóticos Atípicos.
DISCINESIA TARDIA

 Após o uso crônico de Antipsicóticos (geralmente após 2 anos)


 Caracterizada por movimentos involuntários, principalmente da musculatura
oro-língua-facial, ocorrendo protusão da língua com movimentos de varredura
látero-lateral, acompanhados de movimentos sincrônicos da mandíbula. O
tronco, os ombros e os membros também podem apresentar movimentos
discinéticos.
 Não responde a nenhum tratamento - Pode ser suprimida com a
readministração do antipsicótico
 Não existem confirmação da participação direta destes medicamentos na
etiologia do quadro discinético – Talvez própria de alguns tipos de
esquizofrenia mais deteriorantes.
 Pode-se recorrer aos Antipsicóticos Atípicos.
IMPREGNAÇÃO NEUROLÉPTICA

 De forma geral:
 Diferenciar de Crise convulsiva moderada, Tétano e Histeria
 Tremores
 Movimentos involuntários
 Inquietação
 Podem chegar a hipertermia em casos mais graves com risco de morte
(hipersensivilidade)

 Tratamento:
 Suspensão da medicação / Troca
 Anticolinérgicos: Prometazina, Biperideno
BENZODIAZEPÍNICOS
 Propriedades ansiolíticas, hipnóticas, anticonvulsivantes
e miorrelaxantes.
 Mais prescritos no mundo.

 Impotência dos médicos diante das queixas.

 Tolerância

 Dependência

 Déficits Cognitivos
SEDATIVOS HIPNÓTICOS
 Reduzir a inquietação e tensão emocional, além de serem
usadas para induzir sedação e sono.

 Podem ser divididos em dois grupos:


 Barbitúricos(fenobarbital e pentobarbital)
 Não barbitúricos (benzodiazepínicos)
SEDATIVOS HIPNÓTICOS
 Desenvolve-se tolerância aos efeitos de inúmeros
hipnóticos e sua retirada abrupta pode precipitar distúrbios
do sono.

 Todos os hipnóticos disponíveis atualmente demonstram


certa tendência para determinar o desenvolvimento da
dependência e do vicio

 Manter especial vigilância a pacientes com risco de suicídio


que podem acumular esses fármacos para ingestão
posterior.
SEDATIVOS HIPNÓTICOS
 Os hipnóticos de uso mais comum são:

 Barbitúricos: fenobarbital (Gardenal); pentobarbital


(Hypnol)

 Benzodiazepínicos: estazolan (Noctal), flunitrazepan


(Rohypnol, Fluserin), flurazepan (Dalmadorm), midazolan
(Dormonid) e nitrazepan (Nitrazepan, Sonebon), alprazolan,
rivotril.
BENZODIAZEPÍNICOS
 Tratar dos indivíduos que sofrem de delirium tremens.
 Potencializar medicamentos anticonvulsivantes.

 Reduzir níveis de ansiedade endógena, com intuito de


beneficiar a psicoterapia.
 Retirada pode gerar síndrome de abstinência.

 Uso de álcool: Risco de depressão do SNC


BENZODIAZEPÍNICOS
ALPRAZOLAM: Frontal, Tranquinal, Apraz
BROMAZEPAM: Brozepax, Deptran, Lexotam,
Nervium, Novazepam, Somalium, Sulpam
CLONAZEPAM: Clozal, Rivotril
DIAZEPAM: Ansilive, Calmociteno, Diazepam,
Diazepan, Kiatriun, Somaplus, Valium
LORAZEPAM: Lorium, Lorax, Mesmerin
ANTIDEPRESSIVOS
 Para estados depressivos
 Reduzem a intensidade dos sintomas e a tendência
suicida.
 Prescrito de forma abusiva e indiscriminada

 Não substitui a escuta

 Diferenciar psicose e neurose


ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS
 O local de ação - Sistema Límbico aumentando a NE e a 5HT na
fenda sináptica, que é conseguido através da inibição na
recaptação destas aminas pelos receptores pré-sinápticos.

 AMITRIPTILINA - Amytril, Tryptanol


CLOMIPRAMINA - Anafranil
IMIPRAMINA - Imipra, Tofranil
MAPROTILINA - Ludiomil
NORTRIPTILINA - Pamelor
ANTIDEPRESSIVOS ISRS
 InibidoresEspecíficos da Recaptação da Serotonina
(ISRS) - interferem ou interferem pouco nos demais
neurotransmissores além da serotonina (5HT).

 CITALOPRAM – CIPRAMIL, PARMIL, PROCIMAX


 FLUOXETINA – BIOZAC, CLORIXETIN,
DAFORIM, DEPRAX,DEPRESS, EUFOR,
FLUOXETIN, FLUOXIL, FLUOXON, FLUOZET,
FLUXENE, FLUXTINA, NORTEC, PROZAC,
PSIQUIAL, SOSTAC, VEROTINA
 NEFAZODONA – SERZONE
 PAROXETINA – AROPAX, PONDERA, CEBRILIN,
BENEPAX
INIBIDORES DA MAO
 Pouco utilizado atualmente
 Promovem o aumento da disponibilidade da serotonina através da
inibição dessa enzima responsável pela degradação desse
neurotransmissor intracelular.
 A monoaminoxidase (MAO), é uma enzima envolvida no
metabolismo da serotonina e dos neurotransmissores
catecolaminérgicos, tais como adrenalina, noradrenalina e
dopamina.
 TRANILCIPROMINA Parnate, Stelapar
MOCLOBEMIDA Aurorix
SELEGILINA Elepril, Jumexil
ESTABILIZADORES DO HUMOR
 São substâncias utilizadas para a manutenção da
estabilidade do humor, não sendo essencialmente
antidepressivas nem sedativas.
 A indicação exclusiva para Estabilizadores do Humor
são os Transtornos Afetivos Bipolares e os Episódios de
Mania (Euforia) ou de Hipomania. 
 Diagnóstico indiscriminado de TAB
ESTABILIZADORES DO HUMOR
 CARBONATO DE LITIO - Carbolim, Carbolitium,
Litiocar, Neurolithiun
 CARBAMAZEPINA - Carbamazepina, Tegretard,
Tegretol
ÁCIDO VALPRÓICO - Depakene, Valpakine
DIVALPROATO DE SÓDIO - Depakote
LAMOTRIGINA - Lamictal, Neurim
GABAPENTINA - Neurotontin, Progresse
A FUNÇÃO TÉCNICA DO ENFERMEIRO
 Responsabilidade pela administração da
mediação:

 Conhecimento farmacológico sobre as drogas;


 Planejamento de Estoque e Armazenamento;
 Orientação de funcionários, pacientes e familiares;
 Avaliação do paciente antes e após ser medicado;
 Cuidados com o preparo e administração do fármaco.
OUTRAS ORIENTAÇÕES
 Aprazar droga para a noite ou momentos de descanso
 Disponibilizar água
 Organizar ambiente para evitar acidentes
 Oferecer alimentos ricos em fibra
 Perceber sinais e sintomas como: cefaléia, perda de peso,
disfunção sexual
OUTRAS ORIENTAÇÕES
 Orientar o cliente a:
 Evitaratividades que exijam atenção
 Não parar de tomar a medicação abruptamente
 Não ingerir bebidas alcóolicas
 Beber água com frequência
 Suspender a droga em casos de excitação, sangramentos ou
equimoses, febre, mal-estar
 Remissão dos sintomas entre 10 dias a 2 semanas
 Tomar a droga com algum alimento
 Monitorar pressão arterial
A FUNÇÃO TÉCNICA DO ENFERMEIRO
 Problemas comuns:

 Pacientesque recusam a medicação;


 Outros que fingem aceitar e depois jogam fora;
 Os que acumulam comprimidos para tomarem de uma
só vez;
 Os que solicitam e insistem por doses mais altas etc.
A FUNÇÃO TÉCNICA DO ENFERMEIRO
 Problemas comuns:

 Grau de Instrução
 Compreensibilidade
 Confusões
 Involuntariedade
 Efeitos Colaterais
A FUNÇÃO TÉCNICA DO ENFERMEIRO
 Cuidados com qualquer medicação:
 Verificar se o local de armazenamento é apropriado (luz,
temperatura, calor).
 Verificar prazo de validade.
 Verificar a identificação correta do frasco (rótulo com nome e
dosagem do fármaco).
 Certificar-se da regra dos nove certos: medicamento certo, paciente
certo, dose certa, via certa, hora certa, registro certo, ação certa,
forma farmacêutica certa e monitiramento certo. Verificar sinais
vitais antes e após ministrar os fármacos considerando o período de
absorção de cada um.
 Não ignorar queixas dos pacientes referentes aos efeitos colaterais
dos fármacos.
E Simão Bacamarte dizia...
O principal nesta minha obra da Casa Verde é estudar
profundamente a loucura, os seus diversos graus,
classificar-lhes os casos, descobrir enfim a causa do
fenômeno e o remédio universal.
O Alienista, de Machado de Assis

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