Você está na página 1de 56

ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA

DE VITÓRIA - EMESCAM

JAQUELINE DA SILVA SOBRINHO ROSA

NILCEIA MARIA BUENO PASSOS

RHANNA MACHADO STEFANON

ATENÇÃO FARMACÊUTICA AOS PACIENTES HIPERTENSOS:


REVISÃO DE LITERATURA

Vitória

2016
JAQUELINE DA SILVA SOBRINHO ROSA

NILCEIA MARIA BUENO PASSOS

RHANNA MACHADO STEFANON

ATENÇÃO FARMACÊUTICA AOS PACIENTES HIPERTENSOS:


REVISÃO DE LITERATURA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Escola Superior de Ciências da Santa Casa de
Misericórdia de Vitória – EMESCAM, como requisito
parcial para obtenção do grau de bacharel em
Farmácia.
Orientadora: Prof.ªM.s Patrícia de Oliveira França.

Vitória

2016
JAQUELINE DA SILVA SOBRINHO ROSA

NILCEIA MARIA BUENO PASSOS

RHANNA MACHADO STEFANON

ATENÇÃO FARMACÊUTICA AOS PACIENTES HIPERTENSOS:


REVISÃO DE LITERATURA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola Superior de Ciências da


Santa Casa de Misericórdia de Vitória – EMESCAM, como requisito parcial para
obtenção do grau de bacharel em Farmácia.

Aprovado em _____ de ______________ de _______

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________
Prof.ª Orientadora Patrícia de Oliveira França
Escola Superior de Ciências da Santa Casa de
Misericórdia de Vitória – EMESCAM

_____________________________________
Prof. Waltencyr Leonel
Escola Superior de Ciências da Santa Casa de
Misericórdia de Vitória – EMESCAM

_____________________________________
Prof. Djalma de Moraes Bermond II
Escola Superior de Ciências da Santa Casa de
Misericórdia de Vitória – EMESCAM
Agradecimentos
Jaqueline da Silva Sobrinho Rosa

Em toda a minha vida eu tive uma pessoa muito


importante para mim e que sempre me deu apoio, eu
dedico a minha mãe a está vitória na minha vida já que
ela não está aqui comigo para ver com os seus próprios
olhos a vitória que ela tão almejava para mim, e ao meu
marido Josemir, meu filho Luiz Henrique e meus demais
familiares.

Nilceia Maria Bueno Passos

Em primeiro lugar a Deus que me fez chegar até aqui. Ao


meu esposo e amigo que esteve ao meu lado durante todos
esses anos, a minha filha Yasmim que por amor a ela eu
entrei na faculdade, aos meus pais que sempre mim
ajudaram e nunca duvidaram da minha capacidade, aos
meus irmãos e irmãs, sobrinhas que sempre estavam junto
de mim na hora dos trabalhos.

Rhanna Machado Stefanon

Agradeço em primeiro lugar a Deus que iluminou meu


caminho durante essa trajetória. Aos meus pais que
sempre estão ao meu lado e me ajudaram a conquistar
esse sonho. Ao meu esposo que sempre me incentivou
e que eu nunca desistisse desse sonho, acreditando em
mim.

Agradecemos a nossa professora e orientadora


Patrícia, pelo suporte no pouco tempo que lhe coube,
pelas suas correções e incentivos.
Epígrafe

“Apesar dos nossos defeitos, precisamos enxergar que somos pérolas únicas no
teatro da vida e entender que não existem pessoas de sucesso ou pessoas
fracassadas. O que existe são pessoas que lutam pelos seus sonhos ou desistem
deles.”

Augusto Cury
RESUMO

O maior domínio de doenças crônicas entre os idosos, como a hipertensão arterial


constante, implica no crescimento do consumo de medicamentos. Em conseqüência,
ocorre o aumento na incidência dos problemas relacionados aos medicamentos
(PRM), deixando essa população vulnerável aos vários problemas de saúde.
Fundamentados na literatura, destaca-se a abordagem multiprofissional (médico,
enfermeiro e farmacêutico) nas atividades ligadas diretamente à medicação para
idosos com hipertensão arterial sistêmica. Para proporcionar ao idoso a
conscientização quanto aos seus cuidados com a saúde, reduzir os PRM e obter a
adesão satisfatória. O objetivo deste estudo foi o de realizar uma revisão bibliográfica
sobre a utilização por idosos hipertensos de medicamentos diferentes
concomitantemente em tratamento prolongado (mais de três meses) dando ênfase
nas reações adversas e nas interações medicamentosas. A vulnerabilidade dos
idosos aos problemas decorrentes do uso de medicamentos é bastante alta, o que se
deve a complexidade dos problemas clínicos, à necessidade de múltiplos agentes
terapêuticos e às alterações farmacocinéticas e farmacodinâmicas inerentes ao
envelhecimento. O estudo da área farmacêutica é uma nova prática profissional
baseada em ações pró-ativas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde
(OMS), Associações Médicas Internacionais e pelo Conselho Nacional de Saúde do
Brasil. Sua implementação entre as práticas de atenção à saúde pode contribuir para
a resolução de problemas de saúde pública. Os primeiros estudos realizados, para
avaliar a efetividade dessa intervenção no tratamento de pacientes hipertensos não-
controlados, demonstram sua probabilidade e potencial contribuição para o controle
da hipertensão arterial.

Palavras-chave: Polimedicação; Idoso hipertenso; Interação de medicamentos.


ABSTRACT

The biggest area of chronic diseases among the elderly, as the constant high blood
pressure, results in an increase in the consumption of drugs. As a result, there is an
increase in the incidence of drugs to related problems (DRP), leaving it vulnerable to
various health problems. Based on the literature, there is the multidisciplinary team
approach (physicians, nurses and pharmacists) to activities directly related to
medication for elderly people with hypertension. To provide the elderly awareness
about their health care, to reduce DRP and achieve satisfactory adherence. The main
subject of this study was through a literature review select the issues related to the
usage of different drugs in prolonged treatment ( over three months) by elderly patients
with hypertension emphasing the adverse reactions and drug interactions. The
vulnerability of the elderly to the problems arising from the use of drugs is very high,
which is due to the complexity of medical problems, the need for multiple therapeutic
agents and the pharmacokinetic and pharmacodynamic changes inherent to aging.
Studying the pharmaceutical area is a new professional practice based on proactive
actions recommended by the World Health Organization (WHO) International Medical
Associations and the National Health Council of Brazil. Its implementation among
health care practices can contribute to solving public health problems. The first studies
to evaluate the effectiveness of this intervention in the treatment of uncontrolled
hypertensive patients, demonstrate their likelihood and potential contribution to the
control of hypertension.

Descriptors: Polypharmacy; Hypertensive elderly; Interaction of drugs.


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACC- Antagonistas dos Canais de Cálcio


aa- partes iguais
ANVISA- Agência Nacional de Vigilância Sanitária
AVE- Acidente Vascular Encefálico
CEP- Comitê de Ética em Pesquisa CNS: Conselho Nacional de Saúde
CNS- Conselho Nacional de Saúde
ECG - Eletrocardiograma
FC- Frequência Cardíaca
FCF- Faculdade de Ciências Farmacêuticas
HAS- Hipertensão Arterial Sistêmica
IECA- Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina
IM- Interações Medicamentosas
IMC- Índice Massa Corpórea
ISRS – Inibidores Seletivos de Receptação de Serotonina
OMS- Organização Mundial da Saúde
PA- Pressão Arterial
PA- princípio ativo
POP- procedimento operacional padrão.
PSF- Programa Saúde da Família
RAM - Reações Adversas a Medicamentos
RDC- Resolução da Diretoria Colegiada
RVP- Resistência Vascular Periférica
SR (Sustained Release - Liberação Sustentada)
TGI – Trato gastrintestinal
URM- Uso Racional de Medicamentos
Q.s.p. - quantidade suficiente para.
XR (extended Release - Liberação Estendida)
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 9

2 OBJETIVO GERAL ........................................................................................... 12

2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................... 12

3 METODOLOGIA ............................................................................................... 13

4 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................ 14

4.1 A POLÍTICA NACIONAL DE MEDICAMENTOS .............................................. 15

4.2 BASES LEGAIS E REGRAS BÁSICAS DA PRESCRIÇÃO ........................... 18

4.3 O ENVELHECIMENTO POPULACIONAL E A MEDICALIZAÇÃO ................. 20

4.3.1Tratamento e Controle da Hipertensão Arterial em Idosos


............................................................................................................................... 21

4.4 POLIFARMÁCIA NA HIPERTENSÃO ARTERIAL EM IDOSOS ..................... 28

4.5 EFEITOS DA POLIFARMÁCIA NA HIPERTENSÃO EM IDOSOS ................. 32

4.6 FATORES PSICOMOTORES E SOCIAIS DO PACIENTE HIPERTENSO IDOSO


............................................................................................................................... 32

4.7 REAÇÕES ADVERSAS AO MEDICAMENTO E INEFICÁCIA TERAPÊUTICA


ANTI-HIPERTENSIVA NO IDOSO ........................................................................ 33

4.8 INTOXICAÇÕES MEDICAMENTOSAS NO PACIENTE HIPERTENSO IDOSO


............................................................................................................................... 36

4.9 INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS DOS ANTI-HIPERTENSIVOS NO IDOSO


................................................................................................................................ 36

4.10 TRATAMENTO NÃO-MEDICAMENTOSO E ABORDAGEM


MULTIPROFISSIONAL ......................................................................................... 40

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 42

6 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 43
9

1 INTRODUÇÃO

No Brasil, aproximadamente 65% dos idosos são portadores de hipertensão


arterial sistêmica, sendo que entre as mulheres com mais de 65 anos, a
prevalência pode chegar a 80%. Considerando que em 2025 haverá mais de 35
milhões de idosos no país, o número de portadores de hipertensão arterial tem
uma tendência ao crescimento. Em alguns países desenvolvidos as doenças
cardiovasculares são responsáveis pela metade das mortes, além disso, são as
principais causadoras de óbito na população brasileira há mais de 30 anos.
Dentre essas doenças, a hipertensão arterial é a mais comum em todo o mundo,
sendo responsável por altos índices de morbimortalidade, sobretudo entre os
idosos. Esses constituem, possivelmente, o grupo etário mais medicalizado na
sociedade (ROSENFELD, 2003).

Os avanços nas medidas terapêuticas propiciados pela medicina baseada em


evidências e epidemiologia, é algo que leva a uma melhor prática profissional
possibilitando, no caso da hipertensão, redução na incidência de desfechos
primordiais, tais como infarto do miocárdio e acidente vascular encefálico,
independentemente da disponibilidade de tratamentos medicamentosos e não
medicamentosos. Apresentados em numerosos consensos e guias de
tratamento, o controle populacional da hipertensão encontra-se longe do ideal.

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial


caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA),
associada repetidamente a sinais e sintomas de alterações funcionais ou
estruturais dos órgãos-alvo do organismo dentre eles o coração, encéfalo, rins e
vasos sanguíneos, acarretando assim, alterações metabólicas e funcionais com
consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares considerados fatais
e não fatais (MALTA, 2009).

Considera-se hipertensão pressão arterial sistólica maior ou igual a 140 mmHg,


e uma pressão arterial diastólica maior ou igual a 90 mmHg, em indivíduos que
não fazem o uso de medicamentos anti-hipertensivo. A hipertensão arterial
atinge adultos cada vez mais jovens, sendo que aproximadamente um quarto da
10

população adulta mundial é hipertensa, podendo chegar a 1,56 bilhões de


pessoas até 2025. No Brasil estima-se que existem cerca de 17 milhões de
portadores de hipertensão arterial, sendo que 35% possuem idade igual ou
superior a 40 anos (KEARNEY, 2005).

A doença também é considerada um fator de risco para o desenvolvimento da


doença coronariana que pode acelerar o processo de aterosclerose, um
determinante para o surgimento prematuro de morbidade e mortalidade
cardiovascular associado à doença coronária, insuficiência cardíaca congestiva,
acidente vascular encefálico e doença renal terminal. A regulação da pressão
arterial é uma das funções fisiológicas mais complexas do organismo,
dependendo das ações integradas dos sistemas cardiovasculares, renal, neural
e endócrino. A HA parece ter causa multifatorial para a sua gênese e
manutenção. A investigação da sua fisiopatologia necessita de conhecimentos
dos mecanismos normais de controle da PA para procurar então, evidências de
anormalidades que precedem a elevação da PA para níveis considerados
patológicos (SANJULIANI, 2011).

Profissionais da saúde exercem suas funções junto aos cuidados direcionados


ao paciente, que possui sua pressão arterial alterada, realizando o que se
denomina aferição da pressão arterial, que sendo monitorada adequadamente
e controlada com medicamentos anti-hipertensivos poderá colaborar com a
longevidade de saúde do indivíduo.

A atenção farmacêutica é uma prática exercida pelo farmacêutico nas estâncias


de sua atividade profissional, principalmente junto a farmácia. No exercício
profissional farmacêutico dentro do espaço da farmácia, o farmacêutico
desempenha a atenção voltada para a população alvo, dentre elas o paciente
idoso. Ele, normalmente, possui doenças denominadas crônicas e faz uso
contínuo de medicamentos para minimizar os males acometidos, normalmente
pelo avanço da idade, como a hipertensão arterial (CIPOLLE, 2000).
11

O controle e a facilitação de acesso do idoso aos medicamentos para a


hipertensão são considerados procedimentos farmacêuticos que ampliam a
saúde do idoso e colaboram com a equipe de saúde para o melhor desempenho
das funções multiprofissionais.

Para esta finalidade, os profissionais de saúde em suas respectivas áreas de


atuação praticam procedimentos que auxiliam uns aos outros de forma mútua
denominado de atuação multiprofissional que tem como retorno, o
desenvolvimento de políticas públicas para a comunidade (CIPOLLE, 2000).

Entende-se que a atenção farmacêutica vai além dos conceitos, pois, é uma
relação feita em acordo, entre o paciente, o farmacêutico e os procedimentos
de outros profissionais de saúde, no qual, esse profissional farmacêutico irá
realizar também as funções de controle do uso destes medicamentos, com
competência e habilidade para desenvolver com o paciente orientação
apropriada para a promoção, prevenção e recuperação de sua saúde (Lei nº
8.080 de 19 de setembro de 1990 do Sistema Único de Saúde SUS).

Visto que a Atenção Farmacêutica consiste em um conjunto de práticas


realizadas pelo farmacêutico, visando à orientação do paciente quanto ao uso
correto de medicamentos. O presente trabalho de pesquisa objetivou buscar
informações científicas que reforcem a prática farmacêutica direcionada à
Atenção Farmacêutica no paciente hipertenso.
12

2 OBJETIVO GERAL

Mostrar a importância da atenção farmacêutica junto aos pacientes idosos e


hipertensos, utilizando como aporte uma revisão bibliográfica, voltada para o
uso de polimedicação.

2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Enumerar os pontos relevantes da atenção farmacêutica voltada para o uso de


medicamentos na hipertensão arterial;

Evidenciar as principais atividades do farmacêutico na atenção farmacêutica na


área de hipertensão;

Analisar e selecionar os estudos que descrevam intervenções isoladas ou


associadas e que sejam efetivas em melhorar o uso apropriado de
medicamentos.
13

3 METODOLOGIA

Foi realizada uma revisão sistemática da literatura, de caráter exploratório, e de


aspecto qualitativo, relacionada à Atenção Farmacêutica direcionada a
pacientes idosos hipertensos. A coleta de dados foi realizada através da
consulta a livros e periódicos. A busca na base de dados Scielo, BVS, foi
realizada utilizando as seguintes palavras chaves: Polimedicação; Idoso
hipertenso; Interação de medicamentos. Como critério de inclusão e seleção
dos artigos considerou-se, a partir dessas palavras chaves descritas, a
abordagem terapêutica do emprego de anti-hipertensivos em idosos, estudos
que relatam a assistência farmacêutica a estes pacientes e aqueles
relacionados ao idoso hipertenso em geral, publicados após o ano 2000.
14

4 REFERENCIAL TEÓRICO

A atenção farmacêutica consiste em um conjunto de práticas realizadas pelo


farmacêutico, visando à orientação do paciente quanto ao uso correto de
medicamentos. Essa prática é considerada pela Organização Mundial da Saúde
(OMS) como um serviço indispensável na relação paciente medicamento (WHO,
2000). Sem ela, inclusive, o processo de cura ou manutenção da saúde pode
ser comprometido, com o agravamento do quadro, gerando transtornos para o
paciente, podendo levar até mesmo ao óbito. Assim sendo, o usuário do
medicamento deve ser o objeto de todos os esforços do farmacêutico (ZUBIOLI,
1999).

Na equipe multiprofissional de saúde, o farmacêutico é o profissional mais


habilitado para realizar o acompanhamento farmacoterapêutico, devido à sua
formação específica em medicamentos e motivação para que seu trabalho
assistencial seja reconhecido (MACHUCA et al., 2003). Ao prestar Atenção
Farmacêutica o profissional se responsabiliza por garantir que o paciente possa
cumprir os esquemas farmacoterapêuticos e seguir o plano assistencial, de
forma a alcançar resultados positivos (LEE; RAY, 1993). Nas publicações de
Ciências Farmacêuticas, a primeira definição de atenção farmacêutica apareceu
em 1980 em um artigo publicado por Brodieet.

A Assistência Farmacêutica é um componente da atenção à saúde, que tem


como objetivo garantir, manter e recuperar o bem-estar físico, mental e social
dos indivíduos que estão inseridos na sociedade. Contudo, ela proporciona a
prevenção da recorrência das doenças, tendo uma atenção especial em relação
ao uso racional de medicamentos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).
Compreende-se por assistência farmacêutica, o conjunto de ações e serviços
com vistas a assegurar a assistência terapêutica integral, a promoção e
recuperação de saúde, nos estabelecimentos públicos e privados que
desempenham atividades de projeto, pesquisa, manipulação, produção,
conservação, dispensação, distribuição, garantia e controle de qualidade,
vigilância sanitária e epidemiológica de medicamentos e produtos farmacêuticos
(ZUBIOLI, 1997).
15

De acordo com Alves e Ribeiro (2013), a Assistência Farmacêutica é uma


atividade essencial no atendimento as necessidades dos pacientes dos serviços
de saúde, ela envolve uma série de atividades interligadas como uma produção,
seleção, programação, aquisição, armazenagem, distribuição e liberação dos
medicamentos. Dessa forma Araújo et al. (2008) cita que em relação às
atividades que estão inseridas na Assistência Farmacêutica, a Organização
Mundial da Saúde (OMS) estabelece que o farmacêutico é o melhor profissional
para realizá-las, principalmente aquelas destinadas a promoção do uso racional
de medicamentos.

4.1 A POLÍTICA NACIONAL DE MEDICAMENTOS E O PAPEL DO


FARMACÊUTICO

O domínio da área farmacêutica no Brasil tem passado por importantes


transformações, principalmente nos últimos anos, destacando-se entre elas, a
aprovação da Política Nacional de Medicamentos (PNM) (BRASIL, 1998), a
promulgação da Lei de Genéricos (BRASIL, 1999) e mais recentemente a
aprovação da Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF) (BRASIL,
2004), entre outras (BRASIL, 2005).

A Política Nacional de Medicamentos, como parte essencial da Política Nacional


de Saúde, baseada nos princípios e diretrizes do SUS, constitui um dos
elementos fundamentais para a efetiva implementação de ações capazes de
promover a melhoria das condições de assistência à saúde da população. O seu
propósito principal é o de garantir a necessária segurança, a promoção do uso
racional e o acesso da população àqueles considerados essenciais (BRASIL,
2001).

Uma das diretrizes para assegurar o disposto acima, foi a adoção da Relação
de Medicamentos Essenciais (RENAME) (BRASIL, 2002). Integram o elenco
dos medicamentos essenciais àqueles produtos considerados básicos e
indispensáveis para atender a maioria dos problemas de saúde da população.
Esses produtos devem estar continuamente disponíveis aos seguimentos da
sociedade que deles necessitem (BRASIL, 2001).
16

Outra importante diretriz implementada com a publicação da PNM, foi a


reorientação da Assistência Farmacêutica e sua adequação ao modelo
descentralizado de gestão em saúde, atualmente vigente no Brasil (MARIN,
2003), esta política estabeleceu, além das diretrizes básicas, as prioridades e
responsabilidades da Assistência Farmacêutica para os gestores federais,
estaduais e municipais do Sistema Único de Saúde (SUS) (BRASIL, 2001).

A reorientação da Assistência Farmacêutica, pautada no atendimento de


necessidades e prioridades locais, tem como objetivo o desenvolvimento de
atividades relacionadas à promoção do acesso da população aos medicamentos
essenciais e não deve se restringir à aquisição e à distribuição de medicamentos
(BRASIL, 2000, 2001). Ela deve ser considerada como uma das atividades
prioritárias da assistência à saúde, em face da sua transversalidade com as
demais ações e programas de saúde. A assistência farmacêutica no SUS
engloba, portanto, as etapas de seleção, programação, aquisição,
armazenamento, distribuição e dispensação, o que deverá favorecer a
permanente disponibilidade dos produtos segundo as reais necessidades de
cada população, tendo como base as doenças prevalentes (BRASIL, 2000).

Dentro deste novo contexto da prática farmacêutica, no qual a preocupação com


o bem estar do paciente passa a ser a viga mestra das ações, o farmacêutico
assume papel fundamental, somando seus esforços aos dos outros profissionais
de saúde e aos da comunidade para a promoção da saúde. A atuação do
farmacêutico enquanto cidadão e profissional da saúde pode, didaticamente,
dividir-se em:

1. Ações para diagnóstico da racionalidade na utilização de medicamentos. São


os estudos de utilização de medicamentos. A fim de viabilizá-los em grande
escala, é urgente a construção de bancos de dados que permitam conhecer os
medicamentos que estão sendo utilizados na atenção básica. Sem esse
conhecimento, fica difícil planejar ações mais globais no que diz respeito aos
medicamentos. Mas mesmo em escala menor, é possível fazer a diferença. Por
exemplo, um farmacêutico de um pequeno hospital em algum lugar na selva da
América do Sul estudou os hábitos de utilização de medicamentos de um
punhado de médicos utilizando não mais que uma calculadora de bolso, uma
17

máquina de escrever velha e uma boa dose de bom senso, ajudando-os a se


ajudarem a prescrever melhor. Bom senso, paciência e entusiasmo são os
únicos elementos realmente indispensáveis no estudo de utilização de
medicamentos (MENDES, 2008).

2. Ações para "tratar" os problemas encontrados. O farmacêutico como


profissional da saúde:

a. Esforços para que o conceito de medicamentos essenciais seja respeitado


nas decisões dos comitês que elaboram as listas padronizadas de
medicamentos federal, estadual e municipal; isto naturalmente conflita com os
interesses da indústria farmacêutica mundial que, em 2005, movimentou 541,2
bilhões de dólares; não é de admirar, portanto, que as mais agressivas
estratégias de marketing sejam mobilizadas para garantir a expansão desta
atividade tão lucrativa (MENDES, 2008);

b. Atuar como membro da equipe multiprofissional das comissões hospitalares


como Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, Comissão de Farmácia e
Terapêutica, nestas atuando na seleção de medicamentos, elaborando guias
terapêuticos, fazendo farmacovigilância, isto é, monitorizando eventos adversos
por medicamentos como reações adversas, erros de medicação e inefetividade
terapêutica, além de assegurar que os medicamentos tenham qualidade; deve
ainda participar das comissões cujas atividades, de certa forma, podem fornecer
um diagnóstico de como os medicamentos foram utilizados: Comissões de
Revisão de Prontuários e de Revisão dos Óbitos (MENDES, 2008);

c. Inserir-se como especialista em informação sobre medicamentos, atuando


em Centros de Informação sobre Medicamentos (CIM), deve fornecer
informação imparcial, bem referenciada e criticamente avaliada sobre qualquer
aspecto da prática farmacêutica (MENDES, 2008);

d. Integrar a equipe multiprofissional de atenção à saúde como especialista em


medicamentos, discutindo alternativas terapêuticas, alertando para interações e
para reações adversas e trazendo informação sobre formas farmacêuticas,
apresentações comerciais, custos, contribuindo para a individualização da
terapêutica (MENDES, 2008);
18

e. Orientar o paciente quanto ao tratamento: a que horas e como tomar o


medicamento, horário da tomada do medicamento em relação ao horário das
refeições, tratamentos não medicamentosos, cuidados gerais; advertências
quanto à dose máxima diária, a possíveis interações com outros medicamentos,
com álcool, com alimentos, quanto ao risco de suspender o medicamento;
orientações sobre o efeito do medicamento: objetivo do uso, início do efeito, o
porquê da duração do tratamento; orientações sobre efeitos adversos: quais
esperar, quanto tempo duram, como controlá-los, o que fazer se ocorrerem
(MENDES, 2008);

f. Acompanhar os resultados do tratamento: as intervenções terapêuticas estão


sendo efetivas? Ocorreram reações adversas? Ocorreram erros de medicação?
Como está sendo a adesão ao tratamento? (MENDES, 2008).

Faz parte das atribuições do farmacêutico a promoção da saúde, principalmente


por meio da disposição de um serviço de farmácia com qualidade (e neste
aspecto incluem-se a orientação e o acompanhamento farmacêutico) e, da
educação em saúde, de fácil acesso à população (MENDES, 2008).

4.2 BASES LEGAIS E REGRAS BÁSICAS DA PRESCRIÇÃO

A prescrição é um documento legal pelo qual se responsabilizam aqueles que


prescrevem, onde dispensam e administram determinados medicamentos e
terapêuticas registradas. É importante que a prescrição seja clara, legível e em
linguagem compreensível. A prescrição deve ser escrita sem rasura, em letra
de forma, por extenso e legível, utilizando tinta e de acordo com nomenclatura e
sistema de pesos e medidas oficiais (VASCONCELLOS, 2003).

No âmbito do Sistema Único de Saúde, adota-se o nome genérico


correspondente à Denominação Comum Brasileira (DCB) e, em sua ausência, a
Denominação Comum Internacional (DCI). Nos serviços privados de saúde, a
prescrição pode ser feita utilizando o nome genérico ou o comercial. Nome e
quantidade total de cada medicamento (número de comprimidos, drágeas,
ampolas, envelopes), de acordo com dose e duração do tratamento. Via de
administração, intervalo entre as doses, dose máxima por dia e duração do
19

tratamento. Em certos casos pode ser necessário constar o método de


administração (ex. infusão contínua, injeção em bolo); cuidados a serem
observados na administração (ex. necessidade de injetar lentamente ou de
deglutir com líquido); horários de administração (nos casos de possível interação
alimentar ou farmacológica, visando maior comodidade, adesão ou melhora do
efeito terapêutico) ou cuidados de conservação (ex. manter o frasco em
geladeira). Não abreviar formas farmacêuticas (comprimido ou cápsula e não
comp. ou cap.), vias de administração (via oral ou via intravenosa e não VO ou
IV). O prescritor deve manifestar por escrito se não deseja permitir a
intercambialidade de sua prescrição, pelo genérico (LEITE, 2003).

São obrigatórios a assinatura e o carimbo do prescritor. Nome por extenso,


endereço e telefone do prescritor são desejáveis, de forma a possibilitar contato
em caso de dúvidas ou ocorrência de problemas relacionados ao uso de
medicamentos prescritos. A data da prescrição deve ser explicitada.Deve-se
usar o receituário específico para prescrição de fármacos, inclusive os que se
encontram sob controle da autoridade regulatória e que serão posteriormente
comentados. Não se deve realizar atos desnecessários ou proibidos pela
legislação do País. É proibido receitar ou atestar de forma secreta ou ilegível,
assinar em branco as folhas de receituários, laudos, atestados ou outros
documentos médicos. Alguns fármacos são controlados por autoridade
reguladora por meio de receituário específico para as suas prescrições. A
Portaria SVS/MS nº 344/1998 regulamenta as listas de substâncias de uso
controlado como os entorpecentes, psicotrópicos, imunossupressores,
antirretrovirais, talidomida entre outros. Estas substâncias compõem as listas
que devem ter a prescrição acompanhada de documento denominado
Notificação de Receita que autoriza a dispensação de entorpecentes e
psicotrópicos (NR A e B) ou Notificação de Receita Especial (retinoides e
imunossupressores), (ou que devem ser feitas por meio de receita de controle
especial, receita especial ou receita específica para a prescrição de talidomida.
A Notificação de Receita do tipo A é de cor amarela e usada para a prescrição
dos medicamentos presentes nas listas A1, A2 e A3, entorpecentes e
psicotrópicos. Ela é fornecida, de forma numerada e controlada, gratuitamente,
pela autoridade sanitária estadual ou pelo Distrito Federal, aos profissionais e
20

instituições cadastradas, em talonário de 20 folhas. Caso o prescritor decida


receitar acima da quantidade determinada pela legislação, ele deve preencher
justificativa com o diagnóstico da doença, posologia, data e assinatura e entregar
junto com a receita B ao paciente para que ele possa adquirir o medicamento na
farmácia ou drogaria (LEITE, 2003).

4.3 O ENVELHECIMENTO POPULACIONAL E A MEDICALIZAÇÃO

A abordagem tradicional, focada em uma queixa principal, no hábito médico de


reunir os sintomas e os sinais em um único diagnóstico, podem ser adequados
ao adulto jovem, mas não ao idoso. Em geral, as doenças desse grupo são
crônico-degenerativas e múltiplas, perduram por vários anos e exigem
acompanhamento médico constante e farmacoterapia contínua. Os idosos
brasileiros constituem 50% dos multiusuários de fármacos. Por essa razão, a
literatura aponta a relação entre o crescente uso de medicamentos e o
aparecimento de diversos problemas relacionados aos medicamentos (PRM). O
incremento das prescrições nessa faixa etária, seja pela presença de múltiplas
doenças, seja por despreparo do médico para instituir um esquema terapêutico
racional, pode levar a duas situações quase idiossincráticas: a polifarmácia e
doença causada por erros médicos. A polifarmácia está relacionada ao uso de
pelo menos um fármaco desnecessário, num rol de prescrições supostamente
necessárias e pode ocasionar: não adesão, reações adversas, erros de
medicação, aumento do risco de hospitalização e dos custos com a saúde. A
iatrogenia configura o efeito patogênico de um fármaco ou da interação de vários
fármacos. Por outro lado, os benefícios da farmacoterapia não estão distribuídos
homogeneamente entre as camadas sociais, pois o acesso aos medicamentos
segue desigualdades sociais e econômicas, sendo que, entre os idosos,
aumenta a fatia dos não assistidos (ROSENFELD, 2003).

De modo geral, a idade é um fator importante em fármaco epidemiologia do


envelhecimento. Idosos mais velhos têm maior probabilidade de usar
medicamentos e em maior quantidade quando comparados aos mais jovens e
isso parece independer do gênero. É possível que essa situação esteja
21

relacionada a maiores frequência e/ou gravidade das doenças, bem como à


maior utilização de serviços de saúde. Se considerada a razão entre uso e não
uso de medicamentos, o aumento na prevalência com a idade foi mais
acentuado entre os homens. Por outro lado, o aumento do número de
medicamentos usados com a idade foi mais expressivo entre as mulheres
(LOYOLA, 2005).

Em países desenvolvidos, poucos estudos evidenciaram associação entre


escolaridade e uso de determinadas classes terapêuticas entre idosos, alguns
estudos relataram maior uso de medicamentos prescritos entre idosos de melhor
nível socioeconômico. Embora a utilização da escolaridade como indicador de
nível socioeconômico deve ser cautelosa, tal achado pode sugerir desigualdades
no acesso e uso de medicamentos por idosos. Essa análise pode indicar,
também, que o consumo total aumentará conforme a escolaridade, essas
hipóteses requerem investigações adicionais, com amostras adequadas, visto
que os idosos tendem a envelhecer em situações econômicas menos favoráveis
(BERQUÓ, 1999).

4.3.1 Tratamento e controle da hipertensão arterial em idosos

No Brasil, a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) afeta mais de 30 milhões de


pessoas sendo 36% dos homens adultos e 30% das mulheres, e representa o
mais importante fator de risco para o desenvolvimento das doenças
cardiovasculares, com destaque para o acidente vascular cerebral e o infarto do
miocárdio, na qual são as duas maiores doenças isoladas de mortes no país.
Além da idade, uma série de fatores, como gênero e etnia, excesso de peso e
obesidade, ingestão de álcool e de sal, sedentarismo, e fatores
socioeconômicos e ambientais são importantes desencadeadores no
desenvolvimento da hipertensão (OLIVEIRA, 2010).

A pressão arterial é regulada dentro de uma faixa estreita para promover


perfusão adequada dos tecidos sem causar dano ao sistema vascular. Na tabela
1 temos a classificação da pressão arterial:
22

Tabela 1- Classificação da pressão arterial

Classificação Pressão Sistólica (mmHg) Pressão Diastólica (mmHg)

Ótima < 120 < 80

Normal <130 <85

Limítrofe 130 – 139 85 – 89

Hipertensão Estágio 1 140 – 159 90 – 99

Hipertensão Estágio 2 160 – 179 100 – 109

Hipertensão Estágio 3 ≥180 ≥110

Hipertensão Sistólica Isolada ≥140 <90

Fonte: VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (2010)

A pressão arterial é a pressão que o sangue exerce na parede das artérias. Ela
é medida em milímetros de mercúrio. A pressão arterial é transcrita com o valor
da pressão sistólica, seguido por uma barra e o valor da pressão diastólica. Com
o avanço da idade da população, a prevalência da HAS continuará a aumentar
até que se adotem estratégias preventivas efetivas. Dados do Framingham
Heart Study revelam que um indivíduo aos 55 anos, tem 90% de risco de
desenvolver um quadro hipertensivo até o final da vida (KANNEL, 2004).

Alguns parâmetros fisiopatológicos da doença estão, intimamente, relacionados


ao processo de envelhecimento, esse fenômeno promove alterações estruturais
e funcionais no sistema vascular. Contudo deve-se, principalmente, aos valores
da pressão arterial sistólica elevada e à redução da pressão arterial diastólica
(MENDES; BARATA, 2008).
23

A variedade no tratamento gera um problema habitual na aderência ao


tratamento anti-hipertensivo, na população idosa. Esse, provavelmente, é o
maior desafio enfrentado hoje para o controle adequado, em larga escala, da
hipertensão (MIRANDA et al., 2002).

O objetivo primordial do tratamento da hipertensão arterial é a redução da


morbidade e da mortalidade cardiovasculares. Assim, os anti-hipertensivos
devem não só reduzir a pressão arterial, mas também os eventos
cardiovasculares fatais e não fatais, e, se possível, a taxa de mortalidade. As
evidências provenientes de estudos de desfechos clinicamente relevantes, com
duração relativamente curta, de três a quatro anos, demonstram redução de
morbidade e mortalidade em estudos com diuréticos, betabloqueadores,
inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECA), bloqueadores do
receptor AT1 da angiotensina (BRA II) e com antagonistas dos canais de cálcio
(ACC), embora a maioria dos estudos utilize, no final, associação de anti-
hipertensivos. Este benefício é observado com a redução da pressão arterial
com base nos estudos disponíveis até o momento, parece independer da classe
de medicamentos utilizados. Metanálises recentes indicam que este benefício é
de menor monta com betabloqueadores, em especial com atenolol, quando em
comparação com os demais anti-hipertensivo (KANNEL, 1996).

Os aspectos importantes na escolha do anti-hipertensivo estão no quadro 1.


Deve-se explicar, detalhadamente, aos pacientes a ocorrência de possíveis
efeitos adversos, a possibilidade de eventuais modificações na terapêutica
instituída e o tempo necessário para que o efeito pleno dos medicamentos seja
obtido (BRADLEY, 2006).
24

Quadro 1- Características importantes do anti-hipertensivo

Ser eficaz por via oral Ser seguro e bem tolerado e com relação de
risco/ benefício favorável ao paciente

Ser iniciado com as menores doses efetivas


Permitir a administração em menor número preconizadas para cada situação clínica,
possível de tomadas, com preferência para podendo ser aumentadas gradativamente,
dose única diária. ressalvando-se que, quanto maior a dose,
maiores serão as probabilidades de efeitos
adversos.

Não ser obtido por meio de manipulação, Ser considerado em associação para os
pela inexistência de informações adequadas pacientes com hipertensão em estágios 2 e 3 e
de controle de qualidade, bioequivalência e para pacientes de alto risco cardiovascular que,
ou de interação química dos compostos na maioria das vezes, não alcançam a meta de
redução da pressão arterial preconizada com a
monoterapia.

Ser utilizado por um período mínimo de Ter demonstração em ensaios clínicos da


quatro semanas, salvo em situações capacidade de reduzir a morbidade e a
especiais, para aumento de dose, mortalidade cardiovasculares associadas à
substituição da monoterapia ou mudança das hipertensão arterial (característica para
associações em uso. preferência de escolha).

Fonte: VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão (2010)

a) Diuréticos

Diuréticos, especialmente tiazídicos e correlatos, têm sido utilizados no


tratamento da hipertensão arterial há mais de 40 anos e permanecem como uma
das cinco classes de medicamentos anti-hipertensivos de primeira linha.
Diuréticos continuam sendo utilizados em monoterapia, mas sobretudo em
associações fixas ou não, com os demais agentes anti-hipertensivos devido à
potencialização de seus efeitos redutores da pressão arterial. São fármacos de
baixo custo e boa tolerabilidade. Suas principais reações adversas relacionam-
se a distúrbios eletrolíticos e metabólicos, os quais se tornaram menos
frequentes e menos intensos com a utilização de doses menores do que as
empregadas inicialmente (BATLOUNI, 2009).
25

b) Inibidores adrenérgicos

Ação Central: Atuam estimulando os receptores alfa-2 adrenérgicos pré-


sinápticos no sistema nervoso central, reduzindo o tônus simpático, como fazem
a alfametildopa, a clonidina e o guanabenzo e/ou os inibidores dos receptores
imidazolidínicos, como a moxonidina e a rilmenidina.

Seu efeito hipotensor como monoterapia é, em geral, discreto. Entretanto,


podem ser úteis em associação com medicamentos de outros grupos,
particularmente quando há evidência de hiperatividade simpática. Não
interferem com a resistência periférica à insulina ou com o perfil lipídico
(BATLOUNI, 2009).

c) Betabloqueadores

Seu mecanismo anti-hipertensivo envolve diminuição inicial do débito cardíaco,


redução da secreção de renina, readaptação dos barorreceptores e diminuição
das catecolaminas nas sinapses nervosas. Betabloqueadores de geração mais
recente (terceira geração) como o carvedilol e o nebivolol, diferentemente dos
betabloqueadores de primeira e segunda gerações também proporcionam
vasodilatação, que no caso do carvedilol decorre em grande parte do efeito de
bloqueio concomitante do receptor alfa-1 adrenérgico e, no caso do nebivolol,
de aumento da síntese e liberação endotelial de óxido nítrico.

São eficazes no tratamento da hipertensão arterial. A redução da morbidade e


da mortalidade cardiovasculares é bem documentada em grupos de pacientes
com idade inferior a 60 anos (PEDERSEN, 2007).

d) Alfabloqueadores

Apresentam efeito hipotensor discreto a longo prazo como monoterapia,


devendo, portanto, ser associados com outros anti-hipertensivos. Podem induzir
ao aparecimento de tolerância, o que exige o uso de doses gradativamente
crescentes. Têm a vantagem de propiciar melhora discreta no metabolismo
lipídico e glicídico e nos sintomas de pacientes com hipertrofia prostática
benigna (KANNEL, 1996).
26

e) Vasodilatadores diretos

Atuam sobre a musculatura da parede vascular, promovendo relaxamento


muscular com consequente vasodilatação e redução da resistência vascular
periférica. São utilizados em associação com diuréticos e/ou betabloqueadores.
Hidralazina e minoxidil são dois dos principais representantes desse grupo
(KANNEL, 1996).

f) Bloqueadores dos canais de cálcio

A ação anti-hipertensiva decorre da redução da resistência vascular periférica


por diminuição da concentração de cálcio nas células musculares lisas
vasculares. Apesar do mecanismo final comum, esse grupo é dividido em três
subgrupos, com características químicas e farmacológicas diferentes:
fenilalquilaminas, benzotiazepinas e diidropiridinas.

São anti-hipertensivos eficazes e reduzem a morbidade e mortalidade


cardiovasculares. Deve-se dar preferência aos bloqueadores dos canais de
cálcio de longa duração de ação intrínseca ou por formulação galênica que
permita uma liberação controlada. Estudo de desfecho reafirmou a eficácia,
tolerabilidade e segurança do uso dessa classe de medicamentos no tratamento
da hipertensão arterial de pacientes com doença coronariana. Não são
recomendados agentes de curta duração (NEAL, 2000).

g) Inibidores da enzima conversora da angiotensina

Agem fundamentalmente pela inibição da enzima conversora da angiotensina


(ECA), bloqueando a transformação da angiotensina I em II no sangue e nos
tecidos, embora outros fatores possam estar envolvidos nesse mecanismo de
ação. São eficazes no tratamento da HAS, reduzindo a morbidade e a
mortalidade cardiovasculares nos pacientes com insuficiência cardíaca, com
infarto agudo do miocárdio, em especial quando apresentam baixa fração de
ejeção, de alto risco para doença aterosclerótica, sendo também úteis na
prevenção secundária do acidente vascular encefálico (MASCHIO, 1996).
27

h) Inibidores diretos da renina

Alisquireno, único representante da classe atualmente disponível para uso


clínico, promove uma inibição direta da ação da renina com consequente
diminuição da formação de angiotensina II. Há ainda outras ações, como
redução da atividade plasmática de renina, bloqueio de um receptor celular
próprio de renina/pró-renina e diminuição da síntese intracelular de angiotensina
II.

Estudos de eficácia anti-hipertensiva comprovam sua capacidade, em


monoterapia, de redução da pressão arterial de intensidade semelhante aos
demais anti-hipertensivos. Estudos clínicos de curta duração indicam efeito
benéfico na redução de morbidade cardiovascular e renal, hipertrofia de
ventrículo esquerdo e proteinúria (KANNEL, 1996).

Qualquer medicamento dos grupos de anti-hipertensivos (quadro 2)


comercialmente disponíveis, desde que resguardadas as indicações e
contraindicações específicas, pode ser utilizado para o tratamento da
hipertensão arterial (BRADLEY, 2006).
28

Quadro 2. Classes de anti-hipertensivos disponíveis para uso clínico

Diuréticos

Inibidores adrenérgicos

Ação central – agonistas alfa-2 centrais

Betabloqueadores – bloqueadores beta-adrenérgicos

Alfa bloqueadores – bloqueadores alfa-1 adrenérgicos

Vasodilatadores diretos

Bloqueadores dos canais de cálcio

Inibidores da enzima conversora da angiotensina II

Inibidor direto da renina

Fonte: VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão (2010)

4.4 POLIFARMÁCIA NA HIPERTENSÃO ARTERIAL EM IDOSOS

A polifarmácia ou polimedicação é conceituada como o uso de vários


medicamentos de forma concomitante, ou seja, de 5 medicamentos ou mais
dentro de um mesmo período. Quanto mais medicamentos um paciente utilizar,
maior é o risco de efeitos adversos e interações. Assim, a polifarmácia pode
gerar prescrições inapropriadas que se associam com a aparição de efeitos
adversos, hospitalizações e mau uso dos recursos (SANTIN, 2013).

Os idosos são os usuários predominantes de polimedicação devido a fatores


relacionados à idade, como alterações na composição corporal, doenças
crônicas e múltiplas comorbidades. Esses fatores promovem um alto risco do
uso de medicamentos em associação inapropriada.

Além do envelhecimento e das múltiplas doenças, o aumento do uso de


medicamentos também acontece devido à automedicação, às falhas no
esclarecimento sobre a correta forma de fazer o tratamento por parte dos
profissionais, e, até, do tratamento de reações adversas não diagnosticadas.
29

As intervenções interdisciplinares direcionadas a faixa etária da população


idosa podem contribuir para a promoção e a melhora dos indicadores do Uso
Racional de Medicamentos (URM) (MEDEIROS, 2011).

Intervenções na polimedicação podem garantir a redução de problemas


relacionados aos medicamentos, em especial para este grupo de usuários. O
conhecimento de intervenções que vem sendo aplicadas com efetividade em
outros locais, pode apoiar o URM.

A ação conjunta e em equipe dos profissionais de saúde, pode contribuir para


identificar, corrigir ou reduzir prováveis riscos à saúde ocasionados por erros de
prescrição, terapêutica incorreta ou falha do tratamento. Quando identificado
alguma falha na prescrição, o farmacêutico deve dialogar com o médico
expondo os argumentos para que haja uma modificação na terapêutica. O
médico, como profissional prescritor, tem que reaver a prescrição quando no
caso de falta de efetividade na terapêutica, realizando as alterações
necessárias.

A intervenção farmacêutica apresenta êxito quando o profissional é capacitado


a identificar os problemas com as prescrições medicamentosas. O farmacêutico
deve ser apto a identificar, resolver e prevenir os problemas da terapia
farmacológica (NUNES, 2008).

Segundo a literatura a maioria das intervenções farmacêuticas é associada às


prescrições médicas, principalmente em relação ao entendimento da prescrição,
seja pela ilegibilidade da letra, falhas na transcrição, não entendimento da
posologia e da administração de medicamentos, equívocos nas formulações
farmacêuticas, doses excessivas ou em concentrações acima do permitido,
duração imprópria do tempo de tratamento (NUNES, 2008).

O farmacêutico pode intervir prestando o serviço de consulta individualizada,


orientando e esclarecendo as dúvidas sobre a terapêutica (NUNES, 2008).
Pode ser realizado um plano terapêutico com a finalidade de auxiliar o uso
correto dos medicamentos. O plano terapêutico deve ser de fácil entendimento;
deve conter informações como a hora de tomar o medicamento, com qual liquido
ou comida deve ser ingerido, e a quantidade a ser tomada.
30

O plano terapêutico contribui para evidenciar as explicações orais de uma


maneira escrita, onde toda a informação necessária para cumprir o tratamento
está de forma clara, de fácil visualização e de compreensão da receita. Essa
meta terapêutica é ideal para pacientes que utilizam diversos medicamentos,
pois com ele há a facilidade de lembrar qual medicamento tomar em determinado
horário; evitando, assim, duplicidade na utilização do mesmo receituário.

As intervenções farmacêuticas são ações efetivas para o auxílio na


racionalização do uso de medicamentos. Também proporciona contribuição na
integração do atendimento farmacêutico à equipe multiprofissional (MEDEIROS,
2011).

Essas intervenções apresentam alta relevância para o uso racional de


medicamentos, reduzindo custos, melhorando as prescrições, aumentando a
adesão dos pacientes idosos aos tratamentos terapêuticos e controlando a
possibilidade de reações adversas a medicamentos (ROMANO-LIEBER, 2002).

Intervenções que envolvam todos os profissionais de saúde contribuem para a


racionalização do uso de medicamentos. É uma abordagem fundamental para
desenvolver, implementar e avaliar ações que promovam o uso racional de
medicamentos (WHO, 2002).

Em relação à prescrição dos anti-hipertensivos, com exceção do nitroprussiato


de sódio, utilizado por via parenteral em emergências hipertensivas, todos os
agentes anti-hipertensivos têm adequada biodisponibilidade oral. Mesmo com
meias-vidas variáveis, seu intervalo entre doses é geralmente de 12 a 24 horas.
Isso decorre da duração de efeito (meia-vida biológica) que frequentemente
excede ao t1/2 plasmático. Para fármacos sem efeito prolongado, como
nifedipino, existem apresentações de absorção lenta que permitem
espaçamento entre doses de pelo menos 12 horas. A quantificação de dose
orienta-se pelo efeito hipotensor e não por níveis plasmáticos, em função da
grande variabilidade de resposta dos indivíduos às mesmas concentrações de
anti-hipertensivos e seus metabólitos ativos.

A tabela 2 apresenta doses e intervalos de administração da dos agentes anti-


hipertensivos de uso corrente (FUCHS, 2010).
31

Tabela 2. Doses e intervalos de doses de fármacos anti-hipertensivos

Representantes Dose Diária (mg) Intervalo de Dose (horas)


DIURÉTICOS
Hidroclorotiazida 12,5 – 50 24
Clortalidona 12,5 – 50 24 – 48
Indapamida 1,5 – 5,0 24
Furosemida 20 – 320 24
Espironolactona 12,5 – 100 24
Amilorida 2,5 – 5 24
ANTAGONISTAS ADRENÉRGICOS
Propranolol 40 – 240 12
Metoprolol 100 – 400 12
Atenolol 25 – 100 24
Metildopa 500 – 2.000 12 – 24
Clonidina 0,1 – 1,2 12
BLOQUEADORES DOS CANAIS DE
CÁLCIO 20 – 60 24
Nifedipino de liberação lenta 2,5 – 10 24
Anlodipino 5 – 20 24
Felodipino 10 – 40 24
Nitrendipino 120 – 480 12 – 24
Verapamil 120 - 360 12 – 24
Diltiazem
ANTAGONISTAS DO SISTEMA
RENINA-ANGIOTENSINA
Captopril 25 – 150 12
Enalapril 10 – 40 12
Lisinopril 5 – 40 24
Fosinopril 10 – 40 12 – 24
Ramipril 1,25 – 20 12 – 24
Perindopril 4–8 24
Losartana 25 – 100 12 – 24
Ibesartana 150 – 300 24
Candesartana 8 – 16 24
Telmisartana 40 – 80 24
Valsartana 80 – 160 24
Fonte: Uso Racional de Medicamentos. Ministério da Saúde. Brasília – DF (2012)
32

4.5 EFEITOS DA POLIFARMÁCIA NA HIPERTENSÃO EM IDOSOS

A polifarmácia está associada ao aumento do risco e da gravidade das Reações


Adversas a Medicamentos (RAM), de precipitar as Interações Medicamentosas
(IM), de causar toxicidade cumulativa, de ocasionar erros de medicação, de
reduzir a adesão ao tratamento e elevar a morbimortalidade. Assim, essa prática
relaciona-se diretamente aos custos assistenciais, que incluem medicamentos
e as repercussões advindas desse uso.

O risco de RAM aumenta de três a quatro vezes em pacientes submetidos a


polifarmácia, podendo imitar síndromes geriátricas ou precipitar quadros de
confusão, incontinências e quedas. O idoso pode apresentar de duas a seis
receitas médicas, e utilizar a automedicação com dois ou mais medicamentos,
especialmente para aliviar sintomas como dor e constipação intestinal. Esta
situação pode ocasionar eventos adversos prejudiciais (CASSIANI, 2005).

4.6 FATORES PSICOMOTORES E SOCIAIS DO PACIENTE HIPERTENSO


IDOSO

Estudos avaliam o impacto da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) na


Qualidade de Vida (QV), sugerindo que o quadro crônico da HAS, a terapia
medicamentosa e as possíveis complicações clínicas interferem na capacidade
física, emocional, interação social, atividade intelectual e atividades cotidianas,
que são determinantes para o comprometimento da Qualidade de Vida.

Qualidade de Vida é um conceito que vem adquirindo importância na sociedade


em geral, e é um constructo muito apreciado, sobretudo em relação aos adultos
e idosos, considerado referencial no âmbito da saúde e no planejamento de
políticas sócio sanitárias para a população idosa (CAMPOLINA, 2011).

Estudos evidenciam que a QV de idosos hipertensos está diretamente


associada a fatores socioeconômicos, como idade, gênero, nível educacional,
renda, emprego e religião. A compreensão da relação entre esses elementos
mostra-se útil para subsidiar ações de saúde e condutas clínicas minimizadoras
do impacto da HAS na vida de idosos.
33

A hipertensão arterial, é uma das doenças crônicas mais frequentes, diversos


transtornos que afetam os idosos e, dentre estes, a depressão merece especial
atenção, uma vez que vem apresentando prevalência crescente na sociedade
levando a consequências negativas para a qualidade de vida dos indivíduos
acometidos (CASTELLÓN, 2003).

Entre os idosos, os sintomas depressivos podem ou não ser aparentes. Estudos


demonstram que, aproximadamente, 15% a 20% daqueles não
institucionalizados apresentam sintomas depressivos. Esta ocorrência é
variável, conforme o sexo, escolaridade, nível socioeconômico, condições de
saúde, além de estar relacionada à presença de prejuízo cognitivo e situação
social precária. A depressão está voltada também ao estado nutricional, uma
vez que interfere no centro de controle neural, responsável pela fome,
ansiedade e compulsões alimentares, podendo levar à desnutrição ou à
obesidade.

Os profissionais de saúde devem valorizar os sinais relativos aos sintomas


depressivos na população idosa que já convive com doenças crônicas como
hipertensão arterial. Mesmo com essas evidências ainda são necessários
estudos que analisem a presença da depressão, sobretudo na população idosa
que já convive com alguma condição de morbidade e necessitam dos serviços
de saúde (PEIXOTO, 2012).

4.7 REAÇÕES ADVERSAS AO MEDICAMENTO E INEFICÁCIA TERAPÊUTICA


ANTI-HIPERTENSIVA NO IDOSO

A RAM é a resposta a um medicamento que seja prejudicial, não intencional e


que ocorre em doses normalmente utilizadas no paciente. Em idosos as RAM
representam um importante problema de saúde pública, cuja relação de risco é
bem estabelecida. Estima-se que o risco para RAM e de hospitalização
decorrente seja, respectivamente sete e quatro vezes maior em idosos do que
em jovens.
34

Embora entre os idosos as RAM apresentem-se com maior gravidade que entre
os jovens, não são, muitas vezes, identificadas ou relatadas. A idade por si só
não representa um fator de risco, mas um indicador para comorbidade, pois
neste grupo a farmacocinética alterada e a polifarmácia são as variáveis mais
diretamente associadas as RAM (WOODWARD, 2003).

De modo geral, as RAM são associadas a desfechos negativos da terapia. Elas


podem influenciar a relação médico- paciente, uma vez que a confiança no
profissional pode ser abalada e retardar o tratamento, pois muitas por
assemelhar-se a manifestações clínicas típicas de doenças, demoram a serem
identificadas, além de limitar a autonomia do idoso e afetar a sua qualidade de
vida.

Em muitos casos o tratamento da RAM inclui a introdução de novos


medicamentos a terapêutica, elevando o risco da cascata iatrogênica. O ideal,
quando possível, é realizar a suspensão ou redução da dose do medicamento.

Alguns dos medicamentos ou classes terapêuticas envolvidas em RAM, que


apresentam consequências graves nos idosos são apresentadas no quadro 3
(LAROCHE, 2006).
35

Quadro 3. Medicamentos e classes terapêuticas associadas a reações adversas em


idosos

MEDICAMENTO INTERAÇÃO COM DESFECHOS CLÍNICOS

Amiodarona Anticoagulantes Aumento do efeito


anticoagulante.
Cisaprida Risco de arritmias cardíacas.
Risco de arritmias cardíacas.
Tioridazina
Antiinflamatórios não Beta-bloqueadores Redução do efeito hipotensor.
esteroidais Diuréticos tiazidicos
(clortalidona,
hidroclorotiazida)
IECA (enalapril, captopril,
lisinopril, ramipril)
Anticoagulantes Redução do efeito
Antidepressivos ISRS anticoagulante.
(Fluoxetina, paroxotina, Aumento de reações adversas no
sertralina) TGI.
Beta-bloqueadores Bloqueadores canais de Hipotensão.
cálcio
(diltiazem, verapamil,
anlodipina) Alterações glicêmicas,
Antidiabéticos orais hipotensão e sedação.
Digoxina Amiodarona Intoxicação digitálica.
Benzodiazepinicos
Hidroclorotiazida
Furosemida
Captopril Diurético poupador de Hipercalemia e alterações no
potássio ECG. Hipotensão.
(espironolactona) Redução do efeito
Furosemida hipotensor.
Antiácidos (hidróxido de Redução do efeito hipotensor
alumínio, magnésio) (redução da biodisponibilidade
Alimentos em 3540%).
Sulfato ferroso Reações após injeção
Fenotiazidas (clorpromazina, intravenosa, febre, artralgia e
hipotensão. Após via oral redução
flufenazina, prometazina)
do efeito hipotensor.
Efeito aditivo – hipotensão
postural.

Fonte: Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília (2010)


36

4.8 INTOXICAÇÕES MEDICAMENTOSAS NO PACIENTE HIPERTENSO


IDOSO
A avaliação de intoxicações em pessoas idosas é mais complicada devido às
mudanças farmacocinéticas e farmacodinâmicas associadas com o
envelhecimento, além da grande quantidade de medicamentos que os pacientes
idosos necessitam. O que pode propiciar potenciais interações
medicamentosas.

Mudanças na composição corporal, metabolismo basal, fluxo sanguíneo


hepático e taxa de filtração glomerular podem comprometer a farmacocinética
da maioria dos fármacos. Devido a essas alterações próprias da idade, os idosos
apresentam reações adversas à maioria dos fármacos muito mais
frequentemente que os jovens. Os rins e o fígado trabalham com maior lentidão,
e como os medicamentos são eliminados do organismo por esses órgãos, o
idoso pode acumular o medicamento por mais tempo no organismo, resultando
em intoxicação.

Os maiores problemas em relação a medicamentos referem-se às interações


medicamentosas. Tais interações, com efeitos indesejados, são cada vez mais
constantes devido, principalmente, ao grande número de medicamentos aos
quais os idosos estão expostos e ao não relato ao médico dos outros
medicamentos que o paciente já está utilizando (GORZONI, 1995).

4.9 INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS DOS ANTI-HIPERTENSIVOS NO


IDOSO

Segundo as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, estão disponíveis no


Brasil seis classes de fármacos anti-hipertensivos, envolvendo mais de dez
mecanismos de ação diferentes. Dependendo do estágio de gravidade da
doença, a monoterapia não é suficiente, e pode ser necessário associar três ou
mais medicamentos, o que eleva o risco para a ocorrência de interações
medicamentosas potenciais.
37

A interação medicamentosa potencial pode ser definida como a possibilidade de


um medicamento alterar a intensidade do efeito farmacológico de outro
medicamento administrado concomitantemente (SECOLI, 2010).

É importante conhecer as principais interações de anti-hipertensivos e


medicamentos de uso contínuo que podem ser prescritos para o paciente
hipertenso (KANNEL,1996). A seguir temos as interações medicamentosas dos
anti-hipertensivos:

Diuréticos:

Diuréticos Tiazídicos e de Alça x AINE: Antagonismo do efeito diurético.

Diuréticos Tiazídicos e de Alça x Corticoides: Antagonismo do efeito diurético.

Diuréticos Tiazídicos e de Alça x Hipoglicemiantes orais: Efeito diminuído pelos


Tiazídicos.

Diuréticos Tiazídicos e de Alça x Lítio: Aumento dos níveis séricos do Lítio.

Diuréticos Poupadores de Potássio x Suplementos de Potássio: Hipercalemia.

a) Diuréticos

Mecanismo de Ação:

Quando o coração entra em Insuficiência Cardíaca o débito cardíaco assim


como o fluxo renal e uma série de respostas hemodinâmicas, hormonais e
ligadas ao sistema nervoso autônomo ocorrem levando a um aumento da
retenção de sal e água com expansão do volume extracelular. Com isto o
coração mantém o débito cardíaco e a perfusão tissular; porém, o aumento da
pressão final do ventrículo esquerdo da tensão de sua parede e o aumento das
dimensões das cavidades esquerdas acabam por impedir a manutenção do
débito cardíaco levando à congestão pulmonar e edema periférico.
38

Assim, o mecanismo básico dos diuréticos é aumentar a eliminação renal de sal


e água, reduzindo o volume de fluido intravascular intersticial e a pressão de
enchimento ventricular (pré-carga), diminuindo, em consequência, a retenção de
fluido e eliminando a congestão pulmonar e os edemas periféricos.

Principais Diuréticos empregados na Insuficiência Cardíaca:Diuréticos de


Alça;Diuréticos Tiazídicos;Diuréticos Poupadores de Potássio (BRATER, D.C.
1994).

b) Diuréticos de Alça

São os mais potentes e utilizados. Atuam inibindo o íon transportador NaK 2Cl
encontrado na membrana apical de células epiteliais renais no ramo ascendente
da alça de Henle.

A inibição do NaK2Cl resulta em aumento acentuado da excreção de Sódio e


Cloro, indiretamente de Ca e Mg e com a queda de concentração de solutos no
interstício medular diminui a reabsorção de água no túbulo coletor, aumentando
a sua eliminação. A eliminação de sódio e água aumenta a eliminação de K+ e
H+, processo acelerado pela aldosterona.

Os principais diuréticos de alça são a Furosemida e a Bumetanida


(BRAUNWALD, E. 1997).

c) Diuréticos Tiazídicos

Seu mecanismo de ação é inibir a ação do íon transportador, Na+CL- no túbulo


distal com aumento de eliminação de Na+, Cl-, K+ e água.

Dos tiazídicos, os mais empregados são a Hidroclorotiazida e a Clortalidona


(MASSERLI, F.H. 1996).
39

d) Diuréticos Poupadores de Potássio

São diuréticos que eliminam sal e água, porém poupam o potássio. Agem
inibindo os canais condutores de sódio no túbulo coletor, como a amilorida e
triantereno ou bloqueando a aldosterona, como a espironolactona (MASSERLI,
F.H. 1996).

e) Inibidores da Enzima Conversora da Angiotensina

Agem fundamentalmente pela inibição da enzima conversora da angiotensina


(ECA), bloqueando a transformação da angiotensina I em II no sangue e nos
tecidos, embora outros fatores possam estar envolvidos nesse mecanismo de
ação. São eficazes no tratamento da HAS, reduzindo a morbidade e a
mortalidade cardiovasculares nos pacientes com insuficiência cardíaca, com
infarto agudo do miocárdio, em especial quando apresentam baixa fração de
ejeção, de alto risco para doença aterosclerótica, sendo também úteis na
prevenção secundária do acidente vascular encefálico. Quando administrados a
longo prazo, os IECAs retardam o declínio da função renal em pacientes com
nefropatia diabética ou de outras etiologias (LEWIS, 2003).

IECA x Diuréticos Poupadores de Potássio: Hipercalemia.

IECA x Corticoides: Antagonismo do efeito hipotensor.

IECA x AINE: Antagonismo do efeito hipotensor.

IECA x Lítio: Diminuição da depuração do Lítio.

IECA x Antiácidos: Redução da biodisponibilidade do Captopril.

IECA x Hipoglicemiantes (alguns): Aumento do risco de angioedema associado


ao uso de IECA.
40

4.10 TRATAMENTO NÃO-MEDICAMENTOSO E ABORDAGEM


MULTIPROFISSIONAL

Sabemos que a obesidade e o ganho de peso são fortes e independentes fatores


de risco para a hipertensão, com isso estima-se que 60% dos hipertensos
apresentam mais de 20% de sobrepeso. Ensaios clínicos controlados
demonstraram que os exercícios promovem reduções de PA, estando indicados
para a prevenção e o tratamento da HAS.

Estudos de Ávila e colaboradores (2010) relatam que o excesso de peso se


associa com maior prevalência de hipertensão arterial desde idades jovens, e
que na vida adulta, mesmo entre indivíduos não sedentários um incremento de
2,4kg/m2 no índice de massa corporal acarreta em maior risco de desenvolver a
hipertensão. Em estudos de Costa et al (2009) e Nascente (2010) pode-se
verificar que a obesidade leva a um envelhecimento mal sucedido. O risco de
morrer apresenta uma relação com o índice de massa corporal, assim pessoas
com excesso de peso tem maior probabilidade de desenvolver várias patologias
como hipertensão, diabetes tipo 2, entre outras.

Peixoto e colaboradores (2006) sugerem que cerca de 70% dos casos novos de
hipertensão arterial podem ser atribuídos à obesidade ou ao ganho de peso.

A forte associação entre a obesidade e a hipertensão arterial, indica a urgência


de medidas educativas capazes de atuar sobre os fatores de risco que podem
determinar a prevalência da hipertensão arterial (JARDIM,2007).

As atividades físicas reduzem a mortalidade por problemas cardiovasculares,


independentemente da pressão arterial e de outros fatores de risco, existindo
fortes evidências de que a atividade física diminua a pressão arterial, predizendo
um envelhecimento saudável (COSTA et al ,2009).

Os hábitos alimentares saudáveis por meio da ingestão de frutas e verduras, a


redução de frituras e gorduras, além da moderação no consumo de bebidas
alcoólicas e tabaco podem trazer redução efetiva na pressão arterial.
41

O sucesso do tratamento depende fundamentalmente de mudança


comportamental e da adesão a um plano alimentar saudável.Foi demonstrado
que manter o IMC abaixo de 25 kg/m² preveniu em 40% o desenvolvimento de
HAS em mulheres, em um estudo com seguimento médio de 14 anos.

Estilo alimentar, rico em frutas, hortaliças, fibras, minerais e laticínios com baixos
teores de gordura, tem importante impacto na redução da PA. Um alto grau de
adesão a esse tipo de dieta reduziu em 14% o desenvolvimento de hipertensão.

Para manter uma boa saúde cardiovascular e de vida, todo indivíduo deve
realizar pelo menos três vezes por semana, por no mínimo trinta minutos, alguma
atividade física, desde que tenha condições de realizá-la, porque além de facilitar
a perda de peso, a atividade física auxilia no controle da pressão arterial
(LEWINGTON, 2002).

O sal é o mineral com maior número de funções no nosso organismo. Ele ajuda
a abrir o apetite para diversos tipos de alimentos, estimula a produção de
diversas substâncias envolvidas no processo digestivo, controla o equilíbrio da
água, contribui para transmitir os impulsos nervosos do cérebro para todo o
corpo e, uma hora depois de ter sido ingerido, cumpre seu papel principal: regula
a pressão arterial. No entanto, para obtermos todos esses benefícios, é
necessária a ingestão de apenas 1,2 gramas de sal por dia. Isso equivale a um
pão francês e meio. É bem menos sal do que estamos acostumados. Em média,
a ingestão mundial de sal per capita é de 10 gramas diárias, enquanto que no
Brasil ingerimos uma média assustadora de 12 gramas per capita diariamente.
É mais do que o dobro do que consta nas novas diretrizes que acabam de ser
lançadas em conjunto pelas Sociedades Brasileiras de Nefrologia, Cardiologia e
Hipertensão, que recomendam o consumo de, no máximo, 5 gramas de sal por
dia.

A preocupação tem fundamento comprovado, isto porque a ingestão demasiada


de sal está associada a uma série de problemas de saúde, incluindo metade das
falências renais. Isso porque os rins têm uma capacidade limitada para filtrar e
excretar o sal. Quando o consumo é muito alto, o rim trabalha sob uma pressão
maior e pode ter seu funcionamento comprometido (RIELLA, 2010).
42

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Vista sob uma perspectiva crítica, a presente revisão permitiu concluir que: a
deficiência da adesão, entre os idosos portadores de hipertensão arterial, tem
relação direta com diversos fatores associados à falta de informação sobre o
tratamento. A educação ao paciente pode proporcionar a conscientização
quanto ao seu estado de saúde e à necessidade do uso correto dos
medicamentos, tornando o tratamento mais efetivo e seguro e a maior interação
entre os profissionais de saúde, em especial o médico, o farmacêutico e o
enfermeiro, poderá reduzir diversos problemas relacionados aos medicamentos,
da prescrição à administração e reduzir custos do sistema de saúde.

Ao longo desta avaliação demonstrou-se que serviços clínicos realizados por


farmacêuticos, notadamente os vinculados ao novo paradigma da atenção
farmacêutica, são exeqüíveis e contribuem para a diminuição da pressão arterial
de pacientes hipertensos não-controlados. Devido ao pouco tempo de uso
dessa prática profissional em atenção primária e secundária, novos estudos são
necessários para avaliar técnicas específicas de intervenção e confirmar a
proporção de pacientes que podem ser beneficiados.

Podemos concluir que o farmacêutico tem uma responsabilidade muito grande


em suas mãos quanto a atenção farmacêutica aos pacientes, e muito mais
quando relacionada aos pacientes idosos hipertensos, pois os idosos possuem
uma maior dificuldade na hora de tomar a medicação e na maioria das vezes
são várias medicações que coincidem no mesmo horário, que os levam a ter
dúvidas se ingeriram ou não a medicação.

Para isso o farmacêutico deve estar atento ao paciente e como ele faz uso da
medicação e se houve melhora ou não em seu quadro de saúde.
43

6 REFERÊNCIAS

ÁVILA, A, et al. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, Conceituação,


Epidemiologia e Prevenção Primária. Revista Brasileira de Hipertensão. Rio
de Janeiro, v.17, n.1, p.7-10, 2010. Disponível em:
<https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/Hipertensao_arterial
_plano_interven%C3%A7ao_reduzir.pdf>. Acesso em: 11/05/2016

BATLOUNI, M. Diuréticos. Revista Brasileira Hipertensão vol.16, pag 211-214,


2009. Disponível em: <http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/16-4/05-
diureticos.pdf>. Acesso em: 14/05/2016

BERQUÓ, E. Considerações sobre o envelhecimento da população no


Brasil. Velhice e sociedade. Campinas: Papirus; 1999. p.11-40. Disponível
em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-
89102008000400020>. Acesso em: 14/05/2016

BEZERRA, A. F. B.; Espírito Santo, A.C.G.; Batista Filho, M. Concepções e


práticas do agente comunitário na atenção à saúde do idoso. Revista de
Saúde Pública, v. 39, n. 5, p. 809-815, 2005. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-
89102005000500017&lng=pt>. Acesso em: 13/11/2015

BRADLEY, H.; WIYSONGE, C.S.; VOLMINK, J.A. How strong is the


evidence for the use of beta-blockers as first-line therapy for
hypertension? Systematic review and metanalyses. J Hypertens 2006. São
Paulo. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-
28002010000500008>. Acesso em: 29/01/2016

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento


de Atenção Básica. Política Nacional De Medicamentos 2001 / Ministério da
Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde, Departamento de Atenção Básica.
Brasília: Ministério da Saúde, 2001. Disponível em:
<http://bdm.unb.br/bitstream/10483/7005/1/2013_LorenadeSousaMoreira.pdf>.
Acesso em: 29/01/2016
44

BRATER, D.C.Pharmacokineties of loops diuretics in congestive heart


failure. Br. Heart Journal. 72:S40, 1994; Braunwald, E. Heart Disease – A
Textbook of Cardiovascular Disease. 5th Edition. Philadelphia.: Saunders,
1997; Masserli, F.H. Cardiovascular Drug Therapy. 2th Edition. Philadelphia:
Saunders, 1996.Disponívelem: <http://sociedades.cardiol.br/socerj/area-
cientifica/diureticos.asp>. Acesso em: 11/05/2016

BRAUNWALD, E. Heart Disease – A Textbook of Cardiovascular Disease.


5th Edition. Philadelphia. Saunders, 1997. Disponível em:
<http://sociedades.cardiol.br/socerj/area-cientifica/diureticos.asp>. Acesso em:
29/01/2016

CAMPOLINA, A.G.; PINHEIRO, M.M.; CICCONELLI, R.M.; FERRAZ, M.B.


Quality of life among the Brazilian adult population using the generic
questionnaire.Ciência saúde coletiva, vol.19 no.8, Rio de Janeiro, Agosto,
2014. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
81232014000803497>. Acesso em: 14/05/2016

CASSIANI, A.H.B. A segurança do paciente e o paradoxo no uso de


medicamentos. Revista Brasileira Enfermagem, vol. 63 no.1 Brasília Jan./Feb.
2005. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-
71672010000100023>. Acesso em: 14/05/2016

CASTELLÓN, A.; PINO, S. Calidad de vida enlaatención al mayor. Revista


Multidisciplinar de Gerontología, La Rioja, Espanha, v. 13, n. 3, 2003.
Disponível em:
<http://www.cefd.ufes.br/sites/www.cefd.ufes.br/files/Monografia%20-
%20Leonardo%20Goldner.pdf>. Acesso em: 29/01/2016

COSTA, E. F. A.; Teixeira, C. H. Brasil. Ministério da Saúde. Lei n. 8.842, de 4


de janeiro de 1994. Dispõe sobre a Política Nacional do Idoso, cria o
Conselho Nacional do Idoso e dá outras providências. 1994. Disponível
em:<http://sbgg.org.br/wp-content/uploads/2014/10/politica-nacional-do-
idoso.pdf>. Acesso em: 13/11/2015

FUCHS, F.D. Hipertensão arterial sistêmica. Em: Duncan BB, Schmidt MI,
Giugliani E, eds. 3a. ed. Medicina Ambulatorial: condutas em atenção primária
baseadas em evidências. Porto Alegre: Artmed, 2004. Disponível em:
<clinica/http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_atencao_basica15
.pdf> Acesso em: 17/11/2015
45

FUCHS, S. C.; FUCHS, F. D. Métodos de investigação farmacológico-


clínica. In: FUCHS, F. D.; WANNMACHER, L. (Eds.). Farmacologia Clínica:
Fundamentos da Terapêutica Racional. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2010. p. 9-25. Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/uso_racional_medicamentos_tema
s_selecionados.pdf>. Acesso em: 17/11/2015

GORZONI, M.L.; NETO, J.T. Terapêutica clínica no idoso. São Paulo:


Editora Sarvier APM; 1995. Disponível em:
<http://www.unimep.br/phpg/editora/revistaspdf/saude15art08.pdf>. Acesso
em: 14/05/2016

JARDIM, P. C. B. Hipertensão Arterial e Alguns Fatores de Risco em uma


Capital Brasileira. Revista da Sociedade Brasileira de Cardiologia. v.88 n.4,
p.452-457. 2007. Disponível em:http://scielo.isciii.es/scielo.php?pid=S1695-
61412012000200022&script=sci_arttext&tlng=pt. Acesso em: 27/11/2015

KANNEL, W.B. Blood pressure as a cardiovascular risk factor: prevention


and treatment.JAMA 1996. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-
28002010000500008>. Acesso: 14/05/2016

KEARNEY, P.M.; WELTON, M.; REYNOLDS, K.; MUNTNER, P.; WHELTON,


P.K. Global burden of hypertension: analysis of wordwide data. Lancet.
2005; Prevalência de hipertensão arterial em militares jovens e fatores
associados. Rev Saúde Pública 2009. Disponível em:
<http://www.unip.br/comunicacao/publicacoes/ics/edicoes/2011/04_out-
dez/V29_n4_2011_p265-268.pdf>. Acesso em: 29/01/2016

KEARNEY, P.M. A hipertensão arterial sistêmica como fator de risco ao


acidente vascular encefálico (AVE).2005. Disponível em:
<http://www.unip.br/comunicacao/publicacoes/ics/edicoes/2011/04_out-
dez/V29_n4_2011_p265-268.pdf>. Acesso em: 11/05/2016

LACERDA, R. C. F. Análise da organização da assistência farmacêutica


em municípios a luz da política nacional de medicamentos. Dissertação
(Mestrado em Ciências da Saúde) — Universidade de Brasília, 2013.
Disponível em: <http://www.ensp.fiocruz.br/portal-
ensp/judicializacao/pdfs/283.pdf>. Acesso em: 11/05/2016
46

LAROCHE, M.L.; CHARMES, J.P.; NOUAILLE, Y.; PICARD, N.; MERLE, L. Is


inappropriate medication use a major cause of adverse drug reactions in
the elderly.Revista Brasileira de Enfermagem. vol.63 no.1, Brasília Jan./Feb.
2010. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-
71672010000100023>. Acesso em: 14/05/2016

LEE, M.P., RAY, M.D. Planning for pharmaceutical care. Am J. Hosp.


Pharm. v.50, p. 1153-8, 1993. Disponível em:
<http://www.ceatenf.ufc.br/Artigos/ATENFAR%20e%20URM%20Adriano%20M
ax.pdf>. Acesso em: 29/01/2016

LEITE, S.N. Adesão à terapêutica medicamentosa: elementos para a


discussão de conceitos e pressupostos adotados na literatura. Ciência
saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 8, n. 3, jan. 2003. Disponível em:
<http://bdm.unb.br/bitstream/10483/7005/1/2013_LorenadeSousaMoreira.pdf>.
Acesso em: 29/01/2016

LEWINGTON, S. Age-specific relevance of usual blood pressure to


vascular mortality. Lancet. V.360, p.1903-1913, 2002. Disponível em:
<http://www.aprun.com.br/index.php?paginas/artigo,3>. Acesso em:
11/05/2016

LEWIS, E.J.; HUNSICKER, L.G.; BAIN, R.P.; ROHDE, R.D. The effect of
angiotensin-converting-enzyme inhibition on diabetic nephropathy.Jornal
Brasileiro de Nefrologia. vol.32, supl.1, São Paulo, Sept. 2010. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-
28002010000500008>. Acesso em: 14/05/2016

LOYOLA, F. Estudo de base populacional sobre o consumo de


medicamentos entre idosos: Projeto Bambuí. Caderno de Saúde
Pública2005. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-
89102008000400020>. Acesso em: 14/05/2016

MACHUCA, M. FERNÁNDEZ-LLIMÓS, F. FAUS, M.J. Método Dáder. Guia de


seguimento farmacoterapéutico. Granada: Editora Universidade de
Granada, 2003. 47p. Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/percurso_historico_atencao_farma
ceutica.pdf>. Acesso em: 17/11/2015
47

MALTA, D.C.; MOURA, L.; SOUZA, F.M.; ROCHA, F.M.; FERNANDES, F.M.
Doenças crónicas não-transmissíveis: mortalidade e fatores de risco no
Brasil, 1990 a 2006 in Saúde Brasil 2008. Ministério da Saúde, Brasília.
2009; pp. 337-362. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-
28002010000500003>. Acesso em: 29/01/2016

MARIN, N.; LUIZA, V.L.; CASTRO, O. C.G.S.; Machado, S. Assistência


farmacêutica para gerentes municipais de saúde. Rio de Janeiro:
OPAS/OMS, 2003. 373p. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-
93322008000400006>. Acesso em: 17/11/2015

MASCHIO, G.; ALBERTI, D.; JANIN, G et al. Effect of the angiotensin-


converting-enzyme inhibitor benazepril on the progression of chronic
renal insufficiency. The Angiotensin-Converting-Enzyme Inhibition in
Progressive Renal Insufficiency Study Group. N Engl J Med 1996.
Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-
28002010000500008>. Acesso em: 19/02/2016

MASSERLI, F.H. Cardiovascular Drug Therapy. 2th Edition. Philadelphia:


Saunders, 1996. Disponível em: <http://sociedades.cardiol.br/socerj/area-
cientifica/diureticos.asp>. Acesso em: 29/01/2016

MEDEIROS, E. F. F. et al . Intervenção interdisciplinar enquanto estratégia


para o Uso Racional de Medicamentos em idosos. Ciência saúde coletiva,
Rio de Janeiro, v. 16, n. 7, July 2011. Disponível em:
<http://bdm.unb.br/bitstream/10483/7005/1/2013_LorenadeSousaMoreira.pdf>.
Acesso em: 29/01/2016

MELGAÇO, L. M. L. Lei n. 10.741, de 1º de outubro de 2003. Dispõe sobre o


Estatuto do Idoso e dá outras providências. Diário Oficial da União, de 3
dezembro 2003. Disponível em:<http://www2.camara.leg.br/responsabilidade-
social/acessibilidade/legislacao-pdf/Legislaoidoso.pdf>. Acesso em:
11/05/2016

MENDES, R.; BARATA, J. L. T. Envelhecimento e pressão Arterial. Acta


Médica Portuguesa, v. 21, n. 2, p. 193-198, jan. 2008. Disponível em:
<http://www.upf.br/seer/index.php/rbceh/article/viewFile/3156/pdf>. Acesso em:
17/11/2015
48

MIRANDA, R. D. et al. Hipertensão arterial no idoso: peculiaridades na


fisiopatologia, no diagnóstico e no tratamento. Revista Brasileira de
Hipertensão, Ribeirão Preto, v. 9, n. 3, p. 293-300, jun. 2002. Disponível em:
<http://www.upf.br/seer/index.php/rbceh/article/viewFile/3156/pdf>.Acesso em:
17/11/2015

NEAL, B.; MACMAHON, S.; CHAPMAN, N. Blood Pressure Lowering


Trialist's Collaboration. Effects of ACE inhibitors, calcium antagonists
and other blood-pressure-lowering drugs: results of prospectively
designed overviews of randomized trials. Lancet 2000. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-
28002010000500008>. Acesso em: 19/02/2016

NUNES, P. H. C. et al. Intervenção farmacêutica e prevenção de eventos


adversos. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, São Paulo, v. 44, n.
4, dez. 2008. Disponível em:
<http://bdm.unb.br/bitstream/10483/7005/1/2013_LorenadeSousaMoreira.pdf>.
Acesso em: 29/01/2016

OLIVEIRA, S.M.J.V,; SANTOS, J.L.F.; LEBRAO, M.L.; PIERIN, A.M.G.


Hipertensão arterial referida em mulheres idosas: prevalência e fatores
associados. São Paulo, 2010. Disponível em:
<http://www.unip.br/comunicacao/publicacoes/ics/edicoes/2011/04_out-
dez/V29_n4_2011_p265-268.pdf>. Acesso em: 29/01/2016

PEDERSEN, M.E, COCKCROFT, J.R. The vasodilatory beta-blockers. Curr


Hypertens Rep 2007. São Paulo. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-
28002010000500008>. Acesso em: 19/02/2016

PEIXOTO, H.G. Estado Nutricional e seus fatores interferentes em


pacientes com transtorno depressivos. Acta paulista enfermagem. vol.25,
no.1, São Paulo, 2012. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
21002012000100014>. Acesso em: 14/05/2016

PEIXOTO, et al. Circunferência da cintura e índice de massa corporal


como preditores da hipertensão arterial. Arquivos Brasileiros de
Cardiologia. Vol 87 n.4 São Paulo, oct. 2006. Disponível em:
<https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/Hipertensao_arterial
_plano_interven%C3%A7ao_reduzir.pdf>. Acesso em: 11/05/2016
49

RAMOS, L. R.; Cordeiro, R. C. Factors associated to quality of life in active


elderly. Revista de Saúde Pública, v. 43, n. 4, p. 613-621, 2009. Disponível
em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-
89102009000400007>. Acesso em: 13/11/2015

RIELLA, M. C. Informativo da Fundação Pró-Renal Brasil. Ano 01, Edição


05, 2010. Disponível em: <http://www.pro-
renal.org.br/down/info_renal/inforenal_05.pdf>. Acesso em: 11/05/2016

ROMANO-LIEBER, N.S. et al. Revisão dos estudos de intervenção do


farmacêutico no uso de medicamentos por pacientes idosos. Caderno
Saúde Pública, Rio de Janeiro, nov-dez, 2002. Disponível em:
<http://www.scielosp.org/pdf/csp/v18n6/13244.pdf>. Acesso em: 29/01/2016

ROSENFELD, S. Revista Latino-Americana de Enfermagem. vol.14 no.3


Ribeirão Preto May/June 2006. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
11692006000300019>. Acesso em: 11/05/2016

ROSENFELD, S. Prevalence, associated factors, and misuse of


medication in the elderly: a review.Caderno de Saúde Pública de Maio-
Junho 2003. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
11692006000300019>. Acesso em: 14/05/2016

SANJULIANI, A.F. Fisiopatologia da hipertensão arterial: conceitos


teóricos úteis para a prática clínica. 2011. Disponível em:
<http://www.rbconline.org.br/artigo/fisiopatologia-da-hipertensao-arterial-
conceitos-teoricos-uteis-para-a-pratica-clinica/>. Acesso em 11/05/2016

SECOLI, S.R.; DUARTE, YAO. Medicamentos e a assistência domiciliária.


In: DUARTE, YAO.; DIOGO, D.M.J. Atendimento domiciliário: um enfoque
gerontológico. São Paulo, Atheneu, 2000. Cap.24.1, p.326-34. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v35n1/v35n1a04.pdf>. Acesso em:
29/01/2016

VASCONCELLOS, M.P.C. Adesão à terapêutica medicamentosa:


elementos para a discussão de conceitos e pressupostos adotados na
literatura. Ciência saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 8, n. 3, jan. 2003.
Disponível em:
<http://bdm.unb.br/bitstream/10483/7005/1/2013_LorenadeSousaMoreira.pdf>.
Acesso em: 29/01/2016
50

WHO-WORLD HEALTH ORGANIZATION. Program of racional use of drugs.


Geneva: WHO, 2000. p.16. Disponível em:
<http://www.cff.org.br/sistemas/geral/revista/pdf/12/inf07a11.pdf>. Acesso em:
29/01/2016

WOODWARD, M.C. Deprescribing: achieving better health outcomes for


older people through reducing medications. Revista Brasileira de
Enfermagem. vol.63 no.1, Brasília Jan./Feb. 2010. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-
71672010000100023>. Acesso em: 14/05/2016

ZUBIOLI, A. Resolução 308 de 2 de maio de1997. (DOU 22/05/1997 - Seção


1, Pág. 10695). Disponível em:
<http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/308.pdf>. Acesso em: 11/05/2016
51
52
53
54
55

Você também pode gostar