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Dependência Química
Gabriela Torres
Stela Hubner
Vitor Guilherme
O problema começa quando o uso ocasional começa a se tornar cada vez mais
frequente, gerando um desequilíbrio no organismo que altera o metabolismo químico e,
assim, causando a dependência. A dependência química é uma doença biopsicossocial,
visto que seus sintomas são variados, sendo estes cognitivos, comportamentais e
fisiológicos. O sujeito passa a deixar de fazer outras atividades antes consideradas
prazerosas para fazer atividades em prol do vício, além de apresentar dificuldades de se
relacionar socialmente, visto que é afetada sua capacidade de pensar, sentir e agir.
Outros sintomas comuns são a falta de controle, ansiedade, irritabilidade, confusão
mental e em casos mais graves até transtornos de personalidade. Além de poderem gerar
inúmeros problemas para a saúde física.
Muitos são as causas pelas quais os indivíduos buscam o uso de drogas, estando
relacionadas a fatores psicológicos, sociais, biológicos e ambientais. Alguns sujeitos
podem apresentar em seu organismo uma predisposição ao abuso de substâncias. Cerca
de 50% do problema no caso do álcool está relacionado diretamente a fatores genéticos,
podendo uma pessoa com pais alcoólatras ter quatro vezes mais chance de também
desenvolver o vício. Os grupos que estão mais propensos a reagirem aos efeitos do
álcool são mulheres, jovens e idosos, sendo estes os com maior predisposição à
dependência.
Outros aspectos sociais que podem ser determinantes no uso da droga são fatores
como moradia, estabilidade social, vínculos e pressões sociais. O ambiente em que o
indivíduo cresce também pode ter grande influência a medida que certas crenças
disfuncionais desenvolvidas na infância e não amadurecidas podem levar a um padrão
de pensamentos automáticos disfuncionais e sentimentos impulsivos. Geralmente em
casos de dependência química as crenças centrais são construídas em contextos de
famílias disfuncionais, como rigidez excessiva, violência domiciliar e ausência paterna.
No início da década de 40 surge uma teoria que poderia explicar todo o processo
de desenvolvimento da dependência quimíca, a chamada teoria do reforço que afirma
que o comportamento das pessoas pode ser influenciado e controlado através do reforço
das ações, recompensando as desejadas e desprezando as indesejadas. O primeiro teste
foi realizado com chimpanzés que foram induzidos ao vício de opioides através de
injeções dadas diariamente, após um tempo eles voluntariamente pediam as injeções e
trabalhavam para conseguir. Houveram testes com ratos que foram induzidos ao vício
de estímulos elétricos, apesar de que somente uma parte dos ratos deixou suas
necessidades de lado para ficar em função do choque. Com isso, foi possível descobrir
que todas as drogas, apesar de atuarem de formas diferentes, ativam a mesma região do
cérebro: o sistema de recompensas central.
Para isso, é preciso trabalhar com intervenções que atuam dentro da visão da
dependência no modelo cognitivo, procurando entender e modificar: 1- situações que
atuam como estímulos de alto risco; 2- estímulos (internos ou externos) que ativem
crenças centrais sobre o indivíduo; 3- pensamentos automáticos; 4- surgimento de
sintomas fisiológicos reconhecidos como fissura; 5- crenças permissivas, facilitadoras;
6- o acesso à droga e inicia seu uso; 7- o uso da substância, que desencadeia sentimento
de satisfação, assim como culpa e fracasso; 8- o desconforto psicológico que ativa mais
crenças disfuncionais e dá continuidade ao uso da droga.
Mesmo que se compreenda que, para muitas pessoas, o ideal seria que não
usassem mais drogas, sabemos que isso pode ser muito difícil. A estratégia de redução
de danos é tolerante, pois evita o julgamento moral sobre os comportamentos
relacionados ao uso de substâncias psicoativas, evitando, por exemplo, intervenções
autoritárias e preconceituosas. A redução de danos acolhe a diversidade de usuários e
não se sustenta na exigência obrigatória da extinção do uso. Seu objetivo é,
principalmente, a diminuição dos danos físicos, psicossociais e jurídicos relacionados ao
uso de drogas.
Referências bibliográficas
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contribuicoes-para-a-ressignificacao-dos-sujeitos-dependentes-quimicos
https://www.hri.global/files/2010/06/01/Briefing_what_is_HR_Portuguese.pdf