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Terapias Cognitivas
Disciplina: Saúde Mental e
Psicofarmacologia
Profª. MsC. Waleska Barros
Psicologa Clínica
Formação e especialização em Terapia-cognitivo-
comportamental e Tanatologia, especialista em
docência do ensino superior
Especializanda em suicidologia
23 DE OUTUBRO DE 2021
Modelo do Adoecimento Mental: combinação de múltiplos
fatores de risco
• Então...o adoecimento
mental depende dos
seguintes fatores:
Vulnerabilidade
biológica;
Vulnerabilidade
psicológica;
Fatores ambientais.
Introdução a psicofarmacologia
• A utilização, pelo homem de produtos vegetais, animais e
minerais tanto para a saúde, como para rituais religiosos o
culturais.
• Muitos deles hoje são denominados de substâncias
psicoativas, psicotrópicos ou psicofármacos, tendo ação direta
no sistema nervoso central (SNC).
• E os transtornos mentais em geral foram considerados pela
Medicina somente no século XIX, com a atuação asilar dos
alienistas, e em 1892, a obra de Kraepelin sobre a influência
de alguns medicamentos em determinados fenômenos
psíquicos elementares lança a farmacopsicologia e apresenta
estudos sobre a morfina, chá, álcool, cloraldeído e paraldeído.
• Na década de 1950 surge a
psicofarmacologia e apresenta os
antipsicóticos chamados de clorpromazina,
e daí em diante surge os ansiolíticos,
antidepressivos e os estabilizadores de
humor, hipnótico, estimulantes e outros.
• Os chamados de psicofármacos ou drogas
psicoterapêuticas tornaram-se, com o tempo
um domínio médico, e os psicólogos não
são autorizados legalmente a prescreverem
medicamento, embora alguns o façam com
os chamados florais de bach.
• Alguns PSICOTRÓPICOS são utilizadas
demasiadamente e sem o controle médico,
como é o caso dos hipnótico (soníferos) e
os sedativos (calmantes).
Mas o que são os psicotrópicos?
Psicotrópicos são substâncias químicas, naturais
ou sintéticas, que são capazes de modificar de
vários modos a atividade mental, excitando,
deprimindo ou provocando uma ação
perturbadora no psiquismo.
Recebem várias denominações: psicotrópicas,
neurotrópicas, psicoativas, frenotrópicas, etc.
Classificação
Há várias formas de classificar os psicotrópicos.
As drogas são classificadas de acordo com a capacidade
de deprimir (psicolépticas), excitar (psicoanalépticas), ou
desviar a atividade mental (psicodislépticas).
Psicolépticos: neurolépticos, hipnóticos, tranquilizantes;
Psicoanalépticos: estimulantes da vigília, estimulantes do
humor;
Psicodislépticos: agentes alucinógenos ou
despersonalizantes.
Classificação dos grupos
Psicolépticos: reduzem a vigília, diminuem a capacidade cognitiva e
enfraquecem as tensões emocionais e a ansiedade. Agem, portanto,
deprimindo globalmente as funções sensitivas e motoras (antipsicóticos,
hipnóticos e ansiolíticos.
Psicoanalépticos: reduzem a depressão, elevam o ânimo, ativam a
vigília, melhoram os processos cognitivos (antidepressivos e psico-
estimulantes).
Psicodislépticos: drogas que produzem fenômenos psicopatológicos
nas esferas da sensopercepção, do pensamento e do comportamento
motor, não revelando interesse terapêutico (euforizantes, desinibidores,
alucinógenos e despersonalizantes).
Para-psicotrópicos: anti-epilépticos e antiparkinsoniano,
visam controlar sintomas provenientes de disfunções
neuro-anatômicas e neuro-fisiológicas.
1Lítio, não considerado um psicotrópico verdadeiro,
paradoxalmente é o único preventivo real em Psiquiatria,
agindo como normalizador.
Anti-alcoólicos: sem atividade comprovada a nível de
SNC, exercem efeitos indiretos, mediante
condicionamento aversivos a etílicos.
• O preconceito em relação aos transtornos mentais, aos
psicofármacos e aos profissionais da saúde mental, e por
vezes mais exacerbado entre os próprios colegas de saúde, o
que pode inviabilizar um encaminhamento claro e desprovido
de estigmas, assim como um tratamento interdisciplinar
adequado.
• A prática da psicofarmacologia clínica exige habilitação e
capacitação de diagnosticador e psicoterapeuta, além de
conhecimento da farmacodinâmIca, farmacocinética, posologia,
tempo de uso, efeitos colaterais, interações medicamentosas,
contraindicações da droga selecionada, embasados na história
de vida do paciente, seu estado geral e planejamento do
tratamento.
• O paciente e a família devem está cientes de todos estes
aspectos e propósitos.
Portanto...
• A importância de se conhecer a
psicofarmacologia se deve ao fato de uma
melhor possibilidade de entender os transtornos
de ordem mental, seu funcionamento do ponto
de vista biológico, mecanismos das doenças e da
ação dos fármacos compreendendo tanto os
efeitos desejados quanto os colaterais das
medicações que os pacientes possam fazer uso.
Farmacocinética
O que o organismo faz ?
• Trata das etapas que o medicamento sofre no organismo
desde a administração até a sua eliminação. Ele é um
estudo da cinética da droga, o que você faz com o
fármaco no organismo.
• Portanto, contempla processos biológicos envolvidos no
transporte dos medicamentos desde o local de
administração (exemplo: trato gastrointestinal) até o local
de ação (exemplo: SNC) e sua remoção deste local de
ação e eliminação do organismo.
• Conhecer os conceitos da farmacocinética é muito
importante, pois é importante compreender a
individualização e ajuste do esquema terapêutico, tais
como a frequência de administração, estimando-se o
tempo mínimo para a droga atingir o nível plasmático
adequado e para ser eliminada do organismo, a
compreensão das particularidades do tratamento de
grupos especiais de pacientes, de várias interações
medicamentosas, empregando aquelas úteis na
terapêutica e evitando as prejudiciais ao paciente.
Farmacologia
Farmacodinâmica:
Efeitos do
medicamento
Farmacocinética:
Absorção
Distribuição
Metabolismo
Excreção
Etapas principais
Absorção – vai da escolha da via de administração (oral,
intravenosa, intramuscular, sublingual, dentre outras) até a
chegada na corrente sanguínea. A absorção compreende a
movimentação do fármaco de seu local de administração para
a corrente sanguínea.
A metabolização ou efeito de primeira passagem é o processo
da metabolização do fármaco pelo intestino delgado , sendo
transportado até o fígado pela circulação portal, e nesta etapa,
as drogas podem ser metabolizadas na parede do intestino por
meio dos microrganismos intestinais.
Vias de administração
Oral: via de administração mais usada, conveniente - auto-
administração, mais segura, sua absorção lenta - ineficaz em
emergência, ocorre uma variabilidade individual, podem surgir
irritação gástrica e o efeito de primeira passagem;
Sublingual (via enteral): tem alto fluxo sanguíneo, sua
absorção mais é rápida que a oral e também evita o efeito de
primeira passagem;
Retal (via enteral): pode ocorrer vômito e irritação gástrica (IG)
e em geral é realizado em pacientes agitados, inconscientes;
Intravenosa (via parenteral): tem início do efeito rápido,
ocorre um controle da concentração plasmática e uma
infusão constante, mas é inadequada para solução não
aquosas, além de ser irreversível - ação mais rápida,
maior risco de efeitos adversos;
Subcutânea (via parenteral): tem uma absorção lenta e
inadequada para soluções pouco solúveis em água;
Mucosas: nasal, vaginal;
Pele - dérmica (ação local,
tópica);
Transdérmica: adesivos, e
por fim;
Inalação: pulmões;
Intratecal ou via
subaracnóidea, é uma via de
administração que consiste na
injeção de substâncias no
canal raquideano, exemplo a
quimioterapia.
Enteral: oral, sublingual e
retal.
• Absorção de drogas e o transporte para a corrente
sanguínea depende de fatores que influenciam a
velocidade de absorção, que são eles:
Via de administração;
Circulação no local da administração;
Dose da droga;
Formulação da droga;
Propriedades físicoquímicas da droga (ácido ou base);
Estado físico (tamanho da partícula, estado físico vs líquido);
Tipo de transporte, e;
Ligação a proteínas.
Distribuição: é a etapa em que a droga é distribuída no
corpo através da circulação chegando aos locais onde vai
atuar, sendo primeiro aos órgãos mais vascularizados
(SNC, Pulmões, coração) e depois aos tecidos menos
irrigados (tecido adiposo).
A maioria dos psicotrópicos apresenta elevada
porcentagem de ligação e concentração com as proteínas
plasmáticas no sangue que são necessárias para formar a
fração ligada do medicamento.
• A distribuição depende de:
Quantidade de fármaco encontrada nos tecidos;
Psicofármacos devem passar pela barreira
hematoencefálico (sangue/cérebro, ou seja, é a
estrutura que protege o SNC de substâncias
químicas presentes no sangue, permitindo ao
mesmo tempo a função metabólica do cérebro);
Fatores que afetam a distribuição como;
tamanho do órgão, fluxo sanguíneo, ligação a
proteína plasmática e as barreiras anatômicas
(hematoencefálica).
Biodisponibilidada:
é a quantidade da
droga na corrente
sanguínea.
Metabolização ou biotransformação: é o processo pelo qual a
droga é alterada e dividida em substâncias menores (metabólitos)
que são geralmente inativos e a maior parte dessa biotransformação
ocorre no fígado, sofrendo reações químicas que a convertem em um
composto mais hidrossolúvel para posterior excreção.
Apresenta três fases:
Fase 1: metabolismo oxidativo, reducional, acetilação, metilação ou
hidrólise, responsável pela exposição ou introdução de grupamento
funcional;
Fase 2: ocorre a conjugação através de uma ligação covalente com
determinadas substâncias, formando conjugados altamente polares e
inativos, que são rapidamente excretados pelos rins;
Fase 3: ocorre principalmente no fígado, através de um complexo
enzimático conhecido como citocromo P450 (CYP) sendo
dependente da função hepática e do fluxo sanguíneo hepático.
Excreção: após a biotransformação, que origina substâncias
mais polares a excreção renal assume papel importante
dessas substâncias fazendo a remoção dos compostos do
organismo para o meio externo.
Pode ocorrer via urina, fezes, bile, saliva, lágrimas, suor, leite
Trata-se da última fase da eliminação da droga do organismo e
sofre importante influência da função renal, do estado de
hidratação do PH urinário, dentre outros fatores.
Portanto, os dois órgãos principais na eliminação é o fígado e
os rins.
Farmacodinâmica
o que a droga faz com o organismo?
• Tem por objetivo o estudo dos efeitos fisiológicos dos
medicamentos no organismo, seus mecanismos de ação,
relação entre concentração do medicamento e os efeitos
desejados e indesejados além de fatores que interferem no
efeito das medicações (alimentação, uso de álcool).
• Dois conceitos importantes são a afinidade (capacidade da
droga se ligar ao seu alvo) e atividade intrínseca (é a
capacidade de uma vez ligado, a droga promover uma ação
dentro da célula).
Farmacodinâmica
Potência: é a quantidade de medicação
necessária para o efeito terapêutico;
Índice terapêutico:
É a medida relativa da toxicidade ou
segurança do fármaco
É se for baixo, exige monitoramento da
concentração
Resposta idiossincrásica: é bastante imprevisível,
independente da dose;
Dependência:
É a necessidade de manter o uso da droga para evitar
sintomas de retirada (sintomas novos)