Você está na página 1de 139

ALCOOL E

DROGAS
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
SÍNDROME DA DEPENDÊNCIA
Dependência USO NOCIVO
química
INTOXICAÇÃO
SÍNDROME DA ABSTINÊNCIA
Definição de dependência
química
Relação disfuncional entre um indivíduo e seu modo de consumir uma
determinada substância
◦ O consumo se mostra compulsivo
◦ Destinado a evitação dos sintomas de abstinência
Substancias com potencial de
abuso :
- Autoadministração repetida
- Geralmente resultam em tolerância
-Abstinência
-Comportamento compulsivo para o consumo
Conjunto de fenômenos cognitivos ,
comportamentais e fisiológicos

Desenvolvem-se após repetido consumo de uma


substância psicoativa

Tipicamente associado ao desejo poderoso de tomar


a droga , à dificuldade de controlar o consumo ,
DEPENDÊNCI A utilização persistente apesar das consequências
A QUÍMICA nefastas

A uma maior prioridade dada ao uso da droga em


detrimento de outras atividades e obrigações

A um aumento de tolerância pela droga e por vezes ,


a um estado de abstinência física
Padrões de uso
Nenhum padrão de consumo de
substâncias psicoativas está isento de
riscos.

Existem 03 padrões básicos de consumo:

❑Baixo risco (sem problemas);


❑Nocivo (problemas quando consome);
❑Dependência (os problemas extrapolam o momento de
consumo).
Iniciação na adolescência volta dos 15 anos
10 a 30% evoluíram do uso experimental para
abuso e dependência
22,6% dos Estudantes do Ensino Fundamental e
Médio do Brasil já experimentaram alguma
DADOS droga ilícita
EPIDEMIOLÓGICOS

Uso de múltiplas substâncias está associada ao


crime
60 70% dos dependentes de cocaína tem um
diagnóstico de abuso ou dependência de álcool
FATORES PRECIPANTES
Filhos de dependentes químicos falta de disciplina falta de intimidade
nos relacionamentos entre pais e filhos baixa expectativa dos Pais em
relação à educação e aspirações dos filhos
Importante do contexto grupal e a escolha da droga se dá por escolha
do grupo
A presença de doenças psiquiátricas pode aumentar a chance do uso de
drogas psicotrópicas piorando o prognóstico
Está entre quase todas as combinações de substâncias consideradas
entre os polos usuários
Desemprego desesperança oferta alta de drogas em ambientes
Domingos da estrutura familiar e cultural deve ser incorporado ao
programa de prevenção.
Uso Nocivo
Modo de consumo de uma substância psicoativa de forma prejudicial a
saúde
Padrões nocivos de uso são frequentemente criticados por outras
pessoas e estão associados a vários tipos de consequências sociais
adversas.
O Uso Nocivo não deve ser diagnosticado se a síndrome de
Dependência, se um distúrbio psicótico ou se outra forma específica de
distúrbio relacionado ao álcool ou drogas estiver presente.
As complicações podem ser :
◦ Físicas ( hepatite consequente a injeções da droga pela própria pessoa )
◦ Psíquicas ( por exemplo episódios depressivos secundários ao grande
consumo de álcool)
48% da população 33%: tabagismo
adulta total consomem
álcool pelo menos
ocasionalmente

Dados
Epidemiológico
s
Cada vez mais, o
padrão de uso de
substâncias envolve o
uso de múltiplas
5% : drogas substâncias,
geralmente com
ilícitas. diferentes efeitos
farmacológicos.
DADOS

Entre as visitas a PSG, o álcool está associado a quase 70%


dos homicídios, 40% dos suicídios, 50% dos acidentes de
automóvel, 60% das queimaduras fatais, 60% dos
afogamentos e 40% das quedas fatais.
O uso de substâncias contribui
substancialmente para a carga global de
doenças.

O tabaco é o quarto fator de risco mais


comum que causa carga de doença e medido
pelos anos de vida ajustados por
incapacidade (DALYs).
EPIDEMIOLOGI
A
O consumo de álcool é a quinta carga mais
comum de doenças e as drogas ilícitas
também estão entre as 20 principais causas
de doenças.

Os transtornos causados pelo uso de


substâncias gastam 4-5% do produto interno
bruto (PIB) global, com o álcool causando
1-2%, tabaco 1% e drogas ilícitas 0,5%
EPIDEMIOLOGIA
Atenção secundária e terciária`a saúde

• Cerca de 40% dos leitos hospitalares em enfermarias


gerais são ocupados por pacientes com problemas direta ou
indiretamente relacionados ao uso de drogas lícitas ou
ilícitas (NOTO e CARLINI, 1995).

• Aproximadamente 50% das internações psiquiátricas estão


relacionadas a complicações decorrentes do abuso de álcool
e de drogas (LIMA, 1995).
EPIDEMIOLOGIA
Atenção secundária e terciária`a saúde

• Quase 30% das vítimas de acidentes de trânsito


apresentavam alcoolemia superior a 0,06 g/L, sendo que
outras drogas também estavam presentes (maconha em
7,7% dos casos, calmantes em 3,4%, cocaína em 2,3%,
barbitúricos em 1,5%, anfetaminas em 0,6% e opiáceos em
0,3%) (MELCOP; OLIVEIRA, 1997).
MODELOS ETIOLÓGICOS
VIGENTES
O SISTEMA DE RECOMPENSA
NEUROADAPTAÇÕES
FATORES GENÉTICOS
TRAUMAS E ESTRESSE NOS AMBIENTES FAMILIAR E SOCIAL DURANTE A
INFÂNCIA
RESILIÊNCIA
FARMACOLOGIA DAS SUBSTÂNCIA
Uma droga de abuso (ou estímulos ambientais
reconhecidos pelo organismo como prazerosos)
acionam mudanças em sistemas específicos de
neurotransmissores, em um número limitado de
estruturas do encéfalo.
Sistema de
recompensa Humanos: áreas corticais do cérebro e algumas vias
mesolímbicas
Cerebral
Área Tegmentar Ventral, que se comunica por
neurônios dopaminérgicos ao nucleus acumbens
(emoções reconhecidas como gratificantes)
Bases Genéticas
Tipos de estudos:
- Estudos de padrões transgeracionais (famílias) em
gêmeos monozigóticos x dizigóticos e indivíduos
adotados.
- Estudo de “traços” relacionados
- Busca de genes possivelmente relacionados (como
genes de receptores, genes de enzimas, etc)
As influências genéticas são poligênicas :
Traços de personalidade: impulsividade, assunção de riscos e rebeldia
estão associados a um risco aumentado de distúrbios do uso de
substâncias
- Metabolismo ou resposta diferente a substâncias psicoativas
Genética
üO receptor D2 é codificado por um gene,
denominado A, cujo locus está situado no braço
longo do cromossomo 11, entre as posições q22
e q23.

üEstudos de PET e SPECT , medem diretamente


os níveis de receptores D2 no estriado:
presença do alelo A1 associada a diminuição da
densidade de receptores.

üPortanto pessoas susceptiveis a dependência de


drogas teriam hipoatividade dopaminérgica,
buscando reforços anormais, talvez mais
intensos.
Genética
Estudo com gêmeos monozigóticos (idênticos) filhos de alcoolistas
mostram que o risco esta aumentado para desenvolver
dependência ao álcool do que gêmeos dizigóticos (não idênticos).

Filhos de alcoolistas têm 4 vezes mais chance de tornarem-se


alcoolistas do que os filhos de não alcoolistas, mesmo que
separados de seus pais biológicos ao nascer e educados por pais
adotivos não alcoolistas.

Filhos de pais não alcoolistas têm baixo risco de


alcoolismo mesmo quando adotados e criados por pais
adotivos alcoolistas.

Há um risco de alcoolismo de 25 a 50% entre filhos


e irmãos de homens com alcoolismo grave.
Avaliacao
O paciente está intoxicado ou em retirada?
Quais são as complicações físicas, psiquiátricas e sociais do
uso de substâncias?
Faça uma história completa sobre drogas e álcool
Esteja ciente de que distúrbios psiquiátricos comórbidos ?

Princípios Histórico de uso de drogas


da O paciente é dependente de alguma substância?
Avaliação Que substância ou substâncias estão sendo usadas? Em
particular, verifique o uso simultâneo de álcool,

nas DQs benzodiazepínicos, cannabis e opióides.

Para cada medicamento, registre:


Quantidade, frequência e padrão de uso (diário, intermitente
ou alternativo)
Duração do uso - Tempo do último uso - Via (s) de
administração
São alguns exemplos destes sinais e
sintomas:

faltas frequentes à escola ou ao


trabalho;

Avaliação história de trauma e acidente


frequentes;

episódios depressivos e de
ansiedade abruptos;

alterações gastrointestinais, sexuais


e do sono.
o possível uso nas 24 horas que antecederam
a consulta
a via de administração
a intensidade do uso no último mês e no
Avaliação último ano (quantidade a frequencia),
o padrão desse uso (com quem usa, onde usa
etc.)
os efeitos físicos e psicológicos
a influência que as drogas estão provocando
em outras áreas da vida do entrevistado.
Deve-se atentar para quatro fatores básicos:
❖A gravidade do uso;

❖Manutenção de fatores de risco para uso;

Avaliação
❖Outra doença psiquiátrica;

❖Distorção nas respostas, isto é, mentiras e


manipulações das informações.
CRITÉRIOS CID 10
É feito um diagnóstico de dependência de estimulantes se três ou mais dos
seguintes critérios ocorrerem repetidamente nos últimos 12 meses:
1. Perda de controle: consciência de uma capacidade prejudicada de controlar o
uso .
2. Desejo ou compulsão pelo uso: geralmente é gasto bastante tempo no uso de
drogas e atividades associadas, em detrimento de outros aspectos de suas vidas
3. Tolerância: exigindo doses altas da droga (geralmente vários gramas) para
alcançar o efeito desejado
4. Abstinência: alguns indivíduos experimentam uma síndrome de abstinência ao
interromper ou reduzir o uso .
5. Alívio ou prevenção da abstinência por uso posterior: o uso diário para evitar
sintomas de abstinência é um padrão menos frequente de abstinência.
6. Uso contínuo e persistente, apesar de evidências claras de danos.
Diagnóstico : gravidade do consumo;
incapacidades associadas; quadros
comórbidos e história de tratamento

Itens Descrição da personalidade


importantes
para a
formulação
Situação social : história conjugal; laboral
do caso ; lazer; religiosidade e rede de apoio

Prognóstico e planejamento terapêutico


: expectativas; motivação do paciente e
alternativas de tratamento
Intoxicação aguda
Caracteriza-se pelo desenvolvimento de sinais e
sintomas específicos decorrentes da ingestão
recente ou exposição a uma determinada
substância
Estado consequente ao uso de substâncias
psicoativas
Perturbações da consciência, da cognição ,
da percepção , do afeto , do comportamento
As perturbações estão na relação direta dos
efeitos agudos da substância consumida
Intoxicação
Aguda
A natureza destas complicações depende da
categoria farmacológica da substância
consumida assim como seu modo de
administração
Principais riscos : aparecimento de
complicações clínicas e acidentes
Durante a intoxicação:
◦ Maior risco de acidentes, tanto no lazer quanto
no trabalho
◦ Criminalidade
◦ Violência familiar
◦ Suicídio

Cronicamente
Uso indevido ◦ Desnutrição
de ◦ Predisposição a infecção
◦ Piora do sono e alimentação , piora da higiene
substâncias ◦ Causa direta e indireta de doenças psiquiátricas
psicoativas: ◦ abandono e perda de emprego
Danos ◦ Abandono familiar

Durante a Abstinência
◦ Complicações psiquiátricas e clínicas
◦ Suicídio e criminalidade
álcool
Aproximadamente 15 a 20% da população
adulta consome álcool de maneira arriscada
ou perigosa e, destes, aproximadamente um
ALCOOL terço progride para a dependência de álcool,
com a maioria das outras reduzindo seu
consumo para níveis de risco baixos aos 30
anos.
Síndrome de Dependência do Álcool

Prevalência no Brasil

-12,3% população adulta

-7,0% dos jovens entre 12 a 17 anos

- 22,3% população indígena brasileira

CEBRID, 2005; SENAD, 2007


Metabolismo
- Após a ingestão, cerca de 20% do etanol é absorvido através do estômago e 80% na
porção superior do intestino delgado, sendo distribuído para todos os tecidos corporais
pelo sangue;

- O etanol penetra a circulação sistêmica através do fígado, sendo distribuídos por todos
os compartimentos aquosos do organismo;

- O pico de concentração sanguínea máxima é atingido entre 30 e 90 minutos após a


última dose, sendo retardada pelo uso de alimentos;
- O etanol sofre metabolismo de primeira passagem pelo fígado, o qual compromete 20%
da dose ingerida;

- 2 a 10% do álcool ingerido é excretado de forma inalterada pelo suor e urina, o restante
(90 – 98%) é metabolizado para acetaldeído;
METABOLISMO
O álcool é metabolizado por duas enzimas: álcool desidrogenase
(ADH) e aldeído desidrogenase. A ADH catalisa a conversão de álcool
em acetaldeído, que é um composto tóxico; a aldeído desidrogenase ca-
talisa a conversão de acetaldeído em ácido acético
Excreção
EXCREÇÃO
90 –98% URINA ELIMINADO APÓS A OXIDAÇÃO EM ÁGUA E GÁS
CARBÔNICO
2 –10%ELIMINADO IN NATURA RESPIRAÇÃO / SUOR
Mecanismo de Ação

a) Estimula o sistema GABA se ligando em receptores GABA-A 🡪 Inibição do


sinal (hiperpolarização)

b) Inibe o receptor NMDA (que normalmente é excitatório) Na dependência


haverá um aumento da densidade de receptores NMDA e quando o álcool é
interrompido abruptamente desencadeia uma forte síndrome de abstinência,
com efeito excitatório extremo podendo causar morte neuronal.
MECANISMO DE AÇÃO

c) Inibe a abertura dos canais de cálcio e com isso ocorrerá a inibição


da liberação dos neurotransmissores.

d) Atua em neurônios opioidérgicos liberando opióides na área


tegumentar ventral que se ligando em receptores do tipo µ,
estimularão a liberação de dopamina no núcleo accumbens.
Álcool
Valores de Alcoolemia Resposta Clínica

20 – 99 Incoordenação motora, humor elevado

100 – 199 Ataxia, labilidade, Romberg Positivo, prejuízo de


memória
200 – 299 Marcada ataxia, fala arrastada, náuseas e vômitos

300 – 399 Hipotermia, disartria e amnésia. Estágio Inicial de


anestesia.
Acima de 400 Coma alcoólico, incluindo hipotermia, depressão
respiratória, reflexos diminuídos ou abolidos,
palidez, retenção ou incontinência urinária
600 – 800 Fatal
álcool
Preditores de Gravidade na abstinência alcoólica

❑história prévia de abstinência grave


❑altos níveis de álcool sérico e poucos sintomas de intoxicação
❑presença de sintomas de privação com alcoolemia elevada > 300mg%
❑idade avançada
❑uso concomitante de hipnóticos e sedativos
❑problemas clínicos prévios
álcool Exames Laboratoriais de Rotina
Exames Laboratoriais de Rotina
∙ hemograma completo
∙ sódio, potássio, cálcio e magnésio séricos
∙ glicemia
∙ uréia e creatinina séricas
• - TGO / TGP
• Tempo de
∙ exames de função hepática Protrombina
• Bilirrubinas totais e
∙ colesterol e triglicérides
frações
∙ EAS • - Proteínas totais e
∙ Rx de tórax frações
Comorbidades / Complicações
Clínicas
Sistema endócrino:
Alteração do ritmo Sistema nervoso central:
menstrual, Impotência amnésia lacunar,
sexual, Ginecomastia, Convulsão, Neuropatias,
Diabetes, Infertilidade, Encefalopatia hepática
Diminuição da libido,
Diminuição dos caracteres
sexuais masculinos

Sistema gastrointestinal:
Sistema cardiovascular:
Pancreatite crônica,
Arritmias, Insuficiência
Esteatose
cardíaca, Miocardiopatia
hepática,Hepatite
alcoólica, Hipertensão
alcoólica,Hemorragia
arterial
digestiva, Cirrose

Anormalidades Sistema ósteo-muscular:


hematológicas: Distúrbios de Fraqueza muscular proximal,
coagulação, Anemias por Miopatia,Osteopenia,
deficiência nutricional Quedas freqüentes e fratura
ÁlcooleMedidas de Suporte
nto

❖- Hidratação adequada
- Ambiente aquecido
- Restrição a estímulos visuais e auditivos
- Monitorização periódica de sinais vitais

❖Prevenção de complicações neurológicas: Tiamina 100mg IM por 3 dias


ÁlcoolMedidas de Suporte Tratamento
❖Monitorar sinais vitais e manter hidratação.
❖Proporcionar ambiente tranqüilo e seguro.
❖Posicionar o paciente em decúbito lateral para evitar a aspiração de vômito.
❖Realizar exame neurológico cuidadoso
❖Descartar hipoglicemia (solicitar HGT)
✔Reposição de Glicose: preceder com 1 amp de Tiamina 300mg.
❖Descartar intoxicação por outras substâncias.
❖Agitação Psicomotora / agressividade : Haloperidol 5mg VO ou IM.
álcool
O que não fazer!
A administração de glicose, indiscriminadamente, por risco de ser precipitada a síndrome
de Wernicke. A glicose só deve ser aplicada parenteralmente após a administração de
tiamina;

O uso rotineiro de difenil-hidantoína (fenitoína) parenteral, a chamada “hidantalização”,


uma vez que o uso desse anticonvulsivante não parece ser eficaz no controle de crises
convulsivas da SAA;

A administração de clorpromazina e outros neurolépticos sedativos de baixa potência


para controle de agitação, uma vez que podem induzir convulsões. O haloperidol é a
indicação mais adequada;

A contenção física inadequada e indiscriminada, que provoque lesões nos pacientes.


Tratamento das Complicações do Álcool

Síndrome Tratamento Duração


Wernicke-Korsakoff Tiamina 300mg/IV/dia Durante 7 dias, depois VO

Alucinose alcoólica Haloperidol 5mg/dia/VO Fim dos sintomas (3-4 dias)

Convulsões Diazepam De acordo com a escala de


10-30mg/dia/VO privação
Diazepam 10mg/IV (crise)

Diazepam até 60mg/dia/VO Fim dos sintomas (3-4 dias)


ou Lorazepam 12mg/dia VO

Delirium tremens Haloperidol 5mg/dia –se


Psicose
Sintomas autonômicos:
clonidina 0,1-0,2mg/dia/VO;
SAA Leve e
Moderada
CUIDADOS GERAIS
Esclarecimento adequado sobre SAA para o paciente e familiares;
Retornos freqüentes ou visitas da equipe no domicílio por 3 a 4 semanas;
evitar dirigir veículos;
Dieta leve ou restrita; hidratação adequada.
Se necessitar de repouso relativo, optar por ambiente calmo
Com pouca estimulação audiovisual, com supervisão de familiar,
Encaminhamento para emergência se observar alteração da orientação
temporo-espacial e, ou nível de consciência.
O MANEJO DA SAA NA
INTERNAÇÃO HOSPITALAR
NO
AMBULATÓRIO
Dissulfiram Antietanol®

Primeira droga aprovada pelo FDA para Tratamento da SDA (1947)

Tem efeito antabuse

Age como um "freio externo"

Deve ser iniciado 12 horas após a última ingestão de álcool, podendo ser
prescrito inicialmente 500 mg/dia, por 1-2 semanas

Na manutenção: 250 mg/ dia

Doses muito altas: riscos de indução de sintomas psicóticos

The Status of Dissulfiram. A Half of a Century Later.


Jesse J. Suh, PsyD, Helen M. Pettinati, PhD, Kyle M. Kampman, MD, and Charles P. O’Brien, MD, PhD. Journal
of Clinical Psychopharmacology. Volume 26, Number 3, June 2006
Naltrexone REVIA®

É um antagonista de receptores opióides


Atua diminuindo fissura pelo álcool
Dose média recomendada: 50 mg/dia VO
Desde abril de 2006: forma injetável. Finalidade melhorar adesão e
diminuir efeito colateral mais comum (náuseas)
Acamprosato CAMPRAL®

Muito utilizada em países Europeus desde 1996


Ainda não foi aprovada pelo FDA para tratamento do alcoolismo
Atua no sistema glutamatérgico cerebral
Dose diária: 1 cp de 333 mg ( 3 x ao dia)
Topiramato
Acredita-se que o efeito de reduzir a ingestão de álcool deva-se a ação da
medicação nas vias de atividade do glutamato, do acido aminobutírico e
dos canais de cálcio.
Parece mais indicado para pacientes com dependência GRAVE e não é
necessário períodos de desintoxicação para iniciar a medicação.
O maior inconveniente da medicação segue sendo as altas taxas de
efeitos colaterais (anorexia, dificuldade de concentração, perversão do
paladar, etc.), os quais tendem a ser minimizados com uma titulação mais
lenta.
10 anos; 30% alcançam a recuperação do
distúrbio, com base na abstinência
EVOLUÇÃO 40% manifestam consumo pesado
NATURAL contínuo com características progressivas
e contínuas de dependência
DO USO DE 30% mostram um curso progressivo em
ÁLCCOL declive, caracterizado por recaídas
frequentes cada vez mais graves que
levam à morte nesse período.
TABAGISMO
O tabagismo é o maior fator de risco reversível para doenças e morte no
mundo desenvolvido e foi estimado como o terceiro maior fator de risco
(após álcool e pressão alta) nos países em desenvolvimento de baixa
mortalidade em 2002.
Atualmente, mata apenas menos de um em 10 (8,8%) adultos em todo
o mundo. Entre os homens das regiões desenvolvidas, acredita-se que o
tabagismo cause mais de um quarto (26,3%) das mortes.
Nicotina
-50% dos fumantes morrerão devido ao uso da nicotina
-Essas pessoas precisam de tratamento, elas respondem pouco à
prevenção
-Novos medicamentos dobram a chance de parar de fumar.
-Por exemplo: reposição de nicotina, bupropiona, nortriptilina
Mecanismo de Ação
O tempo que a nicotina leva para atingir o cerebro varia de 7 a 10 segundos.

Efeitos Centrais:
❖aumento o estado de alerta e a atenção
❖aumenta o desempenho psicomotor (sob condições de fadiga)
❖ reduz o prejuízo causado pelo estresse no desempenho mental
❖diminuição do apetite.

Todas as drogas estimulantes ativam a formação reticular, que é responsável


por colocar o cerebro em alerta, quando da chegada de estimulos sensoriais.
Mecanismo de Ação
É devido a sensação de bem-estar, somado às influencias culturais
(status em um grupo, influência da mídia) que as pessoas repetem o uso
do cigarro mesmo não sendo prazeroso o primeiro consumo.

Com o passar do tempo, as neuroadaptações vão ocorrendo, assim


como o desenvolvimento de tolerância.
Mecanismo de Ação
A nicotina, substância que causa a dependência, é liberada na fumaça do
cigarro e atinge o cérebro em cerca de 10 segundos.

A ação da nicotina é mediada por receptores nicotínicos, e age nos sitemas


mesolimbico-dopamínico e interage com receptores colinérgicos. Atua no
sistema endócrino, neuroendócrino, simpático e parassimpático.

A nicotina interefere na liberação de vários neurotransmissores, mas que é


por efeito de liberação da dopamina que ela tem o poder de causar
dependência.
Sintomas de Abstinência
· ansiedade
· tontura
· dor de cabeça
· irritação
· insônia
· mal humor
· depressão
· desânimo
· dificuldade de concentração
· aumento do apetite
· vontade incontrolável de fumar
Sintomas de Abstinência
Psicológicos: Humor disfórico ou deprimido; insônia e sonolência diurna;
irritabilidade, frustração ou raiva; ansiedade; dificuldade para concentrar-se e
manter a atenção; inquietação; “fissura” ou craving;

Biológicos: Freqüência cardíaca diminuída; pressão arterial diminuída;


aumento do apetite; ganho de peso; incoordenação motora e tremores;

Sociais: Relacionamento social instável em conseqüência do estado ansioso.


Como abordar o fumante?
É fundamental observar o desejo de parar de fumar.

Caso o paciente não deseje interromper o uso do tabaco, deve-se tratar


as comorbidades, se existentes, e utilizar estratégias psicoterápicas para
motivá-lo.

História tabagistica - Idade de início, número de cigarros fumados por


dia, tentativas de cessação, tratamentos anteriores, recaídas e prováveis
causas, sintomas de abstinência, exposição passiva ao fumo, formas de
convivência com outros fumantes e fatores associados (café após as
refeições, telefonar, consumo de bebida alcoólica, ansiedade e outros).
Terapia de Reposição de
Nicotina
Existem duas formas de apresentação da TRN: liberação lenta (adesivos transdérmicos) e liberação
rápida (goma, inalador, spray nasal e pastilhas).

Liberam nicotina para o cérebro em quantidade e velocidade menores que o cigarro

Aconselha-se o uso de reposição em todos os pacientes:

a) que fumam mais que 15 cigarros por dia;


b) que fumam seu primeiro cigarro até 60 minutos após acordarem;
c) que apresentaram sintomas de abstinência em tentativas de parar anteriores;
d) que fizeram várias tentativas anteriores para parar de fumar;
e) pacientes altamente motivadas para parar de fumar e que não estão grávidas no momento.
Terapia de Reposição de
Nicotina
ADESIVOS TRANSDÉRMICOS

- 0 adesivo permite a absorção da nicotina através da pele; aproximadamente 0,9 mg de nicotina são absorvidos por hora.

- Deve ser aplicado logo pela manhã em qualquer região do corpo onde não existam pêlos. Deve-se orientar o paciente a variar os
locais de aplicação para evitar pruridos.

- A duração média do tratamento é de quatro sem., não devendo ultrapassar 12.

- Recomendamos usar o adesivo de 30 mg,

- 0 adesivo só deve ser iniciado no dia seguinte após o abandono do cigarro.

- Adesivos com 21, 14 ou 7 mg: 21 mg/dia (4 semanas), 14 mg (4 semanas) e 7 mg (2 semanas). Doses > 21 mg = fumantes com
maior dependência. Colar ao despertar, área coberta sem pelos (entre o pescoço e a cintura), no dia escolhido para deixar de
fumar, trocando a cada 24 h (ou retirando após 16 h de uso, à noite, ao deitar) e fazer rodízio entre os locais de aplicação.

- Existem dois produtos vendidos no nosso meio o Nicotinel e o Nicolam.


Terapia de Reposição de
Nicotina
GOMA DE MASCAR DE NICOTINA

0 chiclete de nicotina normalmente libera 50% da sua concentração de nicotina na boca.


Assim, 10 a 12 doses por dia vão nos fornecer mais ou menos 10 mg de nicotina por dia
dochiclete de 2 mg e 20 mg do de 4 mg, Uma goma a cada 1 -2 horas.

A absorção do chiclete é diminuída com bebidas ácidas como café.

No nosso meio existe um produto Nicoqom com 2 mg de nicotina. Nicorette2 e 4 mg.

Deve-se dar preferência às gomas de 4 mg nos pacientes com alto grau de dependência
química.

Dose média: de 8-12 gomas/dia, não ultrapassar 24 unidades. Não ingerir bebidas ou
alimentos 15 min antes ou durante o uso. Mascar até surgir sabor característico, em seguida
repousar entre a gengiva e a bochecha.Repetir as manobras durante 30 min.
Tratamento Farmacológico
BUPROPIONA
Mecanismo de ação • Atua no bloqueio da recaptação neuronal da dopamina, da
noradrenalina, e da serotonina de forma expressiva no núcleo accumbens.

Indicação • Amenizar os efeitos da fissura e da abstinência. Grau de dependência:


escore de Fagerström ≥5 pontos. Favorecer a abordagem comportamental.
Considerar a preferência do paciente na ausência de contra-indicações.

Apresentação e posologia • Comprimidos de 150 mg; usar 150 mg/dia durante 3


dias, 300 mg do 4º dia até o final do tratamento, em duas tomadas, a última até 16
h.
Tempo de tratamento • Recomenda-se o uso até 12 semanas. Não há evidências
suficientes quanto aos efeitos do uso prolongado da bupropiona para prevenir a
recaída.
Tratamento Farmacológico
TARTARATO DE VARENICLINA (champix)
Mecanismo de ação • Agonista parcial dos receptores nicotínicos. Promove liberação de
dopamina no SNC ao ativar seletivamente receptores α4β2, porém, em quantidades
menores que as liberadas pela nicotina.

Indicação • Amenizar os efeitos da fissura e da abstinência. Grau de dependência


(Fagerström) ≥5 pontos.

Apresentação e posologia • Comprimidos de 0,5 e 1 mg. Do 1º ao 3º dia: 1 cp 0,5 mg, 1 vez


ao dia. Do 4º ao 7º dia: 1 cp 0,5 mg de 12/12 h. Do 8º dia até o final do tratamento: 1 cp de 1
mg 12/12 h.

Tempo de tratamento • Recomenda-se o uso até 12 semanas. A extensão por mais 12


semanas pode aumentar a probabilidade de abstinência continuada em longo prazo.
DROGAS
SEDATIVAS
BENZODIAZEPÍNICOS
Aproximadamente 30% das pessoas que começam a tomar
benzodiazepínicos desenvolvem dependência desses medicamentos e
isso é bem descrito como ocorrendo em doses terapêuticas
equivalentes a 15 mg de diazepam por dia, durante 3 meses.

Quarenta por cento sofrerão uma síndrome de abstinência quando o


medicamento for descontinuado em condições de duplo cego; isso
aumenta para 70% após 6 meses de administração
Existem vários subtipos diferentes do
receptor GABA-A para mediar as várias ações
dos benzodiazepínicos.

◦ Alfa 1-GABA A mediam sedação / ataxia,


alguma amnésia anterógrada e alguma
PROPRIEDADES proteção contra convulsões;
FARMACOLÓGICAS ◦ As subunidades alfa 2 e 3-GABA-A mediam os
efeitos ansiolíticos e algum relaxamento dos
músculos esqueléticos, além de efeitos
anticonvulsivantes
◦ As unidades Alpha 5 são altamente localizadas
no hipocampo e contribuem para as ações
amnésicas.
Pacientes com risco aumentado de abuso /
dependência de benzodiazepínicos.

Insones (principalmente idosos)


Pacientes com dor crônica (benzodiazepínicos
prescritos para relaxamento muscular, insônia,
ansiedade)
Pacientes com Dependência de álcool (para aliviar os
sintomas de abstinência
Dependência de opióides para aliviar os sintomas de
abstinência
Abuso / dependência de psicoestimulantes
Doenças psiquiátricas:
◦ - Transtornos generalizados de ansiedade - Ataques
de pânico - Agorafobia - Estados psicóticos -
Depressão - Transtornos de personalidade
Abstinência de BZD
Para os benzodiazepínicos de ação curta (oxazepam, temazepam,
lorazepam), o início dos sintomas de abstinência ocorre 1 a 2 dias após
a última dose, atinge o pico de 2 a 5 dias e dura 2 a 4 semanas ou
mais.
Para preparações de ação mais prolongada (diazepam;
clordiazepóxido), o início dos sintomas de abstinência ocorre mais
tarde, atinge o pico de 7 a 10 dias e dura 8 semanas ou mais.
Em alguns casos, uma fase prolongada de abstinência pode durar até
12 meses.
Aproximadamente 30% das pessoas que começam a
tomar benzodiazepina desenvolvem dependência
desses medicamentos e isso é bem descrito como um
anel de ocorrência em doses terapêuticas de pessoas
que tomam o equivalente a 15 mg de diazepam
diariamente por 3 meses.
40% sofrerão uma síndrome de abstinência quando o
Abstinênci medicamento for descontinuado.
isso aumenta para 70% após 6 meses de
a de BZD administração.
Ansiedade:
◦ transtorno de ansiedade, incluindo fobia social,
transtorno de ansiedade generalizada, transtorno
obsessivo-compulsivo e transtorno do pânico

Abstinênci Depressão:
◦ A depressão pode surgir durante a retirada do
a de BZD benzodiazepínico e pode levar à recidiva.

Delírio:
Confusão, delírios, alucinações em associação
com outros sintomas da abstinência.
Retiradas abruptas podem exigir transferência para uma
unidade de terapia intensiva.( Convulões )
Tratamento
- Administrar diazepam 10 mg por injeção IV lenta; repita
após 30 minutos, se necessário.
Como alternativa, o midazolam IV pode ser administrado
Considere outras causas potenciais de delirium ou
convulsões, principalmente abstinência de álcool, infecções.
Abstinênci Se houver alucinações, administre o haloperidol 2,5 a 5 mg
por via intramuscular ou oral. Repita a cada 4-6 h, se
a GRAVE necessário.
Como alternativa, o administrar olanzapina (5 a 10 mg por
via oral).
Terminada a fase aguda:
- Monitore os sintomas de abstinência e continue com o
diazepam por via oral, geralmente 40 a 80 mg por dia, em
três ou quatro doses divididas por 2 a 3 dias.
No Consultório
Informações e educação do paciente
O paciente deve chegar a um ponto de aceitação da necessidade de parar e desenvolver um
compromisso de parar
Gerenciamento da retirada dos benzodiazepínicos: a desintoxicação é o primeiro passo
Farmacoterapias: Substituição por um benzodiazepínico de ação prolongada preparação,
por exemplo diazepam para tratamento de abstinência (veja acima) –
Terapias psicológicas: um aspecto muito importante do tratamento, inclui aconselhamento,
TCC, psicoterapia, etc.
Tratamento de comorbidades médicas e psiquiátricas subjacentes
Apoio de e de familiares e amigos –
Grupos de apoio mútuo: AA, bolsas de 12 etapas, grupos anti-benzodiazepínicos, mudanças
ambientais: medidas simples, como aumento de exercícios, saída de casa, busca de outras
atividades relaxantes, como música, meditação ou ioga.
ÓPIO
OPIÓIDES
Os opióides ilícitos são a terceira forma mais comum de uso de drogas
ilícitas.
Globalmente, estima-se que os opióides ilícitos tenham sido utilizados
por cerca de 16 milhões de pessoas no início dos anos 2000.
Nos países de alta renda, as estimativas de dependência são
tipicamente inferiores a 1% dos adultos com 15 anos ou mais.
DEPENDÊNCIA DE OPIÓIDES
O termo opiáceo inclui as drogas derivadas da planta papoula , isto é, os
opioides naturais e semissintéticos extraídos dessa planta, incluindo
codeína e morfina.
A heroína é considerada um opiáceo semissintético derivado da morfina
(Papaver somniferum).

O termo “opioide” é mais restrito ao designar as substâncias sintéticas


com atividade agonista ou similar à da morfina.
entre os médicos, a dependência de opioides é de 22%
BAIXA TAXA NA AL
•Receptores mu (μ):

• O subtipo 1 medeia os efeitos reforçadores ou eufóricos,


a analgesia e a depressão respiratória.
• o subtipo 2 é responsável pelos efeitos gastrintestinais (p.
ex., constipação intestinal). A estimulação crônica desses
receptores está associada a dependência fisiológica de
opioides (ou seja, síndrome de abstinência e tolerância)

RECEPTORE •Receptores Delta (d):


Os receptores d estão associados a alterações do humor.
S OPIÓIDES •Receptores Épsilon (ε):

O receptor ε está associado a sedação.

Receptores rô (r):

Medeia analgesia, alterações do humor e talvez


alucinações.
Complicações do uso de
opióides
Overdose de opióides :relativamente comum entre heroína e outros
usuários de opióides e causa de morte por depressão respiratória.
Prolongamento do intervalo QTc e arritmias ventriculares com a
metadona .
Hepatite , HIV , SEPSE , tromboembolismo, lesões vasculares .
Sintomas
- Náusea, vômito , Sonolência.
Sinais físicos
- Estupor - Pele fresca e úmida - Respiração profunda
OVERDOSE lenta (2-7 / min) - Hipotermia - Bradicardia -
Hipotensão – pupilas puntiformes (podem ser
OU dilatados se houver dano cerebral) - Coma - Risco de
morte por depressão respiratória.
INTOXICAÇÃ
NOTA: Podem ocorrer convulsões generalizadas com a
O petidina.
A overdose com morfina pode estar associada a um
estado confuso, com agitação e, em alguns casos,
psicose.
Naloxona 0,4-2 mg por via intravenosa. i) Para
overdose de heroína: dose inicial 0,4 mg
A observação constante é essencial e pode ser
necessário repetir a dose após 15 a 20 minutos e
depois a cada 30 a 60 minutos até que o nível de
consciência esteja estável.( meia-vida curta da
naloxana).
TRATAMENT
Caso não haja melhora do nível de consciência e do
O DA padrão respiratório em 15 minutos, a dose será
ajustada para 1,6 e 3,2 mg EV .
INTOXICAÇÃ
Overdose com metadona:
O ◦ A metadona tem uma meia-vida longa
(aproximadamente 20 h).
◦ Podem ser necessárias doses repetidas de
naloxona IV 0,4-2 mg ou uma infusão de 24 h e o
paciente deve ser monitorado por até 72 horas
Considerar o abuso de múltiplas substancias se
paciente não responder
Abstinência de Opióides

A SA aguda inicia após 6 horas nos usuários de opioides de ação curta


(p. ex., heroína). Já entre aqueles que usam os de ação longa (p. ex.,
metadona), o início de ação é mais longo, em torno de 1 a 2 dias.
▪Sintomas :
◦ midríase
◦ sudorese e calafrios
◦ lacrimejamento ou rinorréia
◦ aumento do pulso em 10 bpm
◦ PA sistólica aumentada em 10 mmHg
Tratamento da dependência
Agonistas opioides
envolve a troca de uma droga de abuso por um medicamento com ações
farmacológicas semelhantes e seguro
Metadona :
◦ É uma mistura racêmica agonista do receptor µ. Foi escolhida por sua meia -vida longa (15
a 40h), baixo custo, semelhança química com a heroína e sua disponibilidade sob a forma
de preparação oral. Seu pico de concentração plasmática é de 4 horas, e a taxa de ligação
proteica é de 90%.
Agonista ‑antagonista Buprenorfina :agonista -antagonista opioide com alta
afinidade com receptores µ e κ. . Possui um menor potencial de causar
dependência, bem como menor risco de intoxicação grave.
É usada por via sublingual, 4 a 5 vezes ao dia, e seu início de ação ocorre em 2 horas.
A dose de 8 mg ao dia (equivalente a 65 mg de metadona) é considerada ideal e
eficaz para garantir adesão ao tratamento e reduzir a frequência do uso de opioides .
É a primeira opção farmacológica, seja para administração diária, seja 3 vezes
por semana.
TTO
NALTREXONA,CLONIDINA
NALTREXONA:
◦ Em dependentes de heroína, pode ser prescrito um esquema de 2 a 3
administrações por semana, em doses de 100, 100 e 150 mg. Outra proposta
de esquema terapêutico é prescrever a dose de 50 a 100 mg ao dia VO nas
segundas e quartas -feiras. O tempo de uso é de 3 meses.
◦ É bem tolerada, e os efeitos adversos mais comuns são fadiga e
hepatotoxicidade em doses altas. É vendido na forma de comprimidos de 50
mg .

CLONIDINA:
◦ A associação de naltrexona e clonidina é uma opção de tratamento a ser
considerada . A dose habitual é de 0,6 a 2 mg, 4 a 5 vezes ao dia. O intervalo
máximo entre as administrações é de 6 horas. Em geral, são necessárias
doses altas (1,5 mg ao dia).
DROGAS
PSICOESTIMULANTES
COCAÍNA E
CRACK
Epidemiologia
Após a cannabis, os ATS são as drogas ilícitas mais usadas, tanto nos
países de alta como na baixa renda

A cocaína e o crack são consumidos por 0,3% da população mundial. A


maior parte dos usuários concentra-se nas Américas (70%) e, na última
década, o número desses vem aumentando.

Entre os países emergentes, o Brasil é o maior mercado na América do


Sul em números absolutos: mais de 900.000 usuários de cocaína no
Brasil, quase o triplo dos levantamentos anteriores.
Impacto Clínico
Os serviços ambulatoriais especializados para tratamento da
dependência começaram a sentir o impacto do crescimento do
consumo a partir do início dos anos 90 do século passado,
quando em alguns centros a proporção. de usuários de crack foi
de 17% (1990) para 64% (1994).

Nas salas de emergência, a cocaína é responsável por 30% a 40%


das admissões relacionadas a drogas ilícitas, 10% entre todos os
tipos de drogas e 0,5% das admissões totais.
Os usuários de cocaína e crack tem muita
dificuldade de acesso a meios de tratamento
especializado, pois não reconhecem o problema,
enfrentam preconceito pela ilegalidade da droga
ligada à criminalidade, o acesso ao tratamento é
difícil e os serviços especializados não oferecem a
intervenção ajustada às suas necessidades.
Crack
A droga, fumada em grande quantidade, é absorvida quase que
instantaneamente pelos pulmões, devido a sua grande superfície de
trocas entre alvéolos e a rica vascularização capilar sanguínea.

Partindo do pulmão, a droga cai na circulação e chega rapidamente ao


cérebro, promovendo os sintomas euforizantes em cerca de 5 a 10
segundos após a tragada.
EVOLUÇÃO NATURAL
Crack:
Altos índices de mortalidade, aproximadamente 20% em 5 anos de
seguimento :
- Mais da metade por causas violentas, principalmente homicídios (56%);
- Quase um terço por Aids (33%);
- 10% : overdose.
Complicações Psiquiátricas
As complicações agudas relacionadas ao consumo de
cocaína capazes de levar o indivíduo à atenção médica são
individuais.

As complicações psiquiátricas são frequentes, ocorrendo


em 35,8% dos casos, destacando-se, entre elas, episódios
de pânico, a depressão e psicose. Os sintomas psicóticos
(delírios paranoides, alucinações) podem desaparecer da
ação da cocaína)
A cocaína na sala de emergência:
- Presente em 30% das admissões
relacionadas a drogas ilícitas
Intoxicação -Colocar o paciente num ambiente tranquilo
sem estímulos excessivos, tranquilizar e partir
por cocaína para uma avaliação hemodinâmica, clínica,
e crack cardiológica e neurológica o mais detalhada
possível.
• taquicardia ou bradicardia
• dilatação das pupilas
• pressão sanguínea elevada ou abaixo do
normal
• perspiração ou calafrios

Intoxicação • náusea ou vômitos


• agitação ou retardo psicomotor
• fraqueza muscular, depressão respiratória, dor
torácica ou arritmias cardíacas
• confusão, convulsões, discinesias, distonias ou
coma
Intoxicação por cocaína e
crack
Suporte vital – respiratório e cardiovascular
Agitação/convulsão: aporte de benzodiazepínicos ou barbitúricos.
Hipertermia: medidas físicas, como o uso de compressas frias e controle
da temperatura ambiente.

Rabdomiólise: administrar soro fisiológico a 0,9% para manter um


volume urinário de 2-3 mL/kg/h. Monitorar eletrólitos, CK, e função
renal. Pode ser necessário o uso de diuréticos e alcalinização urinária.
Anfetaminas
Após a cannabis, os ATS são as drogas ilícitas mais usadas, tanto nos países de alta como
na baixa renda

Entretanto, à medida que o tempo passa, o organismo desenvolve tolerância à anfetamina


e torna-se necessário aumentar cada vez mais as doses para se conseguir os mesmos
efeitos.

.
Anfetaminas
INTOXICAÇÃ
O Diminuição do sono e do apetite

Aceleração do curso do pensamento

Sensação de energia

Diminuição da fadiga

Midrísase

Taquicardia

Elevação da pressão arterial


▪Hiperpirexia, rabdomiólise e falência de
múltiplos órgãos.
▪Síndrome Serotoninérgica(NMDA).
COMPLICAÇÕES ▪Hiponatremia e edema cerebral.
▪Ansiedade, agitação e convulsões
As complicações cardiovasculares decorrentes
do uso de cocaína são as mais frequentes entre
as não-psiquiátricas, sendo a angina do peito a
que atinge maior taxa, presente em 10% dos
usuário.
O infarto agudo do miocárdio (IAM) não é tão
frequente.
Complicações
Cardiovasculare Cerca de um terço dos acidentes vasculares
cerebrais em adultos jovens está associado ao
s consumo de drogas, sendo que, entre os
indivíduos de 20 a 30 anos, esse índice chega a
90%.
A convulsão, a complicação neurológica mais
comum, atinge uma pequena parte dos
usuários de cocaína que procuram as salas de
emergência.
Dor torácica, dispneia, tosse seca ou com eliminação
de sangue e/ou material escuro (resíduos da
combustão) e febre.

A agressão térmica, a inalação de impurezas, o efeito


Complicações anestésico local e a vasoconstricção, que responsáveis
pelas lesões das vias aéreas.
Pulmonares
Hemoptise ocorre em 6% a 26% dos usuários.
Derrames pleurais também podem estar presentes.
(1) fadiga
(2) sonhos vívidos e desagradáveis

Abstinênci (3) insônia ou hiperssônia

a (4) aumento do apetite


(5) retardo ou agitação psicomotora
Desintoxicação: lavagem gástrica, alcalinização da
Psicoestimulantes urina
:
Intoxicação na Insônia: benzodiazepínicos diazepam 10mg VO ou EV
Sala de Urgência
Quadros ansiosos (Pânico, inquietação): ambiente
tranquilo (poucos estímulos sensoriais; BDZ se
necessário.
Síndrome Quadro Clínico Tratamento
Hiperpirexia, Associada ao excesso de Resfriamento corporal
rabdomiólise e falência exercício físico rápido Dantrolene
de múltiplos órgãos Hipertermia, rigidez Considerar lebetalol para
muscular quadros de hipertensão,
Hiperreflexia, alteração da suporte convencional, CTI
consciência, coagulação
intravascular disseminada

SIND.Serotoninérgica Início abrupto, confusão, Casos leves resolvem-se


diaforese, diarreia, espontaneamente;
instabilidade cardiovascular, Casos graves: sedação,
COMPLICAÇÕE rigidez muscular, calafrios,
tremor, hiperreflexia,
paralisar e ventilar o
paciente, promover diurese
S hipertermia, taxa de
mortalidade de 10 a 15%

Hiponatremia e edema Confusão mental, Manejo convencional de


cerebral convulsões, delirium, coma e hiponatremia dilucional:
morte restrição hídrica
Considerar solução salina
hipertônica, se grave

Ansiedade, agitação e Diazepam VO ou IV


convulsões
NA URGÊNCIA
Não há antídoto específico para a toxicidade
- Monitorar de perto: 2 a 4 horas de observação da temperatura, pressão sanguínea, frequência
cardíaca, frequência respiratória.
Monitorização Cardiológica
- Garanta vias aéreas, respiração e circulação claras
Se houver hipertermia, promova o resfriamento
Reidrate e corrija os distúrbios de fluidos e eletrólitos.
-Acidificação da urina, p. com cloreto de amônio pode ajudar a acelerar a excreção de anfetaminas
Se o paciente estiver agitado :
diazepam 10-20 mg por via oral e repita após 2 h até que o paciente esteja calmo e levemente sedado;
dose típica necessária de 60 a 80 mg nas primeiras 24 h)
Pode ser necessária diálise para rabdomiólise, que não se resolve com boa hidratação
Quando a fase aguda termina, monitorar de perto a depressão e a suicídio - Proteger do risco de
lesões pessoais
Afetam o pensamento, a percepção
e o humor

Classificados em 2 grupos:
a)fármacos que atuam sobre os
Alucinógenos receptores de 5-HT (LSD,
mescalina)
b)antagonistas nos receptores de
glutamato do tipo NMDA
(fenciclidina)
Subejtiva intensificação das percepções
Despersonalização
Desrealização
“ Má viagem”
Alucinações
Ilusões
Sinestesias
Alucinógeno Paranóia
s Flashbacks
Dilatação pupilar
Hiperreflexia
Hipertensão
Tremor
Piloereção
Taquicardia
Hipotermia
Alucinógenos Tratamento
❖Ambiente sem muito estímulo

❖Contenção mecânica S/N

❖Benzodiazepínicos: Lorazepam 1 a 2 mg VO, Diazepam 10 mg VO,


Midazolam15mg IM

❖Agitação: Haloperidol 2 a 5 mg VO ou IM (cautela: diminuição do


limiar convulsivante)
CANABIS
CANABIS
•A cannabis é a droga ilícita mais utilizada e é usada em todas as
regiões do mundo.
•Em 2004, pensava-se que cerca de 162 milhões de adultos (estimados
em 4% da população adulta global) usassem cannabis no ano anterior,
um aumento de 10% nas taxas estimadas de uso global em meados
dos anos 90.
Introdução
É a droga ilegal mais consumida no mundo

É bastante discutido o papel da maconha como uma ponte entre a


primeira experiência com drogas e o uso posterior de outros tipos mais
potentes de substâncias ilícitas.
MACONHA
Uso na vida 8,8%
Uso no ano 2,6%
Uso no mês 1,9%

Epidemiologi
a Uso da MACONHA na vida por regiões:
Norte 4,8
Nordeste 6,1
Centro-oeste 7,8
Sudeste 10,3
Sul 9,7
A maior parte do uso de cannabis é irregular, com pouquíssimos
usuários envolvidos no uso diário a longo prazo.
Nos EUA e na Austrália, acredita-se que cerca de 10% dos que usam
maconha se tornam usuários diários e outros 20 a 30% usam
semanalmente.
Farmacologia

Apresenta mais de 400 componentes, sendo que aproximadamente 60


destes constituintes são canabinóides;

Os canabinóides 2 grupos:
◦ Canabinóides psicoativos (Delta-8-THC, Delta-9-THC e o seu metabólito ativo:
11-hidróxi-Delta-9-THC)
◦ Não-psicoativos (canabidiol, canabinol);
Conseqüências Psiquiátricas
1. Psicose aguda restrita ao período de intoxicação
2. Intoxicação prolongada (“chapado”)
3. Eco-reações (flashbacks)
4. Quadros psicóticos
5. Psicose pós-abstinência
6. Declínio mental e mudanças de caráter (síndrome amotivacional)
Psicose Canábica
O surgimento dos sintomas poderia ser súbito ou gradual, com evolução
crônica ou episódica.

Sua natureza seria semelhante à esquizofrenia, com alterações


comportamentais (letargia, agitação, autismo e incoerência), prejuízos
sensoriais (alucinações), distúrbios do pensamento (pensamento
empobrecido e concreto), piora do intelecto (concentração, memória e
atenção).
Síndrome Amotivacional
Identificada entre os usuários crônicos e pesados de maconha,
caracterizada por apatia, desinteresse, indiferença, retraimento e
embotamento afetivo.

Distanciamento do convívio social e afetivo (“ensimesmamento”), sem


que isso represente um motivo de preocupação ou angústia para o
usuário.

Prejuízos à motivação e ao pragmatismo (objetividade) nas atividades


necessárias para se alcançar um bom desempenho cotidiano.
Não há regimes de retirada desta droga em pacientes
dependentes – porém, a descontinuação de seu uso é
um pré-requisito para o tratamento
• A retirada da droga inclui a combinação de
terapia motivacional e terapia
cognitivo-comportamental

Tratamento • As técnicas terapêuticas devem incluir estratégias


que expressem empatia, reflexão, afirmação, reforço
da auto-eficácia, explorando os prós e os contras do
uso da droga, trabalhando com a resistência e
elaborando planos e metas para alcançar a
abstinência
solvente
s
ROBERTO MENDES DOS SANTOS
Solventes
Gases
Epidemiologia
II Levantamento Domiciliar - revelou que o total de usuários de Solventes foi bem maior para
o sexo masculino (10,3%) do que para o feminino (3,3%).

A maior prevalência masculina ocorreu em todas as faixas etárias com exceção daquela de 12
– 17 anos. A maior quantidade de entrevistados relatando uso na vida ocorreu na faixa etária
de 18 – 24 anos.

O número de dependentes foi de 0,23% dos entrevistados, sendo 0,27% entre os homens e
0,20% para as mulheres. Na faixa etária de 12 – 17 anos, a porcentagem atingiu 0,81%.

3 tipos de usuários:
1- jovens, que usam álcool, maconha ou inalantes para se intoxicarem algumas vezes em um
mês;
2- adultos dependentes de inalantes, que são sua droga de escolha;
3- jovens dependentes de múltiplas drogas, sendo os inalantes apenas uma dentre as muitas
drogas que usam.
Mecanismo de Ação
a) Alteração generalizada nas funções das membranas neuronais.
A dissolução de camadas lipídicas das membranas celulares e da mielina
justifica efeitos em longo prazo, com atrofia de regiões cerebrais e alteração
da transmissão nervosa na neuropatia periférica.

b) Solventes estão relacionados aos receptores GABA-A. Ligam-se ao


“complexo receptor GABA-benzodiazepínico-canal de cloro”. Assim há influxo
de cloro através da membrana, levando a hiperpolarização neuronal .

c) Os receptores de glutamato, neurotransmissor excitatório também podem


estar envolvidos, sendo bloqueados pela ação dos inalantes, por um bloqueio
dos canais de cálcio, impedindo o prosseguimento do estímulo nervoso,
quando doses muito elevadas são aplicadas
Quais os sintomas da intoxicação por solventes?

A intoxicação se assemelha àquela produzida pelo álcool: com estímulo


e desinibição inicial seguida de depressão em doses maiores. Os efeitos
da intoxicação são semelhantes aos de outras drogas depressoras do
SNC.

Os efeitos são imediatos, durando de 5 a 15 minutos


(desaparecem rápido) e o usuário repete as
inalações inúmeras vezes , para conseguir efeitos mais duradouros.
EFEITOS:
Primeira fase: são os sintomas mais procurados pelos usuários: euforia,
excitação, exaltação e alterações auditivas e visuais. Sintomas desagradáveis:
vertigens, tonturas, náuseas, vômitos, espirros, tosse, salivação, fotofobia e
rubor facial. Os pensamentos parecem ficar mais lentos e o tempo parece
ficar mais rápido, ocorre também uma sensação de "insensatez". Alucinações
táteis são comuns.

Segunda fase: depressão inicial do sistema nervoso central (SNC), produzindo


confusão, desorientação, obnubilação (alteração da consciência, diminuição
da sensopercepção, lentidão da compreensão, leve torpor), perda do
auto-controle, turvação da visão, diplopia e cólicas abdominais, cefaléia e
palidez.
Terceira fase: depressão média do SNC, com redução acentuada do
estado de alerta, dificuldade de coordenação ocular e motora, ataxia,
fala pastosa, reflexos diminuídos e nistagmo.

Quarta fase: depressão profunda ou tardia do SNC, podendo ocorrer


inconsciência, convulsões, alterações no
eletroencefalograma, paranóia e comportamento bizarro. Comum em
usuários que inalam a substância de um saco plástico e que, após certo
tempo, já não conseguem afastá-lo do nariz, agravando a intoxicação,
que pode levar à morte por asfixia.
Quais são as vias de adminitração dessas drogas (como elas são utilizadas)?

- Inalação (“sniffing”)
- Ingestão oral (para esconder a prova), em caso de aproximação policial.
- Chumaço de algodão ou trapo de pano embebido com a substância é encostado no nariz e
na boca e seus vapores são inspirados (“huffing”)
- Alguns usuários aquecem esses compostos para acelerar a vaporização.
- Substâncias colocadas em um saco plástico ou de papel (“bagging”), para aumentar a
concentração dos vapores.
- Inalados de suas embalagens, e os aerossóis podem ser levados diretamente à boca ou ao
nariz.
SíNDROME DE ABSTINÊNCIA
- Não foi bem documentada e parece não ser clinicamente significativa.
- Também não está claro qual a intensidade da exposição (duração e
dosagem) necessária para resultar em sintomas de abstinência.

17% dos usuários de inalantes se queixam de sintomas de abstinência;

- Inicia 24 a 48 horas após a cessação do uso, pode durar de 2 a 5 dias


- Efeitos: perturbações do sono, tremores, irritabilidade, respiração acelerada,
náuseas e desconforto no abdome e no tórax. O quadro é bastante
heterogêneo e variável.
São um grupo de substâncias psicoativas quimicamente bastante
diversificado: gasolina, cola, solventes, tintas, vernizes, esmaltes, aerossóis,
removedores, fluido de isqueiro, gás de botijão, benzina, inseticidas, extintores de
incêndio, laquês, acetonas, lança-perfume, cheirinho-da-loló, etc.
Divididos em quatro classes:
a) solventes orgânicos voláteis: tintas, gasolina, removedores etc...
b) aerossóis: spray de cabelo
c) anestésicos: oxido nitroso ou “gás do riso”, éter
d) nitritos voláteis: amil, butil, nitrito isobutil conhecidos como “poppers” ou
odorizadores de ambiente.
Tratamento
a) Intoxicações graves, com depressão respiratória, coma, arritmias cardíacas
e convulsões, são emergências médicas e devem receber tratamento
imediato. Reidratação, reposição de glicose, eletrólitos.

b) Descontaminação das roupas e da pele, hidratação com salina e


observação são medidas de suporte indicadas

c) Exame físico deve ser detalhado especialmente para os sinais


vitais, cardiorespiratórios, estado mental e neurológico

d) Rotina laboratorial: saturação do oxigênio, uréia, contagem sanguínea,


glicose e urinálise, raio X e eletrocardiograma para manisfestação cardíacas
e pulmonares
Possibilidades Terapêuticas
Antipsicóticos atípicos - devido a afinidade com receptores de dopamina;

Anticonvulsivantes - indicados para tratar a síndrome de abstinência por antagonizar


os efeitos reforçadores dos inalantes mediante inibição da liberação de dopamina
mesocorticolímbica, facilitando a atividade do GABA;

Acamprosato - relacionado a capacidade de prevenir a neurotoxidade associada ao


uso dos inalantes;

Antagonistas 5-HT3 - esses receptores podem estar envolvidos nos efeitos


reforçadores dos inalantes, então é possível que essa medicação antagoniza esse
complexo receptor. São dois os medicamentos com esse perfil: o ondanstron (zofran
4mg/dia) e a mirtazapina (remeron 30 a 45 mg/dia). (Informações extraídas do Livro
"Tratamentos FarmacológicoS para Dependência Química - Da Evidência Científica à
Prática Clínica).

Você também pode gostar