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Drogas Ilícitas
Relevância A
Catarina Oliveira
catarinafpo@gmail.com
Perguntas da Especialidade
RECONHECIMENTO ESPECÍFICO
Perguntas da Especialidade
SUMÁRIO
1. Introdução
2. Epidemiologia
3. Mecanismo da doença
4. Malefícios do Uso de Substâncias
5. Diagnóstico
6. Prevenção
7. Tratamento
8. Uso nocivo de substâncias específicas
- Opióides
- Canábis
- Psicoestimulantes – anfetaminas, cocaína, MDMA
- Alucinogénicos
- Feniciclidina e Quetamina
- Substâncias voláteis Nota:
9. Dicas para Casos Clínicos Recordar primeiro o capítulo de Alcoolismo
Perguntas da Especialidade
INTRODUÇÃO
Dopamina
Perguntas da Especialidade
EPIDEMIOLOGIA
USO ILÍCITO DE SUBSTÂNCIAS
Europa (European School Survey Project on Alcohol and Other Drugs, 2011):
• 15/16 anos: 21% rapazes e 15% das raparigas experimentaram alguma substância ilícita;
• Substância mais consumida: canábis (++ na República Checa);
• Diminuição de 16% do consumo de drogas ilícitas nos adolescentes no Reino Unido entre 1995-2011.
Perguntas da Especialidade
EPIDEMIOLOGIA
USO ILÍCITO DE SUBSTÂNCIAS
Europa (European School Survey Project on Alcohol and Other Drugs, 2011):
• 15/16 anos: 21% rapazes e 15% das raparigas experimentaram alguma substância ilícita;
• Substância mais consumida: canábis (++ na Republica Checa);
• Diminuição de 16% do consumo de drogas ilícitas nos adolescentes no Reino Unido entre 1995-2011.
Perguntas da Especialidade
EPIDEMIOLOGIA
MECANISMO DA DOENÇA
Etiologias específicas incertas
Fatores de Risco
1. Disponibilidade de O uso ocasional pelos jovens deixa de ser visto como anormal;
substâncias 3 VIAS de obtenção mais comuns:
1. legalmente sem prescrição (nicotina e álcool);
2. prescrição médica (BZD; opióides);
3. mercado negro (ilegal); [e compra online!]
Perguntas da Especialidade
MECANISMO DA DOENÇA
Etiologias específicas incertas
Fatores de Risco
1. Disponibilidade de O uso ocasional pelos jovens deixa de ser visto como anormal;
substâncias 3 VIAS de obtenção mais comuns:
1. legalmente sem prescrição (nicotina e álcool);
2. prescrição médica (BZD; opióides);
3. mercado negro (ilegal); [e compra online!]
2. Fatores individuais • Famílias destruturadas – consumo em idade jovem;
Personalidade vulnerável • Mau rendimento escolar; absentismo escolar; delinquência;
• Traços personalidade: necessidade de sensações fortes, impulsividade;
• História familiar: de doença mental ou perturbação da personalidade na família;
• Factores genéticos – grande contributo para as pert. de uso de substâncias.
Perguntas da Especialidade
MECANISMO DA DOENÇA
Etiologias específicas incertas
Fatores de Risco
1. Disponibilidade de O uso ocasional pelos jovens deixa de ser visto como anormal;
substâncias 3 VIAS de obtenção mais comuns:
1. legalmente sem prescrição (nicotina e álcool);
2. prescrição médica (BZD; opióides);
3. mercado negro (ilegal); [e compra online!]
2. Fatores individuais • Famílias destruturadas – consumo em idade jovem;
Personalidade vulnerável • Mau rendimento escolar; absentismo escolar; delinquência;
• Traços personalidade: necessidade de sensações fortes, impulsividade;
• História familiar: de doença mental ou perturbação da personalidade na família;
• Factores genéticos – grande contributo para as pert. de uso de substâncias.
3. Ambiente social adverso • Influência por pares ou familiares;
• Desemprego e sem-abrigo → grupo de risco.
Perguntas da Especialidade
MECANISMO DA DOENÇA
Etiologias específicas incertas
Fatores de Risco
1. Disponibilidade de O uso ocasional pelos jovens deixa de ser visto como anormal;
substâncias 3 VIAS de obtenção mais comuns:
1. legalmente sem prescrição (nicotina e álcool);
2. prescrição médica (BZD; opióides);
3. mercado negro (ilegal); [e compra online!]
2. Fatores individuais • Famílias destruturadas – consumo em idade jovem;
Personalidade vulnerável • Mau rendimento escolar; absentismo escolar; delinquência;
• Traços personalidade: necessidade de sensações fortes, impulsividade;
• História familiar: de doença mental ou perturbação da personalidade na família;
• Factores genéticos – grande contributo para as pert. de uso de substâncias.
3. Ambiente social adverso • Influência por pares ou familiares;
• Desemprego e sem-abrigo → grupo de risco.
4. Fatores farmacológicos • Alterações neuroadaptativas com o uso prolongado (dopamina e circuito de recompensa);
• Tolerância cruzada (ex. BZD e álcool);
• Ação positiva (uso abusivo) → Ação negativa (privação) → DEPENDÊNCIA;
• Estímulo/craving → uso pós período de abstinência → recaída → reinstatement effect.
Perguntas da Especialidade
MECANISMO DA DOENÇA
Consequências Sociais
O estado de intoxicação crónica afeta o comportamento levando ao desemprego,
a acidentes, a problemas familiares (negligência infantil e violência);
Recurso ao roubo, favores sexuais ou outras condutas ilícitas por forma a obter
dinheiro para comprar substâncias;
Pressão de pares para associação em atividade anti-social ou criminosa;
DIAGNÓSTICO
DIAGNÓSTICO
HISTÓRIA CLINICA
Colher elementos de forma cronológica;
Questionar sobre a presença de craving e de sintomas de privação →
importante para o dx de dependência;
Caracterizar comportamentos de risco (partilha de seringas; uso de droga
intravenosa e com escolha de locais de risco – pescoço ou virilha);
DIAGNÓSTICO
Diagnóstico Laboratorial – sempre que possível!
Na urina:
Na saliva:
➢ menor probabilidade de fraude;
Cromatografia:
➢ quando o rastreio urinário é incongruente com a história clínica;
➢ Falsos positivos: fármacos psicotrópicos.
Perguntas da Especialidade
PREVENÇÃO
2º Identificação precoce de grupos ou indivíduos de risco (ambiente escolar) e oferecer intervenções psicossociais especializadas;
3º Psicoeducação de jovens sobre saúde mental e patologia aditiva (programa curricular e media);
TRATAMENTO
Entrevista motivacional
Oferecer apoio psicossocial
Perguntas da Especialidade
TRATAMENTO
• Adaptação individual e social à abstinência;
Objetivos • Quando não é possível abstinência → programas de redução de risco e minimização de danos;
• Disponibilizar apoio psicossocial em equipas multidisciplinares especializadas.
• Para a maioria das substancias → ambiente hospitalar tem maior sucesso do que em ambulatório;
Desintoxicação • Considerar o risco posterior de depressão e suicídio.
• Doente não abdica do consumo (++ se uso de opióides) → oferecer a prescrição de substâncias com maior tempo de
semi-vida e menor potencial aditivo (metadona);
Manutenção • Integrar os indivíduos em programas de substituição opióide → metadona → melhor outcome!!
• Acompanhamento psicossocial e promover a motivação para a abstinência;
• Promover a prevenção da recaída, a reabilitação e a integração em sociedade.
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Opióides Psicoestimulantes
Alucinogénicos
(heroína, Canábis (anfetaminas,
(LSD)
morfina…) cocaína, MDMA)
Opióides Psicoestimulantes
Alucinogénicos
(heroína, Canábis (anfetaminas,
(LSD)
morfina…) cocaína, MDMA)
OPIÓIDES
OPIÓIDES → Agonistas dos recetores opióides (+µ) → sedativos, analgésicos
→ Heroína, morfina, metadona, buprenorfina
Epidemiologia • Opióides com prescrição médica (oxicodona; tramadol) > abuso que heroína → problemática EUA;
• UK: 0,1% dependência opióide;
• Percentagens mais elevadas em contexto prisional e nos sem-abrigo.
Administração • Via endovenosa → + supressão respiratória, overdose e morte; subcutânea; fumada; inalada.
Curso da • Dependência rápida e desenvolvimento de tolerância marcado (diminui rapidamente após abstinência → risco de overdose
Dependência acidental na recidiva);
• Maioria dos casos → curso com várias recaídas.
Efeitos • Euforia, analgesia, obstipação, anorexia, depressão do centro respiratório.
Privação • Craving intenso, inquietação, insónia, dores musculares e articulares intensas, rinorreia, lacrimejo, cólicas, vómitos, diarreia,
piloereção, sudorese, midríase, taquicardia, hipo/hipertremia;
• Surge 6h após ultimo consumo, com pico às 36 a 48h.
Prognóstico • Mortalidade até 20%/10 anos → overdose; suicídio; doenças infectocontagiosas (VIH, hepatite);
• 50% a 10 anos remite consumos
• Fatores protetores: casamento e emprego;
Perguntas da Especialidade
OPIÓIDES
INTERVENÇÃO NA CRISE
Procura de serviços médicos
Na privação;
Na overdose;
Complicações agudas do uso intravenoso; → clonidina
OPIÓIDES
Opióides e gravidez
Opióides Psicoestimulantes
Alucinogénicos
(heroína, Canábis (anfetaminas,
(LSD)
morfina…) cocaína, MDMA)
CANÁBIS
Efeitos → variam com a dose expectativa, humor basal (parece exagerar positivo/negativo) e contexto social;
• Sem efeitos adversos descritos em consumo intermitente (doses baixas);
• Ansiedade, pânico, confusão, vivência paranóide, psicose (doses altas ou canábis de alta potência);
• Aumento das experiências estéticas distorção da percepção do tempo e espaço, olhos vermelhos, boca seca taquicardia, irritação da
via respiratória e tosse;
CANÁBIS
Consumo nos adolescentes → piores outcomes psicossociais (+ sintomas afetivos;- rendimento; + acidentes desemprego);
Tolerância e dependência: 9% (nicotina 32%, heroína 23%, cocaína 17%, álcool 15%);
Opióides Psicoestimulantes
Alucinogénicos
(heroína, Canábis (anfetaminas,
(LSD)
morfina…) cocaína, MDMA)
PSICOESTIMULANTES - ANFETAMINAS
Mecanismo • Libertação e bloqueio do reuptake da dopamina e noradrenalina;
Efeitos • Efeito imediato no humor, aumento da conversação, reatividade aumentada, mucosas secas;
Clínicos • Insónia, disforia aguda, irritabilidade, confusão, anorexia, midríase, taquicardia, aumento da tensão arterial, ansiedade,
pânico;
• Doses elevadas: arritmia, crise hipertensiva, AVC, choque cardiogénico, convulsões, coma;
• Complicações obstétricas: aborto, parto prematuro, descolamento da placenta.
PSICOESTIMULANTES - ANFETAMINAS
(continuação)
PSICOESTIMULANTES - COCAÍNA
Mecanismo • Libertação e bloqueio do reuptake da dopamina e noradrenalina;
PSICOESTIMULANTES - COCAÍNA
(continuação)
Complicações
Vias de uso • Comprimido ou cápsula (50 150 mg), efeitos duram 4 a 6h;
Efeitos • Humor positivo, euforia, sociabilidade, intimidade, novos insights e percepção aumentada;
Clínicos • Perda de apetite, taquicardia, bruxismo, sudorese;
• Raro: reações adversas graves e morte → hipertermia, arritmia, hemorragia intracerebral, hepatite tóxica (outros
compostos da mistura?);
• Associado a psicose aguda e crónica (indivíduos vulneráveis?);
• Flashbacks: recorrência de experiências anormais semanas meses após ingestão;
• Uso repetido → depressão, ansiedade e despersonalização, alterações de memória em ex consumidores;
Tolerância • Tolerância desenvolve-se rapidamente;
Opióides Psicoestimulantes
Alucinogénicos
(heroína, Canábis (anfetaminas,
(LSD)
morfina…) cocaína, MDMA)
ALUCINOGÉNIOS
Mecanismo • LSD; psilocibina (cogumelos mágicos), metildimetoxiamfetamina;
• Agonistas parcial do recetor 5-HT2A;
• Em investigação para novas terapias farmacológicas (depressão, abuso substâncias);
Epidemiologia • 3,5% já consumiram LSD, 5% cogumelos mágicos (Reino Unido).
Opióides Psicoestimulantes
Alucinogénicos
(heroína, Canábis (anfetaminas,
(LSD)
morfina…) cocaína, MDMA)
FENCICLIDINA E QUETAMINA
FENCICLIDINA QUETAMINA
Opióides Psicoestimulantes
Alucinogénicos
(heroína, Canábis (anfetaminas,
(LSD)
morfina…) cocaína, MDMA)
SUBSTÂNCIAS VOLÁTEIS
Mecanismo • Aumento da função GABA e diminuição da atividade do recetor NMDA;
Tipos • Solventes, inalantes (derivados do petróleo; cola; tintas; produtos extintores de fogo, acetona);
• Nitrito de amilo “poppers” → recreativo/atividade sexual (chemsex).
Epidemiologia • População jovem sem abrigo da América do Sul;
• Consumo mais frequente em jovens, sexo masculino, baixo nível socioeconómico, em grupo.
Efeitos • Semelhantes ao álcool: euforia, visão turva, discurso impercetível, náusea, vómitos, coma, alucinações visuais;
Clínicos • Uso crónico: neurotoxicidade/neuropatia periférica, disfunção cerebelar, encefalite, demência.
✓ A problemática de consumo de substâncias ilícitas tem vindo a mudar: heroína → crack; drogas sintéticas; canabinóides;
✓ Os quadros de dependência opióide devem ser sempre manejados em Equipas de Tratamento, sendo os programas de
substituição opióide como os de maior eficácia;
✓ O curso de dependência de opióides é geralmente crónico;
✓ O consumo de canábis tem implicação no desenvolvimento de doenças psicóticas (quanto mais jovem pior);
✓ Após a admissão hospitalar de um doente com problemática de consumo (previamente não conhecido) deve ser feita a
referenciação para a equipa de psiquiatria de ligação;
✓ As drogas psicadélicas/alucinogénicas têm vindo a ser investigadas para o uso na prática clínica para o tratamento de
depressão resistente (quetamina; psilocibina);
✓ Existe risco de suicido aumento tanto nos períodos de intoxicação como nos períodos de privação;
✓ Os psicofármacos mais utilizados para tratamento sintomático de intoxicação são os antipsicóticos (por ex.haloperidol) e
as benzodiazepinas → sedação e controlo de agitação e sintomas psicóticos;
✓ O apoio psicossocial é muito importante no manejo de doentes com toxicodependência.
Perguntas da Especialidade
Harrison P., Cowen P., Burns T., and Fazel M. Shorter (2017). Shorter Oxford Textbook of Psychiatry, 7 ed. Oxford University Press.
Cleck JN, Blendy JA. Making a bad thing worse: adverse effects of stress on drug addiction. J Clin Invest. 2008;118(2):454-461.
https://doi.org/10.1172/JCI33946.
Perguntas da Especialidade
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