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DEPENDÊNCIA

QUÍMICA E A

MULHER

MARIA HELOISA BERNARDO


DEPENDÊNCIA QUÍMICA E AS MULHERES

Natureza da dependência é universal.

D.Q. são diferentes uns dos outros.

Pouca atenção era dada aos diferentes sub - tipos


de dependentes químicos.
DEPENDÊNCIA QUÍMICA E AS
MULHERES

mulheres, crianças e adolescentes.

 A partir da década de 50, passaram a ser


sistematizados procedimentos de
tratamento específico para população
feminina.
PRINCIPAIS DIFICULDADES
Mulheres são menos estudadas do que os
homens.
Dependência química é sub-
sub-diagnosticada em
mulheres.

ASPECTOS DE ORDEM SOCIAL E MORAL:


 Estigma social (o uso).
 Quando intoxicadas - agressividade e
promiscuidade sexual.
 Falta de treinamento das equipes de saúde
pública.
Mulheres dependentes procuram
serviços não especializados com
queixas vagas sobre saúde.

O preconceito delas associado aos


dos médicos, dificultam o
diagnóstico e o adequado
encaminhamento dessas
mulheres.
RAZÕES PARA INICIAR O USO
Alguns estudos observam certas
particularidades:
 Depressão.
 Sentimentos de isolamento social.
 Pressões profissionais e familiares.
 Problemas de saúde.
 Começam e mantém o uso de drogas ilegais,
geralmente, quando se relacionam com um
companheiro que também usa drogas.
 Homens iniciam o uso de drogas mais
freqüentemente com os amigos
(Henderson).
PADRÃO DE CONSUMO E EVOLUÇÃO

Estudos demonstram que mulheres


dependentes de outras drogas:

 iniciaram o uso mais precocemente que os


homens.
 procuraram tratamento mais cedo.
 consumiram cocaína por um tempo
relativamente menor.
(Griffim).
FREQUÊNCIA DE USO.

(Pacientes em Tratamento)

 Não existem diferenças entre homens e


mulheres.

(Usaram drogas pelo menos uma vez por


semana nos 12 meses prévios ao início do
tratamento)
DROGAS MAIS USADAS:
(Associadas com tabaco e álcool)

 cocaína
 maconha
 anfetamina

DROGAS DE ESCOLHA:

HOMENS: abuso de múltiplas drogas.


MULHERES: geralmente abuso de uma única droga.
COMPLICAÇÕES ASSOCIADAS:

 Síndrome de abstinência mais severa entre


mulheres do que nos homens. A mulher quando
resolve parar, já está com alto nível de
comprometimento.
 Maior ocorrência de amenorréia, dismenorréia
(dor, descontrole do fluxo mensal) e infertilidade.
 Inflamações do trato urinário (uretra, bexiga,
ureteres e rins).
 Com cocaína sob forma de crack apresentam
maior vulnerabilidade a doenças sexualmente
transmissíveis. (DeHovitz)
PREOCUPAÇÃO EM TERMOS DE SAÚDE
PÚBLICA:

Relação entre o uso de drogas por mulheres


e o aumento da transmissão heterossexual
do HIV, que ocorre não somente pelo uso
EV., como também pela alta taxa de
comportamento sexual de risco e comércio
de sexo por drogas entre as usuárias.

(Brasil, 80% dos brasileiros tem a ilusão de


que o HIV não é mortal).
GRAVIDEZ E RECÉM NASCIDO:
COMPLICAÇÕES OBSTÉTRICAS
(ocorrem no parto ou pré-
pré-natal)

 Aborto espontâneo
 Placenta prévia

 Ruptura prematura de membranas


 Síndrome de pré-
pré-eclampsia
 Edema agudo de pulmão

 Convulsões

 Disritmias cardíacas

 Morte súbita

OBS: A cocaína leva também à hipertensão materna e


fetal e à vasoconstrição dos vasos uterinos, o que gera
isquemia fetal e hipóxia. Estes efeitos parecem ser dose
dependentes.
MÁ FORMAÇÃO CONGÊNITA

trato genito – urinário


defeitos neurais
(microcefalia)
infarto cerebral
hemorragia intracraniana
RECÉM NASCIDOS SÃO PORTADORES DE
COMPLICAÇÕES NEUROCOMPORTAMENTAIS

alterações do ciclo sono – vigília


tremores
diminuição da ingestão de alimentos
hipertonia ou hipotonia e hiper-
hiper-reflexia
(Esta síndrome pode durar de 8 a 10 semanas)

OBS. – As crianças podem ser irritáveis,


agitadas e ter retardo no desenvolvimento.
Existe uma preocupação quanto à
possibilidade de alterações permanentes.
DUPLO DIAGNÓSTICO E COMORBIDADE
Vários estudos apontam maior prevalência de
transtornos de humor (TAB) entre mulheres
dependentes de drogas, quando comparadas aos
homens dependentes e às mulheres da população
geral.

O estudo da associação entre transtornos


depressivos e abuso ou dependência de drogas é
especialmente importante entre mulheres, porque
tem impactos sobre a aderência destas mulheres
aos tratamentos propostos e, portanto, com seu
prognóstico.
FATORES PSICOLÓGICOS E SOCIAIS

A PROSTITUIÇÃO

existe relação direta entre o uso, abuso e


dependência química feminina e a
prostituição.

100 mulheres entrevistadas – 87 relataram


experiências de prostituição. (Teets)

2/ referiram prostituição para manter o


3
uso de drogas, sendo o comprometimento
com este comportamento associado à
severidade da dependência.
(Gossop)
FATORES PSICOLÓGICOS E SOCIAIS

No início da recuperação o comportamento


sexual passado pode causar vergonha, culpa e
inseguranças quanto a possibilidade de
erradicação deste comportamento na
sobriedade.

Incidência maior de estupro e violência


doméstica entre mulheres dependentes do que
entre a população geral.

(Kauffman Kantor)
PROGRAMAS DE RECUPERAÇÃO
TRATAMENTO
Existe a necessidade de programas de tratamento
diferenciados dos programas tradicionalmente
formatados para homens.

Isto justifica-
justifica-se porque:

 Mulheres, mais do que homens são mais


propensas ao isolamento social.
 Portanto necessitam de forte suporte emocional.
 Mulheres são especialmente sensíveis aos
efeitos de fatores de vida estressante.
 Apresentam grande vulnerabilidade à recaídas.
TRATAMENTO
Mulheres D.Q. necessitam de mais serviços de
assistência social e psicoterapia.

Mulheres dependentes têm responsabilidades primárias


sobre o cuidado com os filhos.

Menor preparação profissional.

Mais companheiros dependentes químicos.

Mais problemas de saúde e tendem mais a provir de


famílias disfuncionais e / ou com problemas de dependência
química.

Apresentam baixa auto estima e sintomas de depressão


e ansiedade.
CONTEXTO DO TRATAMENTO
 Se beneficiam mais de um tratamento específico
para mulheres.
 Quando há interação de gênero no tratamento, a
tendência é a predominância masculina,
especialmente quando as mulheres estão em número
menor, que é a regra no tratamento da D.Q.
 Tratamento só para mulheres, permite que esta
situação se reverta.
 Por serem as mulheres mais vitimizadas por
violência sexual e doméstica, necessitam de espaço
psíquico para elaborarem estes traumas.
 Em termos de equipe, o ideal é que sejam
predominantemente do sexo feminino para que
possam servir como modelos de identificação para as
pacientes.
CONCLUSÃO
Programas que ofereçam tratamento de D.Q. para
mulheres podem ser definidos como aqueles que:

 Dirijam
Dirijam--se às necessidades das mulheres em
tratamento.
 Reduzam as barreiras que dificultam a recuperação da
D.Q. entre as mulheres.
 Sejam realizados em um contexto compatível com o
estilo e a orientação das mulheres.
 Levem em consideração as características culturais
que definem os papéis, a socialização e a situação
familiar destas mulheres.
(Roth, 1994)
CONTEXTO IDEAL:

Fatores que podem auxiliar a procura e a permanência


das mulheres em tratamento:

 Creches.
 Aconselhamento vocacional
 Acompanhamento regular e educação para a
promoção da saúde, sexualidade e nutrição
(especialmente para as gestantes).
 Aconselhamento sobre violência doméstica.
 Estupro e abuso sexual na infância / adolescência.
 Treinamento de habilidades sociais.

 Treinamento e educação a respeito do desenvolvimento

infantil.

 Treinamento de assertividade.

 Assistência aos cuidados domésticos.

 Tratamento médico e psiquiátrico à mãe e aos filhos, se

necessário.

 Atividades de socialização para substituição de

comportamentos associados ao consumo de drogas.


METAS IDEAIS

METAS REAIS

ADEQUAR / CONCILIAR
CENTRO DE TRATAMENTO BEZERRA DE
MENEZES

FONE: (11) 4344-


4344-2220
E-MAIL:
dirprot@bezerrademenezes.org.br
HELOISA:
mahebe1@uol.com.br

OBRIGADA !!!

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