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Psicofarmacologia básica

Fármacos Antidepressivos, Ansiolíticos,


Sedativos e Hipnóticos
Índice
Abertura Fármacos Antidepressivos, Ansiolíticos, Sedativos e
Hipnóticos............................................................................................................................. 3

Situação-Problema...........................................................................................................5

Introdução ao Tratamento Antidepressivo........................................................ 6

Antidepressivos..................................................................................................................8
1. Inibidores da recaptação de monoaminas........................................... 8
2. Inibidores seletivos da recaptação de serotonina............................ 8
3. Inibidores da Recaptação de Serotonina-Noradrenalina
(DUAIS).......................................................................................................................14
4. Tricíclicos.................................................................................................................. 17

Outros Antidepressivos..................................................................................................21

Conectando os Pontos...................................................................................................25

Materiais Complementares.........................................................................................26

Referências Bibliográficas........................................................................................... 27
Abertura Fármacos Antidepressivos,
Ansiolíticos, Sedativos e Hipnóticos

Seja bem-vindo(a) à Unidade - Fármacos antidepressivos, ansiolíticos, sedativos e


hipnóticos.

No vídeo a seguir, o médico psiquiatra, Felipe Branco Arcadepani, apresentará os conteúdos


que serão discutidos nesta unidade. 

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Abertura Fármacos Antidepressivos, Ansiolíticos, Sedativos e
Hipnóticos
https://player.vimeo.com/video/815342892?h=ec21d70e24

Ao final desta unidade, você estará apto a:

1 Reconhecer conceitos básicos de psicofarmacologia.

2 Identificar as características farmacocinéticas e farmacodinâmicas dos principais


psicotrópicos.

3 Aplicar o conhecimento adquirido na condução dos principais transtornos


psiquiátricos.

Bons estudos! 

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Situação-Problema

S I T U A Ç Ã O - P RO B L E M A

Uma mulher de 35 anos procura atendimento em saúde mental devido ao quadro de tristeza,
anedonia, sensação de falta de energia, choro fácil, redução do apetite e insônia (“Eu deito às
22h, durmo em 30 minutos, porém me levanto às 03h e não consigo mais dormir”) há cerca
de 1 ano. 

Paciente diz que procurou atendimento com outro médico que lhe prescreveu escitalopram
10mg pela manhã, porém diz que fez uso da medicação por 3 dias, sem melhora do quadro e
interrompeu o tratamento. Hoje, diz que não está em uso de medicações.   

Nega a ocorrência de episódios de euforia, disforia, pensamentos acelerados ou qualquer


sintoma maniforme durante a vida. Não exterioriza pensamentos delirantes ou alucinações
em consulta.  

Com base no caso acima, reflita:

1 Qual seria a principal hipótese diagnóstica?

2 O tratamento com escitalopram foi válido?

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Introdução ao Tratamento Antidepressivo

De acordo com a literatura atual, pacientes diagnosticados com um episódio depressivo


devem ser submetidos ao tratamento, seja ele farmacológico ou não farmacológico. A ideia
do tratamento é evitar a progressão dos sintomas, bem como remitir os sintomas e ajudar o
paciente a recuperar sua funcionalidade. 

Um indivíduo submetido a um tratamento para depressão pode alcançar uma melhora de


50% nos sintomas  e isso é denominado resposta. São pacientes que melhoraram com o
tratamento, porém ainda não atingiram o objetivo final que seria a remissão total dos
sintomas. A associação de tratamentos farmacológicos e não farmacológicos está relacionada
à melhora no quadro de pacientes com depressão. 

E V I D Ê N C I A C I E N T Í FI C A

Diversos estudos buscam avaliar a resposta aos tratamentos para depressão, como o estudo
STAR*D (Sequenced Treatment Alternatives to Relieve Depression). Tais estudos mostram
que cerca de um terço desses pacientes obtém remissão total em seu quadro durante o
primeiro tratamento para depressão. 

Além disso, mostram que até mesmo após 1 ano de tratamento com uma sequência de
quatro antidepressivos diferentes, cada um deles por 12 semanas, somente cerca de dois
terços dos pacientes deprimidos apresentam remissão do quadro. 

Pode-se perceber que a ocorrência de sintomas residuais (ausência de remissão completa


devido à persistência de algum sintoma) é comum e está correlacionada com recidivas dos
sintomas depressivos, bem como piora da qualidade de vida do indivíduo.   

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Os dados apresentados acima mostram a importância de obter-se remissão de todos os
sintomas, sempre que possível, e procurar intervir o mais cedo possível no quadro, a fim de
melhorar a qualidade de vida do paciente e promover seu bem-estar.

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Antidepressivos

Inibidores da recaptação de monoaminas 


Os antidepressivos clássicos buscam bloquear um ou mais dos transportadores de serotonina,
noradrenalina e/ou dopamina, promovendo uma melhora na neurotransmissão
catecolaminérgica. Tal ação baseia-se na hipótese monoaminérgica da depressão, segundo a
qual as monoaminas estão de cientes nos quadros de depressão.

 Sabe-se que a depressão é uma doença complexa, multifatorial, que não

pode ser simplesmente resumida à hipótese monoaminérgica. 

Outra teoria que envolve a depressão é a da suprarregulação de receptores. Pensa-se que os


antidepressivos teoricamente revertem essa suprarregulação patológica dos receptores com

o passar do tempo.

Inibidores seletivos da recaptação de


serotonina
Como o próprio nome já diz, são fármacos capazes de bloquear o transportador de
serotonina. Tal bloqueio leva a um aumento da quantidade e do tempo de permanência da
serotonina na fenda sináptica, otimizando as neurotransmissões serotoninérgicas.

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Existem seis fármacos principais neste grupo que compartilham a propriedade comum
de inibição da recaptação de serotonina (sertralina, fluoxetina, citalopram,
escitalopram, fluvoxamina, paroxetina). Entretanto, cada um desses seis fármacos
possui características farmacológicas próprias, que possibilitam sua diferenciação uns
dos outros.

Os seis Inibidores Seletivos de Recaptação de Serotonina (ISRS) compartilham um


mecanismo de ação comum, cada paciente reage de maneira muito diferente a um ISRS
em comparação com outro. Existem pessoas que apresentam uma resposta terapêutica a
determinado ISRS e não a outro, enquanto outras pessoas possuem efeitos colaterais com um
ISRS e não com outro. 

Ainda não possuímos uma explicação única para isso, todavia, existe sentido em
considerar que os ISRS possuem características diferentes entre si e isso explicaria as
diversas reações individuais dos pacientes a diferentes ISRS.

Sabe-se que os diferentes ISRS exercem ações farmacológicas secundárias além do bloqueio
do transportador de serotonina. Ainda não foi comprovado se esses perfis de ligação
secundários podem explicar as diferenças na eficácia e na tolerabilidade observadas em
pacientes individuais.  

Figura 1: Inibidores seletivos da recaptação de serotonina.

     

Fonte:  Adaptado de Vyacheslavikus. Modelo de infográfico de negócios. Design de linha fina com
números 6 opções ou etapas. [Image on the internet] Shutterstock; n/d [citado 2023 Mar 16].
Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/business-infographic-template-thin-
line-design-1478902046

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Fluoxetina

A fluoxetina é um fármaco que possui uma ação de antagonismo 5HT2C, o que é responsável por
algumas de suas características singulares. 
O antagonismo 5HT2C irá intensificar a liberação de noradrenalina e dopamina em determinadas
áreas e vias cerebrais.

O antagonismo de 5HT2C pode contribuir não apenas para as ações terapêuticas da fluoxetina, mas
também para o seu perfil de tolerabilidade. Tal característica é responsável pelo efeito ativador da
fluoxetina. 

Muitos pacientes referem um efeito energizante da fluoxetina devido à tal ação. Vale lembrar que, o
antagonismo 5HT2C pode contribuir para o fato de esse fármaco ser menos apropriado para
pacientes com agitação, insônia e ansiedade. 

Dose: 20mg a 80mg por dia.

Metabolização:  CYP 2D6 -> o que pode levar à interação farmacológica.

Principais efeitos colaterais:

Alterações gastrointestinais.

Piora da agitação e ansiedade principalmente no início do tratamento.

Insônia. 

Redução do apetite.

Sertralina

Tal fármaco possui algumas características peculiares como a inibição do transportador de dopamina
(DAT) e a ligação aos receptores sigma-1. É bom ressaltar que a ação inibitória sobre o DAT é
controversa. 

As ações sigma-1 da sertralina não estão bem elucidadas, mas pensa-se que podem contribuir para
reduzir a ansiedade. 

Dose: 50mg a 200mg por dia.

Metabolização:  CYP 2C9.

Principais efeitos colaterais:

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Alterações gastrointestinais.

Tremor.

Tontura.

Insônia. 

Redução da libido.

Paroxetina

A paroxetina tem por característica ser um fármaco mais sedativo e tranquilizador no início do
tratamento, em comparação com as ações mais ativadoras da fluoxetina e da sertralina discutidas
anteriormente. 

Tal característica pode estar correlacionada com sua função anticolinérgica.

Dose: 20mg a 60mg por dia.

Metabolização: CYP 2D6.

Principais efeitos colaterais:

Alterações gastrointestinais.

 Cansaço.

Fraqueza.

Insônia.

Sonolência.

Tontura.

Tremor. 

Observações: 

Aumenta risco de arritmias pelo prolongamento do intervalo QT. 

Pode prejudicar a cognição do paciente, principalmente idosos, devido à ação anticolinérgica. 

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Fluvoxamina

É um dos primeiros fármacos a serem lançados para o tratamento da depressão, apesar disso é mais
utilizado para o tratamento de transtornos ansiosos e transtorno obsessivo compulsivo. Tem
importante ação sigma-1, mais forte que a ação da sertralina. 

Dose: 50mg a 300mg por dia.

Metabolização: CYP 1A2 e 3A4.

Principais efeitos colaterais: 

Alterações gastrointestinais.

Cansaço.

Insônia.

Sonolência.

Nervosismo.

agitação. 

Observações: 

Aumenta risco de arritmias pelo prolongamento do intervalo QT.

Citalopram

É um fármaco bem tolerado, os achados no tratamento da depressão no idoso são favoráveis.

Vale lembrar que sua ação terapêutica é dose dependente, sendo inconsistente na menor dose, o
que costuma exigir o aumento da dose para otimizar o tratamento.

Todavia, o aumento da dose é limitado, em virtude do potencial de prolongamento do intervalo QT. 

Dose: 20mg a 40mg por dia.

Metabolização: CYP 3A4, CYP 2D6

Principais efeitos colaterais:

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Boca seca.

Náusea.

Insônia.

Sonolência.

Disfunção sexual.

Escitalopram

Consiste em um fármaco produzido a partir da retirada do enantiômero R indesejado do citalopram.


Essa manobra parece remover as propriedades anti-histamínicas, reduzindo o prolongamento do
intervalo QT. 

O escitalopram é um fármaco, cujas ações farmacológicas são quase todas explicadas, mais
provavelmente, pela inibição do transportador de serotonina. 

O escitalopram é considerado, talvez, o ISRS mais bem tolerado, com as menores taxas de interações
medicamentosas mediadas por CYP. 

Dose:  10mg a 20mg por dia.

Metabolização:  CYP 2C19.

Principais efeitos colaterais:

Náusea.

Insônia.

Sonolência.

Fadiga.

Disfunção sexual (redução da libido, ejaculação precoce).

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Inibidores da Recaptação de Serotonina-
Noradrenalina (DUAIS)
São fármacos que possuem uma dupla ação, atuam tanto inibindo a recaptação de
serotonina como também inibindo a recaptação de noradrenalina. Tal mecanismo de ação
visa ampliar o potencial de alcance dos fármacos, a fim de alcançar diversas regiões cerebrais

e diversos sistemas e vias monoaminérgicas.

E V I D Ê N C I A C I E N T Í FI C A

A literatura discute se as taxas de remissão são mais altas com DUAIS, quando comparados
com inibidores seletivos de recaptação de serotonina. 

É importante ressaltar que os DUAIS apresentam eficácia bem definida e estabelecida no


tratamento de diversas síndromes dolorosas.

Além disso, podem ter maior eficácia no tratamento dos sintomas vasomotores associados à
perimenopausa, embora esse efeito não esteja tão bem estabelecido.

Os DUAIS exercem uma terceira ação sobre a dopamina no córtex pré-frontal, mas não em
outras áreas do cérebro. Assim, os DUAIS não apenas inibem a recaptação de serotonina e
noradrenalina em todo o cérebro, potencializando as neurotransmissões serotoninérgicas
e noradrenérgicas, mas também reforçam a dopamina no córtex pré-frontal.

Tal mecanismo de reforço da dopamina está associado à melhora de vários sintomas da


depressão e consiste em uma vantagem teórica para a farmacologia dos DUAIS e sua e cácia
no tratamento. Veja a seguir mais detalhes sobre esses fármacos.

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Figura 2: Inibidores da Recaptação de Serotonina-Noradrenalina (DUAIS).

  

Fonte: Adaptado de zmicier kavabata. Modelo de infográ co 3D abstrato com 3 etapas para o

sucesso. Modelo de círculo de negócios com opções para brochura, diagrama, uxo de trabalho,

cronograma, web design. Vetor EPS 10. [Image on the internet] Shutterstock; n/d [citado 2023 Mar 16].

Disponível em: https: //www.shutterstock.com/pt/image-vector/abstract-3d-infographic-template-3-

steps-1242525721

Venlafaxina

Corresponde a um fármaco dose dependente, ou seja, doses menores, até 150mg, têm uma função
predominante de inibir o transportador de serotonina e após tal dose, há um reforço noradrenérgico. 

Dose: 75mg a 225mg por dia.

Metabolização: CYP 2D6.

Principais efeitos colaterais:

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Náusea.

Insônia.

Tremor.

Boca seca.

Sudorese.

Desvenlafaxina

Corresponde ao metabolito ativo da venlafaxina após ser convertida em desvenlafaxina pela CYP
2D6. 

A desvenlafaxina tem maior ação inbitória sobre o transportador de noradrenalina do que de


serotonina.
Normalmente, após a administração de venlafaxina, os níveis plasmáticos do fármaco correspondem
a cerca da metade daqueles da desvenlafaxina, entretanto, isto depende de cada indivíduo, sendo
algo variável.   

Dose:  50mg a 200mg por dia.

Metabolização: CYP 3A4.

Principais efeitos colaterais:

Náusea.

Insônia.

Tremor.

Boca seca.

Sudorese.

Constipação intestinal.

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Duloxetina

Tal fármaco tem como característica agir inibindo de forma mais potente o transportador de
serotonina do que o de noradrenalina. 
Estudos realizados com duloxetina guiaram as mudanças nos tratamentos para síndromes
dolorosas. 
Assim, a duloxetina apresenta eficácia estabelecida não apenas na depressão e na dor crônica, mas
também em pacientes com sintomas físicos dolorosos crônicos da depressão. 

Dose: 30mg a 120mg por dia.

Metabolização:  CYP 1A2 e CYP 2D6.

Principais efeitos colaterais:

Náusea.

Insônia.

Tremor.

Boca seca.

Sudorese.

Constipação intestinal. 

Tricíclicos
São fármacos que possuem tal denominação devido à existência de três anéis aromáticos em
sua composição química. Possuem como ação bloquear a recaptação de serotonina e
noradrenalina concomitantemente. 

Alguns tricíclicos são mais intensos na recaptação de serotonina, outros na de noradrenalina.


Existem diversos antidepressivos tricíclicos, porém iremos abordar os 3 principais,
amitriptilina, nortriptilina e clomipramina. 

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Figura 3:  Antidepressivos tricíclicos.

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Fonte:  Adaptado de Ammus. Business infographic thin line process with square template design

with icons and 5 options or steps. Vector illustration. [Image on the internet] Shutterstock; n/d [citado

2023 Mar 16]. Disponível em: https: //www.shutterstock.com/image-vector/business-infographic-thin-

line-process-square-1710017758

Amitriptilina

Possui uma ação equilibrada e praticamente equiparável na recaptação de serotonina e


noradrenalina.  

Dose: 75mg a 300mg por dia.

Metabolização:  CYP 2D6.

Principais efeitos colaterais:

Tontura. 

Sonolência. 

Ganho de peso. 

Aumento de intervalo QT. 

Delirium.

Boca seca. 

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Observações:

Um ótimo fármaco para atuar na via da dor e reduzir a percepção de dor pelo indivíduo, por
bloquear canais de sódio. 

Tem importante ação antagonista alfa 2, antagonista H1 e antagonista colinérgica -> tais ações
produzem diversos efeitos colaterais.

É o antidepressivo com maior efeito anticolinérgico. 

Nortriptilina

Fármaco que possui maior ação ao inibir a receptação de noradrenalina.

Dose:  entre 50mg e 150mg por dia.

Metabolização:  CYP 2D6.

Principais efeitos colaterais:  

Boca seca.

Constipação intestinal.

Ganho de peso.

Tremores.

Sonolência.

Observação:  Dos antidepressivos tricíclicos, é o que possui menor ação anticolinérgica.

Clomipramina

Fármaco com maior potencial de bloquear a recaptação de serotonina. 

Dose:  entre 75mg e 250mg por dia.

Metabolização: CYP 2D6.

Principais efeitos colaterais: 

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Boca seca.

Constipação intestinal.

Ganho de peso.

Tremores.

Sonolência.

Observação: Fármaco com ótima ação no Transtorno Obsessivo Compulsivo.

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Outros Antidepressivos

Veja a seguir, outros antidepressivos.

Antidepressivos 1

Bupropiona

Corresponde a um fármaco inibidor da recaptação de noradrenalina e dopamina.

Dose: entre 150mg e 300mg por dia. 

Indicações:

Depressão unipolar.

Depressão bipolar.

TDAH.

Dependência de nicotina.

Tratar disfunção sexual secundária a medicações.

Principais efeitos Colaterais:

Tremores.

Inquietude, é um fármaco extremamente ativador. 

Emagrecimento. 

Cefaleia.

Insônia.

Redução do limiar convulsivo, pode descompensar epilepsias.  21


Antidepressivos 2

Mirtazapina

Fármaco antagonista alfa 2, o que leva a um aumento na liberação de monoaminas


no Sistema Nervoso Central. 

O Receptor alfa 2 é pré-sináptico, o qual reduz a liberação de monoaminas, portanto,


quando antagonizado, aumenta a liberação de monoaminas no SNC. 

Dose: entre 15mg e 45mg.

Principais efeitos Colaterais:

Sonolência.

Aumento de apetite. 

Ganho de peso.

Antidepressivos 3

Trazodona

Corresponde a um inibidor da recaptação de serotonina e antagonismo 5HT2A. 

Dose: entre 50 e 300mg.

Principais efeitos Colaterais:

Priapismo.

Sonolência. 

Tontura.

Hipotensão postural. 

Ganho de peso.

Observação: É um antidepressivo que não está associado ao prejuízo em libido


como efeito colateral.  
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Antidepressivos 4

Agomelatina

Corresponde a um antidepressivo com ação por meio de receptores


melatoninérgicos. Além disso, possui uma ação antagonista 5HT2C. 

A melatonina é o neurotransmissor secretado pela glândula pineal, que atua


principalmente no núcleo supraquiasmático para regular os ritmos circadianos. A
depressão é uma doença que pode cursar com alteração do ritmo circadiano do
indivíduo. 

A ideia é que a agomelatina ajudaria a estabilizar o ritmo circadiano do indivíduo,


melhorando os sintomas da depressão.   

Dose: entre 25 e 50mg por dia. 

Efeitos colaterais: 

Parestesia. 

Cefaleia.

Visão turva. 

Insuficiência hepática.

Observação: É um fármaco que pode levar à hepatite fulminante, portanto, deve-se


monitorar a função hepática.

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Antidepressivos 5

Vortioxetina

Esta atua por meio dos três modos, combinando cinco ações farmacológicas: modo
de bloqueio de recaptação de serotonina, modo de receptor associado às proteínas G
(agonismo parcial de 5HT1A e 5HT1B/D, antagonismo de 5HT7) e modo de canal
iônico (antagonismo de 5HT3).  

Dose: entre 10 e 20mg. 

Principais efeitos Colaterais:

Tontura.

Alterações do sono. 

Náusea. 

Vômitos.

Alteração de trânsito intestinal.

Prurido.

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Conectando os Pontos

No vídeo a seguir, o médico psiquiatra,  Felipe Branco Arcadepani, sintetiza o que foi
abordado durante esta unidade.

Conectando os Pontos Fármacos Antidepressivos, Ansiolíticos,


Sedativos e Hipnóticos
https://player.vimeo.com/video/815343130?h=7c9b5e5e07

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Materiais Complementares

Caro(a) aluno(a),

Veja, a seguir, algumas sugestões de materiais que ajudarão a aprofundar seus


conhecimentos sobre fármacos antidepressivos, ansiolíticos, sedativos e hipnóticos, tema
desta unidade.

Antidepressant drugs act by directly binding to TRKB neurotrophin receptors 


Não está claro como a ligação de drogas antidepressivas a seus alvos dá origem ao efeito
antidepressivo clínico. Descobrimos que o domínio transmembranar do receptor de tirosina
quinase 2 (TRKB), o receptor do fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) que promove a
plasticidade neuronal e respostas antidepressivas, tem uma função de detecção de colesterol
que medeia os efeitos sinápticos do colesterol. Clique no botão ao lado para mais detalhes
sobre esse estudo.

CLIQUE AQUI

Side effects of antidepressants: An overview 


Os efeitos adversos dos medicamentos antidepressivos podem diminuir a adesão e retardar a
recuperação. Portanto, é crucial considerar os possíveis efeitos colaterais ao escolher um
antidepressivo. Embora não exista um antidepressivo perfeito que funcione rapidamente e
esteja completamente livre de reações adversas, os antidepressivos mais recentes são mais
seguros, mais bem tolerados e associados a uma menor taxa de abandono. Clique no botão
ao lado para mais detalhes sobre esse estudo. 

CLIQUE AQUI

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Referências

Cordioli AV, Gallois CB, Isolan L. Psicofármacos: consulta rápida. 5. ed. Porto Alegre: Artmed;
2015. 1024 p. 

Golan DE, Tashjian JR AH, Armstrong EJ, Armstrong AW. Princípios de farmacologia: a base
fisiopatológica da farmacologia. 3ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2014. 1889 p. 

Kaplan HI, Sadock BJ. Compêndio de Psiquiatria- Ciências do comportamento e psiquiatria


clínica. 11ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas; 2017. 1490 p. 

Stahl, SM. Psicofarmacologia: bases neurocientíficas e aplicações práticas. 4ª ed. Rio de


Janeiro, RJ: Guanabara Koogan; 2022. 568 p.

Meyer JS, Quenzer LF. Psychopharmacology: drugs, the brain, and behavior. 3ª ed. Oxford:

Oxford University Press; 2018. 864 p. 

27
Felipe Branco
Arcadepani
Lattes

e
ALBERT EINSTEIN
INSTITUTO ISRAELITA DE
ENSINO E PESQUISA
CENTRO DE EDUCA<;AO EM SAUDE
ABRAM SZAJMAN

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