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◦ De um modo geral, os medicamentos estão mais indicados, assim como outros tipos de terapia biológica, na
proporção em que predominam na etiologia do transtorno em pauta, elementos mais constitucionais que
ambientais.
◦ Já que, na gênese dos transtornos emocionais, nunca se pode desatrelar totalmente o genótipo do ambiente, ou
seja, emancipar as disposições pessoais das circunstâncias ocasionais, esses dois aspectos devem ser tratados
conjuntamente.
◦ A Esquizofrenia, por exemplo, se observa muito maior predomínio de elementos constitucionais do que
ambientais, ao contrário a Reação Aguda ao Estresse nota predomínio expressivo de elementos ambientais.
◦ Mas essa regra simples não garante, automaticamente e por si só, sucesso garantido da psicofarmacologia nas
situações onde simplesmente predomina a constitucionalidade. Há transtornos onde os avanços da farmacologia
ainda são insuficientes para uma eficácia absoluta.
◦ O Transtorno do Pânico, por exemplo, reconhecidamente ocasionado por uma conjunção de fatores ambientais
conflituosos (em maior proporção) com um marcante traço ansioso de personalidade, resolve-se
sintomaticamente e satisfatoriamente com antidepressivos, notadamente com antidepressivos de capacidade
ansiolítica mas, muito possivelmente, só se resolverá definitivamente se acoplarmos ao tratamento psicológico.
Quanto à Evolução do Transtorno
◦ Ao considerar o curso e a evolução da alteração emocional em apreço estamos, em suma,
verificando se a pessoa ESTÁ doente ou se ela É doente, uma distinção absolutamente
imprescindível. Para se construir a história do curso e evolução do estado emocional atual, é
desejável desenharmos a biografia da personalidade e das emoções do paciente.
◦ SER emocionalmente problemático proporciona, através dos traços de personalidade, condições
para que a pessoa tenha tendência a desenvolver quadros crônicos e recidivantes. Mas, em
relação à psicofarmacoterapia, algumas questões devem ser esclarecidas nesse aspecto:
1. Trata-se da primeira vez que o paciente apresenta esse quadro?
◦ Se for a primeira vez, primeiro surto, episódio ou transtorno, há necessidade de verificar se a
faixa etária do paciente é compatível com o início das patologias crônicas, como por exemplo a
esquizofrenia e o transtorno bipolar ou, ao contrário, se sua idade foge dessas faixas.Se for um
primeiro episódio e ainda houver um fator vivencial desencadeante proporcionalmente
importante, muito provavelmente não se trata de uma pessoa que É doente, mas de alguém que
ESTÁ passando por uma fase ruim. Portando, é maior a probabilidade de tratar-se, de fato, não
apenas de um primeiro episódio, mas de um episódio único.
Quanto à Evolução do Transtorno
◦ Os Processos são quadros onde, a partir de um momento definido na vida, a pessoa começa a desenvolver um
quadro psíquico mórbido, mais ou menos consoante aos traços pré-mórbidos da personalidade.
◦ É como se tratasse de uma evolução mórbida de uma probabilidade constitucional, evolução essa motivada ou
não por razões vivenciais. Incluem-se aqui as Esquizofrenias, refletindo traços esquizóides e paranóides da
personalidade, os Transtornos Obsessivos Compulsivos, Os Transtornos Bipolares, como morbidade de
Personalidades Ciclotímicas, as Depressões Recorrentes, vindas dos traços Distímicos e assim por diante.
◦ Os quadros que se apresentam como processos, em sua grande maioria, felizmente evoluem muito bem com a
psicofarmacoterapia.
◦ Entretanto, as possibilidades de recorrência quando da interrupção do tratamento são algo maiores que a não
recorrência.
◦ Desenvolvimento seria, por sua vez, a classificação dos quadros conseqüentes a algum déficit de
desenvolvimento ou a uma alteração patológica do desenvolvimento depois de um momento definido. Como
exemplo de um déficit de desenvolvimento ou desenvolvimento incompleto teríamos as Deficiências ou Retardos
Mentais e, como exemplos de uma alteração patológica do desenvolvimento teriam as Demências. Nesses casos
os resultados dos psicofármacos têm sido pouco expressivos.
Metilfenidato
◦ O metilfenidato é um estimulante do SNC, derivado da piperidina e estruturalmente similar à anfetamina.
◦ Sua absorção por via oral é rápida e praticamente total, sendo alterada pela ingestão de alimentos na
velocidade, mas não na quantidade absorvida.
◦ O pico plasmático ocorre em torno de 2 horas após a administração.
◦ Da mesma forma, sua meia-vida é de cerca de 2 horas.
◦ Após a absorção, o metilfenidato sofre amplo metabolismo de primeira passagem. A metabolização se dá pelo
sistema microssomial hepático.
◦ Em um período de 48 a 96 horas, ao redor de 97% da droga são excretados pela urina, e 3%, pelas fezes.
◦ Os efeitos no comportamento aparecem durante a absorção do fármaco e duram de 1 a 4 horas
Mecanismo de Ação
◦ O metilfenidato inibe a recaptação da dopamina e da noradrenalina, aumentando a concentração destes dois
neurotransmissores na fenda sináptica.
◦ Também é um liberador de dopamina dos neurônios pré-sinápticos, mecanismo que a diferencia dos
antidepressivos em termos de rapidez do início dos efeitos e de potência das drogas. Exerce ainda algum
bloqueio sobre a enzima MAO.
◦ O resultado é uma estimulação de várias regiões do SNC e, em particular, do sistema reticular ativador
ascendente, provocando ativação do córtex e aumento do nível de alerta.8
Indicações
◦ Evidências consistentes de eficácia:
◦ • transtorno de déficit de atenção com hiperatividade em crianças, adolescentes e adultos.
◦ Evidências incompletas:
◦ • narcolepsia;
◦ • depressões refratárias (como adjuvante do tratamento);
◦ • depressões em pacientes com doença física (AIDS, neoplasias, doença vascular cerebral, doença cardíaca,
Parkinson, etc.);
◦ • depressões em idosos nos quais há contra-indicações para outros antidepressivos.
Reações Adversas e Efeitos Colaterais
◦ Mais comuns: agitação, diminuição do apetite, euforia, insônia, nervosismo.
◦ Menos comuns: abstinência, alopecia, angina, anorexia, arritmia, artralgia, cãibras,
cefaléia, convulsões, coreoatetose, delirium, dependência, depressão (na retirada),
discinesia, dor abdominal, fadiga (na retirada), febre, hipertensão arterial,
hiperatividade, hipertermia, irritabilidade, leucopenia, náuseas, palpitações,
pesadelos, perda de peso, prurido, rash cutâneo, sonolência (na retirada), psicose,
taquicardia, tiques, tremores, tontura, trombocitopenia, vômitos.
FIM.
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