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CURSO DE FARMÁCIA
SÃO PAULO
2013
BRUNA SARTORATO RIBEIRO
DEBORAH GOLDMACHER GARCIA
GABRIELA DONNANGELO CASSETTARI
GABRIELA PACHECO DE OLIVEIRA
ISADORA RIBEIRO CHIESA
MAYARA FRAGA SANTOS
São Paulo
2013
BRUNA SARTORATO RIBEIRO
DEBORAH GOLDMACHER GARCIA
GABRIELA DONNANGELO CASSETTARI
GABRIELA PACHECO DE OLIVEIRA
ISADORA RIBEIRO CHIESA
MAYARA FRAGA SANTOS
Monografia apresentada às Faculdades Oswaldo Cruz como parte dos requisitos exigidos para
a conclusão do curso de Farmácia
_______________________________________________________________
Professora MSc. Fernanda Yakel Stefani
Faculdades Oswaldo Cruz
_______________________________________________________________
Professor MSc. Ricardo D’Agostino Garcia
Faculdades Oswaldo Cruz
_______________________________________________________________
Professor MSc. José Muradian Filho
Faculdades Oswaldo Cruz
São Paulo
2013
Aos nossos pais, que nos deram a oportunidade e o suporte para
corrermos atrás de nosso sonho de sermos farmacêuticas capacitadas
e foram fundamentais por termos chego até aqui com sucesso.
À nossa orientadora, Fernanda Stefani, que esteve ao nosso lado,
passo a passo, ao longo desse ano para o desenvolvimento desse trabalho.
A todos os pacientes esquizofrênicos e seus familiares que
permanecem nessa luta incessante por qualidade de vida.
Este trabalho é especialmente para eles!
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar a toda a nossa família, nossa base, que foi fundamental ao longo do
curso, participando e dando suporte nos muitos momentos de angústia e desespero e, também
nos infinitos momentos de felicidade. Vocês foram e continuarão sendo sempre a nossa
motivação para batalhar pelo nosso lugar ao sol!
Também gostaríamos de agradecer à nossa orientadora, pela dedicação e empenho em
nos conduzir para a realização desta monografia, na árdua tarefa de ampliar e disseminar o
conhecimento, desempenhando tudo isso de forma brilhante.
A todos os professores, que ao longo de todo o curso, se dispuseram a ensinar,
aprender, compreender e engrandecer, de forma mútua, aluno e educador. Esperamos que
continuem nessa batalha pelo conhecimento e formação de grandes profissionais
farmacêuticos.
E a todos que contribuíram, de forma direta ou indireta, para que pudéssemos não só
sobreviver, mas de fato, viver esses cinco longos e enriquecedores anos de curso que
culminaram na realização deste trabalho.
“A loucura, objeto dos meus estudos, era até agora uma ilha perdida no oceano da razão;
começo a suspeitar que é um continente...”
Machado de Assis, O Alienista
RESUMO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 12
2 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 15
7 DISCUSSÃO ........................................................................................................................ 80
8 CONCLUSÃO...................................................................................................................... 84
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 85
12
1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
Visto que a esquizofrenia é uma doença psiquiátrica complexa, crônica, sem cura e
com valores significativos de incidência, o presente trabalho tem como objetivo a
compreensão da fisiopatologia da doença, bem como o entendimento das terapias
farmacológicas e não farmacológicas que podem ser utilizadas para o controle da patologia,
com elucidação da importância da atenção farmacêutica e do papel do farmacêutico perante a
família do paciente e a sociedade.
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3.1 SINTOMAS
Desde os anos 90 essa realidade vem mudando, pois se reconhece cada vez mais que o
prejuízo cognitivo na esquizofrenia não é apenas um elemento acessório da doença, mas sim
uma característica fundamental, persistente e independente da presença de sintomas positivos
ou negativos. Além do mais, existe impacto direto, profundo e devastador na qualidade vida
do paciente, visto que os pacientes com déficit cognitivo generalizado tendem a ter um
desempenho em níveis mais baixos do que controles normais em uma variedade de testes
cognitivos. Eles apresentam múltiplos déficits neuropsicológicos em testes de raciocínio
conceitual complexo, velocidade psicomotora, memória de aprendizagem nova e incidental e
habilidades motoras, sensoriais e perceptuais (SILVA, 2006; SALGADO, J. et al, 2008).
Aos sintomas positivos podem se somar sintomas agressivos e hostis como ataques de
fúria, comportamento verbalmente abusivo e de automutilação, enquanto que aos negativos,
podem sobrepor-se sintomas cognitivos e afetivos (humor deprimido, sentimento de culpa e
irritabilidade). Na prática clínica esta sobreposição de sintomas frequentemente dificulta o
diagnóstico clínico (STAHL, 2010).
3.2 DIAGNÓSTICO
essencialmente clínico não havendo marcadores biológicos próprios dessa doença, nem
exames laboratoriais e complementares específicos que permitam confirmar o diagnóstico de
esquizofrenia.
O diagnóstico precoce é fundamental, pois permite a adoção das medidas terapêuticas
adequadas, com o intuito de prevenir a recorrência dos surtos psicóticos e minimizar os
sintomas negativos da doença possibilitando ao paciente esquizofrênico reintroduzir-se ao
convívio social (SADOCK et al, 2013).
Os critérios atualmente empregados para o diagnóstico da esquizofrenia estão
descritos no DSM-V. Este manual foi elaborado pelos psiquiatras da Associação Americana de
Psiquiatria, independentemente da classificação elaborada pela Organização Mundial de
Saúde, a CID (Código Internacional da Doença) (CATALDO et al., 2003).
No mínimo dois dos seguintes quesitos, devem estar presentes por uma porção
significativa de tempo durante o período de um mês.
Delírios;
Alucinações;
Discurso desorganizado;
Comportamento amplamente desorganizado ou catatônico;
Sintomas negativos, isto é, embotamento afetivo, alogia, expressão emocionada
diminuída e avolição.
Deve estar presente por uma porção significativa do tempo, desde o início da
perturbação. Neste critério uma ou mais áreas importantes do funcionamento, tais como
trabalho, relações interpessoais ou cuidados pessoais, estão acentuadamente abaixo do nível
alcançado antes do início (ou quando o início se dá na infância ou adolescência, incapacidade
de atingir o nível esperado de realização interpessoal, acadêmica ou profissional).
Critério C - Duração
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Os sinais contínuos da perturbação persistem pelo período mínimo de seis meses. Esse
período de seis meses deve incluir pelo menos um mês de sintomas (ou menos, se tratados
com sucesso) que satisfazem o critério A (sintomas da fase ativa) e pode incluir períodos de
sintomas prodrômicos ou residuais. Durante esses períodos prodrômicos ou residuais, os
sinais da perturbação podem ser manifestados apenas por sintomas negativos ou por dois ou
mais sintomas relacionados no Critério A presentes de uma forma atenuada (p. ex., crenças
estranhas, experiências sensoperceptivas estranhas).
A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (p. ex.,
uma droga de abuso, um medicamento) ou a uma condição médica geral.
Tipo Paranóide
Este tipo de esquizofrenia possui o início mais tardio do que os outros tipos, e as
características diferenciadoras podem ser mais estáveis ao longo do tempo.
Tipo Desorganizado
Tipo Indiferenciado
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Tipo Residual
4 FISIOPATOLOGIA DA ESQUIZOFRENIA
Esta teoria também foi baseada na observação de que certas drogas tinham habilidade
em estimular a neurotransmissão dopaminérgica. Constatou-se que a droga psicoestimulante
anfetamina, quando administrada em doses altas e repetidas, causava uma psicose tóxica com
características muito semelhantes às da esquizofrenia em fase ativa. A semelhança é tão
grande, que pode levar a erros diagnósticos, caso o psiquiatra ignore que o paciente tenha
ingerido anfetamina. Sabe-se que essa droga atua nos terminais dopaminérgicos aumentando a
liberação de dopamina, além de impedir sua inativação na fenda sináptica, por inibir o
mecanismo neuronal de receptação existente na membrana pré-sináptica. Assim, é possível
que os sintomas esquizofreniformes - grande agitação psicomotora, alucinações auditivas, e
ideias delirantes do tipo persecutório - sejam devidos ao excesso de atividade dopaminérgica
determinada pela anfetamina (GRAEFF, 1989).
Outro ponto essencial demonstrado por Seeman e colaboradores (1993) foi o aumento
da população de receptores dopaminérgicos no cérebro de pacientes esquizofrênicos. Este
aumento foi observado em torno de 60% para receptores do tipo D4, enquanto que o aumento
de receptores D2 e D3 observado em torno de 10%, evidenciando assim uma hiperatividade
dopaminérgica. Abi-Dargham e colaboradores (2003) fizeram um experimento onde a
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Por volta da metade da década de 1970, diversos estudos e exames realizados como a
tomografia computadorizada (TC) e a ressonância magnética do crânio em indivíduos
esquizofrênicos, demonstraram anormalidades funcionais e estruturais nos cérebros destes
indivíduos, bem como alterações anatômicas por meio da identificação da totalidade do
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Existem muitas teorias sobre a etiologia da esquizofrenia sugerindo que este transtorno
é o resultado de um conjunto de erros biológicos básicos que ocorrem inicialmente e que
levam a um conjunto de anomalias estruturais, funcionais ou bioquímicas no desenvolvimento
cerebral, obtendo como consequência disfunções no desenvolvimento cerebral devido a um
processo neurodegenerativo interligado (CICCHETTI et al., 2006; STAHL, 2010).
Com base nisso, a melhor conclusão que se atribuiu foi que a hipótese
neurodesenvolvimental e a hipótese neurodegenerativa são complementares, ou seja, não são
processos mutuamente exclusivos, possuindo uma reação dialética. Desta forma
predisposições genéticas determinariam uma maior predisposição a fatores ambientais
precoces, como por exemplo, complicações obstétricas, que causariam alterações
neurofisiológicas, como, por exemplo, alterações na arborização neuronal, resposta
dopaminérgica exacerbada e diminuição do volume de estruturas cerebrais, sugerindo assim
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que uma lesão no cérebro no início do desenvolvimento fetal poderia contribuir para a causa
da esquizofrenia. Assim mostra-se que a esquizofrenia é considerada um transtorno complexo,
multifatorial e poligênico, ou seja, formulou-se a hipótese de que a etiologia da doença está
relacionada a uma complexa interação entre fatores genéticos e fatores ambientais onde
implicam prejuízos no neurodesenvolvimento (LIEBERMAN et al., 2001; STAHL, 2010;
NOTO, 2012).
Contudo, segundo Stahl (2010), não há como saber exatamente como estes genes
causam as anormalidades moleculares sutis hipotéticas que distorcem os circuitos neuronais
no sentido da esquizofrenia, ou se estes genes produzem proteínas anormais ou ainda se
apenas deixam de ligar ou desligar a síntese do seu produto gênico proteico quando deveriam
realiza-lo durante o neurodesenvolvimento.
A figura 2 mostra que anormalidades genéticas sutis nos genes da DISC-1 que é uma
proteína envolvida na neurogênese (A), na migração neuronal (B), e na organização dendrítica
(C), bem como anormalidades no gene da neurregulina que também está envolvida na
migração neuronal (B) e na gênese e mielinização de neurônios das células da gliais (D),
provocam a desorganização destes processos, promovendo a desconexão dos neurônios,
funcionamento anormal de circuitos neuronais entre neurônios interligados, risco aumentado
de provocar a esquizofrenia e a manifestação dos sintomas da doença (STAHL, 2010).
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A atividade dos receptores NMDA é regulada por uma série de fatores que em última
instância determinam a abertura do canal iônico e a entrada de cálcio. Quando o receptor está
em repouso, íons de magnésio ficam ligados a um sítio dentro do canal iônico e impede o
influxo de cálcio. O canal é somente ativado quando três fatores ocorrem simultaneamente: 1)
ligação do neurotransmissor glutamato; 2) ligação de glicina (co-agonista obrigatório); e 3)
despolarização da membrana pós-sináptica. Estes fatores provocam uma mudança na
conformação alostérica do receptor diminuindo a afinidade pelo magnésio que é deslocado,
permitindo assim o fluxo de íons através do canal iônico. A ativação dos receptores NMDA é
voltagem dependente e ocorre através de receptores AMPA que estão localizados ao lado de
receptores NMDA. Quando ativados, os receptores NMDA agem no sentido de aumentar
ainda mais a despolarização iniciada pelos receptores AMPA (BRESSAN, 2003).
Vias Funções
Mesolímbica Relacionada a comportamentos e emoções. Sua hiperatividade
relaciona-se aos sintomas psicóticos positivos.
Mesocortical O papel na mediação de sintomas psicóticos ainda é controverso, mas
parece que seu bloqueio associa-se a piora de sintomas negativos.
Nigroestriada Coordenação de movimentos voluntários. Seu bloqueio está associado
a distúrbios motores com acatisia, distonia, tremores, rigidez e
acinesia/bradicinesia e em longo prazo pode levar a discinesia tardia
Tuberoinfundibular Relacionada à inibição da secreção de prolactina. Seu bloqueio associa-
se a aumento dos níveis desse hormônio
Meduloperiventricular Relacionado com o comportamento alimentar
Fonte: SILVA, 2006.
Após a comprovação dos efeitos antipsicóticos da Clorpromazina, seu uso passou a ser
feito experimentalmente, com o objetivo de elucidar o mecanismo de ação envolvido. Durante
os experimentos do cirurgião Henri Laborit, foi observado que este fármaco era capaz de
desencadear neurolepsia nos animais, caracterizado por atraso psicomotor, tranquilização
emocional e indiferença afetiva. Desta forma, as drogas que fossem capazes de desencadear
este sintoma foram denominadas de “neurolépticas”. Posteriormente, descobriu-se que o tanto
o efeito antipsicótico, como os efeitos adversos indesejáveis, como a neurolepsia, ocorrem em
decorrência do bloqueio de receptores D2 (SILVA, 2006; STAHL, 2010).
Um APG pode interagir em quatro tipos de receptores, sendo: bloqueio dos receptores
D2, bloqueio de receptores M1, bloqueio de receptores α1 e bloqueio de receptores H1. No
entanto, apenas a interação dopaminérgica é responsável pela ação terapêutica.
Figura 3: Resumo das alterações promovidas em vias cerebrais de pacientes esquizofrênicos após uso
de APG.
Fonte: STAHL, p.225, 2010.
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Martin e colaboradores (2006) realizaram uma meta análise com estudos clínicos
randomizados que comparam antipsicóticos atípicos clinicamente bem estabelecidos
(Quetiapina, Olanzapina, Risperidona e Clozapina) contra antipsicóticos típicos considerados
padrão-ouro (Haloperidol e Clorpromazina), de forma a avaliar os fármacos com base nas
taxas de abandono. O estudo demonstrou que os antipsicóticos atípicos utilizados em doses
flexíveis apresentam resultados significativamente positivos com relação às taxas de
abandono no tratamento de curto e longo prazo da esquizofrenia.
Para que um antipsicótico seja considerado atípico, ele deve, basicamente, bloquear a
receptores D2, e também ser antagonista de receptores 5HT2A. Uma maior afinidade da
droga pelos receptores 5HT2A comparada com a afinidade pelos receptores D2 pode explicar
uma maior eficácia e menor tendência a produzir efeitos extrapiramidais e elevação de
prolactina (TAJIMA, 2009). Kapur e colaboradores (1999), comprovaram esta hipótese em
estudo clínico com pacientes tratados com Risperidona, Olanzapina e Clozapina. Todos os
antipsicóticos bloquearam completamente os receptores 5HT2A, mas a Clozapina mostrou a
maior diferença entre o bloqueio 5HT2A e D2 e consequentemente menores taxas de efeitos
extrapiramidais e hiperprolactinemia.
Os ASG possuem uma baixa meia vida, e ainda assim, em sua maioria, podem ser
administrados uma vez ao dia. Isso sugere que o efeito antipsicótico não é dependente de um
bloqueio D2 contínuo e que este possa estar relacionado com o surgimento de efeitos
adversos. No tempo em que o receptor não está bloqueado, ocorre ação fisiológica da
dopamina, o que também pode contribuir para uma melhor tolerabilidade dos fármacos
atípicos. Sendo assim, a duração da ligação ao receptor deve ser suficientemente longa para
exercer ação antipsicótica, porém a dissociação deve ser suficientemente rápida, para diminuir
a incidência de efeitos extrapiramidais, sintomas negativos secundários e aumento de
prolactina. A modulação da atividade da dopamina é tão importante que alguns pesquisadores
preveem que o efeito atípico pode ser alcançado apenas por uma apropriada modulação do
receptor D2, sem necessidade de interação com outros receptores (KAPUR, 2001; STAHL,
2010).
A serotonina, por sua vez, estimula a liberação da prolactina. Os ASG, ao inibirem o receptor
5HT2A, bloqueiam esta estimulação, além de atenuar a inibição da secreção ocasionada pelo
bloqueio D2. No entanto, nem todos ASG reduzem a secreção de prolactina com a mesma
intensidade. Montgomery e colaboradores (2004) demonstraram que, 68% pacientes tratados
com APG apresentaram aumento dos níveis de prolactina. Já nos pacientes tratados com
Clozapina, Olanzapina e Quetiapina, a prevalência de hiperprolactinemia foi respectivamente,
11%, 40% e 22%. A Risperidona é uma exceção, pois apesar de ser um ASG, 90% dos
pacientes tratados com este fármaco apresentaram aumento dos níveis séricos de prolactina.
Recentemente tem sido proposto que os antipsicóticos atípicos não sejam antagonistas
5HT2A, mas sim agonistas inversos, que bloqueiam a atividade constitutiva do receptor
(MELTZER, 2001). Quando a serotonina se liga ao receptor 5HT2A, há uma inibição da
liberação de dopamina. Ao agonizar inversamente este receptor, o ASG promove uma
desinibição deste mecanismo, levando a liberação de dopamina em algumas áreas cerebrais.
protótipo desta possível nova classe de antipsicóticos é o Aripiprazol, mas também estão
sendo pesquisados outros agentes, como o Terguride, Bifeprunox, OPC-4392, (−)-3-PPP,
SDZ 208-912 e GR103691 (STAHL, 2001; TADORI, 2008; STAHL, 2010).
Existem também alguns ASG que são agonistas inversos ou antagonistas neutros dos
receptores 5HT2C. Este mecanismo leva à liberação de dopamina no córtex e nucleus
accumbens, podendo melhorar as funções cognitivas, psicose, e, possivelmente, os sintomas
negativos e depressão. (MELTZER, 2011) Os receptores 5HT6 E 5HT7 ainda estão sendo
estudados, mas parecem estar ligados à memória de longo prazo e ao humor e ritmo
circadiano, respectivamente. Os receptores D3 e D4 estão sendo mais estudados para
elucidação da sua função. (STAHL, 2010).
Estudos clínicos com antagonistas seletivos destes receptores são úteis para
entendimento do seu funcionamento, além de serem possíveis novos alvos terapêuticos para o
tratamento da esquizofrenia.
Apesar de seus benefícios com relação aos APG, os antipsicóticos atípicos vêm sendo
amplamente associados ao aumento do risco cardiovascular em virtude de diversas alterações
metabólicas. (LEITÃO-AZEVEDO, 2007) Essas alterações metabólicas aumentam
significativamente o risco de morte por doença cardiovascular, que já é a principal causa de
mortalidade dos pacientes com esquizofrenia. (COLTON, 2006)
-1
-2
Sabe-se que o ganho de peso pode levar à obesidade, a obesidade pode levar à
resistência insulínica e ao diabetes mellitus, e estes podem ser fatores de risco para diversas
doenças cardíacas. Desta forma, apenas o aumento de peso ocasionado pelo uso dos
antipsicóticos já leva a um aumento do risco cardiovascular. Entretanto, estes fármacos estão
relacionados a outros mecanismos, ainda não completamente conhecidos, que levam a
dislipidemias, resistência à insulina e consequentes complicações cardiometabólicas. Os ASG
também têm sido associados com outras complicações agudas raras, porém perigosas, da
diabetes tipo II, como cetoacidose diabética (DKA) e síndrome hiperosmolar (HHS) (STAHL,
2010)
55
Bloqueio de
receptores H1 e
5HT2C
Aumento de apetite
Receptor
desconhecido
Obesidade
Hipertrigliceridemia Bloqueio de
receptores M3 pós
Resistência à insulina sinápticos na célula
beta
Hiperinsulinemia
Pré-diabete
Diabete
Eventos cardiovasculares
Mortalidade prematura
anos
Recentemente, a Food and Drug Administration (FDA), determinou que a bula dos
ASG nos Estados Unidos deve conter um alerta referente ao risco de desenvolvimento de
distúrbios do metabolismo da glicose (TEIXEIRA, 2006). Sendo assim, é fundamental que o
psicofarmacologista acompanhe o paciente e realize um monitoramento adequado, visando
controlar os riscos cardiometabólicos da droga. É fundamental que o peso do paciente e/ou
seu índice de massa corpórea sejam monitorados, bem como os níveis de triglicérides,
glicemia de jejum e pressão arterial. A avaliação destes parâmetros antes e depois do início do
tratamento antipsicótico permite verificar se o fármaco está ocasionando ganho de peso,
dislipidemias e resistência à insulina. Na vigência de ganho de peso e/ou alterações
glicêmicas/metabólicas, o psicofarmacologista deve verificar a possibilidade de troca para um
antipsicótico com menor risco cardiometabólico ou manutenção da medicação vigente,
levando em consideração a fase de tratamento da doença e a eficácia obtida em relação aos
efeitos colaterais indesejáveis. (ELKIS, 2008; STAHL, 2010)
Muitos fármacos vêm sendo associados com sedação, explicada por vários
mecanismos possíveis, pois dopamina, acetilcolina, histamina e noradrenalina estão
envolvidas em vias de ativação. A sedação e sonolência é o efeito colateral mais
frequentemente relatado para vários antipsicóticos. Entretanto, em alguns casos, como no
início do tratamento, onde os pacientes se demonstram agressivos e agitados, este pode ser um
efeito desejado. Nestas situações, a utilização de um antipsicótico que induza a sedação pode
evitar a necessidade de um benzodiazepínico. (STAHL, 2010)
Evidências farmacológicas sugerem que os fármacos com bons desfechos clínicos são
aqueles que apresentam uma ocupação adequada dos receptores D2, 5HT2A e 5HT1A,
conforme já exposto. Se esta ação ótima for combinada também com o bloqueio adequado de
outros receptores, como muscarínicos, histamínicos e adrenérgicos, de forma a evitar efeitos
colaterais, acredita-se que possam ser alcançados desfechos clínicos ainda melhores.
(STAHL, 2010)
Eficácia
Sintomas positivos ++ ++++ +++ ++ +++ +++ +++
Sintomas negativos + ++ + + + + +
Efeitos adversos
SEP 0 + +* + +++* +* ++++
Hiperprolactinemia + + + + +++ + ++++
Discinesia ? + ? ? + ? ++++
Sonolência + ++++ ++ +++ + + +++
Ganho de peso 0 +++ +++ ++ + 0 0
Dislipidemia + ++++ ++++ ++ ++ + +
DM II + ++ ++ + + + +
Hipotensão ortostática + +++ ++ ++ +++ + +
Repolarização cardíaca 0 0 0 0 0 + 0
Anticolinérgicos 0 +++ + 0 0 0 0
Disfunção sexual 0 +++ +++ ++ + 0 0
+ + + + = muito alto; + + + = alto; + + = moderado; + = baixo; 0 = desprezível; ? = pouco definido; *
= dose relacionado
Fonte: Adaptado de GARDNER, 2005; SHIRAKAWA, 2012
5.2.3 Clozapina
Já está bem estabelecido que 70% dos pacientes com esquizofrenia respondem a
antipsicóticos convencionais, sendo os 30% restantes considerados refratários. Esses pacientes
devem ser obrigatoriamente tratados com antipsicóticos de segunda geração e/ou Clozapina.
(ELKIS, 2008)
Este fármaco também vem sendo amplamente relacionado com uma melhora da
cognição dos pacientes esquizofrênicos. Em alguns casos raros, os pacientes podem
apresentar um retorno a um nível praticamente normal de funcionamento cognitivo,
interpessoal e vocacional (STAHL, 2010). Johann e Vaz (2006) avaliaram aspectos cognitivos
de pacientes tratados com Clozapina e Haloperidol e concluíram que os pacientes medicados
com Clozapina apresentam indicativos de capacidade de produção e adaptação à tarefa,
controle pelo uso da inteligência sobre impulsos e instintos, capacidade para suportar
frustração e funcionamento do raciocínio lógico em melhores condições do que os pacientes
medicados com Haloperidol.
A Clozapina é a única droga aprovada pelo FDA para prevenir suicídio em pacientes
esquizofrênicos, mas os critérios para esse fim são incertos. A utilização de psicofármacos
como prováveis agentes moduladores do comportamento suicida é um tema que vem
ganhando destaque e controvérsias. Recentemente, ressaltou-se a possibilidade de diversos
psicofármacos, como os antidepressivos, poderem desencadear ideações suicidas,
principalmente em crianças e jovens. Por outro lado, a Clozapina vem recebendo destaque por
60
sua ação antissuicida. O fármaco pode ser particularmente útil para acalmar a violência e
agressividade em casos difíceis (ROCHA, 2010; STAHL, 2010).
O exato mecanismo que a Clozapina leva a estas alterações ainda é desconhecido. Tem
sido postulado que a Clozapina seja metabolizada pelo íon nitrenium, e que a ligação deste
íon aos neutrófilos possa causar agranulocitose. Também acredita-se que haja envolvimento
de anticorpos anti-neutrófilos na mediação da agranulocitose (RAJAGOPAL, 2005).
diminuição de 50% dos níveis basais, quando comparados ao hemograma inicial, ou uma
contagem do número total de leucócitos abaixo de 3.000/mm³ e número de neutrófilos abaixo
de 1.500/mm³, o tratamento com a Clozapina deverá ser interrompido (OLIVEIRA, 2000).
Posteriormente, deve-se monitorar parâmetros hematológicos e sinais de infecção
diariamente, e considerar aspiração de medula óssea e isolamento protetor se a granulopoiese
estiver deficiente. A agranulocitose induzida pela Clozapina é geralmente reversível se o
tratamento for imediatamente descontinuado (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION,
2006).
Não se recomenda que estes pacientes voltem a fazer uso da Clozapina, apenas em
casos excepcionais, como, por exemplo, um risco elevado de recaída com quadro grave de
esquizofrenia. Nestes casos, pode-se considerar a reintrodução da Clozapina, desde que os
parâmetros hematológicos estejam normalizados e que haja um rigoroso acompanhamento. O
medicamento Filgrastim pode ser útil no tratamento da agranulocitose induzida pela
Clozapina (CORDIOLI, 2003).
O fármaco também pode ser muito sedativo e gerar hipersalivação em cerca de 30%
dos pacientes e, com pouca frequência, pode gerar síndrome neuroléptica maligna
(OLIVEIRA, 2000).
Apesar de seus benefícios, devido a estes riscos, a Clozapina não é considerada como
primeira linha no tratamento da esquizofrenia, tendo seu uso limitado aos casos de
esquizofrenia refratária, sintomas extrapiramidais de difícil controle, e pacientes com alta
tendência suicida.
62
5.5 ELETROCONVULSOTERAPIA
Sabe-se que a clozapina, dentre outros antipsicóticos, possuem alta afinidade pelo
receptor D4, o que estimula a busca por moléculas que também atuem nesse receptor e
apresentem atividade antipsicótica. Além disto, estudos demonstraram que pacientes
esquizofrênicos apresentam um aumento dos receptores D4 em tecidos cerebrais. Alguns
protótipos antagonistas de D4 vêm sendo avaliados, como o Sonepiprazol (U-101387 ou
PNU-101387G), que apresentou atividade antipsicótica nos modelos in vivo de avaliação e,
atualmente, está na fase II clínica. Entretanto, os protótipos L-745,870, NGD-94-1 e RP62203
não apresentaram efeitos antipsicóticos em estudos pré-clínicos, o que leva a dúvidas quanto
ao papel dos receptores D4, bem como da eficácia de antagonistas D4 puros, apesar de ser uma
classe de fármacos que pode servir de modelo para o desenvolvimento de novos princípios
ativos (MIYAMOTO et. al, 2005).
adrenérgicos. Recomenda-se uma dose inicial de 40 mg, uma vez por dia, que deve ser
administrada com comida para aumentar a disponibilidade no plasma. Como sua
metabolização ocorre no fígado pelo citocromo P450 (CYP 3ª4), deve-se tomar cuidado com
administração concomitante de medicamentos indutores ou inibidores enzimáticos, como
Rifampicina e Cetoconazol, respectivamente (WAKNINE, 2010; TARAZI e RIVA, 2013).
Estudos na área da genética vêm sendo desenvolvidos visando elucidar genes que
possam estar envolvidos na pré-disposição do desencadeamento da esquizofrenia. Sabe-se que
alguns loci genéticos parecem conferir maior suscetibilidade estão distribuídos por diversos
cromossomos, como 1q21-22, 6p25, 8p21, 10p14, 13q32, 18p11 e 22q11-13. Pesquisadores
acreditam que o esclarecimento da base genética da esquizofrenia pode auxiliar na terapêutica
da doença, através do aumento da lista de medicamentos potenciais com similaridade a
proteínas humanas, da contribuição para a escolha dos fármacos a serem utilizados com base
nas características e propensões de cada paciente e da possibilidade de desenvolvimento de
estratégias para impedir o estabelecimento da esquizofrenia. No entanto, uma das dificuldades
para o avanço dos estudos genéticos se deve a grande variedade de backgrounds genéticos,
decorrente da diversidade étnica e polimórfica (OJOPI et. al, 2004).
69
6 ATENÇÃO FARMACÊUTICA
Atenção farmacêutica é um
“conceito de prática profissional no qual o paciente é o principal beneficiário das
ações do farmacêutico. A atenção é o compêndio das atitudes, dos
comportamentos, dos compromissos, das inquietudes, dos valores éticos, das
funções, dos conhecimentos, das responsabilidades e das habilidades do
farmacêutico na prestação da farmacoterapia, com objetivo de alcançar resultados
terapêuticos definidos na saúde e na qualidade de vida do paciente” (RDC n°357/01;
OPAS OMS).
Segundo Faus Dader e Martinez-Romero (1999) autores do método Dáder de
seguimento farmacoterapêutico, o objetivo final da atenção farmacêutica é prevenir a
morbimortalidade relacionada aos medicamentos. Esta necessidade social é atendida na
medida em que o farmacêutico atende individualmente às necessidades de cada um dos
pacientes.
Muitas vezes o que se observa é a falha na farmacoterapia decorrente do uso incorreto
ou inapropriado dos medicamentos, resultando no comprometimento da saúde do paciente ao
invés da promoção da cura ou do controle da doença (HERNANDEZ et al, 2007). Isto
justifica a aplicação de um seguimento farmacoterapêutico a fim de prevenir falhas e otimizar
a utilização dos medicamentos.
De todos os profissionais da saúde o mais adequado para realizar o controle da
farmacoterapia é o farmacêutico (DADER, ROMERO, 1999) por dois motivos: (1) devido a
sua formação que o torna especialista em medicamentos e (2) é um profissional de fácil
acessibilidade para os pacientes ambulatoriais (HEPLER, STRAND, 1999).
Segundo a compreensão de Hernandez e colaboradores (2007), acompanhamento
farmacoterapêutico é:
Oferta do Serviço: consiste em explicar ao doente, quais cuidados de saúde lhe serão
prestados. As explicações com relação ao que são, quais os objetivos destes cuidados e quais
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suas principais características deverão ser feitas de maneira clara e concisa, permitindo que o
paciente tome, por si, a decisão de aceitar ou não o serviço de assistência que lhe está sendo
oferecido.
Um ponto indispensável de ser frisado são os benefícios que este serviço assistencial
oferece ao paciente, os quais incluem a minimização dos eventos adversos, redução das
interações medicamentosas, melhor resposta medicamentosa e integração entre as atividades
dos diversos profissionais da área da saúde, em prol do bem comum compreendido pela tríade
segurança, eficácia e qualidade, em que o farmacêutico jamais substituirá nenhum outro
profissional, apenas será o ponto de ligação entre eles.
Nesse momento é importante, também, orientar os familiares, com relação ao processo
de atenção farmacêutica, visando a integralidade da assistência por meio do desenvolvimento
de um trabalho conjunto, dividindo as responsabilidades no cuidado, paciente-
família/cuidador (Foppa et al, 2008), de forma a estabelecer confiança para que possam apoiar
e auxiliar o paciente em sua participação e continuação no acompanhamento.
Fase de Estudo: nesta fase é feito um levantamento, com o maior rigor possível e nas
fontes mais relevantes, sobre a fisiopatologia e a farmacoterapia com foco na situação clínica
do doente, com o objetivo de encontrar a melhor evidência científica para os problemas de
saúde relatados pelo doente. É feita exclusivamente pelo farmacêutico. Nessa fase, avalia-se
73
Fase de avaliação: nesta fase são identificados, com base no cruzamento das
informações, os RNMs detectados até esse ponto. Segundo a Terceira Edição do Manual de
Seguimento Farmacoterapêutico – Método Dáder, resultados negativos associados à
medicação são problemas de saúde, ou ainda, alterações não desejadas no estado de saúde do
doente, atribuíveis ao uso (ou desuso) dos medicamentos. Para medi-los utiliza-se uma
variável clínica (sintoma, sinal, evento clínico, medição metabólica ou fisiológica, morte), que
não atinge os objetivos terapêuticos estabelecidos para o doente (Figura 6).
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* Sintomas
* Sinais
* Eventos Clínicos
* Medições fisiológicas
ou metabólicas
* Morte
Esquizofrenia, que preconiza a avaliação das metas e estratégias de acordo com a severidade e
a fase da doença. Essas estratégias devem ser tomadas a fim de garantir a qualidade de vida
do paciente e a eficácia e segurança dos medicamentos utilizados (FALKAI et al, 2006).
Todo este processo só terá fim, caso uma das partes (doente ou farmacêutico) decida
por interrompê-lo.
80
7 DISCUSSÃO
Faz-se necessário então, maior dedicação do profissional com relação a esse ramo de
saúde tão promissor e beneficente ao paciente, conscientização da sociedade e divulgação do
serviço.
O acompanhamento farmacoterapêutico realizado por profissional farmacêutico
capacitado e engajado é fundamental para que a família do paciente esquizofrênico
compreenda a patologia, suas limitações e a importância da adesão e utilização adequada das
terapias, aumentando assim as chances de sucesso terapêutico, melhora da qualidade de vida,
e possibilidade de reintrodução do paciente no convívio social.
84
8 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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