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Como entender e ajudar um

dependente químico
Data: 05/06/2018 Categoria: Dependência Química / Voltar

Antes de julgar um dependente químico como mau caráter, inconfiável, manipulador e


traiçoeiro, devemos entender que ele é portador de uma doença segundo a OMS
(Organização Muldial de Saúde). Tal doença é descrita como Transtorno mental e
comportamental devido à compulsão obcessiva por uso de substâncias psicoativas que
alterem sua percepção e que proporcionam prazer proveniente do uso.

Se você entender essa concepção, entenderá que suas atitudes serão para alimentar o
uso e para isso será capaz de qualquer coisa. Imagine um casal apaixonado, em um local
público, às 23:00hs, extremamente apaixonado e sem condição de estar em um local
apropriado e com mais privacidade. Estão envolvidos fisicamente, de forma que o desejo
sexual é incontrolável pois tem em sua memória o prazer que uma relação sexual
proporcionará. Deste modo eles cometerão qualquer loucura para se satisfazerem,
perderão o controle e buscarão de qualquer forma o ato em si.

Pode parecer estranho esta comparação, pois um ato sexual é um ato saudável, mas a
busca da satisfação e do prazer é comparável ao uso de uma substância psicoativa que
proporcionará prazer e liberará dopamina.

Então antes de julgar um dependente químico, procure usar de empatia. Se você fosse
dependente de cocaína, crack, maconha, ácool, o que seria capaz de fazer para satisfazer
sua necessidade de ter prazer com a substância de sua preferência ?
Talvez por não ser dependente químico não tenha noção das reações que a compulsão e
o desejo de usar, provocam no organismo. Mas se conseguiu usar empatia e imaginar qual
é a reação ao desejar o resultado do prazer proporcionado pelo uso, saberá o quanto é
difícil lhe dar com o momento da "fissura" (Desejo incontrolável).

Neste momento o dependente químico é capaz de manipular e usar de qualquer


subterfúgio para conseguir satisfazer seu desejo incontrolável o qual denominamos
de circuito de recompensa ou circuito de prazer.

Apesar de as drogas agirem no nosso cérebro em áreas diferentes e com mecanismos


diferentes, produzindo uma ampla gama de efeitos, todas elas aumentam a concentração
de dopamina no circuito de recompensa (WEST, 2006).

Nas pessoas que possuem uma vulnerabilidade para a dependência química, a


estimulação da área Tegumentar Ventral do cérebro, faz com que nosso cérebro responda
com mais frequência aos estímulos que lembram o uso da droga, por exemplo as imagens
de drogas, os instrumentos usados para preparação ou consumo da droga, a ansiedade
ou a disforia, uma sensação ou estado de mal-estar, ansiedade ou tristeza. Isso faz com
que, na consciência da pessoa com dependência, surjam pensamentos e pulsões para
que ela faça uso ou continue o uso da droga. Esse mecanismo é responsável pelo sintoma
chamado de “fissura”.

Nas pessoas consideradas vulneráveis à dependência química, a ação das drogas pode
produzir, progressivamente, uma disfunção do córtex pré-frontal, ou seja, no filtro de
nossas pulsões ou de nossos desejos. Essa lesão faz com que, pouco a pouco, a pessoa
tenha dificuldade de inibir seus impulsos, como o de usar drogas, e, quando ela começa a
consumí-las, ela passa a ter dificuldades para interromper o uso. Essa disfunção do córtex
pré-frontal é associada a um segundo sintoma da dependência que é a “perda de controle”
do uso da droga.

Podemos depreender dessas explicações que a dependência química é um transtorno


mental resultante das alterações causadas pela droga no circuito de recompensa.
Essas alterações fazem com que a pessoa com dependência modifique seu modo de
perceber estímulos prazerosos,
de controlar suas pulsões e suas memórias relacionadas à droga.

Após estas informações, busque entender como agir e ajudar o dependente químico ao
invés de julgá-lo de forma depressiativa.

A ONG - Amor Exigente - Possui as orientações e princípios os quais ajudarão a lhe dar
com o dependente químico de forama assertiva e de forma a ajudá-lo ao invés de
discriminá-lo preconceituosamente.

Acesse: https://www.amorexigente.org.br

Esteramos com esse artigo conscientizar familiares, amigos, conjugês e todos aqueles que
possuem em seu convívio um dependente químico para que possam compreender e
ajudá-lo.

Abaixo alguns princípios orientadores também poderão ajudar:

1. Expressar empatia – Por meio de uma escuta reflexiva, você acolhe e compreende o
ponto de vista do outro sem necessariamente concordar com ele. Frases como “entendo o
que você diz” ou “partindo do seu ponto de vista” são valiosos instrumentos a serem
usados nesse princípio.
2. Desenvolver a discrepância – Mostre a diferença entre seu comportamento, suas
metas e o que ele pensa que deveria fazer para alcançá-las. Use a figura do “caminho”,
ilustrando onde ele está agora, aonde quer chegar, qual o melhor trajeto a percorrer para
atingir o ponto de chegada.

3. Evitar a confrontação – A pessoa deve ser sempre “convidada a pensar sobre o


assunto”. Faça uso de perguntas como: O que você pensa sobre isso? Podemos pensar
juntos em um plano de mudanças de hábito?

4. Lidar com a resistência – Aquele que precisa de nossa ajuda pode resistir às
sugestões ou propostas que você fizer. Seja compreensivo e aguarde vir dele a decisão de
quando e como mudar. Forneça informações que o ajude a considerar novas e diferentes
alternativas. Exemplificando, ao abordar alguém que faz uso abusivo ou nocivo de álcool,
esclareça sobre os danos do consumo de alto risco, as doses de bebidas consideradas
seguras pelos especialistas e a diferença no teor de álcool que cada bebida contém.
Aguarde que ele te interrogue: O que fazer e como parar?

5. Fortalecer a autoeficácia – Este princípio está relacionado à motivação da fé que a


pessoa tem em si mesma, em sua capacidade de mudança. Encorajar e estimular cada
passo são atos importantes para que ela se sinta fortalecida e permaneça firme no
decorrer do caminho.

Após nos aprofundarmos nesses princípios, vamos refletir sobre o primeiro estágio, que é
a pré-contemplação. Nele, a pessoa não considera ruim o uso que faz da substância. É
aquele usuário feliz que não vê seu comportamento como um risco para a sua saúde, de
seus familiares e da sociedade. O que fazer nesse estágio? A informação aqui ainda é o
melhor instrumento a ser utilizado. Conscientizemos e esclareçamos sem nos
impor. Deixemos o primeiro passo partir dele. Depois, façamos recomendações ou
sugiramos estratégias para reduzir ou cessar o consumo. Esse será o ponto de partida da
próxima etapa: a contemplação. Por enquanto, resta-nos observar o discreto movimento
do rolar da pedra.

Estamos a inteira disposição para ajudar na orientação e tratamento.

Equipe Gama Life.

Definição de Dependência.

Seis a sete por cento dos americanos apresentam, em algum momento de suas
vidas, sinais de dependência química (O’Brian e McKay, 1998). Nessa pesquisa, a
palavra substância foi usada no sentido estrito de substâncias como álcool,
cocaína, maconha ou ópio. A pesquisa excluiu a dependência de nicotina e
cafeína, bem como qualquer dependência comportamental, como o jogo
compulsivo. Neste artigo, vamos focalizar o uso de substâncias; mas as mesmas
intervenções funcionam também em qualquer outro problema de dependência. O
álcool, sozinho, é responsável pela metade das fatalidades relativas ao trânsito,
um quarto dos suicídios, um terço dos assaltos, e a causa de morte de 100.000
americanos por ano (Dorsman, 1997).

Ao tentar definir a dependência, os psiquiatras e outros referem-se a mais do que


o uso excessivo, e a mais do que à sensação psíquica de necessidade da
substância (American Psychiatric Association, 1994). Referem-se àquilo que os
conselheiros chamam de ambivalência (Miller e Rollnick, 1991), e ao que os
Practitioners de PNL chamam de incongruência sequencial (Bandler e Grinder,
1982). A pessoa acessa sua parte neurológica que busca o uso da substância, e
depois a parte que não quer usá-la, em sequência contínua. Por exemplo, ela pode
exceder a quantidade da substância que planejara usar. Pode fazer tentativas de
parar, ou seja, ela deseja parar de usar tal substância, mas continua a usá-la.
Pode abandonar outras atividades que são importantes para ela, em consequência
do uso da substância. Pode continuar a usar a substância apesar de, na verdade,
sofrer problemas penosos e persistentes devidos ao seu uso. Pode até ter
procurado parar de usá-la, e experimentado extremo desconforto (chamado de
recaída). Em resumo, a dependência ocorre quando uma parte da pessoa quer
parar, mas (e a palavra "mas" é usada intencionalmente) outra parte,
aparentemente mais forte, não quer parar.

As pessoas conseguem livrar-se naturalmente da maioria das dependências

Existe um grande número de programas que oferecem assistência para


interromper o uso de substâncias por pessoas viciadas, inclusive o famoso
programa de "12 passos" como o dos AA (Alcoólicos Anônimos). No entretanto,
contrariamente à crença popular, a maioria das pessoas livra-se da dependência
por si mesmas. Diversas pesquisas da Institution for Health and Aging
(Universidade da Califórnia) mostram que os problemas de bebida, até o nível em
que ocorrem os blackouts, quase sempre desaparecem antes da meia idade, sem
assistência médica; como acontece com a maioria dos viciados em drogas na
adolescência (Peele, 1989, p. 66). Mais de dois terços dos viciados que param de
beber álcool o fazem por si mesmos. 95% dos 30 milhões de Americanos que
deixaram de fumar na última década o fizeram sem auxílio médico do estilo AA.
(Prochaska et alia, 1994). Essas pessoas têm mais sucesso a longo prazo do que
aquelas que escolhem programas de tratamento: 81% dos que param de beber por
conta própria permanecem abstêmios durante mais de 10 anos, comparados com
apenas 32% dos que vão aos AA. (Trimpey, 1996; Ragge, 1998).

O mesmo parece acontecer com as dependências que fazem parte de um estilo de


vida. Em 1982, Stanley Schachter publicou os resultados de um estudo a longo
prazo sobre a obesidade. No início dos anos 70, ele formou a ideia de que
enquanto a maioria das pessoas com excesso de peso podem emagrecer, muito
poucas conseguem manter o peso. Em duas comunidades estudadas, o que ele
realmente descobriu foi que 62% das pessoas obesas conseguiram perder uma
média de 15 kg. e manter esse peso em média por 11,2 anos. Aqueles que nunca
haviam entrado em programas de perda de peso obtiveram mais sucesso a longo
prazo. Casualmente, ele descobriu que muitos fumantes deixam de fumar por si
mesmos. Ele acompanhou também esta variável, e descobriu novamente que
aqueles que já haviam feito programas de tratamento não foram tão bem
sucedidos como aqueles que deixaram por si mesmos! (Schachter, 1982).

E a respeito das chamadas "drogas pesadas"? Em um estudo de 1982 sobre o uso


da morfina, 50 pacientes de cirurgia foram submetidos ao uso de morfina, sem
controle, durante 6 dias. Embora eles usassem muito mais do que a quantidade
usada por um dependente usual, todos eles diminuíram o uso da droga e o
interromperam, sem problema algum, após a saída do hospital. Dos soldados
americanos que usaram heroína na guerra do Vietnam (e a maior parte deles o
fez) 73% ficaram viciados e livraram-se da dependência após o retorno. As
autoridades ficaram apavoradas, esperando um enorme aumento do número de
viciados. Na verdade, 90% simplesmente parou assim que voltou para a América.
Os pesquisadores observaram: "Geralmente, acredita-se que após recuperar-se
da dependência, a pessoa deve evitar qualquer contato posterior com a heroína.
Pensa-se que experimentar a heroína, mesmo uma só vez, conduz rapidamente à
volta para a dependência... A metade dos homens que ficaram viciados no
Vietnam usaram heroína na volta, mas somente um em cada oito retornaram ao
vício da heroína." (Peele, 1989; Trimpey, 1996).

Como a medicação reforça a dependência.

O vício tem sido descrito pelos AA como uma doença física incontrolável, e os
alcoólatras são informados de que apenas uma bebida restabelece o processo da
doença incontrolável. A pesquisa invalida consistentemente essa afirmação. Em
1973, o psicólogo Alan Marlatt ofereceu bebidas com forte aroma de álcool, e
descobriu que – enquanto eles acreditavam que as bebidas não continham álcool
– bebiam somente quantidades normais. Por outro lado, os alcoólatras a quem foi
dito que suas bebidas continham álcool começaram a beber compulsivamente,
embora a bebida não contivesse álcool. Tais estudos foram repetidos numerosas
vezes, sob condições variáveis. Aqueles que acreditam que não têm mais força
depois de beber um drink contendo álcool mostram resultados muito piores nos
estudos a longo prazo. Um estudo acompanhou, durante quatro anos, 548
alcoólatras diagnosticados e tratados inicialmente em oito diferentes centros de
AA, e descobriu que enquanto apenas 7% deles conseguiram manter a
abstinência, 18% eram agora bebedores sociais sem nenhum caso de embriaguez.
Nesse estudo, aqueles que concordaram mais fortemente com o modelo de
doença do alcoolismo dos AA foram os que apresentaram maior tendência a
enfrentar problemas quatro anos mais tarde (Ragge, 1998).

Considere os 90% dos usuários veteranos do Vietnam que abandonaram o uso da


heroína após seu retorno. O que causou a dependência, em primeiro lugar?
Tinham uma doença que outros americanos não tinham? Não; eles foram
colocados em uma situação que produzia extrema incongruência. Uma parte deles
os mantinha numa zona de guerra, enquanto outra parte enfrentava uma grande
dor. Eles suprimiam a consciência dessa dor com a heroína, da mesma maneira
que os pacientes acima mencionados de cirurgia no hospital suprimiam sua dor
com a morfina. Após seu retorno para os Estados Unidos, 90% dos veteranos
descobriram que não mais sofriam da dor. Apenas 10% deles ainda tinham
grandes necessidades não satisfeitas, ao retornarem. Os outros simplesmente
pararam, porque a necessidade havia parado. Eles nunca foram "fracos" antes da
droga. Eles estavam suplantados pelas suas próprias necessidades internas,
notavelmente saudáveis e compreensíveis. Não é preciso uma "doença" para
explicar esse processo.

Stanton Peele enfatiza: "Quando o narcótico diminui a dor, ou quando a cocaína


produz um sentimento de alegria, ou quando o álcool ou o jogo criam um
sentimento de poder, ou quando fazer compras ou comer indicam à pessoa que
ela está sendo cuidada, é à sensação que a pessoa fica viciada. Não é necessária
outra explicação – sobre laços químicos ou deficiências biológicas. E nenhuma
dessas outras teorias fazem sentido perante os mais óbvios aspectos da
dependência." (Peele, 1989). A medicação do vício tem efeitos colaterais até mais
graves quando a pessoa realmente para de usá-la e acaba o tratamento. A
informação que lhe é passada é de que o fato de estar completamente bem agora
é uma prova de que ela realmente tinha uma doença! Essa é uma faca de dois
gumes, contradita pela grande maioria dos viciados que se recuperam por si
mesmos.
Como o "Confronto" reforça a dependência.

Imagine um psicoterapeuta trabalhando com um cliente que


apresenta incongruência sequencial, em que ele se embriaga mas depois deseja
não tê-lo feito. O terapeuta acha que a parte dele que quer parar é a "certa" e
começa a arguir e "confrontar" o cliente a partir desse ponto de vista. O resultado é
previsível. O cliente também apresentará o seu lado da argumentação. Isso tem
conduzido à crença de que a "negação" e a "racionalização" são características da
personalidade de pessoas viciadas. Cinco décadas de pesquisa mostram que não
existe correlação entre a negação e o vício. (Miller e Rollnick, 1991). De fato, o
único problema de caráter associado com o vício é a ambivalência sobre a
substância a ser usada! No entanto, a negação tem aumentado, em função dos
programas de tratamento baseados no confronto. Na verdade, quanto maior o
tempo em que uma pessoa permanece no programa de "12 passos" para viciados,
tanto mais aumenta seu grau de culpa, depressão, medo, e outras características
de personalidade geralmente associadas ao vício (Ragge, 1998).

Reafirmamos a pressuposição básica da PNL: a resistência indica simplesmente


falta de rapport! Diversas metarevisões de estudos de pesquisa mostram que o
estilo do terapeuta é mais importante do que o conteúdo da terapia na previsão
dos resultados em relação à dependência. O estilo mais eficaz é menos
confrontador, mais enfático, e usa mais habilidades de comunicação (Finney e
Moos, 1998; Miller e Rollnick,d 1991). Está provado que, se mesmo numa única
sessão for usado o "confronto" e o rótulo (Encare isso: você é um alcoólatra!"), isso
aumenta a argumentação e negação do cliente (Miller e Rollnick, 1991). É
extremamente importante compreender isso. Pelo menos um livro orientando o uso
da "abordagem Ericksoniana" no aconselhamento sobre dependência enfatiza o
uso da confrontação extrema (Lovern, 1991). A dependência não é, por si mesma,
uma evidência de personalidade baseada na negação e racionalização
argumentativa, e as abordagens agressivas como a de John Lovern na verdade
geram o problema que desejam resolver.

O que funciona?

Relatórios entusiastas sobre o sucesso obtido em centros de tratamento da


dependência frequentemente dissimulam o fato de que mais de 80% dos clientes
não completam tais programas (Trimpey, 1996). Uma vez que a própria
publicidade é tão divulgada, o programa de 12 Passos tende a parecer bem
sucedido, mas esse sucesso tem sido difícil de demonstrar na pesquisa. O Dr.
Keith Ditman, responsável pela Clínica de Pesquisa sobre o Alcoolismo da
Universidade da Califórnia, estudou aleatoriamente três grupos de transgressores
alcoólatras mandados por um Juiz a uma organização AA, a uma clínica médica e
os que ficaram sem tratamento. No período de acompanhamento, 69% dos
clientes da AA cometeram novos delitos, e 68% dos da clínica também. Somente
56% daqueles que não fizeram tratamento voltaram a praticar transgressões.
(Ragge, 1998). Dois estudos de 1997 indicam que os grupos de AA tiveram o
mesmo sucesso que os de abordagem comportamental cognitiva, mas não há
justificativa para a afirmação de que os grupos de 12 Passos se constituem na
melhor solução para a cura da dependência.

Lembremo-nos de que muitas pessoas livram-se da dependência por si mesmas.


O que acontece na vida dessas pessoas? Uma pesquisa feita com 2.700 fumantes
ingleses mostrou que, na época em que eles pararam, geralmente mudaram de
emprego, mudaram um relacionamento ou, de alguma forma, resolveram algum
problema do seu estilo de vida. Também, eles param quando "deixam de acreditar
naquilo que pensavam que o cigarro podia fazer por eles", enquanto criam
"novas crenças poderosas a respeito das vantagens de não fumar – crenças de
que não fumar lhes oferece um estado desejável e digno de recompensa." (Marsh,
1984). O programa que mostra a maior eficiência na metanálise da pesquisa sobre
a dependência é o de treinamento em capacitação social (treinamento do tipo
oferecido em nosso curso sobre Comunicação que Transforma; veja Bolstad and
Hamblett, 1998). Usando-se a dramatização e a orientação, esse treinamento
ensina os indivíduos como expressar claramente e sem culpa as suas
preocupações, como ouvir efetivamente às preocupações dos outros, e como
trabalhar em busca de soluções que sirvam tanto a eles quanto aos outros. A
abordagem mais eficaz da dependência não é, na verdade, lidar com "a
dependência", mas resolver os problemas interpessoais existentes na vida da
pessoa (Finney and Moos, 1998). Para usar uma analogia, a maior parte dos
tratamentos da dependência é como estabelecer clínicas de AA para os soldados
no Vietnam. O que funciona é trazê-los para casa.

O segundo tratamento de maior sucesso é o Brief Motivational


Interviewing (Pequena Entrevista Motivacional) (Finney and Moos, 1998). Esse
tratamento é baseado num modelo desenvolvido por James Prochaska, John
Norcross e Carlo DiClemente, que entrevistaram 200 ex-fumantes, para descobrir
o que aconteceu (Prochaska et alia, 1994). Eles fizeram o acompanhamento de
pessoas que haviam abandonado outras dependências, e encontraram os mesmos
padrões. Surpreendentemente, a Entrevista Motivacional é feita em quatro
sessões, o que a torna o tratamento mais breve disponível nessa área! A
metodologia da Entrevista Motivacional não focaliza o conteúdo da dependência
(ex.: educando as pessoas a respeito dos perigos da bebida) mas sim o processo
de motivação para deixar o vício.

Os Seis Passos da Mudança

Prochaska e DiClemente (Prochaska et alia, 1994; Miller and Rollnick, 1991)


descobriram que mudanças pessoais bem sucedidas passam por um ciclo de seis
estágios. Ajudar uma pessoa num estágio requer uma abordagem completamente
diferente da abordagem usada em outro estágio (Ex.: tratar uma pessoa no estágio
da contemplação como se ela estivesse pronta para a ação). Os estágios são os
seguintes:

Entrevista Motivacional

O modelo da Entrevista Motivacional baseia-se na pesquisa, mostrando que


aqueles que conseguem mudar passam pelos seis estágios acima antes de
deixarem a dependência. Precontemplação, Contemplação, Determinação, Ação,
Manutenção e Reciclagem do processo.

Precontemplação. Neste estágio a pessoa não


está consciente da incongruência sequencial que os outros podem considerar
"uma dependência". Eles não "dominam o problema". Uma ajuda útil nesse estágio
busca criar uma situação em que a ajuda seja aceitável. A pessoa que ajuda pode:

 Obter permissão para oferecer informações e agir como consultor. Um consultor


eficiente conhece os fatos, compartilha respeitosamente as informações, ouve as
respostas da pessoa, e deixa a tomada de decisão para ela.
 Evitar falar sobre a incongruência para a pessoa, antes de "convencê-la" a agir
sobre a mesma. O objetivo é simplesmente assistir à pessoa para que se torne
mais consciente sobre aquilo que está acontecendo. O uso de habilidades
eficientes de comunicação pelos assistentes e pelas pessoas envolvidas com o
cliente é crucial neste momento. Isso inclui a habilidade de enviar uma clara
mensagem "Eu ..." (ex.: Quando você chegou em casa duas horas mais tarde do
que havia programado, isso fez com que EU perdesse o filme que nós íamos
assistir. EU fiquei realmente frustrado porque estava esperando ir com você.") e
ser capaz de responder à reação da pessoa ouvindo reflexivamente (ex.: "Você
acha que estou super reagindo. Você simplesmente esqueceu e sente muito por
isso.") antes de reafirmar sua preocupação numa nova mensagem "Eu ..." Essas
habilidades são discutidas profundamente em nosso livro Transforming
Communication (Comunicação que Transforma) (Bolstad e Hamblett, 1998).
 Encontrar maneiras de apresentar à pessoa as vantagens de mudar, ao invés de
usar simplesmente a motivação "para longe de". A pesquisa mostra que a
motivação "em direção a" é extremamente importante na mudança, da
precontemplação para a contemplação, enquanto reduz o conflito interior, e é mais
importante na passagem da contemplação para o compromisso real. (Prochaska et
alia, 1994).

Contemplação. Este é o estágio em que a incongruência é muito óbvia. A pessoa


agora está engajada na mudança do processo, e oscila entre querer mudar e
querer ignorar o problema. Ela pode dizer: "É uma luta; mas acho que posso
administrar isso." A finalidade do assistente, neste estágio, é ajudar a
contemplação. É uma tentativa de levar a pessoa através de todo o processo de
mudança, mas o sucesso não aparece. Onde existe uma incongruência severa, a
pessoa pode apresentar frequentemente uma demonstração plausível de prontidão
para a ação durante os 30-60 minutos de consulta; mas ainda demonstra completo
desinteresse fora da sessão. Principalmente quando a pessoa teve experiência
anterior com programas de recuperação por meio de confronto, ela já aprendeu a
apresentar apenas a parte que deseja a mudança, durante a consulta. Para ajudar,
a sessão precisa contatar ambos os lados de sua ambivalência.

 Eliciar valores e estabelecer objetivos ajuda a pessoa a identificar o que ela deseja
fazer com relação ao problema.
 Explorar, sem tentar forçar uma decisão, os riscos de continuar com
o comportamento problemático (eliciar a motivação "para longe de") e reduzir o
risco que percebe para mudar.
 Fazer com que a própria pessoa diga porque a mudança seria útil; isso pode ser
feito apontando-se todas as vantagens de continuar usando, e perguntando por
que a pessoa deseja mudar.
 A esta altura, o processo de Integração das Partes pode capacitar a pessoa a
acessar e integrar ambos os lados de sua ambivalência sobre a mudança (o que
se constitui num passo à frente no uso do método para uma mudança real!).
Compromisso. Muitas vezes, abre-se uma janela de oportunidade dentro do
estágio da contemplação quando a pessoa mostra evidência de compromisso.
Essa evidência pode incluir:

 Parar de apresentar razões pelas quais o comportamento problemático seria


normal.
 Fazer afirmações motivadoras (ex.: "Eu preciso mudar isso!").
 Discutir como será quando tiver mudado.
 Experimentar o processo da mudança ou a interrupção
do comportamento problemático.

O assistente pode reforçar o compromisso de diversas maneiras:

 Identificando e utilizando as estratégias normais de motivação da pessoa e os


seus metaprogramas. Carol Harris oferece um excelente guia de avaliação e
utilização no contexto de perda de peso (Harris, 1999), que lida com mais de
dez metaprogramas da PNL. Ela sugere passar cada um deles, à medida que se
projeta o objetivo e a visualização.
 Capacitar a pessoa a estabelecer objetivos para a mudança. Perguntas
focalizando a solução são muito úteis (ex.: De que maneira você saberá que esse
problema foi resolvido? Quando foi que você notou que esse problema não era tão
grande? ... O que estava acontecendo então? O que você fez de diferente?")
 Ressignificar o problema como passível de mudança, talvez usando algumas
informações dadas neste artigo.
 Negociar uma estratégia de mudança.
 Estabelecer tarefas que possam ser atingidas, e que pressuponham compromisso.
Essas tarefas podem incluir o monitoramento do comportamento para identificar
com que frequência ele ocorre e quando não ocorre. A reação da pessoa a essas
tarefas permite que você avalie se ela está pronta para o estágio da ação (ver
Overdurf and Silverthorn, 1995).

Ação. Uma vez evidenciado que a pessoa está agindo, o estágio da ação envolve
a substituição da antiga estratégia do "problema" da pessoa por uma nova
(chamada de "ação contrária" por Prochaska). Isso pode ser feito em níveis
diferentes, como:

 Incluir a estratégia/estratégias da pessoa para usar a substância aditiva (Overdurf


and Silverthorn, 1995). Essa é a sequência de pensamentos que geralmente
ocorrem a partir da hora em que a pessoa não estava pensando em usar até o uso
efetivo. Essa estratégia envolve o gatilho de algum evento externo que a pessoa
vê ou ouve, ou por uma sensação física. Frequentemente, isso envolverá
alguma incongruência sequencial (ex.: dizer a si próprio que não deve usar a
substância, e depois acrescentar pressão até que se sinta "justificado" para
satisfazer seu desejo). Usando a notação de estratégia da PNL, e tomando como
exemplo alguém que fuma após cada refeição, a estratégia pode ser vista mais ou
menos assim: Ve ® Vr÷ Ki® Ad÷ Ki® Ki / Ki ® Ad® Ke
Operação de Teste Saída
Gatilho Operação Saída (A)
Polaridade (comparação) (B)

Ve ® Vr÷ Ki p® Ad÷ Ki ® Ki / Ki ® Ad ® Ke

Diz a si próprio: Diz a si


Lembra-se "Não é bom Compara o próprio:
Vê que Fuma
do cigarro e fumar! Isso é sentimento de "Azar!
terminou um
sente terrível!" e culpa à sensação Porque eu
a refeição cigarro.
prazer sente-se de fumar deveria me
culpado sentir mal!"

Essa estratégia pode ser interrompida em diversos lugares, conforme abaixo


descrito:

 Projete um swish visual da imagem do Gatilho para uma imagem de uma pessoa
com recursos que não fuma mais. O poder e o risco deste método são
demonstrados pelo caso de um homem que nos procurou porque fumava
enquanto tocava piano. Após um swish da imagem do piano, ele contou que não
sentia mais o desejo de fumar enquanto pensava no antigo gatilho. Um ano depois
nós o encontramos e soubemos que ele nunca mais havia fumado enquanto
tocava piano (ele encontrou outros lugares!). É importante liberar todos os gatilhos
possíveis.
 Altere diretamente a estratégia de alguma maneira importante, como a pessoa
fumar um cigarro antes da refeição, ou fumar dois cigarros quando fumaria
somente um. Qualquer coisa que destrua a estratégia tende a funcionar, se a
pessoa realmente decidiu parar. Milton Erickson, reconhecendo que um alcoólatra
precisava ser "sincero" antes de obter sucesso na terapia dá diversos exemplos.
Num caso (Lankton and Lankton, 1986) ele trabalhou com um homem que veio
buscar tratamento para o alcoolismo. Erickson eliciou sua estratégia para beber, e
descobriu que ele sentava num bar e bebia um cerveja, seguida por um whiskey, e
depois repetia esse processo até embriagar-se, uma bebida por vez. Erickson
disse a ele que, na próxima vez que fosse a um bar, ele devia pedir três whiskeys
e três cervejas, e colocar os copos em fila. À Medida que bebia cada copo, ele
devia maldizer Erickson, da maneira prescrita (sendo a mais suave: "Esta é para o
desgraçado do Dr. Erickson; que ele se afogue com a própria saliva!" ) Esse foi o
fim da terapia. O homem voltou três meses depois para agradecer Erickson por tê-
lo curado do vício. Ele não conseguia beber com essas alterações em
sua estratégia.
 Forneça habilidades de ressignificação e metamodelo mais úteis, para que a
pessoa possa desafiar suas reações auditivas em qualquer das operações de
polaridade ou na saída. Ao invés de falar a si mesma sobre os males do fumo, ela
deve, por exemplo, aprender a falar sobre como seria bom ter pulmões saudáveis;
ou, ao invés de dizer: "Por que eu deveria sentir-me mal?" ela pode perguntar a si
mesma: "Como eu poderia me sentir ainda melhor do que quando fumo?" O uso
dessas habilidades leva a estratégia para uma direção completamente diferente. A
terapia comportamental cognitiva focaliza plenamente esse tipo de
desafio auditivo. (Lewis, 1994). O sistema de Recuperação Racional para cura de
dependências faz a pessoa identificar as submodalidades internas da voz com a
qual a "parte" viciada fala (ex.: quando ela diz: "Droga, por que eu deveria me
sentir mal!"). Essa voz é chamada de "besta" na Recuperação Racional. A pessoa
aprende a identificar que quando ela diz: "Por que eu deveria me sentir mal," é a
parte que deseja permanecer na dependência que está falando, muito mais do que
a pessoa. Esta é uma técnica que depois dissocia a pessoa da parte viciada. A
única razão para se fazer isso em PNL é preparar para a próxima intervenção, ou
seja ...
 Transforme a comparação numa integração das duas partes conflitantes. Use o
processo da PNL para integração das partes a fim de integrar a parte que se sente
culpada por fumar numa mão, com a parte que aprecia o sentimento de fumar na
outra. Isso também pode ser feito linguisticamente, usando os padrões Quantum
Linguistic de Tad James’ (James 1996). Por exemplo, uma Practitioner
de PNL perguntou-me como poderia deixar de fumar, pois já havia tentado
algumas vezes. Perguntei a ela qual era a intenção da parte que fumava. Ela disse
que era para relaxar. Então, eu disse a ela: "Por favor, ouça cuidadosamente.
Essa parte compreende que qualquer coisa menos do que parar completamente
de fumar não está proporcionando a você o relax que você deseja?" Ela realmente
não podia ouvir o que eu havia dito (porque para compreender a pergunta é
necessário acessar simultaneamente ambas as partes conflitantes). Depois que
repeti diversas vezes a pergunta, ela saiu sem ter compreendido conscientemente,
mas informou, alguns meses depois, que não havia mais fumado desde aquele
momento. A estrutura daquilo que eu disse: "Qualquer coisa menos do que deixar
completamente de fumar (problema de comportamento) não está lhe trazendo
aquilo que você deseja (intenção positiva mais alta desse comportamento)." Um
terceiro método de PNL para resolver as partes conflitantes é a
antiga Ressignificação em Seis Passos, descrita num contexto de 12 passos por
Chelly Sterman (1991).
 Use a Terapia da Linha de Tempo ou a Reimpressão para eliminar a causa da
dependência da linha de tempo da pessoa. John Overdurf e Julie Silverthorn
cobrem três coisas: a representação do primeiro uso da substância, a causa-raiz
da dependência, e a decisão inconsciente de se tornar um viciado (1995). Tudo
isso pode ter ocorrido no mesmo momento, ou pode ter acontecido em momentos
diferentes do tempo. Nós tivemos a experiência de simplesmente atingir a causa-
raiz do vício, sem que a pessoa atingisse mais profundamente a necessidade de
fumar.

Manutenção. A manutenção da mudança requer habilidades diferentes daquelas


necessárias para a mudança inicial. Por exemplo, uma pessoa pode parar
congruentemente de ingerir álcool no escritório do Practitioner de PNL, e depois
encontrar-se sem nenhum recurso para enfrentar conflitos em casa. Esta é a razão
porque o ensino das habilidades de comunicação e solução do conflito é uma
técnica tão eficaz para acabar com a dependência. A manutenção envolve a
construção de uma nova vida sem o processo de dependência. As pessoas que
ajudam podem:

 Ensinar as habilidades para a solução de conflitos (Bolstad and Hamblett, 1998),


inclusive: 1) apropriação do problema, 2) ouvir reflexivamente, 3) mensagens de
Eu, 4) busca de soluções ganha-ganha, e 5) habilidades de resolver colisão
de valores. Lembre-se de que essa intervenção é o programa de mudança mais
bem sucedido que se conhece para terminar com a dependência.
 Liberar todas as outras emoções prejudiciais e decisões ou crenças na linha do
tempo, usando a Terapia da Linha do Tempo ou a Reimpressão. Albert Ellis
aponta que a pessoa viciada pode ter limitações impostas por si própria em
diversos níveis do modelo de níveis neurológicos de Robert Dilts (Lewis, 1994).
Isso pode incluir limitações do ambiente (só tem amigos que usam a substância),
limitações comportamentais e de capacidade (ex. não saber como responder à
sensação de necessidade), limitações de crença (ex.: "Não é justo que eu não
possa beber álcool quando tenho vontade.") e limitações de identidade (ex.: "Eu
sou um fracassado"). Essas crenças limitantes podem ser eliciadas, retiradas
da linha do tempo, e/ou substituídas usando-se o processo de mudança
de crenças da PNL.
 Assistir a pessoa para criar um novo senso de missão para sua vida,
e alinhar valores e objetivos para dar suporte a essa missão. A crença dos AA é
que esse senso de missão precisa envolver uma ligação com um "poder superior".
Em seu trabalho, que envolve os desafios do AA e seu programa de doze passos,
Charlotte Davis Kasl (1992) convidou os clientes a reescreverem os doze passos.
Alguns escritos sobre o último passo são muito semelhantes ao original (que era
"Passo 12: Tendo atingido um despertar espiritual resultante desses passos, nós
procuramos levar esta mensagem a outros e praticar esses princípios em tudo o
que fazemos").
 Ensinar a pessoa a estabelecer habilidades de mudança, como o uso de
uma âncora de relaxamento. É importante verificar se a solução do vício vai
realmente resolver os problemas da pessoa. É bem possível que uma pessoa
tenha dificuldades de ansiedade ou depressão ao mesmo tempo em que sofre da
dependência. Nesse caso, obviamente, o uso da cura de trauma da PNL para
melhorar a origem da ansiedade pode resolver a dependência. Lembre-se de que
90% dos veteranos do Vietnam foram curados do vício da heroína simplesmente
por voltarem para casa.
 Ajude a pessoa a explorar como manter saudável o próprio corpo. Sentir-se
saudável é um motivador positivo psicologicamente, e muitos escritores sugerem
que problemas físicos de saúde podem encorajar a necessidade de substâncias
prejudiciais (Kasl, 1992).
 Repasse a antiga estratégia da pessoa em relação ao vício, com o novo conteúdo
de saúde. Por exemplo, no caso acima, a estratégia do fumante após uma refeição
era a de pensar como seria bom um cigarro, e depois o contrário. Depois, mesmo
sentindo culpa, a comparação desse desconforto com o prazer imaginado de
fumar, dizer: "Por que não?" e acender o cigarro. Para repassar
essa estratégia saudavelmente, eu devo dizer durante uma indução hipnótica: "Às
vezes, você pode se encontrar contando os sucessos de sua vida, e imaginando
como será chegar a um estilo de vida mais saudável. Você pode reagir contra isso,
dizer a si próprio que não deve pedir tanto da vida; mas quando você compara
como essas limitações são sufocantes, você provavelmente dirá: "Azar; porque eu
deveria me sentir mal por pedir mais da vida!" e começar a fazer seu planejamento
diário!"

Reciclagem. Na PNL, não é comum recomendar a reciclagem de um processo de


mudança no futuro. Contudo, isso é exatamente o que é sugerido para o
tratamento da dependência, por Richard Bandler (Bandler, 1989) e por John
Overduf e Julie Silverthorn (1995). Fazer a ponte ao futuro com a pessoa, para
além da possibilidade de um "lapso" futuro consiste em ressignificar todas as
vezes que a pessoa "usar" novamente, como parte de seu sucesso a longo prazo.
O próprio conceito de "lapso", aponta Bandler, sugere que a pessoa não vai usar
por algum tempo. James Prochaska (1994 simplesmente diz: "Um lapso não é um
relapso. Se uma andorinha não faz um verão, um escorregão não significa uma
queda." Leia novamente a última frase. Para ser bem sucedido na ponte ao futuro,
você pode:

 Organizar uma sessão de verificação, alguns meses mais tarde.


 Planejar estratégias para lidar com eventos estressantes, inclusive fazer novos
contatos com você, em busca de auxílio.
 Projetar ressignificações para lembrar a pessoa de que ela pode facilmente
recomeçar sua nova vida com a força que vem de seu novo aprendizado.

A ponte ao futuro é uma coisa, mas o contexto da mudança bem sucedida


acontece quando você olha para trás e tem a sensação de que foi uma bobagem
ter-se preocupado com a maneira de manter a mudança. Os 95% de fumantes que
deixam de fumar sem qualquer auxílio não gastam o resto de suas vidas em
"recuperação". Eles têm coisas melhores para fazer. Charlotte Davis Kasl diz que
ela prefere o termo Descoberta para este estado final, mais do que Recuperação.
Diz ela: "Descobrir sugere abertura, expansão e crescimento."

Resumo

A pesquisa mostra que a assistência bem sucedida a alguém que deseja vencer
uma dependência é muito diferente da abordagem infindável, confrontadora,
rotuladora da indústria da recuperação. Os estágios do modelo de Entrevista
Motivacional faz um paralelo com o modelo RESOLVE da PNL. (Bolstad and
Hamblett, 1998). Em resumo, esses estágios são:

 Estado de Recursos para o Practitioner (Precontemplação). Neste estágio, o


consultor de PNL precisa ser contactado. Ele precisa ter uma visão clara de sua
própria posição, e garantir a permissão antes de oferecer assistência.
 Estabelecer Rapport (Contemplação). Enquanto a pessoa alterna com
ambivalência entre querer mudar e não querer mudar, o consultor de PNL reflete
principalmente sua experiência e ambivalência ao ajudar no esclarecimento da
decisão de mudar.
 ESPECIFICAR o Resultado (Compromisso). Uma vez que a pessoa diga que
realmente deseja mudar, o consultor de PNL é capaz de ajudar a estabelecer
objetivos, e oferecer tarefas para a pessoa verificar sua intenção.
 Abrir o Modelo de Mundo da Pessoa (Ação: A). Uma vez que a pessoa esteja
pronta para agir, o consultor pode eliciar e alterar sua antiga estratégia de uso.
 Liderança (Ação: B). A essência dos tratamentos de dependência é integrar as
partes conflitantes que criaram a incongruência sequencial na vida da pessoa.
 Verificar a mudança (Manutenção). O sucesso desta mudança é verificado ao
longo do tempo à medida que a pessoa constrói um novo estilo de vida, integrando
a mudança em nível de missão, valores, e linha de tempo. Se for necessária mais
assistência, o consultor de PNL pode ensinar habilidades interpessoais,
estabelecer habilidades de mudança e habilidades para um viver saudável.
 Saída (Reciclagem). Finalmente, o consultor pode fazer a ponte ao futuro através
de possíveis lapsos, para a descoberta e o prazer.
PNL e Dependência Química
A Dependência Química é uma doença avassaladora . Ela
destrói a vida, a família e os sonhos de uma pessoa. Somente
quem vive, ou convive com uma pessoa com esse problema,
sabe verdadeiramente o sofrimento que é. Nesta busca pela cura
do vício, as pessoas buscam tudo: terapias, conversas, punições,
internações, médicos, religiões, e diversos outros métodos.
Porém,às vezes faltam informações e, principalmente, o olhar
humano com essas pessoas e famílias que sofrem tanto.
Hoje, também contamos com uma nova técnica: a PNL. Esse
trabalho, em nosso Instituto, é encarado como nosso verdadeiro
diamante. Por quê? Porque iniciamos nosso trabalho de PNL
com essas pessoas e somos muito gratos a todos os
dependentes químicos que nos mostraram que todo ser humano
pode ser lapidado e brilhar novamente, mesmo a pedra mais
bruta, pode sim, ser tornar uma preciosidade e se transformar
numa raríssima pedra preciosa.
Entendemos que, muitas vezes, essas pessoas tinham uma
intenção no seu uso de drogas, buscavam de alguma forma
anestesiar suas dores, se esconder dos seus medos, chamar a
atenção, serem vistas, serem ajudadas, entre outras formas
destrutivas de continuarem sua caminhada. Infelizmente, elas
focaram na dor, na morte, na fraqueza e abandonaram a vida, a
esperança, a coragem e todos os antídotos para combater
nossas negatividades, presentes em qualquer um.

Clínica Greenwood e PNL


Aproveitamos para agradecer a Clínica Greenwood de
reabilitação que nos permitiu criar dentro dela o Instituto Metta,
sendo pioneira nesse trabalho, e tendo dentro dela um Instituto
de PNL no tratamento para a dependência química.Essa
iniciativa trouxe excelentes resultados para a motivação dos
pacientes.
Lembramos que a dependência química é uma doença
caracterizada pelo DSM IV ( Manual Estatístico e Diagnóstico)
como um transtorno mental. Um padrão mal adaptativo de uso
de substância, levando a um prejuízo ou sofrimento clínico
significativo. Alguns sintomas manifestados são:
 Tolerância;
 Abstinência;
 Substância consumida frequentemente em maior
quantidade ou por períodos mais longos do que o pretendido;
 Esforços mal sucedidos de reduzir ou controlar o consumo
da substancia;
 Muito tempo é gasto na obtenção ou uso da substância;
 Prejuízos em outras áreas devido ao uso;

Importante ressaltar que somos uma equipe de médicos e


psicólogos especializados em dependência química, e esse
diagnóstico somente poderá ser dado por um médico.

Os Resultados
Desde de que iniciamos esse projeto, em 2013, com um instituto
dentro da clínica, com uma abordagem dos pressupostos e
técnicas da PNL com esses pacientes internados, obtivemos
resultados muito positivos. Observamos e tivemos relatos dos
pacientes de que:
 Ficaram mais motivados para se tratarem;
 Resgataram sua identidade;
 Voltaram a entrar em contato com seus sentimentos;
 Conseguiram colocar para fora suas raivas, mágoas e
sentimentos negativos;
 Através das vivências das técnicas, perceberam os
comportamentos que necessitavam mudar;
 Conseguiram desmistificar crenças limitantes;
 O tempo de tratamento internado foi reduzido comparado
ao tempo médio de outros pacientes;
 Familiares relatam que eles ficaram mais afetivos,
resgatando valores e laços familiares;
 Estabeleceram uma relação de confiança com seus
treinadores;
 Diminuição da ansiedade;
 Há um interesse em continuar com esse trabalho em
conjunto com a equipe médica;
A PNL cura a dependência química? Não. Essa doença é
incurável, mas tratável e é nesse ponto que a PNL entra com sua
contribuição. O que você tem a perder? Temos muito carinho
por esse trabalho e queremos que você se permita tentar outra
vez!
O objetivo do Thetahealing é acessarmos um estado de consciência mais
elevado através de meditação capaz de promover relaxamento, limpezas
energéticas e curas ao identificarmos e eliminarmos crenças limitantes
que estão num nível subconsciente que governam nossos
comportamentos, modo de ver a vida e atitudes.

Quando falamos em crenças limitantes como a própria palavra se define:


Crenças = tomar algo como verdade, acreditar;
Limitantes = nos limita, nos impede;

Podemos tomar qualquer coisa como verdade. Podemos acreditar que


somos felizes, que somos ricos, que somos queridos e amados ou
podemos acreditar que somos pobres, que não somos amados, que
somos excluídos e etc. Porém mesmo parecendo que acreditamos que
podemos e merecemos ser felizes num nível consciente, se existir
alguma crença subconsciente de que “eu não mereço ser feliz” então
aguarde que você mesmo será capaz de sabotar sua própria felicidade e
ninguém mais.

Não é à toa que tanta gente que mesmo se dedicando ferrenhamente a


concretizar algum sonho sempre chega no “quase consegui”. É como se
tivesse algo que prendesse essa pessoa de ir pra frente, de evoluir e
alcançar os próprios desejos.

Parece louco, não é mesmo? Como podemos ser capazes de destruir


nossos próprios sonhos? Pois é, temos um potencial criador incrível tanto
para conseguir coisas boas quanto ruins. Enxergamos a vida sob a lente
das crenças do subconsciente, portanto, o foco aqui é trocar essas lentes
ao eliminar a crenças limitantes e substituir por crenças mais condizentes
com o que queremos viver.
Entendendo a palavra: THETAHEALING.

THETA em egípcio e grego, entre outras coisas, significa “alma”.


Healing = do inglês, “cura”.

Para entendermos desde o princípio vou citar um trecho do livro que


recebemos durante a formação da criadora dessa técnica, Vianna Stibal:
“ A mente humana apresenta 5 ondas cerebrais diferentes, sendo elas:
Alfa, Beta, Gamma, Delta e Theta. Essas ondas estão em constante
movimento; o cérebro está constantemente produzindo ondas em todas
essas frequências. Tudo o que você faz e tudo que você diz é regulado
pela frequência de suas ondas cerebrais.
Um estado Theta é uma espécie de relaxamento muito profundo, é o
estado usado na hipnose. Em Theta, as ondas cerebrais são reduzidas a
uma frequência de quatro a sete ciclos de ondas por segundo.”
Esse estado é alcançado por grandes meditadores e está associado ao
nosso subconsciente. Parafraseando Vianna, as ondas cerebrais Theta
guardam memórias, sensações e governam nossas atitudes, crenças e
comportamentos. Acredita-se que esse estado nos permite agir por
detrás da mente consciente.

Vianna comprovou através de um eletroencefalograma que é possível


acessar e se manter em Theta, e mais que isso, essa onda afeta tanto o
praticante quanto o cliente durante o atendimento.
Chegamos na frequência theta através de meditação e a cura é feita
entrando em contato com o Criador, Jesus, Deus, Buda, Shiva, Deusa,
Javé, Alá, entre outros. Por isso, é imprescindível que a pessoa tenha
essa crença central de que tem suporte de algo Maior.

Também importante dizer que Thetahealing não é hipnose e durante a


sessão o cliente está totalmente consciente.

Crenças e Curas

As doenças e problemas enfrentados na vida podem ser causadas por


crenças de diferentes níveis como:

Nível Primário: situações vivenciadas na infância e vida intrauterina.


Nível genético: trazidas de antepassados e armazenadas no campo
morfogenético de conhecimento, em torno do DNA da pessoa.
Nível histórico: dizem respeito a vidas passadas ou memórias genéticas
profundas, ou ainda experiências da consciência coletiva.
Nível de Alma: enraizada no coração.
Quem faz a cura?

A cura é sempre feita por Deus e não pelo terapeuta. O terapeuta apenas
testemunha que a cura e a liberação das crenças estão acontecendo.
Todo o conteúdo da sessão é feito sob consentimento verbal do cliente
respeitando seu livre arbítrio. Por exemplo, digamos que o cliente queira
viver um grande amor e durante o atendimento identifica-se que tem a
crença limitante de que “se relacionar é ruim”, “se se entregar no
relacionamento pode sofrer uma traição”, o papel do terapeuta é pedir ao
cliente a permissão para que a crença acima citada seja removida e
substituída por uma nova como por exemplo “ amar é bom e saudável”,
“posso me entregar e encontrar um parceiro fiel”.

Outros exemplos de crenças:


“eu não mereço o sucesso”, “eu não mereço ser amado”, “não posso ter
um relacionamento saudável pois minha mãe também não teve”,
“dinheiro é sujo”, “dinheiro não dá em árvore”, “tudo é difícil pra mim”,
“preciso manter essa doença pois assim tenho atenção da minha
família”, “preciso me esforçar muito para ter dinheiro” são exemplos de
como somos influenciados pelo nosso subconsciente que atrai para
nossa vida aquilo que acreditamos como verdade. Quando essas
crenças são removidas ou trabalhadas, testemunhamos uma mudança
radical. Aquilo que antes era impossível se torna possível.
Provavelmente, você já ouviu histórias de pessoas que estavam com
doenças gravíssimas e se curaram como se fosse um milagre, nem os
médicos conseguem explicar como elas conseguiram se curar. Quando
acreditamos que podemos, que somos merecedores, que é possível, é
assim que o Universo retribui.

O que mais é possível fazer com Thetahealing

Além do trabalho com crenças podemos fazer limpezas energéticas, de


chakras e de radiação; instalar novos conceitos mais benéficos; ativar
gene do amor, da juventude e vitalidade; remoção de ataques psíquicos
(formas pensamento negativas criadas por nós mesmos ou direcionadas
a nós por inveja ou magia); recuperação de fragmentos de alma; leitura
de futuro provável e acessar o anjo da guarda.

Como é o atendimento?
A sessão pode variar de 1 hora a 1 hora e meia e é feita por chamada de
vídeo do Skype ou Whatsapp, por isso a internet deve ser de boa
qualidade. É necessário que o cliente esteja num local e horário tranquilo
sem ser incomodado.

Com que frequência devo fazer uma sessão de Thetahealing?


Não tem uma regra e nem um tempo certo. Sempre que quiser trabalhar
alguma questão ou realizar limpezas energéticas pode-se agendar um
horário.

Como sei que funcionou?


Ao fazer as limpezas é possível já sentir uma sensação de leveza e bem
estar. Já as crenças e curas podem também ser instantâneas quando
demorar alguns dias para acontecer. Você vai perceber que a crença foi
limpa quando ao passar por determinada situação desafiadora e seus
pensamentos ou comportamentos mudaram ou ao mesmo se tornou
mais consciente do seu papel. Portanto, se coloque sempre numa
posição de observador pra verificar como as limpezas das crenças
reverberam no seu campo.
Um ponto a adicionar é que sempre teremos conteúdo para ser
trabalhado internamente. Estamos aqui nesse planeta para aprender a
nos curarmos e teremos inúmeras crenças para ressignificar. Então, é
um trabalho constante e persistente de autoconhecimento.

Se decidir por experimentar essa técnica revolucionária e me quiser


como sua terapeuta ficarei muito feliz.

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