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Ciências Morfofuncionais

dos Sistemas Nervoso e


Cardiorrespiratório
Profa. Carla da Silva Machado
E-mail: carla.smachado@kroton.com.br

Governador Valadares
2022
UNIDADE 2: SISTEMA NERVOSO
PERIFÉRICO E AS SUAS RELAÇÕES

SEÇÃO 2.3 – FÁRMACOS COM ATUAÇÃO NO


SISTEMA NERVOSO CENTRAL E AUTÔNOMO
FÁRMACOS X SISTEMA NERVOSO
A grande maioria de fármacos que atuam no Sistema Nervoso
Central altera alguma etapa no processo de neurotransmissão.
Alguns fármacos atuam pré-sinapticamente e influenciam na
produção, no armazenamento, na liberação ou no término da
ação dos neurotransmissores, enquanto outros podem ativar ou
bloquear os receptores pós-sinápticos.
FÁRMACOS X SISTEMA NERVOSO
FÁRMACOS ANSIOLÍTICOS, SEDATIVOS E HIPNÓTICOS
A ansiedade é considerada um estado de tensão, apreensão e
inquietação, e os distúrbios que a envolvem são considerados como
as alterações mentais mais comuns. Um agente sedativo eficaz
(ansiolítico) deve reduzir a ansiedade e exercer um efeito calmante.
Os medicamentos mais utilizados atualmente para o tratamento são
os benzodiazepínicos e barbitúricos.
FÁRMACOS X SISTEMA NERVOSO
FÁRMACOS ANSIOLÍTICOS, SEDATIVOS E HIPNÓTICOS
Os principais fármacos utilizados para o controle da ansiedade
são os benzodiazepícos e barbitúricos, todos atuando em nível
do receptor GABAA. O ácido γ-aminobutírico (GABA) é o
principal neurotransmissor inibitório do Sistema Nervoso Central,
atuando em nível de três receptores, sendo o GABAA o mais
abundante.
FÁRMACOS X SISTEMA NERVOSO
FÁRMACOS ANSIOLÍTICOS, SEDATIVOS E HIPNÓTICOS
BENZODIAZEPÍNICOS
Todos os benzodiazepínicos atuam como moduladores do GABA,
aumentando a afinidade desse neurotransmissor pelo receptor
GABAA, intensificando o influxo de Cl- para os neurônios. Quando
utilizados como hipnóticos, os benzodiazepínicos aumentam o ciclo
do sono com movimentos oculares rápidos (REM), prolongando o
tempo total de sono.
FÁRMACOS X SISTEMA NERVOSO
FÁRMACOS ANSIOLÍTICOS, SEDATIVOS E HIPNÓTICOS
BENZODIAZEPÍNICOS
Os principais efeitos colaterais dos benzodiazepínicos são
fraqueza, visão borrada, vertigem, desconfortos intestinais,
sonolência, prejuízo às habilidades psicomotoras, comprometimento
cognitivos, hipotonia e aumento do risco de fratura.
FÁRMACOS X SISTEMA NERVOSO
FÁRMACOS ANSIOLÍTICOS, SEDATIVOS E HIPNÓTICOS
BENZODIAZEPÍNICOS
A maioria das interações medicamentosas clinicamente
relevantes com fármacos benzodiazepínicos envolve a indução
ou inibição de enzimas hepáticas ou efeitos aditivos com outros
depressores do Sistema Nervoso Autônomo (SNA), como etanol.
FÁRMACOS X SISTEMA NERVOSO
FÁRMACOS ANSIOLÍTICOS, SEDATIVOS E HIPNÓTICOS
BARBITÚRICOS
Após a introdução dos benzodiazepínicos no mercado, houve larga
substituição dos barbitúricos como fármacos sedativos e hipnóticos,
tendo indicação principalmente como anticonvulsivantes e anestésicos.
Os fármacos barbitúricos intensificam a ligação do GABA aos
receptores GABAA, aumentando os períodos durante os quais esse
canal fica aberto. O resultado dessas características é a depressão em
todos os graus do Sistema Nervoso Central (SNC).
FÁRMACOS X SISTEMA NERVOSO
FÁRMACOS ANSIOLÍTICOS, SEDATIVOS E HIPNÓTICOS
BARBITÚRICOS
O efeito hipnótico dos barbitúricos é semelhante aos
benzodiazepínicos, com diminuição da latência, aumento do tempo
total de sono e redução do tempo do sono REM. Desenvolvem
rápida tolerância, podendo provocar intoxicação grave em casos de
overdose com risco de morte por depressão respiratória.
FÁRMACOS X SISTEMA NERVOSO
ANTICONVULSIVANTES
A epilepsia é síndrome cerebral crônica de diversas etiologias,
caracterizada por manifestações recorrentes clinicamente diversificadas,
entre as quais figuram as convulsões. A maioria dos pacientes com
epilepsia não obtém remissão espontânea de sinais e sintomas. Logo,
os antiepilépticos são prescritos para prevenir a recorrência de crises. O
propósito do tratamento é propiciar melhor qualidade de vida para o
paciente, com melhor controle das crises e o mínimo de efeitos
adversos.
FÁRMACOS X SISTEMA NERVOSO
ANTICONVULSIVANTES
O passo mais importante para o sucesso
terapêutico é a correta identificação do tipo
de epilepsia, e os
vários anticonvulsivantes agem por
diversos mecanismos que podem ou não
favorecer em cada situação específica. A
escolha do antiepiléptico deve levar em
consideração efeitos adversos, tolerância
individual, facilidade de administração e
custo do tratamento. Há consenso de que
o tratamento da epilepsia deva ser iniciado
com agente único. A monoterapia reduz
riscos de toxicidade e teratogenicidade,
elimina problemas de interação
farmacológica, melhora a adesão dos
pacientes e simplifica a avaliação da
resposta terapêutica.
FÁRMACOS X SISTEMA NERVOSO
ANTIDEPRESSIVOS
O antidepressivo é um medicamento de origem psiquiátrica indicada no
tratamento dos transtornos do estado do ânimo e do humor. Ao contrário
do que o seu nome sugere, os antidepressivos não servem apenas para
tratar a depressão; eles também podem ser usados em outros distúrbios
psiquiátricos, tais como transtorno bipolar, transtornos de ansiedade,
transtorno obsessivo-compulsivo, estresse pós-traumático, e até em
doenças orgânicas, como a fibromialgia e tensão pré-menstrual.
FÁRMACOS X SISTEMA NERVOSO
ANTIDEPRESSIVOS
Existem 6 grandes classes de antidepressivos:

•Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS).


•Inibidores seletivos da recaptação da serotonina e da noradrenalina
(ISRSN ou SNRI).
•Antidepressivos tricíclicos.
•Antidepressivos tetracíclicos.
•Inibidores da enzima monoamina oxidase (MAO).
•Antidepressivos atípicos.
FÁRMACOS X SISTEMA NERVOSO
ANTIDEPRESSIVOS
Os primeiros antidepressivos foram descobertos na metade do
século XX. Com o passar do tempo, novas classes de
antidepressivos foram sendo desenvolvidas, e com a diminuição dos
efeitos colaterais, o seu uso se popularizou. Em países da Europa
cerca de 3 a 7% da população usam corriqueiramente algum tipo de
antidepressivo entre as dezenas de drogas diferentes que se
encaixam neste grupo.
FÁRMACOS X SISTEMA NERVOSO
FÁRMACOS COM ATUAÇÃO NO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
Os fármacos que atuam no Sistema Nervoso Periférico Autônomo
(SNPA) são divididos em dois grupos, de acordo com o tipo de
neurônio que está envolvido nos mecanismos de ação:

Esses fármacos colinérgicos e adrenérgicos podem atuar


estimulando ou bloqueando os receptores do SNPA.
FÁRMACOS X SISTEMA NERVOSO
FÁRMACOS COM ATUAÇÃO NO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
AGONISTAS COLINÉRGICOS
Esses fármacos são divididos em dois tipos: agonistas colinérgicos
de ação direta, que mimetizam ou imitam os efeitos da acetilcolina,
ligando-se diretamente aos colinoceptores; e agonistas
colinérgicos de ação indireta, nos quais o tempo de sobrevida da
acetilcolina produzida de forma endógena nos terminais nervosos
colinérgicos resultará no acúmulo de acetilcolina na fenda sináptica.
FÁRMACOS X SISTEMA NERVOSO
FÁRMACOS COM ATUAÇÃO NO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
ANTAGONISTAS COLINÉRGICOS
Os antagonistas colinérgicos ligam-se aos colinorreceptores, mas
não causam os efeitos intracelulares, que são mediados pelos
receptores. Esses fármacos bloqueiam seletivamente as sinapses
muscarínicas dos nervos parassimpáticos, interrompendo, dessa
forma, os efeitos da inervação parassimpática e, consequentemente,
a estimulação simpática ficará sem oposição.
FÁRMACOS X SISTEMA NERVOSO
FÁRMACOS COM ATUAÇÃO NO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
AGONISTAS ADRENÉRGICOS
Esses fármacos atuam nos receptores estimulados pela
norepinefrina e epinefrina, sendo chamados de
simpaticomiméticos. No Sistema Nervoso Periférico Autônomo
Simpático, existem, principalmente, duas classes de receptores α e
β, sendo subdivididos em: α1, α2, β1 e β2. Os órgãos e os tecidos
tendem a ter predominância de um tipo de receptor, enquanto
outros tecidos podem ter a exclusividade de um tipo de receptor.
FÁRMACOS X SISTEMA NERVOSO
FÁRMACOS COM ATUAÇÃO NO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
ANTAGONISTAS ADRENÉRGICOS
Esses fármacos ligam-se
reversível ou irreversivelmente ao
receptor, evitando, assim, a sua
ativação. Os fármacos que
bloqueiam os receptores α vão
afetar a pressão arterial,
reduzindo o tônus simpático dos
vasos sanguíneos, resultando,
então, em menor resistência
vascular periférica, enquanto os
receptores β reduzem também a
pressão arterial na hipertensão,
mas não causam a hipotensão
postural.
DROGAS X SISTEMA NERVOSO
DROGAS DEPRESSORAS DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL
Os Depressores da Atividade do Sistema Nervoso Central (SNC),
referem-se ao grupo de substâncias que diminuem a atividade do
cérebro, ou seja, deprimem o seu funcionamento, fazendo com que a
pessoa fique "desligada", "devagar", desinteressada pelas coisas.
Esse grupo de substâncias é também chamado de psicolépticos.

As substâncias que compõem o grupo de Depressores do SNC são:

•Álcool
•Inalantes/solventes
•Ansiolíticos
•Barbitúricos
•Opiáceos
DROGAS X SISTEMA NERVOSO
DROGAS ESTIMULANTES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL

Os Estimulantes da Atividade do Sistema Nervoso


Central referem-se ao grupo de substâncias que aumentam a
atividade do cérebro. Ou seja, estimulam o seu funcionamento,
fazendo com que a pessoa fique mais "ligada", "elétrica", sem sono.
Esse grupo de substâncias é também chamado de psicoanalépticos,
nooanalépticos, timolépticos.

As substâncias que compõem o grupo de Estimulantes do SNC são:

•Cafeína
•Nicotina
•Anfetamina
•Cocaína
DROGAS X SISTEMA NERVOSO
DROGAS PERTURBADORAS DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL
Os Perturbadores da Atividade do Sistema Nervoso
Central referem-se ao grupo de substâncias que
modificam qualitativamente a atividade do cérebro. Ou
seja, perturbam, distorcem o seu funcionamento, fazendo com que a
pessoa passe a perceber as coisas deformadas, parecidas com as
imagens dos sonhos. Esse grupo de substâncias é tambem chamado
de alucinógenos, psicodélicos, psicoticomiméticos, psicodislépticos,
psicometamórficos, alucinantes.

As substâncias que compõem o grupo de Perturbadores do SNC são:


•Anticolinérgicos – medicamentos e plantas
•Maconha
•Cogumelo
•Êxtase
•LSD-25
FÓRUM DE
DISCUSSÃO
1 (300 pontos) Os riscos causados pela interação entre
álcool e medicamentos são amplamente conhecidos.
Como futuro profissional de saúde, pesquise e descreva
os principais riscos de se associar os benzodiazepínicos
(como clonazepam e diazepam) ao álcool.

Link atividade:
https://docs.google.com/forms/d/1lUQ1oncSA76Kd1zN_uMQx3
f9AemYPkAfnKrTPhJMFS4/edit?usp=sharing

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