Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
E eu sei que sua realidade como profissional da saúde não é a das mais fáceis:
trabalho diário em locais com pouco ou quase nenhum recurso, lidar com
dificuldades que fogem do seu controle, como pacientes que querem soluções
imediatas para uma problema, pandemia que aumenta a demanda por
problemas de saúde mental, pacientes analfabetos e de baixa renda que muitas
vezes não entendem ou não podem comprar o medicamento indicado…a lista de
pepinos é longa.
E justamente por conta desses obstáculos que você encontra estando atrás da
sua mesa, onde você passa das 8h às 18h (vulgo a maior parte da sua vida), é
essencial que você entenda que a única maneira de você ter qualidade de vida é
encontrando satisfação durante o seu trabalho.
E uma das maneiras de sentir isso é ter autonomia e confiança na sua prática.
Ou seja, saber o que está fazendo.
É verdade que temos muitos assuntos para estudar e nos atualizar, mas a bola da
vez é a psicofarmacologia, onipresente.
Você lembra das cinco habilidades necessárias para trabalhar com autonomia
em relação aos psicofármacos:
1. Saber como funciona e o que fazem os neurotransmissores
2. Individualizar a escolha do Psicotrópico
3. Reconhecer e manejar os efeitos colaterais
4. Antecipar-se às interações medicamentosas
5. Psicofármaco é um antídoto, não a vacina
Hoje tomamos isso como certo, mas na época foi algo revolucionário!
O mesmo acontece com nosso cérebro quando alguns sintomas ficam evidentes.
O médico, portanto, prescreve psicofármacos capazes de modular os
neurotransmissores (o tempero e temperatura da sopa) que são substâncias
químicas que o próprio cérebro usa como mensageiro e então dá novo sabor e
esperança à vida.
Mas como profissional da saúde você precisa entender que o buraco é mais
embaixo, e ter uma visão mais aprofundada do processo.
Por exemplo, na depressão uns dos sintomas são sonolência excessiva e alteração
do apetite, devido à desregulação da serotonina na região do tronco encefálico.
Existe uma combinação muito conhecida por médicos psiquiatras que se chama
“combustível de foguete californiano”, que nada mais é que aproveitar o efeito
sinérgico de dois antidepressivos: Venlafaxina (5HT,NA) antidepressivo dual que
vai inibir a recaptação e aumentar os níveis de serotonina e noradrenalina e a
Mirtazapina (bloqueadora alfa 2) que é um antidepressivo multimodal que tem
várias funções entre elas bloquear receptores alfa adrenérgicos alfa 2. Quando há
bloqueio do alfa 2, ele estimula a liberação de serotonina e noradrenalina.
Habilidade 2: Individualizar a escolha do psicotrópico
Para paciente depressivo cuja queixa principal seja insônia, pode-se considerar a
mirtazapina, benzodiazepínico (uso tenporário), agomelatina, melatonina.
1. Comprou a medicação?
2. Tomou a primeira dose?
3. Ficou com alguma dúvida?
-Diagnóstico e sintomas-alvo
-Comorbidades e medicações usadas
- Exames complementares se necessário
- Preferências e experiências prévias
- Antecedentes familiares
- Acessibilidade
- Potencial de dependência
- Nível de evidência
Kennedy SH, Lam RW, McIntyre RS, et al. Canadian Network for Mood and Anxiety
Treatments (CANMAT) 2016 Clinical Guidelines for the Management of Adults
with Major Depressive Disorder: Section 3. Pharmacological Treatments
[published correction appears in Can J Psychiatry. 2017 May;62(5):356]. Can J
Psychiatry . 2016;61(9):540-560
Kennedy SH, Lam RW, McIntyre RS, et al. Canadian Network for Mood and Anxiety
Treatments (CANMAT) 2016 Clinical Guidelines for the Management of Adults
with Major Depressive Disorder: Section 3. Pharmacological Treatments
[published correction appears in Can J Psychiatry. 2017 May;62(5):356]. Can J
Psychiatry. 2016;61(9):540-560. doi:10.1177/0706743716659417