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E-BOOK

Fisiologia da
Dependência Química
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Aula 01: O que é a Dependência Química?

O relato sobre o uso de drogas


pela humanidade vem desde
muito tempo atrás, embora o
principal objetivo de sua
utilização fosse o alívio da dor ou
servisse como parte da realização
de rituais de uma determinada
cultura.

A utilização de substâncias para alterar o estado psíquico


é conhecida há mais de 4 mil anos, principalmente pelo
povo egípcio, que àquela época já relatava o uso de
opiáceos e maconha. A maioria dos medicamentos
utilizados na Antiguidade era originário de plantas.
Assim, a palavra "droga" é derivada de droog, que em
holandês significa folha seca.
“Embora no início tenha sido
acolhida com muito entusiasmo por ser o primeiro
anestésico local efetivo, logo apareceram outros
anestésicos locais sintéticos que não produziam
dependência e eram mais baratos, como a eucaína e a
procaína. A partir de então, a queda da cocaína legal foi
muito rápida”.

O que é Dependência Química

Embora exista uma diversidade de conceituações de


dependência química, todas elas são unânimes ao afirmar
que a dependência é considerada uma relação alterada
entre o indivíduo e seu modo de consumir uma
determinada substância
A dependência química é uma doença crônica,
caracterizada por comportamentos impulsivos e
recorrentes de utilização de uma determinada substância
para obter a sensação de bem-estar e de prazer, aliviando
sensações desconfortáveis como ansiedade, tensões,
medos, entre outras

Características da Dependência Química

Uma Doença:
 De múltiplas causas;
 Progressiva;
 Familiar;
 Crônica Incurável;
 Tratável.
Tolerância Química

A tolerância é o primeiro critério relacionado à


dependência. Tolerância é a necessidade de
crescentes quantidades da substância para se atingir
o efeito desejado ou, quando não se aumenta a dose, é
entendida também como um efeito acentuadamente
diminuído com o uso continuado da mesma
quantidade da substância. O grau em que a tolerância
se desenvolve varia imensamente entre as
substâncias.
Opióides e Cigarro
Os indivíduos com uso pesado de opióides e estimulantes
podem desenvolver níveis gravíssimos de tolerância, por
exemplo, como se necessitasse dez vezes mais quantidade
depois de algum tempo. Frequentemente, essas dosagens da
tolerância seriam letais para uma pessoa não usuária.
Muitos fumantes consomem mais de 20 cigarros por dia,
uma quantidade que teria produzido sintomas de toxicidade
para uma pessoa que está começando a fumar.
O que é Dependência Química

Os indivíduos com uso pesado de maconha em geral não


têm consciência de que desenvolveram tolerância,
embora esta tenha sido largamente demonstrada em
estudos com animais e em alguns indivíduos.

A tolerância pode ser difícil de determinar com base


apenas na estória oferecida pela pessoa, porém, os testes
laboratoriais acabam mostrando altos níveis sanguíneos
daquela substância, juntamente com poucas evidências
de intoxicação, o que sugere fortemente uma provável
tolerância.

Existe um padrão de uso repetido da substância que


geralmente resulta em tolerância, abstinência e
comportamento compulsivo de consumo da droga. Um
diagnóstico de Dependência de Substância pode ser
aplicado a qualquer classe de substâncias.
Os sintomas de dependência são similares entre as várias
substâncias, variando na quantidade e gravidade de tais
sintomas entre uma e outra droga. Os sintomas psíquicos
e sociais decorrentes da dependência do fumo, por
exemplo, são absolutamente menores do que aqueles da
dependência ao álcool.

Chama-se "fissura" o forte impulso subjetivo ou


compulsão incontrolável para usar a substância.
Embora não seja especificamente relacionada como um
critério, a “fissura” tende a ser experimentada pela
maioria dos indivíduos com Dependência de Substância
(se não por todos). A dependência é definida como um
agrupamento de três ou mais dos sintomas relacionados
adiante, ocorrendo a qualquer momento, no mesmo
período de 12 meses.
Segundos os critérios diagnósticos do DSM-IV 5 ,
a Dependência de Substância se apresenta sob os
seguintes sintomas:

1. Tolerância, definida por qualquer um dos aspectos: a.


necessidade progressiva de maiores quantidades da
substância pra atingir o efeito desejado; b. significativa
diminuição do efeito após o uso continuado da mesma
quantidade da substância;

2. Abstinência, manifestada por qualquer um dos


seguintes aspectos:

a. presença de sintomas e sinais fisiológicos e cognitivos


desconfortáveis após a interrupção do uso da substância
ou diminuição da quantidade consumida usualmente;

b. consumo da mesma substância ou outra similar a fim de


aliviar ou evitar os sintomas de abstinência;
4. O indivíduo expressa o desejo de reduzir ou controlar
o consumo e a quantidade da substância ou apresenta
tentativas nesse sentido, porém mal sucedidas;

5. Boa parte do tempo do indivíduo é gasto na busca e


obtenção da substância, na sua utilização ou na
recuperação de seus efeitos;

6. O repertório de comportamentos do indivíduo, como


atividades sociais, ocupacionais ou de lazer do indivíduo
encontra-se extremamente limitado em virtude do uso
da substância.

7. Embora o indivíduo se mostre consciente dos


problemas ocasionados, mantidos ou exacerbados pela
substância, sejam físicos ou psicológicos, seu consumo
não é interrompido.
Fatores que Favorecem a Dependência Química

 Convivência com drogas lícitas desde a


infância;

 Perda do plano hierárquico – não existe


exercício
saudável da autoridade;

 Pai excessivamente distante ou rigoroso


(Mãe
ocupando o papel de mediadora);

 Experiências Traumáticas.
Adolescência

Formação Neurológica;
Tendência Grupal;
Surgimento de
Transtornos Mentais;
Motivação Social;
Resiliência.
Violência Doméstica

A dependência química como


Potencializadora da violência doméstica
contra a mulher
Aula 02: Tipos de Drogas e seus Mecanismos na
Dependência Química

A definição atual de "droga" utilizada no meio científico é


qualquer substância capaz de trazer alterações no
funcionamento do organismo de um ser vivo, resultando
em mudanças fisiológicas e comportamentais, sejam elas
nocivas ou medicinais.

As drogas podem provocar dependência originada pela


necessidade de consumo compulsivo de um modo
continuado, a fim de obterem o mesmo efeito e, muitas
vezes, para evitar o mal- estar que a sua falta provoca.
As drogas são tudo aquilo que pode ser fumado, inalado,
engolido e injetado, e que provoca alterações psíquicas,
sentidas como agradáveis, mas que cria na pessoa uma
relação em que essa se sente cada vez mais ligada a droga
(dependência).

Classificações das Drogas que causam Dependência


Química e seus Mecanismos de Ação:

1- Quanto a legalização:
- Lícitas
- Ilícitas
2- Quanto a atividade no SNC:
- Depressoras
- Estimulantes
- Perturbadoras

Drogas Lícitas
Drogas lícitas são aquelas permitidas por lei, as quais são
compradas praticamente de maneira livre e o seu
comércio é legal.
Apesar de serem drogas permitidas, contém propriedades
aditivas. São estas drogas que geram problemas com
maior frequência, nomeadamente entre os adolescentes e
jovens.

exemplo:Cigarro e Álcool
Drogas Ilícitas

Drogas Ilícitas são as cuja comercialização é


proibida pela justiça.

São conhecidas como “drogas pesadas” e causam


forte dependência.

EXEMPLO: Cocaína, maconha, Crack, Êxtase, LSD e


outros.
Drogas Depressoras

Depressoras da atividade do sistema nervoso central:

Diminuem a atividade de nosso cérebro, ou seja,


deprimem seu funcionamento, o que significa dizer que
a pessoa que faz uso desse tipo de substância fica
“desligada”, “devagar”, “desinteressada” pelas coisas.

Exemplo: Álcool, tranquilizantes, ópio, etc...

Drogas Estimulantes (Psicoativas)


Estimulantes da atividade do sistema nervoso central:

Aumentam a atividade de nosso cérebro, ou seja,


estimulam o seu funcionamento, fazendo com que o
usuário fique “ligado”, “elétrico”, “sem sono”.

Exemplo: Álcool, tranquilizantes, ópio, etc...


A cafeína é uma droga que causa dependência física e
psicológica. Ela opera por mecanismos similares às
anfetaminas e à cocaína. Seus efeitos, entretanto, são
mais fracos do que estas drogas, mas ela age nos
mesmos receptores do sistema nervoso central (SNC).
Drogas Perturbadoras

Perturbadoras da atividade do sistema nervoso central:

Modificam qualitativamente a atividade do nosso cérebro,


ou seja, o cérebro fica fora do seu normal, a pessoa fica com
a mente perturbada.
Principais Tipos de drogas e suas ações

1. Ansiolíticos
2. Anticolinérgicos
3. Cocaína
4. Ecstasy
5. LSD
6. Maconha
7. Tabaco
8. Álcool
9. Crack
10. Boa Noite Cinderela

1- Ansiolíticos
Os ansiolíticos, também chamados tranquilizantes,
são medicamentos capazes de atuar no sistema
nervoso sobre o estado de ansiedade e a tensão,
trazendo ao indivíduo uma sensação de calma
tranquilizadora. São medicamentos prescritos a
pessoas que sofrem de ansiedade ou insônia por
também terem efeitos hipnóticos. Porém, muitas
pessoas utilizam os ansiolíticos de forma
indiscriminada e inadequada, sempre que pensam
enfrentar uma situação que gera ansiedade.
Outro grande problema, é a mistura de ansiolíticos
benzodiazepínicos (o tipo mais comum) com bebida
alcoólica, que pode levar o indivíduo a graves
problemas médicos, pois o álcool é umdepressor do
sistema nervoso central e potencializa os efeitos dos
ansiolíticos. Em longo prazo, a utilização inadequada
dos ansiolíticos traz prejuízos nos processos de
aprendizagem e memória do indivíduo, e nas funções
psicomotoras.

As intoxicações agudas por benzodiazepínicos são


encontradas com alguma frequência nas salas de
emergência. A sedação é o achado mais comum, mas pode
haver casos de desinibição comportamental,
comagressividade e hostilidade. Tal efeito é mais comum
quando os benzodiazepínicos são combinado com o
álcool, mas pode aparecer em pacientes idosos ou com
lesões prévias no Sistema Nervoso Central.
2- Anticolinérgicos

Os anticolinérgicos podem ser naturais (encontrado em


algumas plantas, como saia branca, lírio, trombeta de
anjo, etc.) ou sintéticos (encontrados em medicamentos
contra o Mal de Parkinson, cólicas estomacais ou
intestinais, e ainda em colírios para dilatar a pupila).

Os efeitos provocados pelos anticolinérgicos são os


delírios e as alucinações. Os sintomas e sinais após o seu
uso são pupilas dilatadas e sem reflexos, visão borrada,
boca e narinas secas, dificuldade respiratória,
taquicardia, diminuição da pressão sanguínea, e
hipertermia.

Quando utilizados a longo prazo, os anticolinérgicos


deixam a pessoa em um permanente estado de
desinteresse e desorientação, podendo ser explorada por
outros, e ainda prejudicando o seu desempenho
acadêmico ou ocupacional.
Fisiopatologia dos Distúrbios da
DependênciaQuímica

Por que Ocorre a Dependência Química?

Sabe-se que os seres humanos aplicam seus


comportamentos na busca de prazer. Sendo assim,
qualquer movimento que lhe ofereça uma sensação de
bem-estar, de prazer ou aceitação social tende a ser
repetido. Esse é o conceito de recompensa que permeia o
comportamento humano.
Dessa forma, explica-se o motivo de muitas pessoas que
utilizam drogas tornarem-se dependentes, pois a
substância ingerida e sua consequente ação no sistema
nervoso propiciaram ao indivíduo sensações prazerosas,
ainda que momentâneas.
A dependência química é um transtorno psiquiátrico
crônico, manifestado principalmente por sintomas
persistentes do comportamento, com diversas
consequências negativas sociais, psicológicas e para a
saúde. Cada substância psicoativa apresenta diferentes
chances de levar ao transtorno, não apenas por suas
propriedades particulares, mas também pela interação
com fatores de vulnerabilidade individuais.

Aspectos genéticos, ambientais e a modulação de


substratos neurobiológicos durante o curso da doença
irão compor o escopo desses fatores de risco individuais,
com variações entre os pesos exercidos de acordo com
cada substância e com cada fase da vida. Diante do atual
reconhecimento sobre a complexidade da etiologia e
cronificação da dependência química, apresenta-se visão
geral da fisiopatologia implicada.
A capacidade de alterar os estados mentais ou psíquicos
caracteriza as drogas conhecidas como psicotrópicas,
que agem no cérebro e provocam mudanças nas
sensações, nos pensamentos e comportamentos de um
indivíduo. palavra psicotrópico é originária de psico
(mente) e trópico (atração por).

Vale ressaltar que as alterações referidas podem ser


causadas por qualquer tipo de droga, porém cada
substância provoca uma reação diferente no organismo.
No entanto, boa parte das drogas psicotrópicas apresenta
uma forte tendência a causar a dependência de acordo
com a sua utilização.
 Mudança brusca de comportamento;
 Irritabilidades sem motivo aparente e “explosões”
nervosas;
 Inquietação motora;
 Crises depressivas repentinas;
 Queda do aproveitamento escolar ou desistência;
 Insônia;
 Isolamento;
 Mudança de hábitos;
 Desaparecimento de objetos de valor ou constante
pedido por $
 Más companhias (monitoramento parental)
Relação entre dependência química e
transtornos mentais

Dois estudos apresentados em Março de 2020

De acordo com o ECA (Estudo sobre Área de Captação


Epidemiológica de Saúde Mental), há a prevalência de
13,5% de abuso de álcool e 6,1% para abuso de outras
drogas na população adulta, em geral. Assim como, uma
relação de 32% entre indivíduos que apresentam
transtornos de humor e fazem uso de álcool ou drogas.
Tais dados demonstram que a incidência de problemas
com drogas e álcool é três vezes maior em pacientes com
transtornos mentais, em comparação à população em
geral.

Outro estudo, o Canadian Community Health Survey,


realizado no Canadá, apresentou dados que mostram a
prevalência de depressão durante, pelo menos, 12 meses
em pessoas que desenvolveram algum tipo de problema
relacionado ao abuso de drogas:

 6,9% para consumidores de altos níveis de bebidas alcoólicas;


 8,8% para dependentes de álcool;
 16,1% para drogas de modo geral.
A presença de transtornos mentais, relacionados ao uso de
drogas, tem sido demonstrada por meio de estudos nacionais
e internacionais. Dentre as evidências verificadas, está o
abuso de substâncias psicoativas, que pode resultar em
complicações para o meio familiar e social do usuário, além
de apresentar altos índices de morbimortalidade,
especialmente quando associado a complicações
psiquiátricas.

Quanto às substâncias psicoativas, o álcool é droga lícita bastante


utilizada pela população mundial, sendo que suas repercussões
estão relacionadas a sintomas de depressão, ansiedade e
hipomania/mania, durante os períodos de intoxicação e de
abstinência.
Em estudo realizado com 149 pacientes dependentes
químicos no Paraguai, foi constado que os principais
transtornos relacionados ao uso de substâncias
psicoativas foram: depressão (17,4%), ansiedade (17,4%) e
transtorno bipolar (15%
Assim como o uso abusivo de cocaína é igualmente
relacionado ao transtorno depressivo, como constatado
em estudo. Por outro lado, o crack (variedade fumada da
cocaína)

tem sido a droga preferencialmente escolhida por


muitos, dada sua acessibilidade econômica, informação
também revelada neste estudo em virtude da elevada
prevalência quanto ao desenvolvimento de
psicopatologias.
Para sustentar os aspectos neurobiológicos da
dependência, faz-se necessário mencionar o sistema de
recompensa cerebral, responsável pela principal fonte de
liberação do neurotransmissor dopamina. Esta substância
contida nos neurônios do segmento ventral e cuja
liberação ocorre no núcleo accumbens e na área pré-
frontal é responsável pelas principais vias do prazer, seja
de modo natural, ou através do uso das drogas. Todo esse
sistema é responsável pela estimulação prazerosa, assim
explicando parte do processo cerebral envolvido no uso
de drogas.

Aspectos biológicos:
O problema ocorre quando, em alguns casos, a ausência
desse estímulo provoca diminuição nos níveis da
dopamina. Assim, levando às alterações celulares e
caracterizando uma síndrome de abstinência. Sintomas
como dores de cabeça, prejuízo de raciocínio lógico e
comportamento compulsivo agressivo podem estar
presentes e, a partir desse ponto, a dependência química
pode estar presente.

Portanto o uso de drogas e os transtornos mentais ão


típicas doenças em comorbidade em pacientes
principalmente jovens e adolescentes.
Mas o que exatamente significa comorbidade?
É um termo utilizado para designar transtornos ou
doenças que coexistem, que estão relacionados entre
si. Por exemplo: uma enfermidade ocasionada por
outra. Assim, a dependência química (como um
transtorno mental que é) tanto pode provocar a
chamada comorbidades, como pode até ser uma.
Existem pessoas que possuem transtornos mentais
(depressão ou ansiedade) que são mais propensas ao
uso de drogas.

E um dos maiores problemas enfrentados no tratamento de


dependentes químicos está aqui – em grande parte dos
casos, não são identificados transtornos mentais ou doenças
que podem levar ao uso de entorpecentes. Isso porque
avaliações, como as neuropsicológicas, sobre a integridade
dasfunções cerebrais do usuário, raramente são feitas, antes
dele se tornar dependente.
Vamos pensar agora no caminho inverso, em uma pessoa
saudável. Diversos estudos mostram que o abuso de
substâncias psicoativas provoca impactos à saúde
mental ou física do usuário. Já é comprovado que
usuários de drogas como a maconha sofrem impactos em
sua memória, concentração, podem desenvolver quadros
de surtos psicóticos e até esquizofrenia, por exemplo.

Um dos impactos causados pelo abuso de drogas


psicoativas são as compulsões ou Atos compulsivos, que
são descritas como comportamentos repetitivos ou atos
mentais em que a pessoa se sente compelida a executar
para diminuir ou eliminar a ansiedade ou o desconforto
associado às obsessões ou em virtude de regras que devem
ser seguidas rigidamente.
Tipos de Comportamentos Compulsivos
Dependência COM Drogas:
Álcool
Nicotina
Medicamentos
Anfetaminas
Barbitúricos
Ansiolíticos
Cocaína
Maconha
Dependência SEM Drogas:
Jogo
Sexo
Internet
Celular
Compras
Chocolate
Compulsão Alimentar
Exercícios Físicos
Quais são as Complicações dos Comportamentos
Compulsivos?

Desconforto Emocional:

Angústia ou ansiedade ao não realizar a atividade


compulsiva, sintomas emocionais de abstinência
(tremores, sudorese, taquicardia).
Dependência:

Os atos compulsivos ocupam um espaço importante do


cotidiano, pois tem um caráter repetitivo.

Comprometimento na Qualidade de Vida:

Familiar, profissional, afetiva e social.


Diagnóstico e Tratamento da Dependência
Química

Na área médica, tem-se tornado consenso identificar o


tipo de usuário segundo a maneira pela qual ele
incorpora ao seu cotidiano o uso de drogas.

Experimentador= Consumo esporádico, com nenhum ou


pouco impacto sobre sua saúde.

Usuário social ou recreativo= utiliza drogas repetidas


vezes, de forma controlada, sem a ocorrência de
alterações em suas funções orgânicas, psicológicas e
sociais.

Abuso ou Uso nocivo= frequentemente extrapola os


valores médicos eculturais aceitos em quantidade,
frequência de uso e via de administração, recorrentes
intoxicações, com diversos prejuízos, sejam físicos,
psicológicos ou sociais.

Dependência química= Autoadministração repetida de


drogas, que em geral leva à tolerância, à abstinência e a
um padrão compulsivo de uso, com histórico evolutivo de,
no mínimo, 12 meses
DIAGNÓSTICO DO PACIENTE

Diagnóstico interdisciplinar= construir um projeto


terapêutico interdisciplinar e corresponsável, com a
participação ativa do próprio utente e de seus familiares
e amigos.

FASES DA INTOXICAÇÃO
TIPOS DE INTOXICAÇÃO

Leve - São rapidamente reversíveis, e desaparecem com o


fim da exposição;

 Moderada - Quando os distúrbios são reversíveis e não são


suficientes para provocar danos;

Severa - Quando ocorrem mudanças irreversíveis


suficientemente severas para produzir lesões graves ou
morte.
Intoxicação aguda: Decorre de um único contato (dose
única- potência da droga), ou múltiplos contatos (efeitos
cumulativos) com o agente tóxico, num período de tempo
aproximado de
24 horas.

Intoxicação crônica: Resulta efeito tóxico após exposição


prolongada a doses cumulativas do agente toxicante ou
agente tóxico, geralmente maior de 3 meses chegando até a
anos.
DIAGNÓSTICO DO PACIENTE

O diagnóstico da farmocodependência, como


mencionado, não é simples, sendo necessária a
superposição de perspectivas diversas para a
mensuração de sua real dimensão. Essas perspectivas
incluem aspectos biológicos, psicológicos, sociais e
culturais, que, por fim, desembocam na
especificidade daquela subjetividade acometida pelos
efeitos nocivos do hábito de usar drogas.

A dependência química é entendida como uma doença


que envolve aspectos biopsicossociais, e o curso de seu
tratamento deve procurar oferecer intervenções nas
três áreas para alcançar maior eficácia e efetividade.

1. Aspectos Biológicos
2. Aspectos Psicológicos
3. Aspectos sociais
Aspectos biológicos:

Aspectos psicológicos:

Por causar uma sensação de bem-estar no indivíduo, o


uso de drogas pode ser erroneamente associado ao alívio
de tensões emocionais ou preocupações do indivíduo.
Dessa forma, entende-se que a droga é capaz de propiciar
um amortecimento da vivência dos problemas
emocionais de um indivíduo, mantendo-o alheio das
dificuldades que deveria enfrentar na vida cotidiana.
Um exemplo possível, é o dos indivíduos que apresentam
um quadro de intensa ansiedade, e que para minimizar as
sensações dele provindas, ingerem álcool todas as vezes
que necessitam enfrentar uma situação social. Nesse caso,
a dependência química pode se instalar progressivamente
de maneira subjacente à ansiedade.

Aspectos sociais:

Para explicar melhor estes aspectos envolvidos na


dependência química, é necessário compreender o contexto
social no qual o indivíduo se encontra inserido. A realidade
atual nos mostra que a disponibilidade da droga faz com que
o álcool, o tabaco e até drogas mais pesadas, estejam muito
próximas das crianças e adolescentes. O álcool é
comercializado com pouco controle governamental,
tornando-o uma das drogas de maior acesso pelos
adolescentes.
lém da disponibilidade, as camadas menos favorecidas
tem carência de suporte social adequado, especialmente
quanto a educação, saúde e ao emprego. Sabe-se que em
muitas favelas o traficante pode exercer um papel
manipulador, pois é ele quem passa a oferecer subsídios
importantes no lugar da família ou dos órgãos
governamentais.

Outros fatores como facilitação da interação social, a


melhora dos vínculos sociais também pode ser
caracterizada como um fator psicossocial de
reforçamento do uso da droga. A confiança pessoal
pode ser fortalecida enquanto as barreiras ou defesas
diminuem. Aintoxicação e a participação em rituais,
como as atuais "raves", permitem que os usuários
partilhem suas experiências e sintam-se libertados das
obrigações sociais normais. O propósito da intoxicação
é retirar-se das responsabilidades que a sociedade
normalmente espera que um adulto ou adolescente
tenha.
A droga também é responsável por promover a coesão e
solidariedade entre membros de um grupo social: serve
como meio de identificação do grupo e com o grupo.

Os especialistas afirmam que o melhor modo de


combater as drogas é a prevenção.

Informação, educação e diálogo são apontados


como o melhor caminho para impedir que
adolescentes se viciem.

Para usuários que ainda não estão viciados, o


tratamento recomendado é a psicoterapia e a
participação em grupo de apoio

Para combater o vício, além das terapias são


usadosmedicamentos que reduzem os sintomas
da abstinência ou que bloqueiam os efeitos das
drogas.
PREVENÇÃO

Incentivar os jovens a terem uma vida saudável e


produtiva, portanto, é a melhor forma de mantê-los
longe das drogas e de outros tipos de dependência,
como a do consumo, do jogo e tantas outras.

A droga também é responsável por promover a


coesão e solidariedade entre membros de um grupo
social: serve como meio de identificação do grupo e
com o grupo.

Considerando que a dependência química é uma


doença, o acompanhamento profissional adequado,
bem como educação e prevenção, para novos casos é
essencial.

No Sistema Único de Saúde (SUS), o CAPS AD (Centro


de Atenção Psicossocial com enfoque em Álcool e
Drogas) atua como uma rede de atendimento
individualizado para os dependentes químicos que
procuram voluntariamente o serviço.
A dependência química na maioria dos casos não é uma
doença que possa ser curada, mas pode existir o controle
da doença com o tratamento adequado. As alterações
cerebrais causadas pela droga, em grande parte, são
irreversíveis.

O tratamento multidisciplinar envolve um médico


especializado em psiquiatria, psicólogo e outros
profissionais. O uso de medicações é de grande utilidade
para ajudar a conter a abstinência, assim, diminuindo seus
sintomas.

Além disso, o apoio familiar é essencial no processo de


tratamento. Dessa forma, é imprescindível que os
integrantes se envolvam e incentivem o doente a buscar a
evolução positiva do quadro.
O psiquiatra precisa explicar à família que a dependência
química não se trata de um desvio moral. Além disso, é
essencial contar com o apoio de uma equipe
multidisciplinar com uma postura firme para que o
paciente não os manipule.

ATENÇÃO:

Nenhum tratamento é apropriado para todos: o ambiente


de tratamento, o tipo de intervenção e os tipos de serviços
necessários devem ser individualizados de acordo com os
problemas apresentados por cada paciente. Isso
aumentará a chance de recuperação e retorno a um bom
funcionamento familiar, no trabalho e na sociedade.
Muitas vezes, é um equilíbrio difícil de ser atingido,
contudo, é possível encaminhá-los também a
participação de grupos de mútua ajuda. Esse tipo de
iniciativa, auxiliar os pacientes a entender melhor
como passar por esse período.

A relação entre dependência química e doenças mentais é


vista de forma complexa e deve ser encarada como tal.
Dessa forma, o debate e diálogo envolve não só a área
médica, mas também a sociedade deve ser feito como um
todo, para que pacientes e familiares alcancem uma vida
mais saudável.
RESUMINDO.......

FORMAS DE TRATAMENTO
 Desintoxicação;
 Grupos de Autoajuda;
 Comunidades Terapêuticas;
 Tratamentos Farmacológicos;
 Tratamentos Psicossociais.
 Passo 1: o toxicodependente precisa ir apenas
uma vez ao dia no centro de reabilitação para fazer
o tratamento.

 Passo 2: o paciente passa o dia ou a noite no


estabelecimento de reabilitação

 Passo 3: internação, que só é realizada em casos


onde o paciente coloca em risco a sua vida ou a de
outras pessoas

Por meio da troca de experiências, desenvolve- se um


vínculo e uma responsabilidade com a recuperação. Os
dependentes se fortalecem entre si, sempre um dando
forças para o outro, na intenção de que permaneçam
sóbrios até a próxima reunião.
Por meio da troca de experiências, desenvolve- se um
vínculo e uma responsabilidade com a recuperação. Os
dependentes se fortalecem entre si, sempre um dando
forças para o outro, na intenção de que permaneçam
sóbrios até a próxima reunião.

Como o próprio nome afirma, “Comunidade” é um local


onde os toxicodependentes moram por um tempo, em
unidade, pelo mesmo bem comum.

Como o próprio nome afirma, “Comunidade” é um local


onde os toxicodependentes moram por um tempo, em
unidade, pelo mesmo bem comum.
O fármaco sempre deve ser usado em conjunto com
outros tratamentos e eles agem de diversas maneiras,
mas sempre com o intuito de causar aversão à droga,
substituir os efeitos da substância, bem como tratar
sintomas de intoxicação e abstinência

 Entrevista Motivacional
 Aconselhamento
 Intervenções breves
 Terapia Cognitivo-
Comportamental
 Terapia de Grupo e de família

Técnica não-invasiva, na qual pulsos elétricos são gerados


através de um campo magnético, de modo a modular a
excitabilidade cortical, com um potencial tratamento para
uma variedade de doenças neuropsiquiátricas.
Ao avaliar 25 pacientes, observaram que o tratamento
reduzia a fissura e consumo de cocaína em pacientes
dependentes, uma vez que o método utilizado é capaz de
neuromodulador o cérebro. São necessários mais
estudos para melhor compreensão desta aplicação.

Dentro da reabilitação, os 4 pilares que são essenciais


para se trilhar o caminho do tratamento e a reabilitação
com êxito:

 Desintoxicação
 Apoio e Motivação
 Reabilitação
 Manutenção

Para que se tenha um tratamento eficiente da


dependência química:
1- Abstinência de qualquer substancia psicoativa,
estratégia de redução de danos;
2- Mudança de velhos hábitos e comportamentos;
3- Evitar gatilhos (pessoas, hábitos e lugares) do uso;
4- Pedir ajuda (maior chance de sucesso).

A Família e a Dependência Química

É Necessário reconhecer, admitir e aceitar a doença e a


partir daí iniciar mudanças no modo de viver}:

 A família deve deixar o dependente sofrer os


mpactos das suas ações e comportamentos;
Desequilibrar a balança do prazer Não facilitar (dar
desculpas, emprestar dinheiro, resolver dívidas e
problemas legais);
 Não tentar controlar o dependente;
 Em família estabelecer limites coerentes e dizer não.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

1. http://www.unodc.org
2. http://www.einstein.br
3. http://www.unifesp.br/dpsicobio/cebrid
4. Ballone GJ - Dependência Química - in. PsiqWeb,
Internet,
disponível em www.psiqweb.med.br, revisto em 2010.
5. AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual
diagnóstico
e estatístico de transtornos mentais - 4º edição. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1994, 845 p.
6. http://gballone.sites.uol.com.br/voce/drogas.htm
7. http://www.nida.nih.gov
8. GRIFFITH, E. O tratamento do alcoolismo: um guia pra
profissionais da saúde. Porto Alegre: Artes Médicas,
1999,
918 p.

obrigada
E-book oferecido pelo
Centro Educacional Sete de Setembro
em parceria com o Professora Kaline Sousa para
o curso de "FISIOLOGIA DA DEPENDÊNCIA
QUÍMICA".

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