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CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU

PSICOLOGIA

AÇÃO DA QUETIAPINA NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL E SUAS


IMPLICAÇÕES NEUROFISIOLÓGICAS

RENATA ADRIELLY REGUEIRA GALVÃO


RITA MILENA ALVES RIBEIRO

RECIFE - PE
2022
RENATA ADRIELLY REGUEIRA GALVÃO
RITA MILENA ALVES RIBEIRO

AÇÃO DA QUETIAPINA NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL E SUAS


IMPLICAÇÕES NEUROFISIOLÓGICAS

Trabalho de avaliação da disciplina de


Neurofisiologia ao Centro Universitário Maurício de
Nassau, como requisito para obtenção de nota.

Professora: Luana Oliveira dos Santos

RECIFE - PE
2022
RESUMO

A quetiapina ou como também é chamada, hemifumarato de quetiapina, é um


antipsicótico atípico, antagonista serotonina-dopamina, antipsicótico de segunda
geração e estabilizador de humor. Esse medicamento se mostrou bastante eficaz em
tratamentos de transtornos e distúrbios mentais e costuma ser utilizado no
tratamento para bipolaridade e esquizofrenia, além de muitas vezes ser associado a
outros medicamentos como antidepressivos, para tratar ansiedade. Além disso, a
quetiapina se destaca quando comparada a outros antipsicóticos, devido ao fato de
que é um estabilizador de humor com bons resultados e com menos efeitos
colaterais.

Palavras-chave: Neurofisiologia; Medicamento; Quetiapina; Antipsicótico.

ABSTRACT

Quetiapine or as it is also called, quetiapine hemifumarate, is an atypical


antipsychotic, serotonin-dopamine antagonist, second-generation antipsychotic and
mood stabilizer. This medication has proved to be very effective in treating mental
disorders and disorders and is often used in the treatment of bipolar and
schizophrenia, in addition to being often associated with other medications such as
antidepressants to treat anxiety. In addition, quetiapine stands out when compared to
other antipsychotics, due to the fact that it is a mood stabilizer with good results and
with fewer side effects.

Keyworks: Neurophysiology; Medicament; Quetiapine; Antipsychotic.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO…………………………………………………………… 5
2. QUETIAPINA……………………………………………………….……..5
3. CONCLUSÃO……………………………………………………………..8
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS……...........................................9
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1. INTRODUÇÃO

A quetiapina foi formulada em 1985 pelo laboratório AstraZeneca. Mas a sua


permissão oficial veio apenas em 1997, nos Estados Unidos, e consequentemente
no ano de 2000, na Alemanha. Apesar de sua longa trajetória até chegar ao
mercado, o Seroquel (medicamento referência) logo conquistou o mercado do
mundo todo.
Como consequência, atualmente está efetivo em cerca de 70 países, sendo
normalmente um dos medicamentos mais indicados nesse ramo. Todo esse êxito se
deve ao perfil dessa substância e aos frutos expostos.
Oriunda da dibenzotiazepina, a quetiapina possui grande compatibilidade com
diferentes tipos de receptores no sistema nervoso central, como por exemplo os
serotonérgicos (5HT2A), histaminérgicos (H1) e dopaminérgicos D1 e D2. Por esse
motivo apresenta efeitos tão diversos no organismo humano, podendo ser utilizada
para tratar diferentes transtornos e distúrbios.
Nesse cenário, esse medicamento revelou-se bastante efetivo em tratamentos
de doenças mentais. Assim, a quetiapina se destaca quando comparada a outros
antipsicóticos pois é um estabilizador de humor, que trata sintomas negativos e
positivos, com bons resultados e menos efeitos colaterais. Dessa forma, a absorção
deste fármaco produz diferentes efeitos no organismo e altera toda a neurofisiologia
de seus usuários.

2. QUETIAPINA

A quetiapina é um antipsicótico atípico derivado da dibenzotiazepina, faz parte


do grupo de antipsicóticos da 2° geração e possui extensa afinidade por diferentes
subtipos de receptores existentes no sistema nervoso central. Segundo a bula é um
medicamento indicado para tratar Esquizofrenia, Transtorno Afetivo Bipolar e
Depressão Maior. Distinguindo-se dos antipsicóticos da 1° geração, a quetiapina
trata também dos sintomas negativos, como o isolamento social e o humor
deprimido, além dos sintomas positivos, como os picos de mania e as alucinações e
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ilusões (distorções do real), nos quais esses antipsicóticos se concentram. Exemplos


de antipsicóticos da 1° geração são a clorpromazina e o haloperidol.
Ela pode ser vista em formato de comprimido sendo que, a dosagem se altera
de acordo com o fim específico ao qual está sendo destinada. Nas doses de 25 mg a
100 mg é indicada para o tratamento de insônia e ansiedade. Já para o tratamento
de depressão bipolar são indicadas as doses até 300 mg. No mais, para o
tratamento de mania no transtorno bipolar e esquizofrenia pode-se usar doses de
600 mg a 1000 mg. Aqueles que podem fazer uso do medicamento são: adultos e,
em alguns casos específicos, crianças e idosos.
A atuação da quetiapina no cérebro ocorre principalmente pela inibição da
dopamina (D1 e D2) e serotonina (5HT2A). Devido à sua atividade antagonista, o
medicamento bloqueia a comunicação entre o neurotransmissor e o receptor,
impedindo que o neurotransmissor cumpra seu papel. O bloqueio de dopamina,
quando acomete as regiões centrais, é o responsável pelo relaxamento, diminuição
da insônia, irritabilidade e impulsividade. No entanto, o medicamento também pode
causar a liberação de dopamina em outras regiões do cérebro, resultando em uma
diminuição da oscilação de humor, aumento da afetividade, interações sociais e
concentração.
O medicamento age no sistema nervoso central (SNC), de forma a solucionar
e prevenir a mania e/ou depressão, a fim de estabilizar o humor durante o
tratamento do transtorno bipolar. Já em pacientes com esquizofrenia, diminui as
alucinações, uma vez que, a dopamina proporciona a noção de real para o cérebro
humano. A quetiapina reforça a noção da realidade que o indivíduo possui, dessa
forma evitando episódios de alucinação e ilusão na esquizofrenia. Além desses fins,
o fármaco ainda age como potencializador de antidepressivos, atuando no
tratamento de insônia e ansiedade. Nesse contexto, é importante salientar que a
quetiapina regula a dopamina e a serotonina no cérebro, que são os
neurotransmissores responsáveis pela comunicação entre neurônios, controle das
emoções, humor, memória e sono, assim desempenhando um importante papel com
efeitos significativos e amplos em toda a neurofisiologia do organismo.
A quetiapina, assim como a maioria dos medicamentos, além da sua ação
principal, também acaba atuando em outros receptores e vias causando efeitos
colaterais e indesejados. Além de bloquear os receptores de dopamina (D1), ela
também bloqueia os receptores histamínico (H1), muscarínico (M1) e serotonina
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(5HT2A). O bloqueio do receptor H1 (anti-histamínico) é o responsável por causar


sono, uma vez que, a histamina desempenha um importante papel na regulação do
sono e da vigília. Isso explica o uso do medicamento para a insônia.
Uma reverberação negativa sobre o uso do medicamento é a existência de
estudos que revelam que crianças e adolescentes usuárias da quetiapina têm maior
risco de pensamentos e ações suicidas como efeito colateral. Além disso, a
utilização do fármaco causa um risco duplo à população idosa. A sonolência e a
vertigem causada pelo uso da quetiapina pode causar um maior risco de quedas em
idosos como também um maior risco de morte em idosos acometidos pela
demência, justamente por se enquadrar dentro da classificação das drogas
antipsicóticas.
Em primeiro lugar, essas são as reações que ocorrem em mais de 10% dos
pacientes que usam esse remédio: boca seca, triglicérides altas, colesterol, redução
de HDL, aumento de peso, vertigem, sonolência, anemia e sintomas extrapiramidais.
Além disso, as seguintes reações ocorrem entre 1% e 10% dos pacientes que usam
a quetiapina: redução dos leucócitos, redução nos neutrófilos (um tipo de leucócito),
aumento da frequência cardíaca, arritmias, visão turva, prisão de ventre, sensação
de queimação no estômago, fraqueza, inchaço nas pernas e braços, irritação, febre,
elevação das enzimas do fígado (ALT, Gama-GT), eosinofilia, glicemia do sangue
elevada, aumento da prolactina do sangue, redução dos hormônios tireoidianos total
e livre, hormônio TSH, dificuldade na formação da fala e queda na pressão ao se
levantar (EUREKKA, 2020).
Ademais, as reações que ocorrem entre 0,1% e 1% dos pacientes que usam
esse remédio são: redução da frequência cardíaca, dificuldade de engolir, alergias,
aumento do nível da enzima AST do fígado no sangue, convulsão, síndrome das
pernas inquietas, discinesia tardia, desmaio, rinite e retenção urinária. Estas reações
ocorrem entre 0,01% e 0,1% dos pacientes que usam esse remédio: síndrome
neuroléptica maligna, confusão mental, rigidez muscular, instabilidade autônoma,
mudança na função renal, hipotermia, hepatite, aumento da creatinofosfoquinase no
sangue, agranulocitose, insuficiência de glóbulos brancos, granulócitos no sangue,
sonambulismo, priapismo e obstrução intestinal. Por fim, menos de 0,01% dos
pacientes que usam esse remédio têm reações alérgicas graves (EUREKKA, 2020).
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3. CONCLUSÃO

Nesse cenário, é importante destacar a relevância do medicamento no


tratamento de transtornos mentais graves, como a esquizofrenia e a bipolaridade.
Após esmiuçar as ações do fármaco no organismo, com os efeitos positivos de cura
e os indesejados efeitos colaterais, percebe-se que todo fármaco produz resultados
indesejados em meio aos necessários e que são capazes de gerar mudanças e,
muitas vezes gerar estragos, neurológicos e fisiológicos significativos, cabendo uma
correta administração de dosagem por parte do médico como também a prescrição
apenas nos casos realmente necessários e adequados ao medicamento.
Dessa forma, conclui-se que a quetiapina, um antipsicótico da segunda
geração, realiza atividade antagonista dos receptores serotoninérgicos,
dopaminérgicos, histaminérgicos e adrenérgicos, porém com alta afinidade pelo
receptor 5-HT2A e baixa pelo receptor D2. Assim, percebe-se que o medicamento
desempenha funções amplas e significativas no sistema nervoso humano, com
inúmeros resultados positivos, destacando-se frente a outros antipsicóticos da
primeira geração, com avanços no tratamento dos distúrbios mentais que até outrora
eram demonizados ou negligenciados pela sociedade. No entanto, não se deve
ignorar as consequências de seus efeitos colaterais no organismo e a importância
de consultar de antemão um médico especialista para optar pela melhor opção.
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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

QUETIAPINA. In: STAHL, Stephen M. Fundamento da psicofarmacologia de


Stahl: Guia de prescrição. 6º. ed. rev. Cambridge: Artmed Editora LTDA, 2017. cap.
108, p. 645-652. ISBN 9781316618134. Disponível em:
https://books.google.com.br/books?id=M8twDwAAQBAJ&pg=PA645&lpg=PA645&dq
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Fo8GJNQ&hl=pt-BR&sa=X&ved=2ahUKEwj02NXb8tD3AhUgkZUCHW89DqE4WhD
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IGNÁCIO, Zuleide Maria. Estudo pré-clínico da quetiapina como estratégia


farmacológica no tratamento da depressão. Orientador: Prof. Dr. João Luciano de
Quevedo. 2016. 127 p. Tese (Doutorado em Ciências da Saúde) - Universidade do
Extremo Sul Catarinense, Criciúma, 2016. Disponível em:
http://repositorio.unesc.net/handle/1/4352. Acesso em: 7 maio 2022;

EUREKKA, Equipe. Quetiapina: o tratamento para bipolaridade e esquizofrenia.


[S.I.], 23 set. 2020. Disponível em: https://blog.eurekka.me/quetiapina/. Acesso em: 7
maio de 2022.

BRANDÃO, Rui. Quetiapina: tudo o que você queria saber. [S. l.], 26 fev. 2021.
Disponível em:
https://zenklub.com.br/blog/saude-bem-estar/quetiapina-tudo-o-que-voce-queria-sab
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EQUIPE EDITORIAL. Quetiapina: para que serve e efeitos colaterais. [S. l.], 14
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ml. Acesso em: 7 maio 2022;

PIMENTA, Tatiana. Quetiapina: um tratamento para transtorno bipolar. [S. l.], 17


ago. 2020. Disponível em: https://www.vittude.com/blog/quetiapina/. Acesso em: 7
maio 2022;
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RAMIREZ, Dr. Gonzalo. Quetiapina: para que serve, como tomar e efeitos
colaterais. [S. l.], maio 2021. Disponível em: https://www.tuasaude.com/seroquel/.
Acesso em: 7 maio 2022;

MUXFELDT, Pedro. Quetiapina: indicações e efeitos colaterais. [S. l.], 10 abr.


2017. Disponível em:
https://saude.ccm.net/faq/8537-quetiapina-indicacoes-e-efeitos-colaterais. Acesso
em: 8 maio 2022

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