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FACULDADE DE ENFERMAGEM
Salvador - BA
2019
JANIO GOMES ROCHA JUNIOR
Salvador - BA
2019
AGRADECIMENTOS
(Winston Churchil)
USO DA Cannabis sativa E SUA RELAÇÃO COM A ETIOPATOGÊNESE DA
ESQUIZOFRENIA
RESUMO
ABSTRACT
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 7
2 METODOLOGIA ...................................................................................................... 9
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................... 7
3.1 A relação entre o uso de Cannabis sativa e a etiopatogênese da
esquizofrenia .......................................................................................................... 7
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 10
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 11
7
1 INTRODUÇÃO
Nos últimos anos foi amplamente aceita a teoria de que o uso de drogas
psicoativas está relacionado com a etiopatogenia da esquizofrenia pelo fato de tais
drogas incitarem alterações neurobiológicas que levam a importantes mudanças
morfológicas e funcionais no encéfalo da pessoa acometida (OLIVEIRA; MOREIRA,
2007).
2 METODOLOGIA
Excluídos: 18
Inclusos: 9
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Quadro 1 – No quadro abaixo há a caracterização das publicações utilizadas na pesquisa, de acordo com autor, ano, título,
objetivo, tipo de estudo, periódico de publicação e principais resultados.
HAMBRECHT, Cannabis, Examinar no início da psicose se Pesquisa de campo Australian & New O uso da maconha é o fator de
H.; HAFNER H, Vulnerability, and a alta comorbidade da Zealand Journal of estresse (dopaminérgico) que
2000. the Onset of esquizofrenia e abuso de Psychiatry precipita o início da psicose.
Schizophrenia: An cannabis é devido a uma relação
Epidemiological causal entre os dois distúrbios.
Perspective
ARSENEAULT, Cannabis use in Analisar o uso de cannabis na Estudo longitudinal The BMJ. Vol o uso precoce de cannabis
L. et al., 2002 adolescence and adolescência como um fator de (aos 15 anos) confere maior
risk for adult risco para o desenvolvimento de risco para desenvolvimento de
psychosis: esquizofrenia em adultos. esquizofrenia.
longitudinal
prospective study.
8
CARLINI, E. A. Levantamento Estimar a prevalência do uso de Estudo transversal Revista Latino Os dados mostraram que a
et al., 2005 domiciliar sobre o drogas, álcool, tabaco e o uso americana de nossa realidade do consumo
uso de drogas não médico de medicamentos enfermagem de drogas, embora
psicotrópicas no psicotrópicos. semelhante à de outros
Brasil: estudo países, tem particularidades
envolvendo as 107 que precisam ser respeitadas
maiores cidades do na elaboração de programas
país, 2001 de prevenção, para que sejam
adequados à nossa
população.
MORGAN, C; Effects of Analisar os efeitos do Estudo longitudinal British Journal of Os resultados mostram
CURRAN, H, cannabidiol on tetrahidrocanabidiol e canabidiol Psychiatry níveis mais altos de
2008 schizophrenia-like em usuários de Cannabis sativa e experiências incomuns -
symptoms in sua relação com o surgimento de um análogo de
people who use esquizofrenia.
alucinações e delírios -
cannabis
em indivíduos que tinham
evidência de apenas Δ9-
THC em seus cabelos em
comparação com aqueles
com Δ9-THC e CBD, e
aqueles sem canabinóide.
9
BHATTACHAR Modulation of Investigar os efeitos de dois Estudo experimental Arch Gen Psychiatry O Δ9-tetrahidrocanabinol
YYA et al., S, Mediotemporal and principais constituintes aumentou os sintomas
2009 Ventrostriatal psicoativos de Cannabis sativa, psicóticos e os níveis de
Function in Δ9-tetrahidrocanabinol (Δ9-THC) ansiedade, intoxicação e
Humans by Δ9- e canabidiol, na função cerebral
sedação, enquanto nenhum
Tetrahydrocannabi regional durante o aprendizado
nol. A Neural Basis verbal. efeito significativo foi
for the Effects of observado nestes
Cannabis sativa on parâmetros após a
Learning and administração de canabidiol
Psychosis
KUEPPER, R. Continued cannabis Determinar se o uso de cannabis Estudo de coorte The BMJ O uso de Cannabis sativa é
et al., 2011 use and risk of na adolescência aumenta o risco um fator de risco para o
incidence and de desfechos psicóticos, afetando desenvolvimento de sintomas
persistence of a incidência e a persistência da psicóticos incidentes. O uso
psychotic expressão subclínica de psicose continuado de cannabis pode
symptoms: 10 year na população em geral. aumentar o risco de distúrbio
follow-up cohort psicótico, afetando a
study persistência dos sintomas.
BIANCONI, F. Differences in Explorar as diferenças das Estudo de coorte Psychological O resultado sugere uma maior
et al., 2016 cannabis-related experiências com Cannabis sativa Medicine sensibilidade aos efeitos da
experiences entre indivíduos que cannabis entre as pessoas
between patients apresentaram um primeiro que algum episódio psicótico;
with a first episode episódio psicótico dos indivíduos Esta hipersensibilidade resulta
of psychosis and que nunca apresentaram psicose. em mais relatos de
controls experiências “ruins” e
“agradáveis”.
10
LIBUY, N. et al., The relative Estabelecer a prevalência relativa Estudo transversal Schizophrenia A prevalência de
2017 prevalence of de esquizofrenia em pessoas Research esquizofrenia é maior entre
schizophrenia tratadas por uso de cannabis e pessoas usuárias de
among cannabis de cocaína no Chile. cannabis do que usuárias
and cocaine users
de cocaína entre os que
attending addiction
services. frequentam serviços de
dependência.
FORTI, M et The contribution of Avaliar a ligação entre os padrões Estudo caso controle The Lancet O estudo acrescenta um novo
al., 2019 cannabis use to de uso de cannabis na Europa e Psychiatry parâmetro às evidências
variation in the os dados para a incidência de disponíveis, o que indica
incidence of psicose no local. consistentemente que para
psychotic disorder alguns indivíduos há um risco
across Europe (EU- aumentado de psicose
GEI): a multicentre resultante do uso diário de
case-control study. cannabis.
Observa-se que do total de estudos analisados nessa amostra, somente um encontra-se na língua portuguesa, os demais
na língua inglesa, o que demonstra a escassez de pesquisas relacionadas ao tema no Brasil. Além disso, foram selecionados os
estudos de caráter experimental (ensaios clínicos, randomizados ou não) ou do tipo observacional (estudos de caso-controle,
estudos de coorte) que atenderam a temática da pesquisa.
A categoria de análise neste estudo foi organizada em: 1- A relação entre o uso de Cannabis sativa e a etiopatogênese da
esquizofrenia, baseada nas considerações dos autores supracitados.
7
Para Forti & Cols (2019), o uso de Cannabis sativa é um fator que leva a
índices elevados de incidência de sintomas psicóticos, que podem ou não predispor
o quadro de esquizofrenia, principalmente quando comparado a indivíduos que
nunca fizeram uso da droga. Um estudo caso-controle obteve resultados que
corroboram com essa afirmação. Foram selecionados 901 pacientes de idade entre
18 e 64 anos que apresentaram episódios de psicose, na Europa e no Brasil, e
analisado o fator da potência da Cannabis sativa, deduzida por dados europeus e
brasileiros através da concentração total de tetrahidrocanabinol (THC) esperada
8
para diferentes apresentações da droga. Ficou evidente com o estudo que existe
uma associação entre o uso da Cannabis sativa e a etiopatogenia da esquizofrenia,
em que há um risco maior de desenvolvimento da doença em indivíduos que fazem
uso diário da substância com maior concentração de THC (FORTI et al., 2019).
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ARSENEAULT, L. et al. Cannabis use in adolescence and risk for adult psychosis:
longitudinal prospective study. The BMJ. London. v. 23, p.1212-3,.2002. Disponível
em: < https://www.bmj.com/content/325/7374/1212 > Acesso em: 25/04/2019.
KUEPPER, R. et al. Continued cannabis use and risk of incidence and persistence of
psychotic symptoms: 10 year follow-up cohort study. The BMJ. Amsterdã. v. 342,
p.1-8,.2011. Disponível em: < https://www.bmj.com/content/bmj/342/bmj.d738.full.pdf
> Acesso em: 26/04/2019.
SILVA, R. C. B. Esquizofrenia: uma revisão. Psicol. USP. São Paulo. v.17, n.4, p.
263-85,. 2006. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65642006000400014
> Acesso em: 03/03/2019.