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Introdução à psicofarmacologia

Introdução
Estudar psicofarmacologia enquanto futuros psicólogos é
conseguir compreender, para além do processo de
psicoterapia, as necessidades de nossos pacientes
/clientes. Ter o conhecimento sobre quais são e como
agem os psicofármacos nos auxilia a desenvolver um
melhor acompanhamento psicoterápico, com o suporte da
contenção química que, muitas vezes, é preciso a partir de
cada quadro clínico que nos é apresentado.
Serão momentos de aprendizado, reflexão e também
criticidade frente ao uso de psicofármacos e suas
indicações, efeitos e reações adversas, bem como
questionamentos referentes a sua implicação no
adoecimento, manipulação, docilização e cura dos corpos
adoecidos psiquicamente.
Bons estudos!

1 Introdução à psicofarmacologia
Aqui, iremos estudar os princípios gerais da psicofarmacologia, abordando sua contextualização histórica,
suas características frente à inserção no tratamento das doenças psíquicas, como estas agem no organismo,
bem como o que é a própria psicofarmacologia, formas que temos de melhor utilizá-la e também de fazer dela
um uso inapropriado, gerando reações e efeitos indesejáveis e não compatíveis com os benefícios que estas
podem promover na saúde psíquica e integral do ser humano que se encontra em sofrimento.
As descobertas na área da psicofarmacologia são datas por volta da década de 50 e emergiram como uma
grande aliada no tratamento das doenças mentais. As doenças psiquiátricas vêm tomando uma proporção
maior no cenário contemporâneo, havendo também a possibilidade de estas tornarem os indivíduos que as
vivem incapacitados para as funções laborais, o que, por vezes, acaba por gerar um efeito negativo para estes
indivíduos que sofrem e se veem incapazes de voltar a gerir suas vidas de forma autônoma.

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Saiba mais
A psicofarmacologia também vem atrelada aos novos diagnósticos
psiquiátricos, promovidos pelos manuais de transtornos mentais, em especial o
DSM, que está na 5° edição, DSM-V, o qual traz novos transtornos em sua
classificação de doenças psiquiátricas.

É pertinente estarmos atentos a todo e qualquer diagnóstico e intervenção psicofarmacológica, visto que estas
estão cada vez mais presentes no cotidiano dos indivíduos adoecidos e, por vezes, nem tão adoecidos assim.
Entender a psicofarmacologia passa pelo entendimento do que é normal ou não, o que é patológico ou não em
uma sociedade que não se permite mais ficar triste ou esperar por algo.
O imediatismo por uma solução também é fator chave para o uso exacerbado de psicotrópicos, muitas vezes,
sem a real necessidade, não percebendo os efeitos a longo prazo dessa intervenção e o próprio processo de
resolução dos conflitos pela atitude de enfrentá-los e não somente mascarar com a medicação.

2 Princípios gerais de ação das drogas


Estudos referentes aos mecanismos de ação dos psicofármacos ainda estão em pleno desenvolvimento e as
formas e meios pelos quais estes produzem um efeito terapêutico ainda é um pouco desconhecido. Tal fato
nos leva a pensar nas possibilidades terapêuticas e no estudo da psicofarmacologia para atrelar da melhor
forma os mecanismos de ação com os resultados propostos e esperados do tratamento psicofarmacológico.

Figura 1 - A escuta especializada e singular para intervir com a melhor psicofarmacologia

Fonte: Ambrophoto, Shutterstock, 2021.

#PraCegoVer: na imagem, temos uma paciente em sessão psicanalítica.

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De acordo com Kaplan e Sadock (2017, p.927),

“ Explicações oficiais são focalizadas nas formas como os fármacos alteram


concentrações sinápticas de dopamina, serotonina, norepinefrina, histamina, ácido-
aminobutírico (GABA) ou acetilcolina. Afirma-se que essas alterações resultam de
funções antagonistas ou agonistas de receptores, interferências na recaptação do
neurotransmissor, intensificação da liberação de neurotransmissores ou inibição de
enzimas. Fármacos específicos estão associados a permutações ou combinações
dessas ações. „
Os fármacos e psicofármacos, através de seus mecanismos, podem estimular ou inibir atividades biológicas,
como nos psicotrópicos, agindo nas atividades cerebrais que desencadeiam reações nos neurotransmissores.
Contudo, não devemos nos deter em explicações que possam ser lineares e, até mesmo simplistas, frente às
diferentes possibilidades de os psicotrópicos agirem em nosso cérebro e organismo como um todo, visto que
podemos observar que nem todas as pessoas correspondem da mesma forma à administração dos mesmos
medicamentos.
No momento em que se decide por fazer a intervenção psicotrópica com os pacientes/clientes, é preciso
prestar atenção não somente nos psicofármacos mais apropriados para determinado quadro clínico e
psicopatologia, como também aos efeitos que esta medicação pode trazer a longo prazo e a relação com o
período de vida que a pessoa está no momento. Podemos referenciar que os psicotrópicos devem ser
receitados e prescritos de acordo também com a singularidade de cada paciente/cliente, inclusive relacionado
a seus anseios futuros. Por exemplo, o uso de psicotrópico como um antidepressivo em uma mulher que
deseja ser mãe em curto período de tempo, há a necessidade de se pensar uma intervenção que não vá
causar o mínimo de dependência e também uma resposta adequada ao sofrimento apresentado.
Com o aumento dos estudos e pesquisas referentes aos psicofármacos e sua ampla gama de utilização para o
tratamento dos transtornos psiquiátricos, na atualidade, podemos contar com fármacos que causam menos
efeitos colaterais, reações adversas e interações medicamentosas, fazendo com que os tratamentos
psicofarmacológicos sejam mais seguros, efetivos e menos invasivos e com reações desagradáveis.
Os psicofármacos modernos trazem maior aderência ao tratamento psiquiátrico, aliado à psicoterapia, pelo
fato também de apresentarem composições e combinações que são mais adequadas a cada paciente, sendo
necessária sempre uma boa avaliação de forma singular do paciente/cliente, não vendo este somente como
uma psicopatologia que se apresenta no consultório, mas como um ser humano dotado de desejos e traumas.
Olhar o paciente/cliente de forma singular é importante para avaliar melhor o psicofármaco a ser utilizado ou
as combinações de tais para determinada pessoa, levando em consideração também seu cotidiano, história de
vida e pretensões futuras, bem como as reações adversas, interações medicamentosas e efeitos colaterais
que estes possam, provocar.

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3 Farmacodinâmica
A farmacodinâmica representa os fatores relacionados aos mecanismos de ação dos fármacos e
psicofármacos. Tais mecanismos de ação são referentes a quanto tempo o fármaco atua e a intensidade de
seus efeitos no organismo, devendo-se observar as singularidades de cada paciente/cliente. E o mecanismo
de ação de cada psicofármaco utilizado, visto que, por vezes, o mesmo medicamento pode ter mecanismos
diferentes em diferentes pessoas. Com isso, há a necessidade de ir para além da simples intervenção
psicotrópica como meio de controle de corpos, mas também como meios de dar vida a este corpo que está
adoecido.
Estes mecanismos de ação na farmacodinâmica compreendem:

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Mecanismos receptores, ou sítio molecular de ação

os fármacos psicotrópicos vão agir em diferentes sítios moleculares, a partir de sua composição química
atrelada aos receptores de neurotransmissores específicos. Por exemplo: estes podem ativar ou desativar
tais neurotransmissores: os IMAOs (inibidores de monoaminoxidase) ao se ligarem a enzimas
metabólicas, inibindo e inativando os neurotransmissores, promovendo um prolongamento da vida ativa
destes.

Curva dose-resposta

é considerada a resposta no âmbito clínico do psicofármaco quanto a sua concentração, mudando de


fármaco para fármaco de acordo com sua potência de ação. Há psicofármacos que possuem a mesma
função clínica, contudo, em sua dose diferenciada, pode apresentar situações clínicas e eficácias da
mesma forma.

Índice terapêutico

diz respeito à questão toxicológica do psicofármaco ou fármaco. Quanto há de toxicidade no fármaco para
que possa ser administrado com segurança e menos efeitos colaterais e reações adversas. Neste ponto, é
importante considerar a singularidade de cada paciente/cliente e a necessidade de adequação de dose,
até que esta tenha um desempenho terapêutico, o que pode variar de uma pessoa para outra.

Fenômenos de tolerância, dependência e abstinência

algumas vezes confundidos, mas diferentes no processo de intervenção psicofarmacológico. A tolerância


configura-se no momento em que a medicação não faz o efeito inicial, sendo necessário aumento de
dosagem para a mesma resposta, ou a troca de psicofármaco. Algumas situações de tolerância podem
levar à dependência do medicamento, o que leva a sintomas de abstinência, caso haja uma retirada que
não seja processual e gradativa.

Aspectos da farmacodinâmica apresentados são importantes para que saibamos como os psicofármacos
agem e, assim, ter maior propriedade para orientar e identificar os processos psicofarmacológicos de nossos
pacientes/clientes.

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4 Farmacocinética
A farmacocinética diz respeito ao que o nosso organismo é capaz de fazer com o medicamento, o fármaco que
é utilizado por ele. É através da corrente sanguínea que os fármacos e os psicofármacos são absorvidos e
chegam ao cérebro. Quando tais fármacos são administrados via oral, como, por exemplo, nos comprimidos e
gotas, estes são dissolvidos nos líquidos no trato gastrointestinal, para, então, serem absorvidos pelo sangue
e levados até o órgão responsável por sua eficácia – o cérebro.
O modo como o fármaco e o psicofármaco é administrado vem a se chamar administração parenteral e enteral
e esta pode ser dar de diferentes formas. Podemos usar o psicofármaco via oral, via intravenosa, via
subcutânea. Quando a administração é intramuscular, normalmente são agentes químicos, psicofármacos que
atuam de forma gradual, com liberação prolongada. Utiliza-se o termo depot para tal administração
medicamentosa. A via mais rápida para absorção é a intravenosa, contudo, vem a ser a que pode
desencadear maiores reações adversas, até mesmo o risco de morte.
A farmacocinética diz respeito também à distribuição e biodisponibilidade dos agentes químicos no organismo.
Há os medicamentos que estão ligados, em seu movimento, com as proteínas do plasma e acabam por ser
denominados como os medicamentos ligados à proteína, e os que circulam sem nenhuma ligação com outros
elementos, que são ditos livres. É através da comunicação livre que se atravessaria a barreira
hematencefálica. Tal barreira hematencefálica diz respeito a uma função que é exercida para que substâncias
tóxicas não cheguem até o sistema nervoso central, protegendo-o desta forma e exercendo um trabalho
fundamental na ação metabólica do cérebro.
A forma como um medicamento se distribui no cérebro vai estar associada à barreira hematencefálica, como
também pelo tipo de medicamento que é utilizado e sua afinidade entre os componentes químicos e os seus
receptores cerebrais. Demais efeitos terapêuticos de tratamento dos psicofármacos estão ligados a um auto
fluxo sanguíneo cerebral, à solubilidade dos lipídeos, e à equivalência dos receptores para tais agentes
químicos, psicofármacos no caso de nossos estudos, visto que, para a distribuição adequada dos fármacos,
são necessários diferentes fatores que interferem diretamente no efeito do agente químico no sistema nervoso
central. Já referente ao volume de tal distribuição dos fármacos, é preciso observar, muitas vezes, a idade, o
sexo, as condições da doença e até mesmo a porcentagem de tecido adiposo do paciente/cliente. Estes
aspectos devem ser levados em consideração e, assim, haver um tratamento que seja voltado para a
singularidade de cada ser humano.
A partir de tal exposição, podemos referenciar que cada organismo pode vir a reagir de diferentes formas
quanto à administração e distribuição dos agentes químicos, fármacos, no nosso organismo. Com isso, há a
necessidade, muitas vezes, da realização de exames para reconhecer como está o organismo de modo
singular, o que ele precisa e o que não toleraria, trazendo prejuízos e não terapêutica para o tratamento.
Outro fator importante da farmacocinética diz respeito à biodisponibilidade do fármaco, psicofármaco, que se
refere à dosagem, à forma e como se fabricam tais medicamentos, sendo que, ao observar os medicamentos
genéricos, é necessário que haja um equivalente de no mínimo 30% da marca original, o que pode ocasionar
alterações no tratamento clínico a partir de tais fármacos, comprometendo a melhora do quadro (psico)
patológico.

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A biodisponibilidade pode vir a ser mais baixa quando o fármaco é administrado via oral, com baixo absorção
em hidrossolubilidade, no trato gastrointestinal do paciente. Até mesmo fatores como a prática de atividades
físicas, a idade, o sexo da pessoa/paciente podem interferir nessa dosagem e seus efeitos terapêuticos.
A farmacocinética também compreende o processo de metabolismo e excreção dos fármacos, sendo que as
vias metabólicas podem ser percebidas através da oxidação, da redução, da hidrólise e da conjunção. O
principal órgão que metaboliza os fármacos e os psicofármacos é o fígado.
Os fármacos são metabolizados e quantificados por diferentes invariáveis que são:

Pico de concentração plasmática

que corresponde ao máximo de concentração que um fármaco irá atingir no organismo após sua
administração. Está relacionada também a via de administração e a taxa de absorção do fármaco.

Meia-vida do fármaco

que irá se dar no momento que o metabolismo possibilita que fármaco se estabilize na metade de sua
concentração máxima. E nos fármacos de liberação contínua esta acaba por ficar sempre estável.

Depuração

a excreção destes dá-se através das fezes, urina, até mesmo no suor e nas lágrimas e a passa a ser o
conceito usado para quantificar este processo excretório dos fármacos e psicofármacos.

Os fatores individuais do paciente devem ser levados em consideração quando falamos sobre farmacocinética.
A função hepática deste, como seu metabolismo funciona, como, por exemplo, nos casos de idosos, nos quais
o metabolismo se apresenta mais lentificado e há necessidade de se adequar a administração e dosagem das
medicações para não prejudicar o funcionamento de outros órgãos e tirar o que há de benéfico do tratamento
psicofarmacológico. Assim como já mencionados, alguns outros exemplos como a prática de atividade física,
que também altera o metabolismo das pessoas e, em consequência pode alterar a farmacocinética e o
resultado do tratamento proposto.
Com isso, há a necessidade de estarmos atentos aos pacientes e as administrações de fármacos e
psicofármacos mais adequados a cada pessoa em sua singularidade, respeitando o organismo e a
normatividade de cada um dos pacientes que procuram por ajuda e tratamento.

5 Questões éticas, legais e econômicas

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Os psicofármacos são grandes aliados no tratamento dos transtornos psíquicos e mentais, aliados à
psicoterapia e demais meios de cuidado com a saúde integral, como exercícios físicos, descanso e uma boa
alimentação. Eles são os responsáveis por estabilizar os sintomas de sofrimento e promover um tratamento
químico, sendo necessário, muitas vezes, existir um acompanhamento psiquiátrico por um longo período até
que tais medicações façam seu efeito real e efetivo, contribuindo para a melhora e um bom prognóstico do
paciente.
Os medicamentos com a prescrição voltada aos transtornos depressivos têm sido por vezes utilizados com a
promessa da felicidade em uma cápsula, pois há a falsa ideia produzida socialmente de que precisamos estar
sempre bem e alegres, sendo que não nos permitimos mais sentir qualquer desconforto emocional que já
recorremos a tais tratamentos de intervenção medicamentosa. Muitas pessoas acreditam que o remédio irá
salvá-las de seus sofrimentos e angústias, contudo não se comprometem em trabalhar as questões que
levaram a tal sofrimento.
Há de se deter também na relação que se estabelece entre o paciente/cliente e o psiquiatra, ou outro médico
de confiança da pessoa, sendo que a entrevista psiquiátrica para avaliação do diagnóstico e intervenção
psicotrópica deve ser o mais leal possível quanto aos sofrimentos, aos problemas, os conflitos e a situação
real que a pessoa está vivenciando no seu cotidiano.
Saber sobre a história do paciente/cliente e seus familiares é pertinente por haver transtornos psiquiátricos
com predisposição genética que precisam ser identificados. A história pregressa do paciente/cliente diz
respeito a toda historicidade do sujeito, desde sua infância, com as primeiras lembranças e as mais
significativas quanto aos seus estados emocionais e experiências, até o momento atual. Quando ouvimos a
história de vida do sujeito, podemos entender melhor, através de seu contexto familiar e sociocultural, o
porquê de este sofrer na atualidade e que relações este tem com a constituição subjetiva de tal.
A própria ideia do paciente/cliente do que seja ter um transtorno psíquico pode soar de forma pejorativa e
negativa sob o sujeito, que, além de negar seu sofrimento, não procura tratamento, tornando-se cada vez mais
adoecido.
Desmistificar os transtornos psiquiátricos passa também pelo momento não só de aceitar um tratamento, mas
encarar o que traz o sofrimento. O tratamento psicofarmacológico tem como função maior e apresenta maior
eficácia na remissão dos sintomas apresentados, no controle dos impulsos e aspectos biológicos do paciente
/cliente. Sabemos que é preciso elaborar os conflitos, resignificar as experiências para que a saúde mental se
estabeleça de forma integral.
É importante estabelecer uma relação entre os profissionais da saúde mental para tratar de forma mais eficaz,
de modo integral ao ser humano e com melhor prognóstico. Assim, torna-se pertinente o diálogo entre o
psiquiatra e o psicólogo que irá acompanhar o paciente/cliente, com a intenção de trabalhar em rede com a
psicofarmacologia e a psicoterapia, trazendo maiores benefícios para o tratamento.
Há necessidade de se estabelecer uma relação entre o paciente/cliente e seu psiquiatra, seu médico, em que
haja confiança e respeito pela individualidade do paciente/cliente. É preciso que se estabeleçam acordos
claros quanto o uso de determinado psicofármaco, ou mais de um psicofármaco que seja necessário para o
tratamento adequado, quando aos efeitos terapêuticos esperados, as interações medicamentosas (visto que o
paciente pode fazer uso de outras medicações que devem ser de conhecimento do psiquiatra), as reações
adversas e os possíveis efeitos colaterais. Mesmo sabendo-se que nem todos os psicofármacos respondem

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da mesma forma para as todas as pessoas, há parâmetros que dispõem dos possíveis comprometimentos,
benefícios e ônus do uso de tais medicações.
Com isso, é imprescindível que haja um acompanhamento psiquiátrico/médico constante para avaliar como
determinado psicofármaco está atuando no paciente/cliente e quais são os reais benefícios terapêuticos e
clínicos que se observam a partir de tal intervenção psiofarmacológica.
Precisamos estar atentos de que a intervenção com psicofármacos é de suma importância nos quadros
clínicos de sofrimento mental e emocional. Destarte, é necessário que se faça uma boa avaliação e
diagnóstico do quadro clínico em questão para melhor adequar a medicação a este quadro e paciente em
particular. Não podemos deixar de considerar a singularidade de cada paciente e suas necessidades
cotidianas.
Por haver uma grande quantia de psicofármacos disponibilizados nas farmácias e utilizados pelos médicos
especialistas, é preciso adequar aquele medicamento que melhor se adequa às necessidades individuais do
paciente, não o tomando como uma regra geral. Algumas vezes, o que faz bem para um paciente pode não
fazer para o outro. Com isso, há a necessidade de saber da história do paciente e as medicações que ele já
fez uso para, assim, poder prescrever um psicofármaco mais adequado para aquela situação e caso em
particular.
Devemos estar de olho no consumo desenfreado de barbitúricos, os famosos remédios faixa preta, utilizados
para dormir, sendo estes de uma tolerância muito grande e que causam dependência de maneira rápida. Com
isso, existe a necessidade de nunca nos automedicarmos ou tomarmos um medicamento porque faz bem para
uma pessoa conhecida nossa. Como psicólogos, não podemos receitar medicações, mas é necessário que
saibamos sobre eles, seus usos, reações, consequências do uso em demasia ou inapropriado para, assim,
identificarmos como está a evolução dos pacientes que acompanhamos e fazem uso de psicofármacos.

Figura 2 - A medicalização da vida

Fonte: Fizkes, iStock, 2021.

#PraCegoVer: na imagem, temos uma mulher tomando um remédio.


Isso é necessário até mesmo para termos o conhecimento e sabermos conversar com nossos pacientes sobre
as medicações que eles usam, esclarecendo dúvidas e auxiliando na sua adaptação e adesão ao tratamento,
pois podemos observar na prática clínica que muitas das pessoas que começam a fazer uso de psicofármacos
percebem uma melhora em seu quadro clínico e acabam por abandonar o tratamento sem mesmo este ter

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terminado. Acreditam que estão curados e que não precisam mais, quando é neste momento que eles
precisam estar mais fortes e conscientes da necessidade da medicação para se manterem estáveis e com
menos sintomas psiquiátricos.

Fique de olho
Devemos estar muito atentos para a não medicalização da vida e domesticação
dos corpos através das terapias psicofarmacológicas. Os psicofármacos devem
servir para auxiliar nos quadros de sofrimentos psíquicos e não como paliativos
para controlar as pessoas e seus comportamentos que desviam das normas
padrões. Atentar para a singularidade do sujeito e assim não lhe tirar vida, mas
dar-lhe possibilidade de vida

A família é fator relevante nos tratamentos psicofarmacológicos, pois, normalmente, é ela quem dá o suporte e
é a rede de apoio do paciente/cliente. É preciso que a família acompanhe o processo de tratamento tendo
consciência e conhecimento deste da forma mais simples e acolhedora possível, até mesmo para poder lidar
com as prováveis mudanças de perspectivas da pessoa. O que se observa é que, quando uma das pessoas
da família adoece, a família acaba por adoecer junto. Com isso, há a necessidade de todos serem parte do
tratamento, não medicamentoso em si, mas de ter o conhecimento sobre ele e a sua importância para a
melhora do paciente/cliente de forma mais efetiva e genuína.
Tanto o componente químico (psicofármaco), quanto sua dosagem e tempo de tratamento só pode ser de valia
se orientado por um especialista da área da psiquiatria ou outra área médica com conhecimento para tal
procedimento. Os psicólogos não podem receitar medicação, contudo devem estar orientados sobre as
medicações psicotrópicas que são utilizadas por seus clientes/pacientes. Com isso, há a necessidade do
conhecimento sobre os psicofármacos e a psicofarmacologia aos profissionais em saúde mental.
A priori, os psicofármacos constituíam uma classe de fármacos que era dividida a partir de seus componentes
e os tratamentos correspondiam linearmente a tais medicações. Ou seja, os antidepressivos só serviriam para
tratar a depressão; assim como os antiepilépticos só tratariam a epilepsia.
Com o avanço da ciência e dos estudos sobre psicofármacos e suas diferentes funcionalidades na terapêutica
de transtornos psiquiátricos, estes começaram a ter sua utilidade para além de somente tratar o transtorno que
a priori se propunha. Na atualidade, sabe-se do uso e dos benefícios de um tratamento com antiepiléptico
(usado como estabilizador de humor) em associação com um antidepressivo, para o manejo do transtorno
bipolar de humor.
Destarte, mesmo frente aos avanços da psicofarmacologia e da indústria farmacêutica, que produz cada dia
mais fármacos modernos e com efeitos colaterais menores, sem alterar a eficácia clínica terapêutica, há
muitos pacientes/clientes que não aderem ao tratamento com psicofármacos.
Esta resistência pode ser relacionada ao próprio preconceito que rodeia os transtornos psiquiátricos e seus
tratamentos, como se fôssemos imunes ao sofrimento psíquico e que este não passasse de mero capricho. É
preciso desconstruir essa visão estigmatizada dos transtornos psíquicos e seu sofrimento, para que as

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pessoas e as famílias que sofrem possam olhar para tal de forma mais acolhedora e com possibilidade de
melhora e tratamento.
A própria reforma psiquiátrica, que trouxe uma nova maneira de olhar para o ser que está em sofrimento, traz
diretrizes de cuidados mais humanos e não pautados na culpabilização do indivíduo do sofre. Como também
no uso abusivo de medicações e outros tratamentos invasivos que, por muitas vezes, não traziam mais vida ao
paciente/cliente e sim, os amortecia para a vida e assim, controlavam os corpos de forma mais fácil, como
Foucault aponta em seus estudos o termo docilização dos corpos. Tornando os corpos contidos quimicamente,
suas mentes estariam também sobre controle, fazendo com que só os indivíduos que tivessem força de
trabalho e fossem coniventes com o sistema higienista fossem reconhecidos como sãos e aptos para a vida
social.

6 Classificação dos fármacos


De acordo com o Compêndio de Psiquiatria, podemos classificar os psicofármacos, ou os fármacos
psicotrópicos, a partir de diferentes aspectos. Um dos pontos a observar nesta classificação é a funcionalidade
do psicotrópico, para que tal psicofármaco é utilizado, e em quais situações clínicas. Aqui, teremos como
classificação os:

• antidepressivos,

• ansiolíticos,

• estimulantes,

• antipsicótico,

• antiepiléptico,

• estabilizadores de humor,

• hipnóticos, e

• intensificadores cognitivos.

Contudo, torna-se delicado seguir um padrão linear para a classificação dos psicofármacos, pois estes podem
e são muitas vezes compostos por elementos químicos que atuam em mais de um dos psicofármacos. Como
exemplo, podemos observar que os inibidores seletivos da receptação de serotonina (ISRSs), como a
sertralina, podem ter seu uso terapêutico na ansiedade e na depressão. Assim como há fármacos que tratam o
psíquico e não necessariamente são psicotrópicos, mas adjuntos no tratamento psiquiátrico, como auxílio na
melhora da condição clínica do paciente/cliente.

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6.1 Antidepressivos

Podemos destacar os antidepressivos como uma das classificações dos psicofármacos. Os antidepressivos
são utilizados no tratamento clínico de transtorno de humor depressivo, em quadros de depressão como
também em quadros de ansiedade e para controle na estabilização do transtorno bipolar de humor. É
pertinente observar em cada caso singular qual a necessidade do paciente/cliente e qual o antidepressivo que
traria maiores benefícios terapêuticos e menores efeitos a curto e a longo prazo.
Entre os antidepressivos, podemos encontrar estes como os primeiros a serem utilizados, os IMAOs, que
tinham e tem como função inibir definitivamente a a enzima MAO (monoamioxidase). Contudo, tais
psicofármacos possuem efeitos colaterais indesejáveis e apresentam maior toxicidade para o organismo, o
que leva a serem substituídos por psicofármacos com mais segurança na sua administração, resultados
terapêuticos e efeitos colaterais.
Os antidepressivos tricíclicos (ex.: amitriptilina), por muitas vezes, foram e ainda são utilizados como
tratamento para dor crônica. Aqui, podemos perceber as diferentes funcionalidades dos psicotrópicos e a
dificuldade de encaixá-los de forma linear e generalizada, como únicas terapêuticas possíveis. Com o advento
da pesquisa psicofarmacológica da indústria farmacêutica, uma nova categoria de antidepressivos foi
produzida: os inibidores seletivos da receptação de serotonina (ISRSs), como, por exemplo, a fluoxetina. O
advento da fluoxetina nos Estados Unidos foi uma febre no tratamento da depressão, sendo chamada de pílula
da felicidade. Neste ponto, podemos recorrer à necessidade de uma boa avaliação para que não sejam
medicadas condições naturais do ser humano na busca desenfreada por felicidade constante.
Ao escolher um tipo de antidepressivo para tratar o transtorno psiquiátrico, é necessário avaliar em que grau
de depressão este paciente/cliente se encontra. Fazer um diagnóstico e uma avaliação consistente é
pertinente para melhor adequar o psicotrópico, respeitando-se a singularidade de cada paciente/cliente e
observando sua adesão ao tratamento, bem como as respostas que este vem oferecendo quanto a diminuição
dos sintomas e melhora do quadro clínico apresentado inicialmente.
No final de década de 80 e início da década de 90, os antidepressivos começaram a ser utilizados também
para tratar transtornos ansiosos devido a seu novo mecanismo de ação. Descobriu-se na pesquisa
farmacológica os inibidores seletivos da receptação de serotonina, os ISRSs e, os inibidores da receptação de
serotonina e noradrenalina, os IRSNs. Tais medicamentos apresentam por vezes uma resposta mais
demorada, contudo não apresentam os efeitos colaterais e a possibilidade de dependência que os
benzodiazepínicos causam no tratamento para ansiedade generalizada.
É preciso que se avalie com cuidado qual o quadro depressivo em que o paciente/cliente se encontra para,
então, escolher o melhor antidepressivo para este caso clínico. Sendo que há diferentes classes de
antidepressivos, cada indivíduo pode responder de maneira diferente ao uso da medicação. Alguns pacientes
se adaptam melhor com um tipo de antidepressivo, enquanto outros podem não ter uma resposta adequada,
tanto para o efeito clínico terapêutico, quanto com os efeitos colaterais que estes psicofármacos produzem no
organismo.

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6.2 Ansiolíticos e hipnóticos

A ansiedade pode ser considerada como um medo sem nome e é um dos transtornos que possui maior
incidência no uso de psicofármacos, como os ansiolíticos e hipnóticos. Primeiramente chamados de
barbitúricos, essa classe de psicofármaco está ligada à diminuição dos sintomas ansiosos, tanto físicos quanto
emocionais e de comportamento. Como também são utilizados para tratar os sintomas secundários de outros
transtornos psíquicos, como, por exemplo, a depressão, que por vezes vem acompanhada de sintomas
ansiosos ou fóbicos.
Um dos pontos observados na administração de tais medicações é o alto grau de tolerância e dependência
que estes podem desenvolver no indivíduo, principalmente se houver uso a longo prazo. Com isso, há a
necessidade de um boa avaliação e diagnóstico para que tal intervenção psicofarmacológica não se torne
somente uma muleta para o indivíduo, mas que esta seja um suporte para que ele possa resolver seus
conflitos com menos sintomas e mais clareza.
Importante salientar que a busca desenfreada pela felicidade na contemporaneidade faz com que haja um
aumento significativo no uso de antidepressivos. Há também uma exacerbação do uso de ansiolíticos e
hipnóticos para nos amortecer frente algumas situações que precisam ser resolvidas na vida cotidiana e
prática e não só por vias químicas.
A necessidade atual de estar sempre acompanhando a tecnologia, os modismos, a própria vontade de não
perder um segundo sequer do que está acontecendo a sua volta acaba por criar sintomas ansiosos que não
necessariamente podem ser vistos com um quadro clínico de ansiedade. E sim uma resposta reativa das
situações e pressões cotidianas que nós não estamos prontos para encarar.
Os primeiros benzodiazepínicos utilizados datam da década de 60 e apresentam função ansiolítica, hipnótica e
sedativa com outras consequências no organismo como o relaxamento muscular. Contudo, é preciso observar
que por mais seguro que sejam quanto a efeitos colaterais ou ação sob outros órgãos e sistemas do corpo,
tais psicofármacos levam à tolerância e uma possível dependência. Deve-se ter cuidado ao prescrever e tratar
os pacientes/clientes com histórico de adicção pelo poder viciante de tais psicofármacos, como também
aqueles que têm ideais suicidas muito presentes e que já realizaram tentativa de suicídio.

6.3 Antipsicóticos e/ou neurolépticos

Os psicofármacos considerados antipsóticos e/ou neuroplépticos têm por principal função tratar e intervir nos
casos de esquizofrenia e são datados do início da década de 50. Estes psicofármacos teriam como objetivo
trazer a sedação e minimizar os sintomas psicóticos como: alucinações, delírios, agitação psicomotora.
Assim como os antidepressivos, estes psicofármacos também se dividem em categorias a partir de seu
mecanismo de ação. Assim, temos os antipsicóticos típicos e os atípicos. Nos antipsicóticos típicos, há a

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predominância do bloqueio de receptores de dopamina; e, nos antipsicóticos atípicos, há a predominância do
bloqueio dos receptores dopaminérgicos e serotonérgicos. Podemos identificar uma diferença na ação entre
essas duas categorias quanto a seus efeitos colaterais, tendo melhor resposta os antipsicóticos atípicos.
Alguns dos psicofármacos ditos como antipscóticos típicos são: halopedirol, flufenazina, clorpromazina,
levomepremazina. E os antipsicóticos atípicos são: tioridazina, risperidona, clozapina, quetiapina. No momento
da escolha pelo antipsicótico mais adequado, é pertinente observar aqueles que são melhor tolerados pelo
paciente/cliente e que trazem menores efeitos colaterais para o organismo como um todo.
Tais psicofármacos são utilizados para tratar a esquizofrenia, os sintomas psicóticos como crises delirantes, a
agressividade, exercem auxílio no controle dos estados maníacos no transtorno bipolar de humor, são também
utilizados nos tratamentos de demências mentais. Assim, é preciso atentar-se aos sintomas e ao bom
diagnóstico clínico para que a psicopatologia seja identifica e melhor tratada, sendo que cada psicopatologia
destas apresenta um sujeito e este deve ser visto de forma singular.
A adequação das doses é referente a cada transtorno e conduzida a partir da tolerância do paciente/cliente e
sua resposta ao tratamento clínico. Há dosagens mínimas e máximas para o efeito clínico que devem respeitar
cada transtorno em específico. Tal dosagem será adequada pelo médico psiquiatra que acompanha o cliente e
deveria ser também ouvida e considerada a impressão do paciente/cliente frente os efeitos da medicação.
Quando há situações nas quais o paciente/cliente encontra-se em crise psicótica, é mais viável que sejam
administrados antipsicóticos via intramuscular, com o intuito de conter a crise de forma mais emergencial para,
então, adequar e dar continuidade ao tratamento e evitar novas crises, visto que os antipsicóticos podem levar
de duas a quatro semanas para fazerem um efeito clínico efetivo.
Os transtornos como a esquizofrenia devem ter um tratamento a longo prazo para evitar novas crises
psicóticas e os sintomas mais hostis e de embotamento afetivo que acometem estes pacientes/clientes.
Como efeitos colaterais, são observados:

• movimentos involuntários,

• agitação motora,

• ansiedade,

• movimentos estereotipados e sintomas parkisonianos,

• sonolência,

• tontura,

• ganho de peso,

• boca seca,

• disfunções sexuais,

• constipação.

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6.4 Estabilizadores de humor

Os estabilizadores de humor são os psicofármacos utilizados para tratar os transtornos de humor bipolar,
assim como podem ser utilizados na profilaxia das enxaquecas. O transtorno de humor bipolar é uma doença
grave que precisa do uso de psicofármacos aliado à psicoterapia, atividades físicas, além de uma rede apoio
familiar e social que possa compreender do que se trata tal transtorno e como podemos manejá-lo da melhor
forma. Não há um meio somente para o tratamento, mas um conjunto de ferramentas, sendo que o uso de
estabilizadores de humor torna-se imprescindível nestes quadros.
Podemos citar aqui o lítio, o ácido valpróico e a carbamazepina como os psicofármacos de primeira linha para
o tratamento da bipolaridade seja ela qual subtipo for. Há utilização de alguns anticonvulsivantes para o
tratamento deste transtorno de humor, como o topiramato e a lamotrigina, que vem sendo observados e
utilizados. Contudo, estes ainda não demonstraram uma eficácia equivalente aos estabilizadores de humor de
primeira linha.
O uso do lítio deve ser feito com cautela devido à toxicidade, sendo necessário realizar exames antes da
administração deste para ter controle da quantidade, da dose adequada de lítio (dose do nível sérico) para
aquele determinado paciente/cliente, evitando assim doses tóxicas e promovendo doses terapêuticas.
A escolha pelo estabilizador de humor passa pelos critérios do uso dos demais psicofármacos: a boa avaliação
psiquiátrica, melhor custo x benefício, menores efeitos colaterais e reações adversas, como também a adesão
do paciente/cliente ao tratamento que se dá de forma prolongada por este ser um transtorno crônico.
Os efeitos colaterais mais comuns dos estabilizadores de humor são:

• sonolência,

• fadiga,

• aumento de apetite,

• ganho de peso,

• diminuição dos reflexos,

• tontura,

• náusea,

• dor gástrica.

Sendo que estes também estão associados a outras condições do paciente/cliente e devem ser discutidas
com o especialista para minimizar os efeitos colaterais.
Efeitos colaterais podem afetar a adesão ao tratamento do paciente/cliente com transtorno de humor bipolar.
Com isso, orientar para que estes façam uma dieta mais equilibrada e exercícios físicos ajuda na minimização
dos efeitos indesejados.

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Estes psicofármacos apresentados são os principais medicamentos utilizados para os transtornos mentais e
psíquicos, sendo necessário muitas vezes haver uma combinação entre eles para que o sofrimento e o
transtorno sejam minimizados de forma mais efetiva. A combinação entre estes psicofármacos deve sempre
ser orientada por um especialista se mantendo de forma ética para promoção de vida e não a normatização da
doença.

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Encerramento
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:

• conhecer a abordagem da psicofarmacologia de


forma contextualizada e crítica;

• identificar os diferentes psicotrópicos


/psicofármacos utilizados nos diferentes transtornos
psíquicos;

• problematizar o uso desmedido e de


medicalização da vida;

• reconhecer os efeitos colaterais e reações dos


psicofármacos;

• contextualizar o uso dos psicofármacos na


atualidade.

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CORDIOLI, Aristides V., CORREIA FILHO, Alceu Gomes. Psicofármacos : consulta rápida. Porto Alegre:
Artmed, 2000.
SADOCK, Benjamin J. [et al.] Compêndio de psiquiatria: ciência do comportamento e psiquiatria clínica. 11.
ed. – Porto Alegre : Artmed, 2017.
SCHATZBERG, Alan F. Manual de psicofarmacologia clínica. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
STAHL, Stephen M.Psicofarmacologia: bases neurocientíficas e aplicações práticas. 4. ed..Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2014.

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