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Transtornos relacionados a substâncias

e transtornos aditivos

Mariana Kronemberger Mantelli


Disciplina de Psicopatologia II – Profa. Daniele Mometti- Braz
Uso de substâncias psicoativas
Introdução
Uso de substâncias psicoativas pelo ser humano:
• Milenar
• Finalidades variadas:
• Uso ritual/religioso (ahayuasca, vinho, entre outros)
• Uso medicinal (ópio, maconha, medicamentos , entre outros)
• Uso relacionado a desempenho (cafeína, cocaína , entre outros)
• Uso recreativo (LSD, MDMA)

Os transtornos advindos do uso dessas substâncias tem relação com o aspecto biológico e ambiental
dos sujeitos atingidos por eles.

Agentes farmacológicos
• Álcool • Outros agentes (anabolizantes, óxido nitroso, entre
• Anfetaminas outro)
• Cafeína
• Cannabis
• Cocaína
• Alucinógenos
• Inalantes
• Nicotina
• Opióides
• Fenciclidina (PCP)
• Sedativos, hipnóticos e anseolíticos
Últimas tendências referentes ao uso de
drogas
Cannabis: substância mais consumida no mundo. Jovens: maior parcela daqueles que usam/ abusam de drogas
Em 2018: estimativa de 192 milhões de pessoas Grupo mais vulnerável à dependência e tem seu
usaram desenvolvimento prejudicado pelo consumo.

Opióides: os mais nocivos. Países em desenvolvimento: consumo


Na última década: mortes por transtornos aumentou muito mais
associadas ao seu uso teve alta de 71% rapidamente durante o
(com aumento de 92% entre as mulheres, comparado com período 2000-2018 do que nos países
63% entre os homens. desenvolvidos.

Estimulantes: cocaína e metanfetamina,


principalmente. Uso de ambas as substâncias tem
A legalização de variadas substãncias pelo
aumentado.
mundo pode ser a resposta para solucionar as
Cerca de 19 milhões de pessoas usaram cocaína em
dificuldades referents à saúde pública.
2018, enquanto 27 milhões usaram anfetaminas no
mesmo ano.

https://site.mppr.mp.br/arquivos/File/Relatorio_Mundial_Drogas.pdf 3
Tipos de dependência
DEPENDÊNCIA COMPORTAMENTAL
É baseada na busca pela subtância e tem padrão de uso patológico destacado.

DEPENDÊNCIA FÍSICA
Referente aos efeitos fisiológicos pela multiplicidade de uso da substância.

DEPENDÊNCIA PSICOLÓGICA
É a chamada “fissura” (desejo intenso), contínua ou intermitente, para evitar um episódio
disfórico.

TRASNTORNOS POR USO DE SUBSTÂNCIA


Caracterizado pela presença dos três aspectos de dependência supracitados.
Etiologia dos transtornos por uso de
substâncias
O modelo dos transtornos por uso de substâncias é o resultado de um processo:

• múltiplos fatores interagem e influenciam o comportamento do uso de drogas e a perda de


discernimento com relação a decisões sobre a utilização de uma determinada substância.
• As ações de uma droga específica são fundamentais no desenvolvimento dos trsntornos,
porém não se presume que todos os indivíduos que se tornam dependentes de determinada
droga experimentem seus efeitos de maneira similar ou que sejam motivados pelo mesmo
conjunto de fatores

Comportamento de uso:

• Decisão de usar uma droga- influenciada por situações sociais e psicológicas imediatas, bem
como pela história mais remota do indivíduo
• Série de consequências que podem ser recompensadoras ou aversivas
• Processo de aprendizado - resulta em uma probabilidade maior ou menor de o
comportamento ser repetido
• . No caso de algumas drogas:
• início a processos biológicos associados a tolerância, dependência física e
sensibilização
• a tolerância pode reduzir alguns dos efeitos adversos da droga, permitindo ou
requerendo o uso de doses maiores, acelera ou intensifica o desenvolvimento de
dependência física.
Fatores psicodinâmicos
As teorias psicodinâmicas sobre abuso de substância refletem as visões das abordagens clássicas da
Psicologia:
• ato masturbatório (alguns usuários de heroína descrevem o “barato” inicial como semelhante a um
orgasmo sexual prolongado)
• defesa contra impulsos de ansiedade
• manifestação de regressão oral (i.e., dependência)
• expressão das funções de um ego perturbado (i.e., a incapacidade de lidar com a realidade)
• Como forma de automedicação, o álcool pode ser usado para controlar o pânico; os opioides, para
diminuir a raiva; e anfetaminas, para aliviar a depressão

Condicionamento
O uso de drogas, além de seus efeitos farmacológicos, pode funcionar como reforço se resulta em status
especial ou aprovação de amigos, ou seja, a cada uso da droga traz um reforço positivo rápido, seja através
da euforia induzida pela droga, seja como alívio da perturbação do afeto, alívio dos sintomas de
abstinência ou uma combinação desses efeitos
Podem ainda sensibilizar sistemas neurais quanto a seus efeitos de reforço:
• a parafernália (agulhas, garrafas, maços de cigarro) e os comportamentos associados ao uso da
substância podem se tornar reforços secundários, bem como indícios da disponibilidade da substância,
e, na sua presença, aumentar a fissura ou o desejo de sentir seus efeitos.
Genética Abuso ou de dependência de substâncias apresentam um padrão genético em seu desenvolvimento:
principalmente pensando nas associações a genes que afetam a produção de dopamina.

Neuroquímicos
O uso de drogas, além de seus efeitos farmacológicos, pode funcionar como reforço se resulta em status especial ou
aprovação de amigos, ou seja, a cada uso da droga traz um reforço positivo rápido, seja através da euforia induzida pela
droga, seja como alívio da perturbação do afeto, alívio dos sintomas de abstinência ou uma combinação desses efeitos
Podem ainda sensibilizar sistemas neurais quanto a seus efeitos de reforço:
• a parafernália (agulhas, garrafas, maços de cigarro) e os comportamentos associados ao uso da substância podem se
tornar reforços secundários, bem como indícios da disponibilidade da substância, e, na sua presença, aumentar a fissura
ou o desejo de sentir seus efeitos.

Comorbidades
• Identifica-se uma prevalência elevada de transtornos psiquiátricos adicionais entre indivíduos que buscam tratamento para
dependência de álcool, cocaína ou opioides; alguns estudos demonstraram que até 50% dos aditos apresentam um
transtorno psiquiátrico comórbido.

• Em diversos estudos, de 35 a 60% dos pacientes com abuso ou dependência de substância também satisfazem os critérios
diagnósticos para transtorno da personalidade antissocial.

• Cerca de um terço a metade de todos os pacientes que apresentam abuso ou dependência de opioide e cerca de 40% daqueles
com abuso ou dependência de álcool satisfazem os critérios para transtorno depressivo maior em algum momento da vida.

• Indivíduos que abusam de substâncias têm probabilidade 20 vezes maior de morte em decorrência de suicídio do que a
população em geral. Relata-se que cerca de 15% dos indivíduos com abuso ou dependência de álcool cometem suicídio. Essa
frequência de suicídio perde apenas para a encontada em pacientes com transtorno depressivo maior.
Classificação Diagnóstica
Há quatro categorias principais na 5a edição do Manual diagnóstico
e estatístico de transtornos mentais (DSM-5):
(1) transtorno por uso de substância,
(2) intoxicação por uso de substância,
(3) Abstinência de substância,
(4) transtorno mental induzido por substâncias

Transtorno por uso


Um padrão problemático de uso da substância, levando a comprometimento ou sofrimento clinicamente significativos, manifestado por pelo menos dois dos
seguintes critérios, ocorrendo durante um período de 12 meses:
1. Uso recorrente da substância, resultando no fracasso em desempenhar papéis relevantes no trabalho, na escola ou em casa (p. ex., ausências repetidas ao
trabalho ou baixo desempenho profissional relacionados ao uso da substância; ausências, suspensões ou expulsões da escola relacionadas à substância;
negligência dos filhos ou dos afazeres domésticos).
2. Uso recorrente da substância em situações nas quais isso representa perigo para a integridade física (p. ex., condução de veículos ou operação de máquinas
durante prejuízo de julgamento decorrente do uso da substância).
3. Uso continuado da substância apesar de problemas sociais ou interpessoais persistentes ou recorrentes causados ou exacebados por seus efeitos (p. ex.,
discussões com o cônjuge sobre as consequências da intoxicação; agressões físicas).
4. Tolerância, definida por qualquer um dos seguintes aspectos:a. Necessidade de quantidades progressivamente maiores da substância para atingir a
intoxicação ou o efeito desejado. b. Efeito acentuadamente menor com o uso continuado da
mesma quantidade da substância.
5. Abstinência, manifestada por qualquer um dos seguintes aspectos: a. Síndrome de abstinência característica da substância. b. A mesma substância (ou uma
substância estreitamente relacionada) é consumida para aliviar ou evitar os sintomas de abstinência.
6. A substância é frequentemente consumida em maiores quantidades ou por um período mais longo do que o pretendido.
7. Existe um desejo persistente ou esforços malsucedidos no sentido de reduzir ou controlar o uso da substância.
8. Muito tempo é gasto em atividades necessárias para a obtenção da substância, na sua utilização ou na recuperação de seus efeitos.
9. Importantes atividades sociais, profissionais ou recreativas são abandonadas ou reduzidas em virtude do uso da substância.
10. O uso da substância é mantido apesar da consciência de ter um problema físico ou psicológico persistente ou recorrente que tende a ser causado ou
exacerbado pela substância.
11. Fissura ou um forte desejo ou necessidade de usar uma substância específica. 10
Classificação Diagnóstica
Intoxicação por substância
Intoxicação por substância é o diagnóstico usado para descrever uma síndrome (p. ex., intoxicação por álcool ou embriaguez simples)
caracterizada por sinais e sintomas específicos resultantes da ingestão ou exposição recente à substância:
• Mudanças comportamentais ou psicológicas clinicamente significativas decorrentes do efeito da substância sobre o SNC (p. ex.,
beligerância, labilidade do humor, prejuízo na cognição, julgamento prejudicado, prejuízo no funcionamento social ou ocupacional) que
se desenvolvem durante ou logo após o uso da substância.
• Os sintomas não são atribuíveis a outra condição médica nem são mais bem explicados por outro transtorno mental.

Abstinência por substância

Síndrome específica que resulta da interrupção abrupta do uso intenso e prolongado de uma substância (p. ex., abstinência de opioides):
• Desenvolvimento de uma síndrome específica da substância devido à interrupção (ou redução) de seu uso intenso e prolongado.
• Causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida
do indivíduo.
• Os sintomas não se devem a uma condição médica geral nem são mais bem explicados por outro transtorno mental.

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Álcool
Aspectos relacionais
• Transtorno da personalidade antissocial: frequentemente relacionado ao abuso de álcool.
• Transtornos do humor: entre 30 a 40% dos indivíduos com um transtorno relacionado ao álcool
satisfazem os critérios diagnósticos para transtorno depressivo maior em algum momento da
vida (mais comum em mulheres)
• Indivíduos com transtornos relacionados ao álcool e transtorno depressivo maior correm grande
risco de tentativa de suicídio e provavelmente apresentam outros diagnósticos de transtornos
relacionados a substâncias.
• Terapia com fármacos antidepressivos: para sintomas que persistem após 2 a 3 semanas de
sobriedade
• Transtorno bipolar tipo I: maior risco de desenvolver um transtorno relacionado ao álcool; uso
da substância como automedicação para seus episódios maníacos
• Transtornos de ansiedade: alivio a ansiedade 25 a 50% de todos os indivíduos com
transtornos relacionados ao álcool também satisfazem os critérios diagnósticos para um
transtorno de ansiedade.
• Fobias e transtorno de pânico: tentativa de automedicar sintomas de agorafobia ou fobia social,
mas um transtorno relacionado ao álcool provavelmente antecede o desenvolvimento de
transtorno de pânico ou transtorno de ansiedade generalizada.

Sinais de intoxicação

11/29/2023
Cafeína

A cafeína é a substância psicoativa mais consumida no mundo


• Nos EUA, 87% das crianças e adultos consomem alimentos e bebidas que contêm cafeína
• Afeta diversos sistemas neurobiológicos e fisiológicos e produz efeitos psicológicos
significativos
• Não está associada a doenças potencialmente letais, mas seu uso pode resultar em sintomas e
transtornos psiquiátricos
• Uso frequente de cafeína:
• transtorno por uso de cafeína,
• intoxicação por cafeína,
• abstinência de cafeína,
• transtorno de ansiedade induzido por cafeína,
• transtorno do sono induzido por cafeína.
• Doses únicas baixas a moderadas de cafeína (i.e., 20 a 200 mg) podem produzir um perfil de
efeitos subjetivos que costuma ser identificado como prazeroso.
• Pode existir certa predisposição genética para o uso continuado de café após a exposição à
substância, com herdabilidade cerca de na faixa entre 35 e 77%.
Maconha (Cannabis)
A Cannabis é a droga ilegal mais utilizada no mundo, sendo que o número de usuários em 2012 foi
estimado em 19 milhões:
• Primeiro uso atualmente ocorrendo entre a metade e o fim da adolescência
• Quarta droga psicoativa de uso mais comum entre adultos nos Estados Unidos, depois de
cafeína, álcool e nicotina.
• Os efeitos físicos mais comuns da Cannabis:
• dilatação dos vasos sanguíneos da conjuntiva (olhos injetados)
• taquicardia leve
• em doses elevadas: hipotensão ortostática
• aumento do apetite – frequentemente chamado de “larica”
• boca seca
• Não há casos evidentes documentados de morte causada por intoxicação com Cannabis por si
só reflete a ausência de efeitos da substância sobre a frequência respiratória
• Uso de longo prazo de Cannabis está associado a atrofia cerebral, suscetibilidade a convulsões,
dano cromossômico, doenças congênitas, prejuízo da reatividade imunológica, alteração nas
concentrações de testosterona e desregulação do ciclo menstrual. Esses relatos, no entanto, não
foram reproduzidos de forma conclusiva, e a associação entre tais achados e o uso de Cannabis não
está estabelecida.
Alucinógenos
O uso de drogas alucinógenas está associado a ataques
de pânico, transtorno persistente da percepção
induzido por alucinógenos (flashbacks), psicose,
delirium e transtornos do humor e de ansiedade
• Usados há milhares de anos, fazem parte de rituais
sociais e religiosos
• Transtorno por uso de alucinógenos: uso
prolongado e constante de alucinógenos não é
comum
• Afirma-se que alguns usuários de PCP ficaram
“cristalizados”, uma síndrome caracterizada por
pensamento entorpecido, reflexos diminuídos,
perda de memória, perda de controle de impulsos,
depressão, letargia e comprometimento da
concentração
• Embora ocorra dependência psicológica, ela é rara,
em parte porque cada experiência com LSD é
diferente e em parte porque não há certeza
• da obtenção de euforia.
Opióides
Usados há milhares de anos com finalidades analgésicas e médicas, mas também
têm uma longa história de uso inadequado devido a seus efeitos psicoativos
• Uso indevido contínuo: síndromes de abuso e dependência perturbações
no humor, no comportamento e na cognição similares às de outros
transtornos psiquiátricos
• A droga opioide associada com maior frequência a abuso e dependência é a
heroína
• Opioides sob prescrição médica: amplamente disponíveis, apresentam risco
de abuso significativo e são usados cada vez mais com esse propósito
• Adição a opioides afeta jovens e idosos, ricos e pobres, profissionais e
desempregados
• Tratamento e na compreensão da dependência dessas substâncias
• Dependência como transtorno crônico, passível de recaída, receptivo a
tratamento médico e intervenção
• Sintomas fisiológicos, comportamentais e cognitivos da
dependênciajuntos, indicam o uso contínuo e repetido de fármacos
opioides, apesar de problemas significativos relacionados a esse uso
• Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu com como uma síndrome na
qual o uso de um fármaco ou classe de fármacos assume prioridade muito
maior para determinado indivíduo
• Cerca de 90% dos indivíduos com dependência de opioides apresentam outro
transtorno psiquiátrico. Os diagnósticos psiquiátricos comórbidos mais
comuns são transtorno depressivo maior, transtornos por uso de álcool,
transtorno da personalidade antissocial e transtornos de ansiedade
• Aproximadamente 15% dos indivíduos tentam cometer suicídio ao menos
uma vez.
• A alta prevalência de comorbidade com outros diagnósticos psiquiátricos
destaca a necessidade de desenvolver um programa de tratamento de base
ampla que também contemple os transtornos psiquiátricos associados.
Sedativos, hipnóticos ou ansiolíticos
Tem efeitos calmantes ou sedativos, figuram em um continuum com seus efeitos hipnóticos ou indutores
do sono
• Além de suas indicações psiquiátricas, eles também são usados como adjuvantes anticonvulsivantes,
relaxantes musculares, anestésicos e analgésicos
• O álcool e todos os fármacos dessa classe têm tolerância cruzada, e seus efeitos são cumulativos
• Dependência física e psicológica se desenvolve com esses fármacos, e todos estão associados a
sintomas de abstinência.
• Os três principais grupos de drogas associados a essa classe: são os benzodiazepínicos, os barbitúricos e
substâncias semelhantes a barbitúricos
• Cerca de 6% dos indivíduos usaram sedativos, ou tranquilizantes de forma ilícita, incluindo 0,3% que
relatou uso ilícito de sedativos no ano anterior e 0,1% que relatou o uso de sedativos no mês anterior
• Faixa etária com prevalência mais elevada de uso de sedativos (3%) ou tranquilizantes (6%) foi dos 26
aos 34 anos de idade, e indivíduos na faixa dos 18 aos 25 anos eram os com maior probabilidade de ter
usado sedativos ou tranquilizantes no ano anterior
• Cerca de um quarto a um terço de todos os atendimentos no setor de emergência relacionados a
substâncias envolveram substâncias dessa classe
• Proporção de mulheres para homens de 3:1 e proporção de brancos para negros de 2:1
• É notado o uso de cocaína antes da utilização de benzodiazepínicos para reduzir os sintomas de
abstinência, e os que fazem abuso de opioides os utilizam para intensificar os efeitos eufóricos dessas
substâncias
• Pessoas que fazem abuso de estimulantes, alucinógenos e fenciclidina reduzir a ansiedade causada
por essas substâncias uso desses medicamentos
• Os benzodiazepínicos provavelmente não são objeto de abuso com a mesma frequência que outras
substâncias com o objetivo de ficar “chapado” ou de induzir um sentimento de euforiausados quando
o indivíduo deseja experimentar uma sensação geral de relaxamento.
Estimulantes
Conhecidas como analépticos, simpatomiméticos, estimulantes e psicoestimulantes
• Usadas para melhorar o desempenho e para induzir uma sensação de euforia, por exemplo, por
estudantes que se preparam para provas, por motoristas de caminhão em viagens de longa distância,
por pessoas de negócios que precisam cumprir prazos importantes, por atletas em competições e por
soldados durante guerras
• As anfetaminas agem principalmente na via do circuito de recompensa ativação: principal mecanismo
de adição no caso de anfetaminas
• Causam a liberação de catecolaminas (dopamina e norepinefrina) e de serotonina, o neurotransmissor
envolvido na principal via neuroquímica para alucinógenos. Portanto, os efeitos clínicos de anfetaminas
desenhadas são um misto dos efeitos de anfetaminas clássicas e de alucinógenos.
Cocaína Substância ainda é usada como anestésico local, especialmente para
cirurgias envolvendo olhos, nariz e/ou garganta, devido à utilidade
de seus efeitos vasoconstritores e analgésicos
• Em 1884, Sigmund Freud realizou um estudo sobre os efeitos
farmacológicos gerais da cocaína e, durante um período de
tempo, segundo seus biógrafos, sofreu adição à droga
nas décadas de 1880 e 1890, apregoou-se a cocaína como cura para
muitas doenças, e, em 1899, ela figurou no Manual Merck. Até 1903,
foi o ingrediente ativo na bebida Coca-Cola. Contudo, em 1914,
depois que seus efeitos adversos e aditivos foram identificados, a
cocaína ganhou a classificação de narcótico,
juntamente com a morfina e a heroína.
• Fatores genéticos: análises indicam que fatores genéticos e
fatores ambientais únicos (não compartilhados) contribuem
quase igualmente para o desenvolvimento de dependência de
estimulantes
• Fatores socioculturais. Fatores sociais, culturais e econômicos
são fortes determinantes para o uso inicial, continuidade do uso
e recaída.
• Aprendizado e condicionamento: Cada inalação ou injeção de
cocaína causa um “barato” e uma experiência eufórica que
reforça o comportamento anterior de consumo
• Indícios ambientais associados ao uso da substância ficam
associados ao estado eufórico, de forma que, muito tempo
após o período de cessação, esses indícios (p. ex., pó
branco e acessórios) podem despertar memórias de
estado eufórico e reacender a fissura por cocaína.
Transtornos por uso de outras substâncias
Esta seção considera um conjunto variado de substâncias não incluídas nas seções anteriores que não são de fácil categorização e são difíceis
de agrupar com outras substâncias. O DSM-5 inclui uma categoria diagnóstica para essas substâncias, denominada transtornos relacionados a
outras substâncias (ou substâncias desconhecidas). Seguem algumas delas: • Óxido Nitroso (“gás do riso”)
• Noz-moscada
• Noz-de-areca
• Chocolate

Transtorno aditivo relacionado à jogos


Esse transtorno se caracteriza por comportamento de jogo desadaptativo persistente e
recorrente
• causa problemas econômicos
• perturbações significativas no funcionamento pessoal, social ou profissional
• comportamento desadaptativo incluem: (1) preocupação com o jogo; (2) necessidade de
apostar quantias de dinheiro cada vez maiores a fim de atingir a excitação desejada; (3)
esforços repetidos e malsucedidos de controlar, diminuir ou interromper o hábito de
jogar; (4) usar o jogo como forma de escapar de problemas; (5) fazer apostas para
recuperar as perdas; (6) mentir para esconder a extensão do envolvimento com o jogo;
(7) cometer atos ilegais para financiar as apostas; (8) colocar em risco ou perder
relacionamentos pessoais ou oportunidades profissionais devido ao jogo; e (9) depender
de outras pessoas para obter dinheiro a fim de saldar dívidas
• Histórias na família de jogadores patológicos mostram uma prevalência maior de
transtorno por abuso de substância (particularmente
de alcoolismo) e de transtorno depressivo  o círculo familiar provavelmente também é
voltado para competição e materialismo, revelando uma intensa admiração por dinheiro e
símbolos de sucesso associados (fator ambiental)
Como buscar ajuda?
E por que legalizar pode ser a solução?
• Políticas proibicionistas X População carcerária:
 População carcerária excedente
 Crime que mais encarcera (tráfico de drogas)> crimes contra a pessoa
 Jovens (abaixo de 29a) são maioria
 Predominantemente pretxs (homens e mulheres)  sistema penal brasileiro: inclinado à seletividade
 Legislação brasileira de drogas: marcada pela lei dos crimes hediondos, levando os condenados por tráfico de drogas a
ficarem por mais tempo na prisão

 Política repressiva de drogas só faz crescer ainda mais as suas trágicas condições carcerárias deixa de ser uma medida de
socioeducação para ser punição desumana
 Prejudica a saúde pública:

 ausência de controle e adulteração das substâncias consumidas (riscos graves à saúde dos consumidores);

 alto nível de contágio do vírus HIV e outras doenças entre usuários de drogas injetáveis na marginalidade;
 dificuldade de implementação de políticas de redução de danos aos dependentes inseridos na ilegalidade e oposição
do proibicionismo aos modelos mais atuais de ajuda ao viciado;
 contínuo enfrentamento do sistema penal pelos adictos que fazem uso das substâncias, mesmo à margem da lei;

 aumento no número de mortes em decorrência das disputas e da repressão ao tráfico de drogas;[38]

• Legalização = vantagens para o portador de transtorno


https://www.victorscheuer.com.br/post/o-impacto-da-pol%C3%ADtica-proibicionista-na-popula%C3%A7%C3%A3o-carcer%C3%A1ria-no-brasil
OBRIGADA!
FONTES:
American Psychiatric Association Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais [recurso eletrônico] : DSM-5. tradução: Maria Inês Corrêa
Nascimento ... et al.] ; revisão técnica: Aristides Volpato Cordioli ... [et al.]. – 5. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Artmed, 2014.

Sadock, Benjamin J. Compêndio de psiquiatria : ciência do comportamento e psiquiatria clínica [recurso eletrônico] / Benjamin J. Sadock, Virginia A.
Sadock, Pedro Ruiz ; tradução: Marcelo de Abreu Almeida ... [et al.] ; revisão técnica: Gustavo Schestatsky... [et al.] – 11. ed. – Porto Alegre : Artmed,
2017.
https://site.mppr.mp.br/arquivos/File/Relatorio_Mundial_Drogas.pdf
https://static.poder360.com.br/2020/11/Anuario-Brasileiro-de-Seguranca-Publica-2020.pdf

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