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TAGUATINGA / DF
2018
ÊNIO ALVES CARVALHO, MARCELO RODRIGO SOARES SOUSA,
WANDERSON CHAGAS LUCAS
TAGUATINGA / DF
2018
ENIO ALVES, MARCELO RODRIGO, WANDERSON CHAGAS LUCAS
Monografia apresentada à Banca Examinadora como requisito parcial para a conclusão do Curso
Bacharel em Farmácia da Faculdade LS.
Aprovada em: / / .
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________
Prof. Titulação e Nome Completo.(Membro 1- Orientador)
Faculdade LS
_______________________________________________
Prof. Titulação e Nome Completo.(Membro2)
Faculdade LS
_______________________________________________
Prof. Titulação e Nome Completo.(Membro 3)
Faculdade LS
AGRADECIMENTOS
Agradecemos primeiramente a Deus, pois sem ele nada seria possível, também aos nossos
familiares e a nossa orientadora Prof(a).Me. Anna Maly de Leão Neves Eduardo, a nossa
coordenadora Doutora Vivian Taís Fernandes Cipriano e ao nosso Prof(a).Me. João Flávio
Guimarães.
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
A automedicação costuma ser uma prática corriqueira não apenas no Brasil, mas se
estendendo, também, a outros países. No Brasil, onde o problema da automedicação não é
novo e o sistema de saúde não consegue atender a todos, ainda por questões culturais, o
problema acaba se agravando ainda mais, pois dos 160 milhões de brasileiros, 120 milhões
não possuem convênios e, ainda, encontram grandes dificuldades de acesso ao sistema de
saúde pública, ficando sem o atendimento. No Brasil, os medicamentos mais utilizados para o
tratamento de sintomas agudos como febre, dor, inflamação são os anti-inflamatórios não
esteroidais, e neste contexto um dos mais utilizados é o paracetamol. O presente trabalho teve
como objetivo avaliar a importância da atenção farmacêutica na prevenção de intoxicação
causada pelo uso indiscriminado de paracetamol. Portanto, conclui-se que o paracetamol é
seguro, quando utilizado dentro da posologia e dose adequada seguindo a orientação do
profissional da saúde, sendo necessário o farmacêutico estar atento ao fazer a dispensação
juntamente com a atenção farmacêutica.
ABSTRACT
Self-medication is usually a practice not only in Brazil but also in the to other countries.
Brazil, where the problem of self-medication is not new and the health system is not able to
attend to all, even for cultural reasons, the problem ends up becoming even worse, of the 160
million Brazilians, 120 milion do not have covenats, difficulties of access to the public health
system,without acess to care. In Brazil, the drugs most used to treat acute symptoms such as
fever, pain, inflammation are non-steroidal anti-inflammatory drugs, and in this context one of
the most used is paracetamol. The present study aimed to evaluate pharmaceutical care in the
prevention of intoxication caused by the indiscriminate use of paracetamol. Therefore , it is
concluded that paracetamol is safe, when used within the dosage and appropriate dose
following the guidance of the health professional , it is necessary for the pharmaceutical
professional to be attentive while doing the dispensation together with pharmaceutical care.
Keywords: Paracetamol; intoxication; hepatotoxicity; Pharmaceutical attention.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 09
2 DESENVOLVIMENTO.................................................................................................................................. 13
2.2.3.1 Da absorção.............................................................................................................................. 16
2.2.4.2 Prostaglandinas............................................................................................................................18
2.2.4.3 Canabinóides...............................................................................................................................19
3 CONCLUSÃO ................................................................................................................................................. 44
4 REFERÊNCIAS............. ................................................................................................................................. 46
ANEXO ............................................................................................................................................................... 48
9
1 INTRODUÇÃO
A referida prática se estende para muitos outros países, não sendo comum apenas no
Brasil, onde o problema da automedicação não é novo e o sistema de saúde não consegue
atender a todos os pacientes, ainda por questões culturais, o problema acaba se agravando.
Dos 160 milhões de brasileiros, 120 milhões não possuem convênios de saúde e ainda
encontram grandes dificuldades de acesso ao sistema de saúde pública ficando sem o
atendimento (REVISTA DA ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA, 2011).
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 METODOLOGIA
2.2 APRESENTAÇÃO
Por volta de 1980, a fenacetina também foi retirada do mercado por estar associada à
nefropatia. Von Mering foi o primeiro a utilizar o paracetamol a nível clínico. No ano de
1950, Brodie e Axelrod anunciaram o paracetamol como sendo o princípio ativo da
Acetanilida e Fenacetina. A molécula do paracetamol pode ser vista na figura 1.
O uso do paracetamol vem trazendo uma maior atenção em sua utilização devido ao
seu fácil acesso, custo, via de administração, apresentações e por entrar na classificação de
Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs). Essas facilidades em obter o medicamento
ajudam a mascarar o poder tóxico que aquele pode vir a apresentar, caso seja utilizado de
forma indevida, podendo levar a níveis tóxicos e consequentemente dano hepático (SEBBEN
et al., 2010). Dentre outros medicamentos utilizados na automedicação relacionada à falência
hepática aguda medicamentosa, destaca-se o analgésico paracetamol e outros fitoterápicos
(OLIVEIRA et al., 2014).
2.2.3 Farmacocinética
A sua distribuição ocorre de forma bem uniforme em todos os líquidos corporais e sua
ligação com proteínas plasmáticas como a albumina é variável sendo menor em relação aos
outros Anti-inflamatórios não-esteroides (AINES). O fármaco em sua metabolização sofre N-
hidroxilação, mediada por CYP hemoproteína presente no fígado responsável pela
biotransformação do fármaco, que forma um produto chamado NAPQI (N-acetil-p-
benzoquinonaimina), metabólito tóxico do paracetamol. Este é inofensivo em doses
terapêuticas, pois reage com o grupo GSH (Sulfidrila da Glutationa), porém, em altas
concentrações pode provocar a depleção dos GSH (GOODMAN e GILMAN, 2012).
A GSH hepática tem um grande papel na metabolização do paracetamol, visto que são
responsáveis por eliminar os xenobióticos (substâncias estranhas ou metabólitos que devem
ser excretados). A glutationa possui papel central na biotransformação e eliminação de
xenobióticos e na defesa das células contra o estresse oxidativo (HUBER e ALMEIDA,
2008). Em doses elevadas, esta enzima perde a função e acaba não eliminando o NAPQI,
metabólito tóxico do paracetamol, contribuindo significativamente para efeitos tóxicos
(GOODMAN e GILMAN, 2012).
15
2.2.3.1 Da absorção
2.2.3.2 Da distribuição
2.2.3.3 Do metabolismo
2.2.3.4. Da excreção
2.2.4 Farmacodinâmica
2.2.4.2 Prostaglandinas
Santos, D. (2014) expõe que as enzimas, COX-1, COX-2, são as duas formas
principais da prostaglandina H2 Sintetase, responsáveis pelo processo de conversão do ácido
araquidônico em prostaglandinas (PGs), tromboxanos e prostaciclinas. Tanto COX-1, quanto
COX-2 assumem bifuncionalidades, possuindo atividades distintas, como, a atividade ciclo-
oxigenase (COX) e peroxidase (POX). A atividade COX possibilita a oxidação do ácido
araquidônico em prostaglandina G2 (PGG2), um hidroperóxido, já a atividade POX é
responsável por catalisar o metabolismo da PGG2 em prostaglandina H2. Essas enzimas
ciclo-oxigenases são sensíveis a ambiente de oxidação, sendo necessário um agente redutor
que as converta da forma ativa (Fe4+) para a forma inativa (Fe3+). Nesse âmbito, o
paracetamol age como redutor, inativando as enzimas.
2.2.4.3 Canabinóides
De acordo com Castro (2014), um possível mecanismo de ação foi sugerido referente
ao efeito analgésico do paracetamol que pode está relacionado por ação indireta em receptores
canabinóides CB1. O paracetamol não se liga aos receptores canabinóides, contudo, possui
metabólito com atividade similar aos canabinoides ativando-os de forma indireta (SANTOS,
2014).
Conforme Santos (2010), o óxido nítrico (NO) é uma das moléculas presente no
Sistema Nervoso Central (SNC) responsável, entre outros, pelo relaxamento da musculatura
lisa em vasos. Aquele é sintetizado através da enzima óxido nítrico sintase (NOS), por meio
da reação de Biossíntese de L-arginina em L-citrulina. Todavia há diferentes subtipos de
NOS.
2.2.5 Intoxicação
2.2.5.2. Hepatotoxicidade
O risco de intoxicação deve ser monitorado em todas as faixas de idade. Nas crianças
ocorre uma menor metabolização pelas enzimas CYP, acarretando menor produção de
NAPQI, portanto estas estão menos suscetíveis a hepatotoxicidade por paracetamol, porém
isso não as isenta de risco e de um monitoramento (LOPES e MATHEUS, 2012).
Em relação aos fármacos mais utilizados para prática de automedicação (gráfico 2), o
paracetamol mostrou-se com um índice mais elevado, comparado a outros medicamentos.
Apresentando um índice de 84,7%, seguido do ibuprofeno, com 53,1% e xaropes para tosse
com 20,6%, entre outros com menos taxa de indicação (BELO et al., 2017).
A intoxicação por paracetamol pode ser potencializada por alguns fatores, como
administração simultânea de fármacos indutores de enzimas, ou seja, que aumentam a
atividade das enzimas no fígado, como algumas variações do CYP, a isoniazida e halotano
(enzima CYP2E1), fenitoína, fenobarbital, carbamazepina e rifampicina (enzima CYP3A4),
tal interação promove a elevação do NAPQI (LOPES e MATHEUS, 2012).
Além desses agravantes, outros fatores também contribuem para a intoxicação, como o
álcool que aumenta a atividade da CYP2E1 e causa depleção nos níveis de glutationa, o
tabagismo que aumenta a atividade da enzima CYP1A2, a genética, estado nutricional,
hepatopatias e idade. O fator idade demonstra uma menor influência em crianças e uma
maior influência em adultos, devido à atividade crescente da enzima de produzir xonobióticos
de acordo com a idade (LOPES e MATHEUS, 2012).
1° fase (0,5-24 horas): sintomas não específicos, caracterizado por mal-estar, êmese,
náuseas, anorexia. Nesta fase alguns pacientes podem não apresentar sintomas.
24
2°fase (24-72 horas): Surge o aparecimento de lesões hepáticas, sintomas como dor no
quadrante superior direito do abdômen, aumento da produção das transaminases hepáticas,
alanina transaminase (ALT) e aspartato transaminase (AST), assim como aumento da
bilirrubina, hipoglicemia, acidose metabólica e também insuficiência renal aguda. Os
sintomas dessa fase são bem parecidos com os da hepatite infecciosa (BERTOLINI et al.,
2006). Níveis de AST ultrapassando 1000 UI/L; já são confirmatórios de hepatotoxicidade.
3°fase (72-96 horas): hepatotoxicidade máxima, os quadros de insuficiência hepática
fulminante, hemorragia, infecção generalizada, edema cerebral, síndrome da angústia
respiratória, falência múltipla de órgãos e morte.
4°fase (96 horas a 2 semanas): pacientes que venham a sobreviver à 3° fase,
normalmente se recuperam completamente não apresentando sequelas.
No Brasil, o paracetamol é uma das medicações que mais causa intoxicação. Segundo
Carvalho (2017), no CIAT-BH, em 2015, registrou-se 418 intoxicações por AINEs, dos quais
25
o paracetamol foi um dos majoritários, 50% dos casos (210). Já o relatório anual, referente a
2014, do Centro De Informação Toxicológica Do Rio Grande Do Sul, mostrou que o
paracetamol foi responsável por 62,2% do total de casos de intoxicação por medicamentos
dessa classe.
Podemos analisar que em relação ao sexo, o gráfico 4 demonstra que o sexo masculino
tem menos casos de intoxicação por medicamentos do que o sexo feminino. De acordo com o
SINITOX, foram registrados, em 2011, 30.249 casos de intoxicação medicamentosa e o sexo
feminino foi o mais atingido, com 52% dos casos. Os estudos mostram que as mulheres, que
buscam um cuidado maior pela própria saúde, têm a tendência de utilizar mais medicamentos
do que os homens.
Segundo Schuh (2007), a pesquisa foi realizada com base nos dados do Centro de
Informações Toxicológicas de Santa Catarina (CIT/SC), na tabela 1 é feita uma comparação
entre as idades dos pacientes, que variaram de um mês de vida há 81 anos e também em
questão de intoxicação conforme o sexo dos pacientes. Observou-se que com menores de um
ano o número de intoxicação são de 25 (4,18%), os pacientes da faixa etária de 01 a 04 são
208 casos (40%), com o maior pico de intoxicação entre todas a idades de 5 a 9 anos, 21
(4.04%) entre 10 a 14 anos, 29 (5.58%), entre 15 a 19 anos são 66 casos de intoxicação
(12.69%) entre 20 a 29 anos é o segundo maior pico de intoxicação, nesse caso, foram
26
registrados 98 casos (18.85%), entre 30 a 39 anos são 32 casos ( 6.15%), entre 40 a 49 anos, 9
casos ( 1.73%), entre 50 a 59 anos foram 15(2.88%), entre 60 a 69 anos foram 2 (0.38%) entre
70 e 79 anos foram registrados 3 casos de intoxicação (0.58%) e pacientes com mais de 80
anos expressou o menor índice de intoxicação, registrando apenas um caso de intoxicação
(0.19%), 11 dos casos não tinham especificado a idade dos pacientes que representam 2.12%
do total.
Segundo Schuh (2007), em questão ao sexo dos pacientes que sofreram intoxicação, a
maioria foram mulheres, quase o dobro dos casos masculinos, foram 338 casos (65.00%) do
sexo feminino, já o sexo masculino foram 178 casos (34.23%) e também têm 04 casos que o
sexo não foi definido (0.77%).
Feminino
10 - 14 29 Ignorada
15 - 19 66 4 0.77%
20 - 29 98 TOTAL
30 - 39 32 520 100%
40 - 49 9
50 - 59 15
60 - 69 2
70 - 79 3
>80 1
Ignorada 11
TOTAL 520
2.2.5.8 Diagnóstico
O diagnóstico de uma intoxicação por paracetamol pode ser feito através de exames,
como a dosagem sérica do fármaco após 4 horas da administração. Para detectar níveis
elevados, utilizam-se, comumente, exames de transaminases para analisar os níveis séricos de
ALT e AST, pois estes se elevam com administração de paracetamol, exames de albumina
(níveis de pré-albumina caem e permanecem reduzidos), Bilirrubina, glicemia, amilase e
coagulograma. (LOPES e MATHEUS, 2012; SCHUH, 2007).
Nos casos de já haver dano hepático, os níveis detectados em exames são baixos,
sendo necessários exames mais específicos, como diagnóstico de expressão de genes de
células sanguíneas ou biomarcador específico para acetaminofem-cisteína (APAP-CYS)
(LOPES e MATHEUS, 2012).
2.2.5.9 Tratamento
Foi realizado um estudo comparativo entre os métodos mais empregados para redução
da absorção do paracetamol: a lavagem gástrica, carvão ativado e xarope de ipeca.
29
Os resultados mostraram que administração oral de carvão ativado foi o método mais
eficaz, produzindo uma redução na concentração do fármaco em 52%, lavagem gástrica 39%
e xarope de ipeca 41% (SANTOS, D., 2014).
Em quadros mais graves, como falência hepática, é indicado um transplante de fígado com
urgência (GOODMAN e GILMAN, 2012).
Esta proposta definida por Mikel e colaboradores (1975) foi aprimorada por Brodie,
Parish e Poston no ano de (1980) (apud PEREIRA e FREITAS, 2008). Foi sugerida a inclusão
do seguinte conceito:
Segundo a OMS:
Outra condição preponderante no Brasil é que os farmacêuticos têm vivido por muitos
anos com a situação das Farmácias sendo simples locais de comércio, onde a assistência
farmacêutica, muitas vezes, é negligenciada e apenas se entrega os medicamentos (BOVO et
al., 2009).
O profissional farmacêutico tem que ser visto como um agente da saúde, com a
responsabilidade de fornecer orientações técnicas sobre medicamentos e o uso correto,
decorrentes de sua formação, desenvolvendo, também, conhecimentos e habilidades em outras
áreas como ética e humanização. (CARDINAL e FERNANDES, 2013).
Conforme Vieira (2007), nos EUA as reações adversas a medicamentos, estima-se que
estejam entre a quarta ou sexta causa de morte, sendo superior às mortes decorrentes por
pneumonia e diabetes.
Hoje, um dos desafios para a profissão farmacêutica é modelar as condutas que estão
incorporadas na prática profissional e implantar o modelo de assistência que possibilite ao
farmacêutico atuar com responsabilidade, buscando o sucesso da farmacoterapia do paciente,
trabalhando como um promotor do uso racional de medicamentos, garantindo segurança,
efetividade e qualidade de vida (REIS, 2003).
Desse modo, existem fatores que influenciam de forma direta nos resultados
terapêuticos, como a não adesão ao tratamento, a própria patologia, os medicamentos
utilizados, a relação entre os pacientes, profissionais de saúde e serviços de saúde. (URRUTH
et al., 2016).
Foppa e pesquisadores (2008) nos revela que os PRM podem ser prevenidos e
solucionados, desde que se conheça claramente suas causas; portanto, é fundamental a
identificação e classificação do problema e sua causa.
36
Outra forma de não adesão é descrita como a não adesão inteligente, em que o
paciente, consciente de suas ações, promove, por conta própria, alteração da terapia prescrita,
seja reduzindo a dose por receio de reações adversas, fatores como diagnóstico errôneo,
prescrição incorreta, ou o paciente experimenta reações adversas ou até mesmo aparecimento
de outra patologia no decorrer do tratamento. Estes fatores podem levar o paciente a não
adesão inteligente. (AMARANTE et al., 2010).
Outra causa que contribui para o problema de PRM é o abandono, ausência familiar.
Neste cenário, o abandono ou a falta de um cuidador para ajudar no uso dos medicamentos e
tratamento favorece o aparecimento de problemas relacionados a medicamentos. Um cuidador
despreparado para determinada situação também contribui para o aparecimento de PRM
(FOPPA et al., 2008).
Todavia, o problema da não adesão ao tratamento prescrito tem sido foco de debate e
investigação sendo tratado com importância nas últimas décadas e incluído na prioridade dos
profissionais de saúde em conjunto com outros fatores que influenciam sobre o uso racional
de recursos terapêuticos (LEITE e VASCONCELLOS, 2003).
são devidos a não adesão, 53,3% ao uso inadequado de medicamento, 40,7% a necessidade de
tratamento complementar e 30% devido a reações adversas (apud AMARANTES et al.,
2010).
Como já mencionado, a farmácia clínica tem sua origem no ano de 1960, decorrente
da indignação do afastamento existente entre o farmacêutico e o paciente, o que levou
professores e alunos da Universidade de São Francisco (EUA) ao movimento que iniciou o
conceito de Farmácia clínica (PEREIRA e FREITAS, 2008).
expande-se a todos os níveis de atenção à saúde. Esta prática pode ser desenvolvida
em hospitais, ambulatórios, unidades de atenção primária à saúde, farmácias
comunitárias, instituições de longa permanência e domicílios de pacientes, entre
outros. (BRASIL, 2007).
38
2.3 DISCUSSÃO
Além disso, por ser mais acessível e mais próximo da comunidade, a disponibilidade
do profissional em farmácias comunitárias ajuda a identificar casos de automedicação
comuns, que a princípio parecem inofensivos, mas que em longo prazo podem levar a danos
hepáticos ou renais, cabendo ao farmacêutico encaminhar o paciente para avaliação junto ao
médico (LOPES e MATHEUS, 2012).
resultado efetivo ao paciente (REIS et al., 2017). A figura 3 apresenta as principais causas de
intoxicações por paracetamol.
3 CONCLUSÃO
O farmacêutico deve orientar o paciente desde o início dos sintomas que levarão ao
uso da medicação, avaliando todas as evidências clínicas do paciente e coletando as
informações necessárias para se fazer uma anamnese.
A atenção farmacêutica não é uma prática fácil, porém não é impossível, cabe ao
farmacêutico contribuir para que a mesma se torne, a cada dia, mais próxima da realidade,
pois este tem um papel fundamental no acompanhamento do paciente.
Essa atividade clínica é função exclusiva do farmacêutico, uma vez que suas atuações
irão envolver o seguimento farmacoterapêutico, ou seja, o acompanhamento do tratamento
farmacoterapêutico do paciente.
Ainda que ocorra uma intoxicação causada pelo paracetamol, como os problemas
hepáticos, a presença do profissional farmacêutico em todas as etapas do tratamento do
paciente será preponderante para a cura e a não recidiva do problema de saúde.
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ANEXO A
Figuras de metabolismo