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Gravidez e Lactação

Matheus Lima de Oliveira MSc


Professor adjunto Pitágoras
http://lattes.cnpq.br/2819396811208570
A Fertilização do Óvulo

Depois que o homem ejacula sêmen na vagina da mulher durante a relação


sexual, alguns espermatozoides são transportados, de 5 a 10 minutos, na direção
ascendente da vagina e através do útero e das trompas de Falópio até as
ampolas das trompas de Falópio.

Esse transporte dos espermatozoides é auxiliado por contrações do útero e das


trompas de Falópio, estimuladas por prostaglandinas no líquido seminal masculino
e também por ocitocina liberada pela hipófise posterior da mulher durante o seu
orgasmo.
O TRANSPORTE DO OVO FERTILIZADO NA TROMPA

Depois de ocorrida a fertilização, normalmente são necessários outros 3 a 5 dias


para o transporte do ovo fertilizado pelo restante da trompa de Falópio até a
cavidade uterina.

Esse transporte lento do ovo fertilizado pela trompa de Falópio permite a ocorrência
de diversos estágios de divisão celular antes que ele — agora denominado
blastocisto, com cerca de 100 células — entre no útero.
A IMPLANTAÇÃO DO BLASTOCISTO NO ÚTERO

Depois de atingir o útero, o blastocisto em desenvolvimento, geralmente,


permanece na cavidade uterina por mais 1 a 3 dias antes de se implantar no
endométrio; assim, a implantação normalmente ocorre em torno do quinto ao
sétimo dia depois da ovulação.

A implantação resulta da ação de células trofoblásticas que se desenvolvem na


superfície do blastocisto.

Uma vez tendo ocorrido a implantação, as células trofoblásticas e outras células


adjacentes (do blastocisto e do endométrio uterino) proliferam rapidamente,
formando a placenta e as diversas membranas da gravidez.
ANATOMIA E FUNÇÃO DA PLACENTA

Enquanto os cordões trofoblásticos dos blastocistos estão se ligando ao útero,


capilares sanguíneos crescem nos cordões do sistema vascular do novo embrião
em formação.

• Em torno de 21 dias após a fertilização, o sangue também começa a ser


bombeado pelo coração do embrião humano.

Nutrientes e outras substâncias atravessam essa membrana placentária


basicamente por difusão.
ANATOMIA E FUNÇÃO DA PLACENTA

• A principal função da placenta é proporcionar difusão de nutrientes e oxigênio


do sangue materno para o sangue do feto e difusão de produtos de excreção
do feto de volta para a mãe.

Para fornecer alto nível de glicose, as células trofoblásticas que revestem as


vilosidades placentárias proporcionam difusão facilitada de glicose através da
membrana placentária, ou seja, a glicose é transportada por moléculas
transportadoras nas células trofoblásticas da membrana.
FATORES HORMONAIS NA GRAVIDEZ

Na gravidez, a placenta forma quantidades especialmente grandes de:

• Gonadotropina coriônica humana


• Estrogênios
• Progesterona
• Somatomamotropina coriônica humana
A Função da Gonadotropina Coriônica Humana

A sua função mais importante é evitar a involução do corpo lúteo ao final do ciclo
sexual feminino mensal. Em vez disso, faz com que o corpo lúteo secrete
quantidades ainda maiores de seus hormônios sexuais — progesterona e
estrogênios — pelos próximos meses.

Esses hormônios sexuais impedem a menstruação e fazem com que o


endométrio continue a crescer e armazenar grandes quantidades de nutrientes.

Se o corpo lúteo for removido antes de aproximadamente sete semanas de


gestação, quase sempre ocorrerá aborto espontâneo, às vezes até a 12a semana.
A Gonadotropina Coriônica Humana Estimula a Produção de
Testosterona pelos Testículos Fetais do Macho.

A gonadotropina coriônica humana também exerce efeito estimulador das


células intersticiais nos testículos do feto masculino, resultando na produção
de testosterona em fetos masculinos até o nascimento.

 Essa pequena secreção de testosterona durante a gestação é que faz com


que os órgãos sexuais masculinos cresçam no feto em vez de órgãos
sexuais femininos.
A Função do Estrogênio na Gravidez

Durante a gravidez, as quantidades extremas de estrogênios causam:

(1) aumento do útero materno;


(2) aumento das mamas maternas e crescimento da estrutura dos ductos da
mama;
(3) aumento da genitália externa feminina da mãe.

Os estrogênios também relaxam os ligamentos pélvicos da mãe, assim as


articulações sacroilíacas ficam relativamente maleáveis; e a sínfise pubiana,
elástica. Essas mudanças facilitam a passagem do feto pelo canal de parto.
A Função do Progesterona na Gravidez

Os efeitos especiais da progesterona, essenciais à progressão normal da


gravidez, são os seguintes:

• A progesterona diminui a contratilidade do útero grávido, evitando, assim, que


contrações uterinas causem aborto espontâneo.

• A progesterona, secretada durante a gravidez, ajuda o estrogênio a preparar


as mamas da mãe para a lactação.
SOMATOMAMOTROPINA CORIÔNICA HUMANA

• Começa a ser secretada pela placenta em torno da quinta semana de


gestação.

• A somatomamotropina coriônica humana diminui a sensibilidade à insulina e


a utilização de glicose pela mãe, disponibilizando, assim, quantidades
maiores de glicose ao feto.

• Como a glicose é o principal substrato usado pelo feto para fornecer energia
ao seu crescimento, a possível importância desse efeito hormonal é óbvia.
A Resposta do Corpo Materno à Gravidez

O Ganho de Peso na Gestante

Em média, a gestante engorda durante a gravidez cerca de 11 kg a 15 kg, e


grande parte desse ganho de peso ocorre nos últimos dois trimestres.

Durante a gravidez, a mulher normalmente sente mais vontade de comer, em


parte como consequência da remoção de substratos alimentares do sangue
materno pelo feto e em parte devido a fatores hormonais.
PARTO

Parto significa o nascimento do bebê. Ao final da gravidez, o útero fica


progressivamente mais excitável, até que, por fim, desenvolve contrações
rítmicas tão fortes que o bebê é expelido.

Atividade uterina

(1) mudanças hormonais progressivas que aumentam a excitabilidade da


musculatura uterina;
(2) mudanças mecânicas progressivas.
A Ocitocina Causa Contração do Útero

• A musculatura uterina aumenta seus receptores de ocitocina e, portanto,


aumenta sua sensibilidade a uma determinada dose de ocitocina nos últimos
meses de gravidez.

• A secreção de ocitocina pela neuro-hipófise é, consideravelmente, maior no


momento do parto
Os Fatores Mecânicos que Aumentam a Contratilidade Uterina

• Distensão da Musculatura Uterina

• Distensão ou Irritação do Colo Uterino


LACTAÇÃO

DESENVOLVIMENTO DAS MAMAS

• As mamas começam a se desenvolver na puberdade.

Esse desenvolvimento é estimulado pelos estrogênios do ciclo sexual


feminino mensal; os estrogênios estimulam o crescimento da parte glandular
das mamas, além do depósito de gordura que dá massa às mamas.

Ocorre crescimento bem mais intenso durante o estado de altos níveis de


estrogênio da gravidez, e só então o tecido glandular fica inteiramente
desenvolvido para a produção de leite.
Os Estrogênios Estimulam o Crescimento do
Sistema de Ductos das Mamas

• Durante toda a gravidez, a grande quantidade de estrogênios secretada pela


placenta faz com que o sistema de ductos das mamas cresça e se ramifique.

Quatro outros hormônios são igualmente importantes para o crescimento do


sistema de ductos: hormônio do crescimento, prolactina, os glicocorticoides
adrenais e insulina.
A PROLACTINA PROMOVE A LACTAÇÃO

A prolactina é secretada pela hipófise anterior materna, e sua concentração no


sangue da mãe aumenta uniformemente a partir da quinta semana de gravidez
até o nascimento do bebê, época em que já aumentou de 10 a 20 vezes o nível
normal não grávido.

• Embora o estrogênio e a progesterona sejam essenciais ao desenvolvimento


físico das mamas durante a gravidez, um efeito especial de ambos esses
hormônios é inibir a verdadeira secreção de leite.
A PROLACTINA PROMOVE A LACTAÇÃO

O líquido secretado, nos últimos dias antes e nos primeiros dias após o parto, é
denominado colostro, que contém, essencialmente, as mesmas concentrações de
proteínas e lactose do leite, mas quase nenhuma gordura, e sua taxa máxima de
produção é cerca de 1/100 da taxa subsequente de produção de leite.

Imediatamente depois que o bebê nasce, a perda súbita tanto de secreção de


estrogênio quanto de progesterona da placenta permite que o efeito lactogênico
da prolactina da hipófise materna assuma seu papel natural de promotor da
lactação.
O PROCESSO DE EJEÇÃO

• O leite é secretado de maneira contínua nos alvéolos das mamas, mas não
flui facilmente dos alvéolos para o sistema de ductos e, portanto, não vaza
continuamente pelos mamilos.

Em vez disso, o leite precisa ser ejetado dos alvéolos para os ductos, antes
de o bebê poder obtê-lo. Essa ejeção é causada por um reflexo neurogênico
e hormonal combinado, que envolve o hormônio hipofisário posterior
ocitocina.
O PROCESSO DE EJEÇÃO

• Quando o bebê suga, ele não recebe quase nenhum leite por mais ou
menos 30 segundos.

Primeiramente, é preciso que impulsos sensoriais sejam transmitidos através


dos nervos somáticos dos mamilos para a medula espinal da mãe e, então,
para o seu hipotálamo, onde desencadeiam sinais neurais que promovem a
secreção de ocitocina, ao mesmo tempo em que causam secreção de
prolactina.
O PROCESSO DE EJEÇÃO

O ato de sugar uma mama faz com que o leite flua não só naquela mama, mas
também na oposta. É especialmente interessante que, quando a mãe pensa no
bebê ou o escuta chorar, muitas vezes isso proporciona um sinal emocional
suficiente para o hipotálamo provocar a ejeção de leite.

A Inibição da Ejeção de Leite

Um problema particular na amamentação vem do fato de que diversos fatores


psicogênicos ou até mesmo a estimulação generalizada do sistema nervoso
simpático em todo o corpo materno possam inibir a secreção de ocitocina.
Composição do leite
Anticorpos e Outros Agentes Anti-infecciosos no Leite

Não só o leite fornece ao recém-nascido os nutrientes adequados, como


também proporciona uma proteção importante contra infecções.

Vários tipos de anticorpos e outros agentes anti-infecciosos são secretados no


leite, em conjunto com outros nutrientes. Além disso, diversos tipos de leucócito
são secretados, incluindo neutrófilos e macrófagos, alguns dos quais são
especialmente letais a bactérias que poderiam causar infecções mortais aos
recém-nascidos.
Benefícios da amamentação para o bebê e a mãe

A amamentação exclusiva até os seis meses traz muitos benefícios para o bebê
e a mãe. A principal delas é a proteção contra infecções gastrointestinais. O
início precoce do aleitamento materno, dentro de 1 hora após o nascimento,
protege o recém-nascido de adquirir infecções e reduz a mortalidade neonatal.

O risco de mortalidade devido à diarreia e outras infecções pode aumentar em


bebês que são parcialmente amamentados ou que não amamentaram.
Benefícios da amamentação para o bebê e a mãe

• Crianças e adolescentes que foram amamentados quando bebês têm menos


probabilidade de apresentar sobrepeso ou obesidade. Além disso, têm melhor
desempenho em testes de inteligência e têm frequência escolar superior.

A amamentação de longa duração também contribui para a saúde e o bem-


estar das mães: reduz o risco de câncer de ovário e de mama e ajuda a
espaçar gestações - a amamentação exclusiva de bebês com menos de seis
meses tem um efeito hormonal que geralmente induz a falta de menstruação.

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