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PURA PSICOLOGIA Cursos e Consultoria

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CURSO DE INTEVENÇÕES

na DEPENDÊNCIA QUÍMICA
Ministrado por PATRICIA BERNARDETE DE ABREU

Psicóloga Clínica - CRP 06/112359

Especialista em Dependência Química e Alcoolismo

Mestre em Psiquiatria e Psicologia Médica

e
Técnico, Terapeuta e Conselheiro em Dependência Química
ITALO DAVISON DIAS - CNT 11.1274/SP

São Paulo
2019
INTRODUÇÃO

1
Um pouco sobre a DEPENDÊNCIA QUÍMICA
É uma doença que se caracteriza por alterações cognitivas e comportamentais e
sintomas fisiológicos, que se manifestam após o uso repetido do álcool e de outras drogas. Por
alterar o comportamento do indivíduo, a doença traz uma série de complicações para o mesmo e
para as pessoas do seu convívio. As causas da dependência química são complexas e envolvem
uma série de fatores: biológicos, psicológicos e sociais. Muitas vezes a pessoa começa fazer uso
de drogas por curiosidade ou por pressão do grupo social. Dificuldades em lidar com os
problemas, perdas, tristezas e até mesmo o sucesso também podem levar a pessoa ao
alcoolismo, ao consumo de maconha e daí para as outras drogas.
Enquanto algumas pessoas são capazes de fazer uso ocasional de álcool, sem desenvolver a
dependência, para outras, bastam os primeiros goles para que percam totalmente o controle. Isso
pode ser explicado pela predisposição genética que algumas pessoas têm de desenvolver a
dependência química.
A dependência química é incurável, ou seja, não existe um tratamento capaz de eliminar a
doença do organismo. Mas, ela é passível de controle, desde que seja feito um acompanhamento
constante do paciente.
A dependência química é progressiva, tende a piorar os sintomas no decorrer do tempo. A
pessoa passa a necessitar de doses cada vezes maiores ou de substâncias cada vez mais
nocivas.
A dependência física é fatal, pois os danos causados ao organismo são inúmeros e podem
resultar em doenças pulmonares (enfisemas), do coração, dos rins e do cérebro. O dependente
costuma adotar comportamentos de riscos que o levam a contrair doenças venéreas e AIDS. O
uso de drogas costuma levar o indivíduo a se envolver com o crime (roubos, assaltos, etc.) o que
resulta em mortes violentas e precoces.
A dependência química é uma doença complexa e, como toda doença, exige um tratamento
especializado. Esse tratamento pode incluir internações em clínicas especializadas, diferentes
tipos de terapias e até uso de medicamentos. O tratamento adequado é capaz de estacionar a
doença, fazendo com que o paciente possa conviver em sociedade e ter uma vida produtiva.
Agora que você já sabe um pouco o que é a dependência química vamos aprender sobre
melhores formas de abordar o dependente químico utilizando técnicas da entrevista motivacional,
da importância da empatia, técnicas para facilitar o vínculo terapêutico, intervenções de crises
como de abstinência, emocional e psicológica, identificar a demanda e como manejar o
acompanhamento psicológico e terapêutico no tratamento. Bom curso!

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Compreendendo a DEPENDÊNCIA QUÍMICA
A dependência química está classificada entre os transtornos psiquiátricos, sendo considerada
uma doença crônica que pode ser tratada e controlada simultaneamente como doença e como
problema social, (OMS, 2001).

É uma doença progressiva, incurável, mas tratável, apesar de problemas significativos para o
dependente, de evolução própria, que pode levar à insanidade, prisão, morte. Precisa de
tratamento o quanto antes. (os três CCC – clínica, cadeia e cemitério)

Os critérios diagnósticos pelo CID – 10 são:


O diagnóstico de dependência deve ser feito se três ou mais dos seguintes critérios são
experienciados ou manifestados durante o ano anterior:
1. Um desejo forte ou senso de compulsão para consumir a substância.

2. Dificuldades em controlar o comportamento de consumir a substância em termos de início,


término ou níveis de consumo.

3. Estado de abstinência fisiológica, quando o uso da substância cessou ou foi reduzido,


como evidenciado por: síndrome de abstinência característica para a substância, ou o uso
da mesma substância (ou de uma intimamente relacionada) com a intenção de aliviar ou
evitar os sintomas de abstinência.

4. Evidência de tolerância, de tal forma que doses crescentes da substância psicoativa são
requeridas para alcançar efeitos originalmente produzidos por doses baixas.

5. Abandono progressivo de prazeres ou interesses alternativos em favor do uso da


substância psicoativa: aumento da quantidade de tempo necessária para obter ou tomar a
substância ou recuperar-se de seus efeitos.

6. Persistência no uso da substância, a despeito de evidência clara de consequências


manifestamente nocivas, tais como dano ao fígado por consumo excessivo de bebidas
alcoólicas, estados de humor depressivos consequentes a períodos de consumo excessivo
da substância, ou comprometimento do funcionamento cognitivo relacionado com a droga:
deve-se procurar determinar se o usuário estava realmente consciente da natureza e
extensão do dano.

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Os critérios diagnósticos pelo DSM – V
Transtornos Relacionados ao Uso de Substâncias (DSM-V)
Padrão mal adaptativo de uso de substância levando a prejuízo ou sofrimento significativo,
manifestado por 2 (ou mais) dos seguintes critérios, ocorrendo dentro de um período de 12
meses:
1. Uso recorrente de substância resultando em falha no cumprimento de obrigações no
trabalho, escola ou em casa (p.ex. faltas repetidas ou baixo desempenho no trabalho
relacionado ao uso de substância, faltas, suspensões ou expulsões da escola devido ao
uso de substância, negligência nos cuidados do lar ou dos filhos).

2. Uso recorrente em situações em que isso pode ser fisicamente perigoso (p.ex. dirigir um
automóvel ou operar maquinário enquanto intoxicado pela substância).

3. Uso continuado da substância apesar de problemas recorrentes e persistentes, nas


esferas social ou interpessoal, causados ou exacerbados pelos efeitos da substância (p.ex.
discussões com marido/esposa sobre as consequências da intoxicação, brigas físicas).

4. Tolerância, definida por qualquer um dos seguintes aspectos:

(a) Uma necessidade de quantidades progressivamente maiores da substância para adquirir a


intoxicação ou efeito desejado.

(b) Acentuada redução do efeito com o uso continuado da mesma quantidade de substância.

(Nota: Tolerância não é considerada para aqueles usando medicações sob supervisão e
prescrição médica, como analgésicos, antidepressivos, ansiolíticos ou betabloqueadores)

5. Abstinência, manifestada por qualquer dos seguintes aspectos:

(a) Síndrome de abstinência característica para a substância (consultar os critérios A e B dos


conjuntos de critérios para Abstinência das substâncias específicas).

(b) A mesma substância (ou uma substância estreitamente relacionada) é consumida para aliviar
ou evitar sintomas de abstinência.

6. A substância é frequentemente consumida em maiores quantidades ou por um período


mais longo do que o pretendido.

7. Existe um desejo persistente ou esforços malsucedidos no sentido de reduzir ou controlar o


uso da substância.

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8. Muito tempo é gasto em atividades necessárias para a obtenção da substância (por ex.,
consultas a múltiplos médicos ou fazer longas viagens de automóvel), na utilização da
substância (por ex., fumar em grupo) ou na recuperação de seus efeitos.

9. Importantes atividades sociais, ocupacionais ou recreativas são abandonadas ou reduzidas


em virtude do uso da substância.

10. O uso da substância continua, apesar da consciência de ter um problema físico ou


psicológico persistente ou recorrente que tende a ser causado ou exacerbado pela
substância (por ex., uso atual de cocaína, embora o indivíduo reconheça que sua
depressão é induzida por ela, ou consumo continuado de bebidas alcoólicas, embora o
indivíduo reconheça que uma úlcera piorou pelo consumo do álcool).

11. Fissura ou Craving – um forte desejo ou urgência de usar uma substância específica.

Especificadores de gravidade:
 dependência leve - presença de dois ou três dos onze critérios por um período de um ano.
 dependência moderada - presença de quatro ou cinco dos onze critérios por um período de
um ano.
 dependência grave - presença de mais de seis dos onze critérios por um período de um
ano.

MULTIFATORIAL: origem biopsicossocial


As dependências químicas não têm uma causa única, mas sim, são o produto de vários fatores
que atuam ao mesmo tempo, sendo que, às vezes, uns são mais predominantes naquele
paciente específico que outras. No entanto, sempre há mais de uma causa.

O consumo de substâncias psicoativas ou psicotrópicas, lícita ou ilícita, é influenciado por fatores


de proteção e de risco. Nunca um fator de risco isolado leva à dependência. Para o
desenvolvimento da doença consideramos fatores biológicos, psicológicos e sociais.

FATORES DE RISCO
1. BIOLÓGICOS
Predisposição genética.
Capacidade do cérebro de tolerar presença constante da substância.
Capacidade do corpo em metabolizar a substância.
Natureza farmacológica da substância, tais como potencial de toxicidade e dependência, ambas
influenciadas pela via de administração escolhida.

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2. PSICOLÓGICOS
Distúrbios do desenvolvimento.
Morbidades psiquiátricas: ansiedade, depressão, déficit de atenção e hiperatividade, transtornos
de personalidade.
Problemas / alterações de comportamento.
Baixa resiliência e limitado repertório de habilidades sociais.
Expectativa positiva quanto aos efeitos das substâncias de abuso.

3. SOCIAIS
Estrutura familiar disfuncional: violência doméstica, abandono, carências básicas, negligência.
Exclusão e violência social: bullying, preconceito, qualquer tipo de violência, abusos e etc.
Baixa escolaridade.
Oportunidades e opções de lazer e esportes precárias.
Pressão de grupo para o consumo.
Ambiente permissivo ou estimulador do consumo de substâncias.

PROGRESSIVA, INCURÁVEL E SE NÃO TRATADA PODE SER FATAL.


Gera inúmeros problemas sociais, físicos, familiares e etc.
Sem tratamento adequado, as dependências químicas tendem a piorar cada vez mais com o
passar do tempo.
O dependente químico, em recuperação ou não, sempre será um dependente. Não existe cura
para a dependência: nunca o paciente poderá beber ou usar outras drogas de maneira
controlada, pois há uma adaptação neuroquímica do cérebro.
Apesar de nunca mais poder usar álcool ou outras drogas de maneira "social" ou "recreativa", o
dependente, se aceitar e realmente se engajar no tratamento, pode viver muito bem sem a droga
e sem as consequências da dependência ativa. É importante notar que qualquer avanço em
termos de recuperação depende de um real e sincero desejo do paciente: ninguém "trata" o
dependente se ele não quiser se tratar.
Para ajudar uma pessoa que considera estar tendo problemas com o uso, abuso e/ou
dependência de álcool e/ou drogas é preciso ter cautela e fazer uma abordagem orientadora,
acolhedora e ajudadora.

USO NOCIVO E DEPENDÊNCIA


Nenhum padrão de consumo de substâncias está isento de riscos.
✓ Consumo em baixo risco: precauções necessárias para a prevenção de acidentes.
✓ Uso nocivo ou abuso: consumo eventual em doses maiores acarretará complicações como
acidentes, brigas, perda de compromissos.

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✓ Dependência: consumo frequente, compulsivo destinado à evitação dos sintomas de
abstinência e acompanhado por problemas físicos, psicológicos e sociais.

✓ USO SOCIAL : uso ocasional de álcool e outras drogas, geralmente em situações sociais;
droga usada como simples experimentação, curiosidade ou recreação;
✓ USO NOCIVO: problemas físicos e mentais, acarreta consequências sociais, sem
problemas de complicações crônicas relacionadas ao consumo.

O dano pode ser físico (hepatite, por exemplo), psicológico (depressão), social (problemas
relacionais na escola, família, trabalho);

✓ Uso de padrão em binge: O "binge drinking" geralmente refere-se a beber muito em um


curto período de tempo, com a intenção de ficar embriagado, resultando em intoxicação
imediata e severa. (NIIDA, 2004). Isso geralmente ocorre com a ingestão de 4 unidades
para mulheres e 5 unidades para homens no período de 2 horas.

DEPENDÊNCIA: padrão de consumo constante e descontrolado, relação disfuncional entre o


indivíduo e seu modo de consumir a substância psicotrópica visando aliviar sintomas de mal-estar
e desconforto físico e mental conhecidos como síndrome de abstinência. Complicações clínicas,
mentais e sociais.

INFORMAÇÕES ADICIONAIS (1)

Obs. Em torno de 50% a 70% recaem nos primeiros 90 dias após tratamento ou antes de

completarem um ano.

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Consequências no ambiente de trabalho
 ACIDENTES
Até 40% dos acidentes de trabalho envolvem ou estão relacionados com o consumo de álcool.
Trabalhadores que consomem drogas tem maior tendência a estar envolvidos num acidente de
trabalho do que os trabalhadores que não consomem drogas.

 ABSENTEÍSMO (ausência no trabalho)


Trabalhadores que consomem drogas ou álcool têm maior tendência a ausentar-se do trabalho
sem autorização, além de se ausentarem com mais frequência.
Atrasam-se e saem mais cedo do ambiente de trabalho do que trabalhadores que não utilizam
substâncias psicoativas.

 RELACIONAMENTOS
Sobrecarregam colegas de trabalho;
Desperdício de material devido à má qualidade da produção devido à perda da concentração,
clareza visual e espacial e habilidades do funcionário usuário ou dependente;
Conflitos, queixas, violência e furtos;
Sentem frequentemente falta de motivação;

HÁBITOS DE CONSUMO – álcool (LENAD)


 66% dos homens e 49% das mulheres adultas relatam beber em binge (quando bebem,
ingerem 4 (mulheres) ou 5 (homens) unidades ou mais de bebida alcóolica a cada duas
horas).
 Enquanto metade da população é abstêmia, 32% bebem moderadamente e 16%
consomem quantidades nocivas de álcool.
 Quase 2 a cada 10 dos bebedores (17%) apresentou critérios para abuso
e/ou dependência de álcool.
 32% dos adultos que bebem referiram já não ter sido capaz de conseguir parar depois de
começar a beber.
 10% dos entrevistados referiu que alguém já se machucou em consequência do seu
consumo de álcool.
 8% dos entrevistados admitem que o uso de álcool já teve efeito prejudicial no seu
trabalho.
 4,9% dos bebedores já perdeu o emprego devido ao consumo de álcool
 9% admitem que o uso de álcool já teve efeito prejudicial na sua família ou relacionamento.
 25% da população geral relata sintomas de depressão. Entre bebedores problemáticos
(consomem 6 ou mais doses por ocasião), este percentual passa para 41%.

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 5% da população brasileira já tentou o suicídio. Dentre estes, 24% relataram ser
relacionados ao consumo de álcool.
 Quase dois terços dos homens jovens bebedores problemáticos já se envolveram em uma
briga com agressão física no último ano. Este índice sobe para 57% entre os que também
usam cocaína.
 Mais de 2 a cada 10 brasileiros relataram terem sido vítimas de violência física na infância.
Em 2 a cada dez casos os abusadores haviam bebido.
 6% dos brasileiros referiram ter sido vítima de violência doméstica no último ano, em
metade destes casos o parceiro que exerceu a violência havia bebido.
 O álcool é responsável por 86% dos homicídios, 60% das agressões sexuais, 57% das
agressões familiares, 64% dos incêndios e queimaduras, 50% das mortes no trânsito e
20% dos suicídios.

Síndromes de abstinência
ÁLCOOL: inicia após 06 horas da última ingestão e vai até 4 dias, podendo se estender até 14
dias havendo complicações.
MACONHA: inicia após 01 dia sem o uso e tem o pico após 02 a 03 dias enfraquecendo em até
duas semanas.
COCAÍNA: dividida em três fases
✓ Fase 1 - inicia após 15-30 minutos após o uso, persistindo por até 08 horas e estende-se
até 04 dias.
✓ Fase 2 – inicia de 12 a 96 horas após o último uso podendo durar de 02 até 12 semanas.
✓ Fase 3 – sintomas disfóricos diminuem ou cessam por completo. O “craving” torna-se
intermitente, mas pode manifestar-se eventualmente, tendendo a diminuir de intensidade,
mas podendo estender-se por meses ou até mesmo anos.

CRAVING
Disforia: é uma mudança repentina e transitória do estado de ânimo, tais como sentimentos de
tristeza, pena, angústia. É um mal estar psíquico acompanhado por sentimentos depressivos,
tristeza, melancolia e pessimismo.
Anedonia: perda da capacidade de sentir prazer.
Irritabilidade, apatia, sintomas depressivos, pode apresentar problemas de memória e ideações
suicidas.

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ABORDAGEM
Significado de ABORDAGEM: Abordagem é o termo utilizado para caracterizar um tipo de
aproximação, seja entre pessoas ou coisas.
Normalmente, a abordagem é o modo como determinada pessoa se aproxima de outra.

Abordagem na Psicologia
ABORDAGEM COMPORTAMENTAL
• É uma teoria discutida no âmbito dos estudos psicológicos, também conhecida como
Teoria Comportamental da Administração ou Teoria Behaviorista.
• De acordo com esta abordagem da psicologia, o comportamento individual das pessoas,
assim como as suas habilidades, se desenvolve de acordo com as relações e ambientes
em que estão inseridos.

CONSCIENTIZAÇÃO DA NECESSIDADE DE TRATAMENTO


Como abordar um dependente químico.
• Evitar julgamentos
• Diálogo aberto sobre a questão
• Atenção e orientação
• Falar sobre as consequências e as vias de tratamento e acompanhamento oferecidas pelo
sistema de saúde.

A entrevista MOTIVACIONAL
A entrevista motivacional é uma intervenção centrada no paciente, com o intuito de aumentar a
motivação para a mudança do comportamento – problema, a resolução e exploração da
ambivalência, a supressão de comportamentos disfuncionais e o desenvolvimento de padrões
mais adaptativos.

Objetivo da Entrevista Motivacional


O objetivo da EM é ajudar a resolver a ambivalência e colocar a pessoa em movimento no
caminho da mudança.
É uma maneira de estar com os pacientes.
Impulso motivacional breve.
Cria “abertura para a mudança”, “desperta” a pessoa, dá a partida no processo de mudança.

ABORDAGEM baseada na entrevista motivacional


✓ Estimular uma mudança de comportamento.
✓ A mudança vem de dentro.
✓ Terapeuta tem papel não autoritário
✓ Desenvolver a discrepância.

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✓ Evitar a argumentação.
✓ Acompanhar a resistência.
✓ Promover a auto eficácia.
✓ Expressar empatia.

Estágios Motivacionais para o tratamento


• Pré contemplação
• Preparação
• Contemplação
• Ação
• Manutenção
• Recaída

PRÉ CONTEMPLAÇÃO

 O indivíduo não cogita a mudança, está resistente a qualquer orientação.

CONTEMPLAÇÃO

 O indivíduo reconhece o problema (atual ou futuro) relacionado ao consumo, cogita a


mudança, mas ainda valoriza os efeitos positivos da substância, está ambivalente.

PREPARAÇÃO

 O indivíduo reconhece o problema, sente-se incapaz de resolvê-lo sozinho e pede ajuda.


 Essa fase pode ser muito passageira, por isso é indispensável uma abordagem rápida.

AÇÃO

 O indivíduo interrompe o consumo e começa o tratamento, mas a ambivalência, o


acompanhará durante todo o trajeto, o que justifica um acompanhamento contínuo.

MANUTENÇÃO

 A manutenção da abstinência será sempre colocada em xeque pela ambivalência e pelos


fatores de risco que o acompanham e, portanto, deve ser aplicada a prevenção da recaída.

RECAÍDA

 Refere-se ao retorno ao consumo, após um período considerável de abstinência. Recair


não é voltar à estaca zero, ao contrário, neste momento se aprende com o fato.

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EMPATIA
Significado de EMPATIA
• Empatia significa a capacidade psicológica para sentir o que sentiria outra pessoa caso
estivesse na mesma situação vivenciada por ela.
• Consiste em tentar compreender sentimentos e emoções, procurando experimentar de
forma objetiva e racional o que sente outro indivíduo.

EMPATIA na Adicção
• Empatia está relacionada com a comunicação assertiva e as motivações dos outros.
• A pessoa empática está conectada com quem ela se comunica. Ela capta informações que
vão muito além do que é falado e identifica emoções e expressões faciais em seu
interlocutor. Ser empático é, antes de tudo, ser um bom ouvinte e um excelente
observador.
• A empatia exige treino. É preciso desenvolver a capacidade de se colocar no lugar da
outra pessoa, com a finalidade de compreendê-la, sem julgamento ou verdades absolutas.
• A postura humilde e compreensiva irá gerar concordância da outra pessoa e,
possivelmente, sua mudança comportamental.
• A arte da empatia conquista e preserva as amizades e os laços familiares e é um fator que
pode aumentar as chances de conseguir ajudar o adicto. Com essa capacidade bem
desenvolvida, você poderá descobrir o que incomoda e o que agrada aos seus atendidos,
o que facilitará na hora de atender às necessidades deles, conquistando assim melhores
resultados para todos.

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Demonstre EMPATIA

• Ser ouvido e compreendido são componentes essenciais para o crescimento pessoal. A


experiência emocional de lidar com uma dependência química vai forçar uma pessoa a
crescer, o que pode ser doloroso. Você pode ajudar a aliviar a dor dela a escutando
ativamente.
• Coloque-se no lugar da pessoa. Aprenda a ser compassivo e compreensível em vez de
julgá-la. Pode ser difícil de entender, mas você pode sempre tentar.
• Trate a pessoa como você gostaria de ser tratado. Você provavelmente já experimentou
lutas em sua vida e sabe o que foi útil e o que não foi.

INFORMAÇÕES ADICIONAIS (2)

A Questão da Comorbidade
 A comorbidade ou diagnóstico duplo é a possibilidade de uma psicopatologia vir
acompanhada de outro quadro patológico, de forma concomitante, ou seja, é o diagnóstico
de dois ou mais transtornos psiquiátricos em um único paciente.
 Há duas situações mais comuns envolvendo as condições diagnósticas duplas:
◦ Transtorno psiquiátrico primário com subsequente abuso de substâncias;
◦ Abuso de substâncias com consequências psicopatológicas;
 Por outro lado, estudos americanos (Seibel e Toscano Jr, 2000) apontam que pacientes
com transtornos psiquiátricos apresentam o seguinte índice para abuso de substâncias:
◦ 16% a 29% de todos os pacientes diagnosticados,
◦ 47% das pessoas com esquizofrenia e
◦ 56% com transtorno bipolar tinham abuso de substâncias.

Quadros mais comuns de comorbidade:


◦ esquizofrenia,
◦ transtornos de humor,
◦ transtornos de ansiedade,
◦ personalidade antissocial (cuidar com o exagero desse diagnóstico, pois é
necessário caracterizar o prejuízo social associado ao consumo de substâncias);
◦ Estudos apontam que pacientes com dependência de substâncias psicoativas
apresentam elevados índices para diagnóstico psiquiátrico adicional, em diferentes
estudos:
◦ 76% dos homens e 65% das mulheres (Kaplan & Sadock, 1997);
◦ 50 a 60% dos indivíduos (Zaleski et al, 2006).

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VÍNCULO
Significado de VÍNCULO
• Capacidade de ligar, unir, atar uma coisa à outra.

• É uma união, relação ou ligação de uma pessoa ou coisa com outra. Por conseguinte,
duas pessoas ou objetos vinculados estão unidos, encadeados ou atados, seja física ou
simbolicamente.

• A noção de vínculo, sinónimo de “laço”, costuma se usar para fazer referência a uma
espécie de cadeia invisível ou de ligação moral ou afetiva que existe na relação de
proximidade entre duas pessoas.

Qualquer psicoterapia é, acima de tudo, um trabalho de relação entre duas pessoas. Como em
qualquer relação, estarão envolvidos diversos fatores que podem levar ao sucesso ou ao fracasso
da terapia.
VÍNCULO TERAPÊUTICO: É compreendida como uma relação dual, uma formação de
compromisso entre duas pessoas, uma «união de forças» em direção à busca da cura.

VÍNCULO TERAPÊUTICO
• Fundamenta-se no desejo consciente ou inconsciente do paciente de cooperar e na sua
disposição de aceitar a ajuda do terapeuta na superação das dificuldades internas.

• Espera-se que, quanto melhor esse vínculo, melhores sejam os resultados. Nenhuma
análise pode avançar sem a formação de um bom vínculo terapêutico racional e confiável.

Dentro da relação terapêutica...


Um aspecto importante da relação terapêutica é o VÍNCULO. Neste, cada atendido é único em
sua maneira de se vincular. O terapeuta deve estar atento aos seus sinais de vinculação e aos
sinais do atendido, que vai transmitir suas experiências de vida a cada instante.
Ainda dentro da relação terapêutica...
Em muitas situações o atendido faz relatos e revelações nunca antes compartilhados. Alguns
poderão ter facilidade, outros clientes demoram diversas sessões até conseguirem expor por
completo sua verdadeira queixa.
Palavra de ordem é... PACIÊNCIA!
O atendido se torna mais engajado e mais receptivo às análises sugeridas pelo psicólogo /
terapeuta quando uma relação terapêutica é bem estabelecida:
✓ Neutralidade
✓ Pontualidade
✓ Sinceridade
✓ Sigilo
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✓ Contrato bem estabelecido
✓ Segurança
✓ Aceitação
✓ Confiança mútua
✓ Compreensão
✓ Empatia

Ao se sentir à vontade com o seu psicólogo / terapeuta, a probabilidade do atendido agir no


contexto terapêutico da mesma maneira que se comporta na sua vida cotidiana é maior, o que
possibilita ao profissional conhecer melhor as variáveis ambientais, emoções e sentimentos que
seu atendido vivencia.

SINAIS DO NÃO VÍNCULO:


➢ Abandono do processo terapêutico
➢ Constantes faltas
➢ Esquiva de assuntos relevantes
➢ O atendido “testa” o profissional
➢ Tentativas de ludibriar o profissional

Como estabelecer um forte VÍNCULO TERAPÊUTICO


✓ Com bons resultados e facilitando as mudanças.
✓ Capacidade de promover experiência emocional corretiva.
✓ Permitir suportar e trabalhar problemas emocionais.
✓ Interpretações adequadas.
✓ Compreensão, competência e respeito.
✓ Tratar o paciente como colaborador co-igual.

Reconhecer a dificuldade do processo de mudança e a possibilidade de encontrar soluções


simples e definitivas para os problemas dos atendidos. Ao mesmo tempo, manter uma atitude de
esperança realista sobre a possibilidade de mudança de significado.

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DEMANDA
Significado de DEMANDA
• Ação ou efeito de demandar, de buscar, de procurar; procura.
• Necessidade de alguma coisa: o trabalho demanda muito esforço.
• Ação de combater ou confrontar de maneira violenta; luta, briga.
• Ação de exigir, reivindicar, de demandar esforços para recuperar algo que pertence a outra
pessoa; reivindicação: demanda de recursos. Em que há disputa ou discussão; debate
repleto de polêmica; contestação.
• Ação de perguntar ou indagar; interrogação.

DEMANDA PSICOLÓGICA
✓ Trata-se do motivo do paciente para buscar ajuda profissional
✓ A demanda é tudo aquilo que motivou o paciente a pedir por ajuda a um profissional de
saúde. Desta forma, se trata de todo o apanhado de seu sofrimento, incluindo tanto os
aspectos físicos, quanto os aspectos emocionais.

O QUE LEVA A DEMANDA?


• Pensamentos, sentimentos e emoções em conflito ou confusão mental após a retirada da
substância psicoativa.
• Sintomas desagradáveis físicos e psicológicos.

DEMANDA EM DQ
• Manifestação de um desejo.
• Ato de procura por resposta.
• Demonstração de vontade, necessidade e prioridade.
• Busca de alívio de sintomas desagradáveis de fundo emocional, de sentimentos e de
pensamentos.
• Busca de compreensão.
• Atenção
• Confiança mútua
• Neutralidade
• Paciência
• Habilidades profissionais para lidar com oscilações de motivação, humor, interesse e
crises.

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COMO AGIR?
• Conscientização, acompanhamento, ações de resposta para devolutiva no momento de
ambivalência.
• Resposta técnica e trabalhos individuais.
• Despertar curiosidade do paciente.
• Favorecer o comprometimento e responsabilidade consigo e para com os outros.
• Contribuir para o processo de autonomia do atendido.
• Credibilidade profissional.

INTERVENÇÃO
Significado de INTERVENÇÃO
• Intervenção é o substantivo feminino que significa o ato ou efeito de intervir e indica
uma intercessão ou mediação em alguma situação adversa.
• Quem faz uma intervenção age de modo a modificar, alterar, reordenar alguma coisa. Uma
intervenção é uma ação que não passa despercebida, ela sempre trás algum tipo
de mudança significativa.

Intervenção em DQ
Estratégias na intervenção ao uso, abuso e dependência de álcool e outras drogas.
As pessoas com dependências graves muitas vezes negam que têm um problema.
Quando outras tentativas de ajudar se mostrarem ineficazes, você pode se unir a amigos,
familiares e a um profissional para confrontar a pessoa com a verdade e um plano de ação
detalhado.

Consulte um profissional:
Procure alguém com experiência em conduzir intervenções a ajudar dependentes. Um
profissional poderá guiar você e outros familiares pelo processo, aumentando assim as
chances de dar certo. Você pode se encontrar com o profissional antes para planejar as
coisas e até convidá-lo para participar da intervenção e agir como um facilitador.
Se os seguintes pontos se aplicarem, é ainda mais importante consultar um profissional:
• A pessoa tem um histórico de doença mental.
• Ela pode reagir violentamente à intervenção.
• A pessoa demonstrou comportamento suicida.

Forme uma equipe de intervenção:


• Composta de 5 ou 6 pessoas próximas.
• Os pais, irmãos, parentes de confiança e melhores amigos são bons candidatos. Convide
indivíduos que foram impactados pelo vício da pessoa e podem fazer parte do futuro dela.

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• É importante convidar pessoas que possam ser chamadas em momentos de necessidade,
já que a intervenção é só o primeiro passo no caminho para a recuperação.
Encontre o plano de tratamento adequado:
• O plano é uma parte crucial da eficácia das intervenções. Apenas dizer à pessoa que você
acha que ela tem um problema não será o suficiente para fazer com que ela pare com o
vício. Criar um plano bem pesquisado de tratamento que ela possa botar em prática.

Encontre o plano de tratamento adequado:


• Isso pode significar ir para a reabilitação, fazer psicoterapia ou começar algum tipo de
programa de tratamento ambulatorial.

• Verifique quais são os passos necessários para a admissão e prepare tudo com
antecedência. Pode ser necessário também ver como financiar o tratamento. (quem será o
responsável)
• Prepare uma lista de grupos de apoio que a pessoa em questão pode procurar na hora.
Você pode até se oferecer para levá-la até eles.
• Planeje para que a pessoa chegue fisicamente ao local de tratamento.

Cada envolvido na intervenção deve colocar consequências a serem aplicadas se a pessoa


recusar o plano de tratamento.
O objetivo maior é auxiliar o usuário de drogas a perceber que seu comportamento não será mais
tolerado. Isso dificultará a continuação do comportamento destrutivo.
• Apresentar o plano de tratamento para a pessoa. Deixe claro que foi bem pesquisado e
recomendado por especialistas, e diga que todos creem que essa é a melhor aposta para a
recuperação. Peça a ela para aceitar o plano.
• Discuta o que vai acontecer caso ela não aceite. Deixe claro que haverá consequências.
• Prepare-se para as reações da pessoa, que pode ficar com raiva, começar a chorar ou até
a rir. Aponte a seriedade da situação e não volte atrás.

Termine com os próximos passos concretos:


• Assim que a intervenção acabar, a pessoa deverá começar algum tipo de tratamento. Isso
pode significar escoltá-la até um local onde pode ser internada, iniciar uma terapia ou
tratamento ambulatorial. Faça a pessoa se comprometer a passar pelo processo todo e
fazer o que for preciso para evitar que a dependência avance mais.
• Pode demorar um pouco para a aceitação total do dependente ao tratamento. Apoio,
paciência e compreensão serão necessários.
• O dependente poderá reclamar de tudo, pedir para sair do tratamento antes do prazo
sugerido pelos profissionais da equipe; mas não tenha dó, é só a ambivalência.

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INTERVENÇÃO DE CRISE
Significado de crise
• Mudança brusca produzida no estado de um doente, causada pela luta entre o agente
agressor e os mecanismos de defesa.
• A crise é uma mudança brusca sobre algum aspecto.
• A ideia de crise é aplicada em qualquer contexto humano da qual ocorre algo imprevisto,
negativo ou grave. Quando surge o elemento ou fator novidade, interrompe-se o equilíbrio
e consequentemente vem à crise.

CRISE
Estado de desequilíbrio emocional do qual uma pessoa se vê incapaz de sair com os recursos
próprios de enfrentamento que habitualmente costuma empregar em situações que a afetam
emocionalmente. Causa sentimentos de desorganização, desesperança, tristeza, confusão e
pânico.
O conceito crise é proveniente de mudanças a nível biológico, psicológico e/ou social, que exige
da pessoa ou do grupo um esforço suplementar para manter o equilíbrio ou estabilidade
emocional.
A crise em si não é ruim, o que vai determinar são os recursos internos ou externos e a forma
como a pessoa vai viver e elaborar a crise. Ela aparece como forma de mostrar que toda ação
terá resultado direto ou indireto, apontando que há uma necessidade de ajuste e mudança.
Os adictos e alcoólicos vivem se reajustando a novas regras e padrões comportamentais. Nada é
fixo, tudo é transitório, o que serve hoje poderá não servir amanhã mediante a mudança e a
manutenção do comportamento após a crise, pois ela é sempre uma oportunidade de
crescimento e evolução.

Tipos de CRISE em DQ
1º Crise de ABSTINÊNCIA
Sinais e sintomas físicos e psicológicos advindos da falta de substância psicoativa no organismo
e do uso, que podem ser diferenciadas de indivíduo para indivíduo.
A síndrome pode ser dividida em:
✓ SAA – síndrome de abstinência aguda
✓ SAD – síndrome de abstinência demorada

SAA – Pode ocorrer na ausência da substância psicoativa entre 3 a 10 dias do último uso com
sintomas físicos e psicológicos como convulsões, hiperatividade, tremores, insônia, alucinações
visuais, táteis e auditivas, descontrole psicomotor e ansiedade.

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SAD – Os sintomas diferem da primeira síndrome de abstinência e podem ser sentidos entre na
sobriedade do indivíduo no intervalo de meses ou até anos com sintomas físicos e psicológicos
como mente confusa, problemas de coordenação motora, de memória, reação emocional
exagerada ou apatia e distúrbio ou alteração do sono. É severa e preocupante, pois pode resultar
em recaídas.

2º Crise PSICOLÓGICA
Pode entrar em crise por uma questão existencial, ou desequilíbrio, instabilidade após passar por
algum impacto, estar diante de uma escolha, conflito familiar ou pessoal, estresse emocional,
angústia. Possibilidade de alteração de consciência, delírio, perca da noção do tempo, mas não a
ponto de se desenvolver uma patologia.

3º Crise EMOCIONAL
Comportamentos que indicam uma crise emocional são ansiedade, alterações de humor, e
sensação de vazio e insatisfação. Quando um indivíduo esquece ou deixa de lado os cuidados
com a sua mente e suas emoções, acaba ficando exposto aos desequilíbrios e crises emocionais,
alterando seu comportamento.

ETAPAS DA CRISE
• Desordem inicial: decorrentes das reações iniciais do paciente gerada por algum fato.
• Negação: paciente sente amortecer o impacto da crise (minimização).
• Intrusão: é o surgimento de ideias involuntárias pelo paciente através da dor do evento
ocorrido com o mesmo.
• Elaboração: expressão, identificação e comunicação de sentimentos experimentados pela
situação de crise.
• Término ou Resolução: quando há uma intervenção imediata gerando integração do
evento dentro da sua vida e a reorganização da própria.

A intervenção de crise oferece assistência IMEDIATA!


Objetiva proporcionar apoio, reduzindo o perigo de surtos, convulsões, autoflagelo, agressões,
entre outras situações de risco a si próprio e a terceiros.

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INTERVENÇÃO MECÂNICA
Também conhecida como contenção física de pacientes.
Intervenção realizada com o intuito de imobilizar o acolhido e regulamentada por lei.

GM/MS nº 251 de 31 de janeiro de 2002.


LEI 10.216 DE 2001.
Lei estadual 11.802/95. 10.
Lei estadual 12.684/97.
Resolução COFEN nº 427/2012

OBJETIVO:
Intervir de imediato nas situações de crise em que o paciente põe em risco sua integridade física
ou de qualquer outra pessoa ao seu redor.

CONTENÇÃO
❖ Intervenções de segurança.
❖ Último recurso.
❖ Não são intervenções terapêuticas (coerção, conveniências da equipe)

JUSTIFICÁVEL:
Em casos de risco de auto e hetero agressão, a presença de mais de um membro da equipe junto
ao acolhido pode ser suficiente para inibi-lo a realizar o ato agressivo.

Somente se for inevitável...


Nível de força aplicado deve ser justificável, adequado, razoável e proporcional a uma situação
específica.
Menor tempo possível.

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COMO INTERVIR
1) Análise visual do comportamento:
Analisar e acompanhar com olhar técnico o indivíduo em suas ações e comportamentos
buscando identificar alterações no mesmo que indiquem a crise.

2) Percepção e feeling:
Calcular e reduzir o perigo, avaliar no momento o que pode ser usado como motivação para
capacitar o indivíduo para o enfrentamento da crise o auxiliando a recuperar o nível de equilíbrio.

3) Abordagem:
Executar ações concretas. O objetivo é limitado. É preciso ter uma atitude facilitadora e direta
para ajudar a alcançar ações concretas mediante o paciente no momento da crise.

4) Entrevista não invasiva:


Conhecer e analisar o problema. O foco da análise centra-se em três áreas: passado imediato,
presente e futuro próximo.
O passado imediato remete aos acontecimentos que conduziram ao estado de crise.
O presente implica nas perguntas: “quem, o que, onde, quando, como”.
O futuro próximo se foca nas eventuais dificuldades que o paciente estabelece com si próprio,
com as pessoas ao seu redor e as pessoas da família.
O objetivo então é identificar os conflitos que necessitam de manejo imediato e quais podem ficar
para intervenção posterior.

5) Detectar os fatores da crise


Através da análise procurar identificar quais fatores da vida do indivíduo que geraram a crise,
podendo ser comportamentos disfuncionais, pensamentos destrutivos, ressentimentos, traumas,
baixo repertório cognitivo, psicológico e emocional que auxiliem a enfrentar situações de estresse,
frustração, raiva, medo, angústia, perdas, desgostos e etc.

6) Analisar pensamentos e emoções


Ouvir o paciente e procurar entender seus pensamentos, se são negativos, positivos, construtivos
ou destrutivos, através da fala do paciente identificar o pensamento que o mesmo tem de si e dos
outros.
Através das expressões corporais, faciais, de fala, das reações perante as situações de
enfrentamento é possível identificar emoções, tanto negativas quanto positivas.

7) Identificar sentimentos
Criar empatia com o paciente para identificar e alcançar seus sentimentos. Colher informações
sobre o paciente com os outros profissionais da equipe e com os outros pacientes.

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Convidar a pessoa a falar sobre os seus sentimentos e escutar uma outra pessoa a respeito do
mesmo assunto, para reflexão. O paciente deve se sentir escutado, aceito, compreendido,
acolhido e apoiado, afim de reduzir a intensidade da ansiedade e diminuir o sofrimento.

8) Elaborar conflitos pessoais


Ajudar o paciente a compreender e elaborar o conflito – dominar a situação atual – criar estratégia
futura.
Durante a crise o indivíduo se encontra receptivo a ajuda e os mínimos esforços podem ter
grandes resultados.

9) Estágio motivacional
Ajudar o paciente a acionar a parte saudável e preservada de si mesmo, assim como os seus
recursos sociais, emocionais e físicos, afim de enfrentar as próximas crises. Facilitar as condições
necessárias para um novo modo de funcionamento técnico e psicológico, interpessoal e social,
diante de novas situações.

10) Componentes fundamentais da intervenção em crise


Analisar as possíveis soluções:
✓ Verificar se o paciente tem tentado fazer o sugerido até o momento para enfrentar o
problema, assim como, o que podem ou o que poderiam fazer com ajuda do técnico.
✓ Propor novas alternativas viáveis para alcançar soluções.
✓ Firmar parceria e elo de confiança com o paciente o ajudando na manutenção e na prática
do programa e de estratégias sugeridas pelos profissionais desta unidade para o
enfrentamento das situações de crise.

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MANEJO
Significado de MANEJO
• Ato de manejar.
• Gerência, direção.
• Planejamento.
• Manobrar, administrar.
• Operar com.
• Manobras, artimanha.

MANEJO EM DQ
• Ato com efeito de manejar, lidar com a crise.
• Ação de conciliar teoria e prática para dar respostas numa crise, situação ou demanda.
Ouça o que a pessoa tem a dizer, mas NÃO concorde com tudo. Continue explicando suas
observações sobre a situação em detalhes. Não desista. Continue firme no manejo diante da
situação... Não hesite. Dê a cada um uma chance de falar o que pensa olhando diretamente para
a pessoa.
Tome muito cuidado com o estado mental da pessoa que está auxiliando. Esse processo só deve
ser feito com alguém em um estado normal de consciência, garantindo assim tanto a segurança
da própria pessoa quanto a sua enquanto maneja a crise.

COMO MANEJAR?
• Contato para estabelecer empatia e sintonia com os sentimentos da pessoa em crise.
Escutar como veem a situação, convidar a falar do que incomoda, trazendo-a para
reflexão.
• A pessoa em crise precisa se sentir compreendida, escutada, aceita e apoiada
favorecendo assim a diminuição da ansiedade, diminuindo o sofrimento e sentimento de
solidão no momento da crise.
• O foco da análise está em três áreas: passado imediato, presente e futuro imediato.

O passado imediato remete aos acontecimentos que conduziram ao estado de crise.


A indagação sobre a situação presente implica nas perguntas: “quem, o que, onde, como”. É
necessário saber quem está implicado, o que aconteceu, quando... E etc.
O futuro imediato se foca nas eventuais dificuldades que se estabelecem nas pessoas, famílias,
situações e acontecimentos. Conhecer quais são os conflitos, ou problemas que necessitam de
manejo imediato e o que pode ser adiado.
Verificar o que as pessoas tem tentado fazer para enfrentar o problema e o que poderiam fazer.
Propor novas alternativas viáveis para alcançar soluções.
Ajudar a realizar uma ação concreta para gerenciar a crise.
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Atitude facilitadora e diretiva para ajudar a alcançar ações concretas.
Restabelecimento das redes de apoio social.
Procedimentos que permitam o seguimento da pessoa para verificar o progresso pessoal, em
termos psicológicos. Novos atendimentos que visem auxiliar o alcance de metas estabelecidas
antes da crise.
Os indivíduos que se encontram em crise são inundados por pensamentos e sentimentos que
dificultam o estabelecimento de prioridades. É necessário também que o psicólogo/técnico o
ajude a organizar os pensamentos em dois grupos: um de metas em curto prazo e outro em longo
prazo.
As metas de curto prazo incluem, de acordo com o fato ocorrido, tranquilizar o atendido, manejar
o medo, falar sobre o ocorrido, etc. Já as de longo prazo, dizem respeito a ajudar o atendido na
retomada de planos de vida como a busca por trabalho; de uma terapia de longa duração, e etc.

JUNTOS SOMOS MAIS FORTES!

OBRIGADA!

Patrícia Bernardete – CRP 06/112359


Psicóloga Clínica especialista em Dependência Química e Alcoolismo
Mestre em Psiquiatria e Psicologia Médica – UNIFESP
Contato: (011) 94362-7735 (vivo/whatts)
Email: patriciabernardete@hotmail.com
Página profissional no Facebook: https://www.facebook.com/purapsico/
Grupo no FACEBOOK: https://www.facebook.com/groups/2290477381043945/

Italo Davison Dias – CRT 12.1174/SP,


Técnico, terapeuta e conselheiro em Dependência Química e Alcoolismo
Contato: (011) 94172-6763 (vivo/whatts)
Email: italodavisondias@gmail.com
Página profissional no Facebook: https://www.facebook.com/Dependenciaquimica.tratamento/

www.purapsicologia.com.br

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