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A TOXICODEPENDÊNCIA

C U R S O : T É C N I C O /A A U X I L I A R D E S A Ú D E 2 2 . 0 2 7 5
U F C D 6 5 8 0 C U I D A D O S N A S A Ú D E A P O P U L A Ç Õ E S M A I S V U L N E R ÁV E I S
50 HORAS
F O R M A D O R A : LU Í S A C A R D O S O

1
A Toxicodependência

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Toxicodependência
❑O conceito de toxicodependência está associado ao de droga e por conseguinte sujeito ao
mesmo processo de construção social associado a esta.

❑A toxicodependência é referente a um estado de dependência que pode ser psicológica e/ou


física. Essa dependência é originada pelo consumo repetido de uma substância psicoativa e
caracterizada pelo consumo compulsivo e muitas vezes descontrolado.

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Toxicodependência
❑A toxicodependência é também a dependência de substâncias ou
dependência química.

❑É uma doença que se caracteriza por um modelo destrutivo de


abuso de drogas.

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Toxicodependência – A Problemática
❑ Nos anos 80, a OMS adotou o conceito de “síndrome de
dependência” como uma entidade nosológica composta
por um grupo inter-relacionado de sintomas cognitivos,
comportamentais e fisiológicos.

❑ Este conceito assenta na distinção entre a dependência


fisiológica e a dependência psicológica.

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Toxicodependência – A Problemática
❑A dependência fisiológica define-se pela adaptação do organismo caracterizado pelos sintomas
de tolerância e privação. A dependência psicológica corresponde a um estado emocional de
necessidade.

❑Em Portugal tem-se verificado um aumento do mercado de novas substâncias psicoativas,


nomeadamente através do aumento do número de pontos de venda que disponibilizam estas
substâncias.

❑O aumento deste fenómeno constata-se em toda a Europa.

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Toxicodependência – A Problemática
❑A Internet é um dos principais mercados para estas substâncias, e tem-se podido observar a
rapidez com que surgem novos produtos.

❑Importa assim conhecer aprofundadamente esta realidade, acompanhar os novos


desenvolvimentos a vários níveis (mercado, procura, consequências para a saúde, entre outros),
por forma a implementar medidas adequadas e relevantes.

❑No campo da adição, tornou-se comum adotar o conceito de dependência associada ao abuso
de substâncias psicoativas (legais e ilegais). Contudo, a adição abrange também um espectro de
comportamentos de alto risco e de dependência que podem não estar relacionados com
substâncias.
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Toxicodependência – A Problemática
❑Os comportamentos aditivos podem ser definidos enquanto dependência compulsiva de
determinadas atividades ou comportamentos (como por exemplo, o jogo patológico, compras,
etc.).

❑A adição e a adoção de comportamentos de alto risco associados a substâncias e a atividades


têm características comuns, nomeadamente quando se tornam tão excessivos na vida dos
indivíduos, que assumem um papel fundamental, conduzindo-os a situações de negligência ou
exclusão de outras áreas da sua vida quotidiana, a nível social ou profissional.

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Toxicodependência – A Problemática
❑Apesar dos indivíduos estarem conscientes dessas situações
e das implicações nas suas vidas, não têm capacidade de
limitar ou alterar esses comportamentos.

❑Importa conhecer quais os comportamentos aditivos que


assumem relevância na sociedade portuguesa, e exigem o
planeamento de intervenções ajustadas às necessidades
diagnosticadas.
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Tipos de Drogas – Classificação

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Tipos de Drogas
➢Citando Patrício (1995) no sentido mais amplo define-se como droga “quaisquer substâncias
naturais ou de síntese, (manipuladas ou criadas pelo homem), que ao serem absorvidas pelo
organismo humano, provocam alterações psíquicas, nomeadamente do estado de consciência e
também alterações físicas.

➢As alterações da atividade mental, das sensações de comportamento, são geralmente


associadas a uma vivência de prazer, ou de alívio do desprazer”

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Tipos de Drogas
Por norma considera-se que existem dois tipos de drogas, nomeadamente:

◦ Drogas duras chamadas de opiáceos;

◦ Drogas leves que compreendem os alucinogénios.

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Tipos de Drogas
Drogas duras chamadas de opiáceos:
➢Ópio;
➢Morfina;
➢Heroína;
➢Anfetaminas;
➢ Cocaína.

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Tipos de Drogas
Drogas leves que compreendem os alucinogénios,
- LSD e a mescalina;
- Derivados da cannabis (haxixe e marijuana);
- Solventes orgânicos (éter, tricloroetileno, o álcool, o tabaco, etc).

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Anfetaminas
As anfetaminas são uma classe de drogas
sintéticas que estimulam o sistema nervoso
central, da qual podem ser obtidos compostos
derivados, como a metanfetamina (speed) e a
metilenodioximetanfetamina, também
conhecida por Ecstasy, que são as anfetaminas
mais consumidas de forma abusiva e
ilegalmente.

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Anfetaminas
❑Podem encontrar-se, habitualmente, nas seguintes formas: cápsulas, comprimidos e pó.
Podem ter diferentes texturas e cores e a sua pureza no mercado ilícito é reduzida.

❑As principais substâncias de mistura são a lactose, o manitol, a cafeína e o paracetamol.

❑A ação destas substâncias varia consideravelmente, dependendo do indivíduo, do ambiente e


das circunstâncias. Podem referir-se, no entanto, os seus efeitos mais comuns:

❑O abuso de anfetaminas por via oral e o seu consumo por via intravenosa produz efeitos
similares aos da cocaína.

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Anfetaminas
❑Estas substâncias aumentam o estado de alerta e reduzem a fadiga, aumentam a
concentração, diminuem o apetite e aumentam a resistência física, induzindo um estado de
bem-estar ou de euforia.

❑Provoca graves depressões, uma alta tolerância e intensa dependência psicológica, o que
desencadeia um forte desejo da substância e uma necessidade imperiosa de a consumir.

❑A característica mais notável é o aparecimento do quadro denominado psicose tóxica


anfetamínica, caracterizado por hiperexcitabilidade, tremores, sintomas delirantes e
alucinatórios. Esta psicose tóxica pode, com frequência, ser confundida com a esquizofrenia.

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Heroína
Heroína ou diamorfina é um opioide frequentemente utilizado como droga recreativa devido ao
seu efeito eufórico.

Em medicina, é usada em vários países como analgésico ou em terapia de substituição opiácea.

A heroína é geralmente injetada numa veia, embora possa também ser fumada ou inalada. Os
efeitos são de início rápido e duram algumas horas.

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Heroína
❑Durante muito tempo, a heroína foi consumida por via
intravenosa. O aparecimento da SIDA e a sua emergência
devastadora entre os heroinómanos explica a tendência
atual dos novos consumidores para fumar ou aspirar o
vapor libertado pelo aquecimento da substância.

❑Preparar a injeção de heroína transformou-se num ritual:


numa colher, ou num objeto semelhante, coloca-se o pó,
mistura-se com água e umas gotas de sumo de limão e
coloca-se sobre uma fonte de calor para facilitar a
dissolução.
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Heroína
❑Sobre a mistura põe-se um pedaço de algodão ou o filtro de cigarro, para assim filtrar as
impurezas, antes de introduzir a solução na seringa. Fica, então, preparada a injeção.

❑Por outro lado, o processo de fumar ou inalar os vapores libertados torna-se mais fácil e rápido
se se puser a heroína num papel de estanho sobre uma fonte de calor.

❑É muito frequente o consumo de heroína misturada com outras substâncias, por exemplo a
cocaína ("speedball"), para prolongar e intensificar os efeitos de ambos os produtos.

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Heroína
❑Os opiáceos, devido aos seus potentes efeitos eufóricos e à intensidade da sintomatologia de
abstinência, geram um alto grau de dependência.

❑Há milhares de pessoas no mundo inteiro que tentam tratar a dependência destas substâncias.

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Cocaína
❑Trata-se de um pó cristalino, branco, cintilante, de sabor amargo.

❑Habitualmente é consumido por via nasal, mas também pode ser


absorvido por outras mucosas, por exemplo, esfregando as
gengivas.

❑Alguns consumidores injetam este pó, puro ou misturado em geral


com heroína, o que produz frequentes problemas de úlceras,
devido à rápida destruição dos tecidos cutâneos.

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Cocaína
❑O cloridrato de cocaína não se volatiliza, tornando-se por isso num produto inadequado para
fumar, tanto mais que uma boa parte do mesmo é destruída a temperaturas elevadas

❑A cocaína é uma substância com enorme potencial de dependência. É a que provoca a maior
percentagem de dependentes depois de ser consumida em poucas ocasiões.

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Cannabis
Há três formas de consumo:
1. "Marijuana ou Erva” – Preparada a partir das folhas secas,
flores e pequenos troncos da planta;

2. "Haxixe" – Prepara-se prensando a resina da planta fêmea e


se transforma numa barra de cor castanha, com o nome
coloquial de "Chamom". O seu conteúdo em THC (até 20%) é
superior ao da Marijuana (de 5% a 10%), pelo que a sua
toxicidade é potencialmente maior.

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Cannabis
3. "Óleo de Cannabis ou Óleo de Haxixe" – Liquido concentrado que se obtém misturando a
resina com um dissolvente, como a acetona, o álcool ou a gasolina. Este evapora-se em grande
medida e dá lugar a uma mistura viscosa, cujas quantidades em THC(Tetrahidrocanabinol) são
muito elevadas (até 85%).

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Cannabis
❑Já que o THC não se dissolve na água, as únicas formas de consumo para os seres humanos são
a ingestão e a inalação. Normalmente fuma-se misturada com tabaco em forma de cigarros
feitos à mão. O fumo da Cannabis alcança altas temperaturas, pelo que os seus utilizadores
colocam no cigarro grandes filtros.

❑Outra forma de fumar a Cannabis é em cachimbos feitos especialmente para esse fim. No
entanto, em algumas culturas de África ou do Caribe persiste a velha prática de beber tisanas
feitas com esta planta e água. Apesar do seu sabor ser amargo, é utilizado como ingrediente em
doçaria e rebuçados.

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Cannabis
❑Os seus efeitos aparecem a curto prazo e variam em função das doses, da potência da cannabis
utilizada, da maneira como é fumada, do estado de ânimo e das experiências anteriores.

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Ecstasy
❑ Apesar de se conhecerem algumas experiências por
injeção e por inalação, esta substância é consumida
normalmente por via oral, em forma de comprimidos.
Embora também exista em cápsulas e pó.

❑ Apresentam-se sob diversos aspetos, tamanhos e


cores, para aumentar o interesse e favorecer o
comércio. Os nomes com que são conhecidas
derivam frequentemente da sua aparência externa,
como se fosse uma garantia de qualidade.

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Ecstasy
❑Deve ter-se em conta que variam, na realidade, quer no seu aspeto exterior quer no seu
conteúdo (pastilhas e comprimidos semelhantes diferem na sua composição e proporção).

❑ Os utilizadores tendem a considerá-las como uma única droga, ignorando em muitas ocasiões
o que é que, verdadeiramente, estão a tomar.

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Tipos de Drogas
Ópio
O ópio é produzido à partir do suco resinoso, que é um látex
leitoso e coagulado, que depois de seco, torna-se uma pasta de
cor acastanhada, e então é fervida para transformar-se em ópio,
que por sua vez tem um cheiro típico e desagradável,
manifestando-se potencialmente com o calor, de sabor acre e
amargo.
Atualmente, o ópio é ilegal e considerado uma das substâncias
mais viciantes que existem, no entanto possui propriedades
anestésicas, e por milhares de anos foi utilizado como sedativo e
tranquilizante, e também ministrado como remédio para
diarréia, gota, diabetes, disenteria, tétano, insanidade e
ninfomania.

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Tipos de Drogas
Morfina

​A morfina é um medicamento analgésico da classe dos


opioides, que tem um potente efeito no tratamento da dor
crônica ou aguda muito intensa, como dor pós-cirúrgica, dor
causada por queimaduras ou por doenças graves, como
cancro e osteoartrose avançada, por exemplo.

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Tipos de Drogas
As drogas podem ser classificadas de acordo com seus efeitos.

As drogas psicotrópicas agem no sistema nervoso central, produzindo alterações de


comportamento, humor e cognição. De acordo com a ação destas no organismo do indivíduo, um
pesquisador francês, denominado Chaloult, classificou as drogas em três grandes grupos:
◦ Drogas estimulantes do sistema nervoso central;

◦ Drogas depressoras do sistema nervoso central;

◦ Drogas perturbadoras do sistema nervoso central

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Drogas estimulantes do sistema nervoso
central
Estas substâncias aumentam a atividade cerebral, uma vez que imitam ou cooperam com os
neurotransmissores estimulantes do organismo do indivíduo, como a epinefrina e dopamina.

Assim, dão sensação de alerta, disposição e resistência, mas que, ao fim de seus efeitos,
conferem cansaço, indisposição e depressão, devido à sobrecarga que o organismo se expôs.

Algumas delas são: nicotina, cafeína, anfetamina, cocaína, crack,…

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Drogas depressoras do sistema nervoso
central
Apresentam uma diminuição das atividades cerebrais de seu usuário, deixando-o mais devagar,
desligado e alheio;

menos sensível aos estímulos externos.

Algumas delas são: álcool, inalantes/solventes, soníferos, ansiolíticos, antidepressivos ,


morfina,…

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Drogas perturbadoras do sistema
nervoso central
São aquelas drogas cujos efeitos são relativos à distorção das atividades cerebrais, podendo
causar perturbações quanto ao espaço e tempo;

Distorções nos cinco sentidos e até mesmo alucinações.

Grande parte destas substâncias é proveniente de plantas, cujos efeitos foram descobertos por
culturas primitivas, associando as experiências vivenciadas a um contacto com o divino.

Algumas delas são: haxixe, ecstasy, cogumelo, LSD, medicamentos anticolinérgicos,…

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As medidas de atuação e prevenção

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Princípios de prevenção
➢1. Os programas de prevenção devem ser concebidos de modo a
aumentar os processos de proteção e a anular ou reduzir os
processos de risco, considerando que:

(a) existe uma relação entre os processos de proteção e os processos


de risco;

(b) o impacto dos processos de proteção e dos processos de risco


depende do estádio de desenvolvimento e do contexto do indivíduo;

(c) as intervenções mais precoces têm impactos mais positivos.

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Princípios de prevenção
➢2. Os programas de prevenção devem ter como objectivo todas as formas de abuso de drogas,
incluindo as drogas legais.

➢3. Os programas de prevenção devem dirigir-se aos problemas de abuso de drogas; aos riscos;
e às características específicas, mais salientes em cada comunidade e população.

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Princípios de prevenção
➢4. Os programas de prevenção devem reforçar o envolvimento familiar e as competências
parentais.

➢5. Os programas de prevenção devem incluir estratégias que promovam o desenvolvimento de


competências para resistir à oferta de droga; o reforço do compromisso pessoal e as atitudes
contra o abuso de drogas; o aumento de competências sociais (comunicação, relação com os
pares, autoeficácia, assertividade, capacidade de resolução de problemas, etc.); o envolvimento
escolar; e o desenvolvimento da inteligência emocional.

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Princípios de prevenção
➢6. Os programas de prevenção desenvolvidos no meio escolar devem chegar a diferentes
populações; e identificar e intervir em diferentes sub-populações em risco.

➢7. Os programas de prevenção comunitária são mais eficazes quando combinam dois ou mais
níveis de intervenção, como a família e a escola.

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Princípios de prevenção
➢8. Os programas de prevenção comunitária são tanto mais eficazes, quanto maior for a
coordenação entre as organizações, as escolas, os meios de comunicação social, etc.

➢9. Os programas de prevenção devem definir os seguintes aspetos:


◦ (a) estrutura (i. e., o modo como é organizado e construído);

◦ (b) conteúdo (i. e., a informação, as competências e as estratégias do

programa); e

◦ (c) aplicação (i. e., o modo como o programa é adaptado, implementado e avaliado

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Princípios de prevenção
➢10. Os programas de prevenção devem ser de longo prazo, com intervenções repetidas no
tempo, de forma a reforçar os objectivos de prevenção originais.

➢11. Os programas de prevenção devem incluir estratégias de intervenção dirigidas a grupos-


alvo estratégicos, como os professores e os pais.

➢12. Os programas de prevenção devem incluir métodos interativos (grupos de discussão, role-
plays, etc.), mais do que o ensino de técnicas isoladas.

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Dissuasão
❑A Lei n.º 30/2000, de 29 de Novembro, vulgarmente conhecida pela lei da descriminalização,
proíbe e penaliza os consumidores de substâncias psicotrópicas ilícitas, constituindo um dos
instrumentos de operacionalização dos objetivos e políticas de combate ao uso e abuso de
drogas, no âmbito da redução da procura.

❑Chama-se «dissuasão» ao modelo teórico que sustenta a aplicação da lei da descriminalização,


cujo objetivo é a promoção da saúde pública e a redução do uso e do abuso de drogas.

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Dissuasão
❑O paradigma da dissuasão surge a par da evolução do conceito de toxicodependência,
incorporando na adaptação do quadro jurídico-normativo uma visão humanista em que a
toxicodependência é considerada uma doença e os consumidores de drogas indivíduos que
carecem de apoio e de tratamento.

❑Neste contexto, preconiza-se uma intervenção integrada junto dos indiciados consumidores em
que se atende às características e necessidades individuais, às histórias de vida e de consumo.

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Dissuasão
❑Quando as autoridades policiais identificam um consumidor de substâncias ilícitas (qualquer
indivíduo a partir dos 16 anos), elaboram um auto de contraordenação e determinam a
apresentação desse indivíduo na CDT da área de residência, onde vai ser instruído o processo de
contraordenação e avaliado o tipo de consumo em causa.

❑Após o diagnóstico psicossocial, em que se avalia a situação face ao consumo do indiciado e o


enquadramento sociofamiliar, o consumidor pode ser encaminhado para apoio especializado,
para tratamento num CAT ou outra estrutura de saúde adequada ou pode, ainda, aplicar-se uma
das sanções previstas na lei.

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Dissuasão
❑As características pró-ativas do modelo da dissuasão passam pela deteção precoce de
consumos problemáticos de drogas e pela identificação de comportamentos disfuncionais que
envolvam maiores riscos, nomeadamente de escalada de consumos ou outros, e que exijam
uma intervenção mais específica, pedagógica e integrada, que contemple as dimensões da vida
do indivíduo, tendo em conta os recursos disponíveis.

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A integração em programas de assistência
sanitária

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A integração em programas de
assistência sanitária
Os programas e estruturas sócio sanitárias desenvolvidas em Portugal, que fazem parte da Rede
de Intervenção de Redução de Riscos e Minimização de Danos, têm um enquadramento
normativo legal desde 2001, expresso no Decreto-Lei n.º 183/2001, de 21 de junho e destinam-
se “à sensibilização e ao encaminhamento de toxicodependentes bem como à prevenção e
redução de atitudes ou comportamentos de risco acrescido e minimização de danos individuais
e sociais provocados pela toxicodependência.”

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Gabinetes de apoio a toxicodependentes
sem enquadramento sociofamiliar
❑São gabinetes de triagem, apoio e encaminhamento sócio terapêutico que funcionam 24 horas
por dia, 7 dias por semana.

❑Podem funcionar em instalações fixas ou móveis, sendo que as instalações fixas podem ter
caráter provisório de acordo com as necessidades e a mobilidade da intervenção, situando-se
sempre na proximidade de locais de consumo e reunindo as condições sócio sanitárias
necessárias à fidelização dos consumidores.

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Gabinetes de apoio a toxicodependentes
sem enquadramento sociofamiliar
Tratam-se de estruturas de proximidade onde se torna possível a
prestação de cuidados básicos de saúde, cuidados de higiene e
alimentação mínimos, cuidados de enfermagem, apoio médico e
psiquiátrico, a troca de seringas de acordo com a lei, o rastreio de
doenças infeciosas, apoio psicossocial que permita uma efetiva
aproximação às estruturas de tratamento e que podem fornecer o
acesso a programas de substituição de metadona de baixo limiar nos
termos legais.

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Centros de acolhimento
❑Espaços residenciais temporários, que funcionam 24 horas por dia, 7 dias por semana,
destinados a contribuir para o afastamento de ambientes propícios ao consumo, bem como para
encaminhamento social e terapêutico de consumidores em exclusão sócio familiar.

❑Estes Centros devem fornecer aos utentes alojamento, garantir a higiene e a alimentação
mínimas, disponibilizar apoio psicológico e social e cuidados de enfermagem, rastrear doenças
infeciosas, fornecer preservativos, bem como assistência médica e psiquiátrica, podendo
executar programas de substituição de baixo limiar de exigência de acordo com a lei.

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Centros de abrigo
❑São espaços de pernoita que funcionam no período noturno,
durante 7 dias por semana, e que se destinam a contribuir para a
melhoria das condições de dormida de consumidores sem
enquadramento sociofamiliar e para a sua aproximação aos
sistemas sociais, procurando o afastamento de meios propícios ao
consumo, bem como o seu encaminhamento social terapêutico.

❑Estes Centros devem fornecer a possibilidade de garantir a


higiene e de beneficiar de alguma alimentação e podem
proporcionar o tratamento de doenças infeciosas, apoio
psicológico e social, cuidados de enfermagem, rastreio de doenças
infeciosas, preservativos, substituição opiácea de baixo limiar e
instrumentos de consumo endovenoso por troca de seringas, de
acordo com a lei.

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Pontos de contacto e de informação
❑Espaços que se devem situar na proximidade de locais associados ao consumo, em locais
frequentados por jovens, especialmente os espaços noturnos de diversão, em estruturas
autárquicas ou em estruturas de apoio a consumidores.

❑Estes podem ser fixos ou móveis e estão destinados a evitar ou atenuar o consumo de drogas e
respetivos riscos e a informar e auscultar as populações sobre os riscos e efeitos das
dependências, bem como sobre outros temas que possam contribuir para a prevenção do
consumo.

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Pontos de contacto e de informação
❑A título experimental, os pontos de contato e de informação podem ser autorizados
excecionalmente a prestar informação adequada sobre a composição e os efeitos,
particularmente, das novas substâncias psicoativas, devendo a autorização ser objeto de
renovação anual, sendo que para o efeito da prestação da informação podem ser equipados
com instrumentos destinados a testar a composição e os efeitos de drogas (Piil Testing).

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Espaços móveis de prevenção de
doenças infeciosas
❑São estruturas sócio sanitárias que funcionam em instalações necessariamente móveis,
situando a sua atividade na proximidade de locais associados ao consumo de substâncias
psicoativas e à prostituição.

❑Estes Espaços destinam-se ao rastreio e tratamento das doenças infeciosas mais frequentes
nos consumidores, à vacinação da população em risco e a concorrer para a redução do consumo
endovenoso ou fumado de heroína na rua, por via da substituição por metadona, a ser
dispensada nas instalações afetas aos projetos, de acordo com a lei.

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Programas de substituição em baixo
limiar de exigência
❑Estes Programas destinam-se a promover a redução do consumo de heroína
por via da sua substituição por metadona, a ser dispensada através de
programas de grande acessibilidade, sem exigência imediata da abstinência e
em instalações adequadas para o efeito, fomentando o aumento e regularidade
dos contactos do consumidor com os profissionais de uma equipa socio
sanitária, podendo concorrer, nomeadamente, para futura abstinência.

❑A administração de metadona é presencial e feita por um técnico de saúde, na


dose e periocidade fixada por prescrição médica, sendo que o horário de
funcionamento deve ser adaptado população alvo e previamente fixado.

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Programa de troca de seringas
❑Estes Programas podem funcionar em instalações fixas ou móveis, sendo que as instalações
fixas podem ter caráter provisório de acordo com as necessidades e a mobilidade do projeto,
situando-se sempre na proximidade de locais de consumo e reunindo as condições sócio
sanitárias necessárias à fidelização dos consumidores.

❑Estes programas têm como objetivo a prevenção da transmissão de doenças infeciosas por via
endovenosa através do incremento da assepsia no consumo endovenoso, destinando-se, para
tanto, a promover a acessibilidade à troca de seringas e agulhas, bem como a filtros, toalhetes,
água destilada, ácido cítrico e outros materiais adequados.

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Programa de troca de seringas
❑Estes utensílios são distribuídos manualmente e a
pedido e, sempre que indicado, acompanhados de
informação escrita sobre os danos e a redução de
riscos associados ao consumo de substâncias
psicoativas.

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Equipas de rua
❑As Equipas de Rua destinam-se a promover a redução de riscos no espaço público onde o
consumo de substâncias psicoativas seja vivido como um problema social, podendo prosseguir
esse objetivo através do desenvolvimento de ações de divulgação de utensílios e programas de
redução de riscos, de prestação de informação no âmbito das dependências, de promoção do
encaminhamento adequado das pessoas em situação e risco, de intervenção nos primeiros
socorros face a situações de emergência ou negligência, e substituir seringas e acordo com a lei.

❑A área geográfica de intervenção da equipa de rua deve corresponder a locais associados ao


consumo e tráfico de drogas.

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Programas para consumo vigiado
❑Os programas para consumo vigiado visam o incremento da assepsia no consumo intravenoso
e consequente diminuição de riscos inerentes a esta forma de consumo, bem como a promoção
da proximidade com os consumidores, de acordo com o respetivo contexto sociocultural, com
vista à sensibilização e encaminhamento para tratamento, através da criação de locais de
consumo.

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SICAD
SICAD – Serviço de Intervenção nos comportamentos Aditivos e nas Dependências

http://www.sicad.pt/PT/Intervencao/RRMDMais/SitePages/Programas.aspx

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Vídeos e outros sites
https://www.publico.pt/multimedia/interactivo/salas-de-consumo
https://www.jpn.up.pt/2019/12/20/drogas-como-funciona-uma-sala-de-consumo-assistido/
https://www.rtp.pt/noticias/pais/sala-de-consumo-de-drogas-com-mais-de-100-utentes-
regulares_v1325625

https://www.youtube.com/watch?v=6s7pHOzEegE
https://www.ted.com/talks/anees_bahji_is_marijuana_bad_for_your_brain
https://www.rtp.pt/noticias/pais/rtp-no-bairro-da-pasteleira-trafico-e-consumo-de-droga-a-ceu-
aberto-no-porto_v1466478
https://www.rtp.pt/noticias/pais/bairro-da-pasteleira-consumo-de-droga-a-ceu-aberto-
preocupa-autoridades_v1395760

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DUVÍDAS…

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