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Sobre os Autores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
Agradecimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Planejamento do Livro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
Depois… . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
Por Fim… . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
Referências bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
Sobre os Autores
Diogo Riker
• E-mail: diogo.riker@gmail.com
• LinkedIn: https://www.linkedin.com/in/diogoriker/¹
¹https://www.linkedin.com/in/diogoriker/
Sobre os Autores 2
• E-mail: vini.javac@gmail.com
• LinkedIn: https://www.linkedin.com/in/viniciuscampossilva/²
²https://www.linkedin.com/in/viniciuscampossilva/
Agradecimentos
Falar sobre facilitação sempre foi algo muito prazeroso. Esse as-
sunto faz parte da minha vida há bastante tempo e me possibilitou
conhecer pessoas que tenho profunda admiração, carinho e respeito.
Além de ter aberto portas, esse tema me trouxe para perto das
comunidades ágeis, eventos (seja como participante ou voluntário)
e uma grande vontade em compartilhar conhecimento.
Gostaria de agradecer a todos que tem ajudado na evolução desse
ebook. Desde a primeira versão, pessoas incríveis tem contribuido
de diversas formas. Algumas delas: Paulo Caroli, Mariana Zaparolli,
Antonio Gerent, Andrea Murata, Guilherme Gonçalves, Samuel
Cavalcante, Auri Cavalcante, Luiz “Lula” Rodrigues, Henrique
Gonçalves, Wagner Fusca, Paulo Araújo, Jana Pereira, Leandro
Lemes, Manoel Pimentel, Bruno Luis, Igor Coutinho, João Reis,
entre muitos outras.
Muitíssimo obrigado.
Diogo Riker
Introdução
A comunicação sempre fez parte das nossas vidas e é impossível
olhar para esse tema de forma isolada. Ela aparece em tudo que
podemos imaginar e navega por esferas sociais, políticas, profis-
sionais, educacionais, culturais, entre outras. Essa percepção fica
muito mais clara com o pensamento que Bordenave (1997), um dos
principais pensadores latinos da Comunicação, nos traz:
Planejamento do Livro
Inteligência Emocional
Lidar com as pessoas faz parte do dia a dia e muitas vezes, olha-se
para os participantes de uma reunião apenas pelo prisma profissio-
nal, deixando de lado as questões pessoais.
Não ter essa percepção pode ser muito prejudicial para o encontro,
pois qualquer coisa dita pode engatilhar uma série de armadilhas
que podem resultar na ineficiência da reunião. Logo, a inteligência
emocional é uma das primeiras e mais importantes características
da facilitação.
Mayer & Salovey (1997) definem a inteligência emocional como
“a capacidade de perceber acuradamente, de avaliar e de expres-
sar emoções; a capacidade de perceber e/ou gerar sentimentos
quando eles facilitam o pensamento; a capacidade de compreender
a emoção e o conhecimento emocional; e a capacidade de controlar
emoções para promover o crescimento emocional e intelectual.”
Capítulo 1: A pessoa facilitadora e as habilidades necessárias 11
• EMPATIA:
Boa comunicação
Em relação a comunicação, é preciso ter em mente como funciona
esse processo e quais são seus elementos principais.
Capítulo 1: A pessoa facilitadora e as habilidades necessárias 14
Teoria da Comunicação
Facilitação Visual
Apesar de não ser mandatória, muitas pessoas ficam intimidadas
com essa questão, pois a associam diretamente com capacidade
artísticas e perfeição. E não é nada disso.
João Reis (2015)⁵, referência no assunto, traz uma citação muito
poderosa em um de seus sketches que ajuda a desmistificar ainda
mais essa questão.
⁵https://medium.com/@jreisstudio/why-visual-thinking-b69b003e50aa
Capítulo 1: A pessoa facilitadora e as habilidades necessárias 18
Organização
Além de todas essas habilidades, uma que não pode ficar de lado é a
organização. Ou seja, chegar antes do horário da reunião, preparar
o ambiente e respeitar o tempo previsto.
Um erro muito comum de facilitadores inexperientes é marcar
reuniões de uma hora de duração, mas perder minutos preciosos
por não preparar e nem testar o ambiente com antecedência.
É preciso entender que uma reunião se divide em três grandes
momentos - antes, durante e depois - e respeitar essas etapas é
crucial para trazer mais fluidez para o encontro, como veremos em
alguns capítulos mais a frente.
Ser organizado é fundamental para que a pessoa facilitadora con-
siga desempenhar o seu papel com êxito.
Capítulo 1: A pessoa facilitadora e as habilidades necessárias 21
Portanto…
Nota-se que as características comportamentais e interpessoais são
essenciais para esse papel. Ter essa consciência é fundamental para
o entendimento de como a pessoa facilitadora pode contribuir para
um grupo ter reuniões mais eficazes.
Características como a organização e facilitação visual são impor-
tantes para potencializar e gerar sinapses no cérebro de uma forma
que os participantes consigam assimilar melhor as informações.
Já as habilidades como comunicação não violenta e inteligência
emocional são importantes para ajudar o grupo a criar conexões
entre si.
A pessoa facilitadora que consegue convergir tudo isso na condução
de um encontro, com toda certeza, tem uma taxa de sucesso muito
maior.
Capítulo 2: Os pilares da
facilitação
Quando a pessoa facilitadora não entende qual é o seu papel
durante uma reunião, as chances desta ser ineficiente e ineficaz são
altas. Por isso, é preciso deixar claro qual é o principal objetivo da
facilitação.
Samuel Cavalcante⁶, referência no assunto, traz um pensamento
bastante interessante sobre o tema:
Guiar as pessoas
A pessoa facilitadora deve utilizar uma abordagem na qual crie
segurança o suficiente para os participantes, deixando-os confor-
táveis para expor suas opiniões.
Iniciar um encontro com um discurso que guie todos para o
caminho da colaboração é essencial para a construção de um am-
biente seguro. Paulo Caroli (2020) chama esse elemento de diretiva
primária. De acordo com ele:
⁶https://www.linkedin.com/in/samuelmbc/
Capítulo 2: Os pilares da facilitação 23
Criar conexões
Estimular a comunicação entre os participantes e garantir que todos
sejam ouvidos é fundamental para estabelecer conexões e fortalecer
a confiança.
Manoel Pimentel (2019) descreve uma técnica muito conhecida
por criar um processo de exploração através de questionamentos,
chamada Perguntas Poderosas. De acordo com ele, durante esse
processo, as pessoas podem:
Observar e intervir
A facilitação existe justamente para evitar que uma reunião saia do
controle e saber quando intervir é importante para alcançar bons
resultados.
Observar e identificar elementos que vão contra a eficácia do
encontro é tão importante quanto a clareza dos objetivos da reunião.
Roger Schwarz (2002) descreve um modelo de seis etapas conhecido
como Ciclo de Diagnóstico e Intervenção que ajuda muito nessa
questão.
Capítulo 2: Os pilares da facilitação 25
Chegar no consenso ou
consentimento
A discordância é algo natural e muito comum em reuniões. Muitas
vezes, ela é valiosa para se chegar a resultados mais equilibrados.
Os motivos da discordância podem variar bastante: seja uma falha
no processo de comunicação, não alinhamento com os valores
pessoais e/ou profissionais ou algum histórico de conflito entre os
participantes anterior à reunião.
Dependendo do nível de discordância, alcançar o consenso em
um encontro pode ser muito desgastante e caro para todos os
envolvidos.
Davi Gabriel, da target teal⁷, descreve uma definição muito interes-
sante sobre o que é o consenso:
Antes…
No momento anterior ao encontro, é importante que a pessoa faci-
litadora comece a preparar os passos necessários para um encontro
eficaz.
Diana Larsen e Ainsley Nies (2011) falam sobre um processo que
organizações de alta performance costumam utilizar na construção
de projetos de software baseado em alinhamento, propósito e
contexto, chamado Agile Chartering.
Capítulo 4: Preparando a reunião 35
Durante…
Esse é o momento em que a pessoa facilitadora coloca em prática
tudo o que planejou anteriormente.
Paulo Caroli¹³, referência no assunto, define essa etapa como prato
principal. Segundo ele, é o ponto mais importante de uma reunião,
é composta por uma ou mais atividades e também é o período que
o grupo discute suas anotações.
¹¹https://www.linkedin.com/in/janapereira/
¹²http://agile.pub/facilitacao/reunioes-malditas/
¹³https://www.linkedin.com/in/paulocaroli/
Capítulo 4: Preparando a reunião 37
CONTEXTUALIZAÇÃO
DIRETIVA PRIMÁRIA
Este item é um dos mais importantes, pois é uma declaração que
convida o grupo para a colaboração. É por meio dela que o contexto
será sustentado.
Inicialmente, esse estágio foi pensado para encontros com foco em
melhoria contínua (retrospectivas, futurospectivas, team building,
etc). Porém, sua simplicidade permite adaptações para encontros
de qualquer contexto.
A pessoa facilitadora deve ler essa declaração em voz alta e deixar
sempre visível para que o grupo esteja ciente e, constantemente, a
revisite em qualquer momento.
A seguir alguns exemplos para auxiliar na utilização ou adaptação.
CHECK-IN
São atividades que ajudam a identificar a predisposição do grupo
em relação à reunião e aos temas propostos. Paulo Caroli (2020) fala
mais sobre os objetivos dessas atividades:
Safety Check
Radar da Satisfação
Uma Palavra
FILTRAGEM
Dot Voting
CHECK-OUT
Happiness Door
emojis.
Depois…
Ao término da reunião, costumava pensar que o trabalho da pessoa
facilitadora havia terminado. Mas, estava enganado.
É importante que todos os insumos gerados cheguem até aos
participantes para que possam ser visitados em outro momento.
Em lugares mais tradicionais é comum ter alguém responsável em
escrever ATAS sobre o que foi discutido. Particularmente, não gosto
Capítulo 4: Preparando a reunião 49
Falta de timebox
Essa é uma disfunção muito comum e bastante gente reclama
quando isso acontece. Analisem o cenário a seguir.
Para quem está facilitando, essa situação pode ser muito agoniante
e é comum sugerir alguma prática para tentar fazer o time andar
Capítulo 6: Aprenda com os meus erros 59
Energia baixa
Sabe quando você não está tendo um bom dia? Essa foi a situação!
Estava em um dia difícil, cansado, com pouca paciência e aceitei o
convite para facilitar a retrospectiva de outro time.
Resultado disso: levei esse clima ruim para a reunião e não consegui
ser imparcial. A equipe, no início, estava bem empolgada em
querer fazer a cerimônia de melhoria contínua, mas devido a minha
postura como facilitador, acabei desengajando os participantes.
Já ouviu a frase “para querer ajudar o outro, primeiro temos que
estar bem”? Acredito que essa é a principal premissa que devemos
assumir enquanto facilitadores. Não é porque o chamaram para
facilitar uma reunião, que você precisa aceitar. Tenha em mente que
sua postura e atitude podem causar experiências ruins impactantes,
resultando em possíveis resistências por parte dos participantes no
longo prazo.
Visibilidade do timebox
Como foi dito anteriormente, é essencial saber o tempo de duração
de uma reunião para planejar e executar as principais atividades.
Entretanto, pessoas facilitadoras com pouca experiência costumam
guardar esse tipo de informação para si.
Para os participantes, não ter essa informação visualmente repre-
sentada pode refletir na falta de preparo para se posicionar sobre
determinado assunto.
Dar visibilidade do timebox é fundamental para ajudar as pessoas
organizarem seus pensamentos em relação a determinado tema e se
preparar melhor para expô-los, evitando divagações desnecessárias.
Capítulo 7: Dicas para tornar-se um bom facilitador 64
Efeito Pipoca
Durante uma reunião, é muito comum o debate dos temas serem
levados para o coletivo e o timebox é uma ótima forma para
manter a discussão focada e produtiva. Entretanto, há situações
cujas discussões acabam sendo mais rápidas do que o previsto. Ou
seja, uma excelente oportunidade para a pessoa facilitadora, pois ela
pode ganhar tempo e finalizar o encontro antes do horário previsto.
O efeito pipoca é uma forma de identificar situações desse tipo.
Semelhante a uma pipoca no microondas, numa reunião temos um
efeito parecido.
Quando o assunto está no início, nem todos os participantes se
sentem confortáveis em expor suas opiniões (o milho não começou
a estourar). Conforme o tema encaminha-se para o seu ápice, as
pessoas estão mais participativas, expondo seus pontos de vista e
debatendo sobre o assunto (o milho está estourando). Por fim, os
participantes dão o assunto como encerrado e param de opinar (o
milho parou de estourar).
Essa analogia é aplicada em situações como debates sobre algum
tema com várias pessoas (reuniões tradicionais, por exemplo), trei-
namentos/workshops, perguntas e respostas, entre outras.
Capítulo 7: Dicas para tornar-se um bom facilitador 67
• Conversas paralelas;
• Distrair-se enquanto outro participante está falando (mexer
no celular ou notebook, por exemplo);
• Ausência de um posicionamento, quando necessário;
• Puxar assuntos fora do contexto da reunião e que não agre-
gam para o momento;
• Interromper alguém enquanto a pessoa está falando;
• Agenda da reunião não é seguida;
Capítulo 7: Dicas para tornar-se um bom facilitador 68
Intervalos Regulares
Já falamos anteriormente que reuniões muito longas geralmente
não são tão efetivas, pois o grupo acaba perdendo o foco depois
de um determinado período. Porém, nem sempre isso acontece.
Dependendo do contexto, é comum ter encontros com um timebox
maior que uma hora de duração. Por exemplo, os workshops costu-
mam durar períodos bastante longos, assim como alguma reunião
de definição estratégica de uma empresa.
Nessas situações, é importante que a pessoa facilitadora defina
intervalos regulares para o grupo espairecer um pouco, esticar as
pernas e tenha um tempo maior para assimilar as informações
apresentadas no encontro.
Capítulo 8: Facilitação
para reuniões remotas
O ano de 2020 não foi fácil e deixou marcas profundas em todo
mundo. Além das milhares de mortes, a COVID-19 trouxe diversas
crises financeiras e de saúde que forçaram as empresas e negócios
a adaptarem-se rapidamente em um novo contexto: o trabalho
remoto.
Essa rápida adaptação trouxe mudanças drásticas na forma como
as pessoas se relacionam, evidenciando problemas que antes eram
camuflados pela relação offline ou que não existiam.
Um dos principais problemas foi a dificuldade na comunicação
entre as pessoas. No contexto remoto, muitos esperam um compor-
tamento semelhante ao contexto físico. Ou seja, a expectativas de
respostas rápidas e síncronas.
Alistair Cockburn (2006) define que a comunicação mais efetiva é
a conversa face-a-face, conforme a imagem a seguir.
Capítulo 8: Facilitação para reuniões remotas 70
Efetividade da Comunicação
Utilização da Webcam
Uma excelente forma para ter a percepção da linguagem não-verbal.
Por meio da webcam, a pessoa facilitadora consegue identificar
detalhes preciosos que podem ajudar durante a comunicação. Por
exemplo, quando uma pessoa não entende o que a outra diz,
geralmente, ela faz uma leve careta na altura dos olhos. Ou então,
em situação de discordância, ela faz um leve movimento de negação
com a cabeça.
Capítulo 8: Facilitação para reuniões remotas 72
Efetividade da comunicação
Comunicação textual
A comunicação por escrito é algo que pode gerar bastante dúvida
e/ou interpretações inesperadas de quem estiver lendo a mensagem.
Dependendo da situação, a presença de algum elemento da língua
portuguesa pode trazer uma entonação totalmente diferente para a
leitura, como pontos de exclamações, por exemplo.
No contexto remoto, as mensagens acabam tornando-se assíncro-
nas e quanto menos ruído ela tiver, melhor será o entendimento
dentro de um grupo de pessoas.
Uma dica importante para melhorar essa questão, é deixar claro o
filtro de leitura que o receptor deve ter da mensagem e também
utilizar emoticons quando possível.
Por exemplo, caso seja algo que não é tão urgente, deixe claro no
decorrer da mensagem:
Cenário 1:
Cenário 2
Aprendizados
Nos cenários apresentados, o modelo foi basicamente igual, porém
os resultados foram totalmente diferentes. Mas, isso não quer dizer
que o cenário dois é melhor que o cenário um (ou vice-versa).
Tudo vai depender do contexto e do momento em que as pessoas e
organizações se encontram.
No primeiro cenário, algo interessante foi que cada pessoa de-
senvolveu um estilo diferente na facilitação. Já no segundo, o
fortalecimento de um ambiente seguro ajudou a revelar pessoas
facilitadoras com muito potencial, além das diversas dinâmicas que
foram ensinadas.
Comunidades de práticas são formadas por pessoas de diferentes
níveis de conhecimento, desde aprendizes até especialistas. Essa
mistura só tem a contribuir para o desenvolvimento dos participan-
tes, pois permite que as informações naveguem por diversas esferas
do conhecimento e tragam resultados gratificantes para todos.
Um aprendizado relevante é em relação a agenda dos participantes.
Quanto mais pessoas estiverem envolvidas, maior será a dificuldade
em conciliar um horário comum para todos. Sendo assim, começar
com grupos pequenos é uma boa estratégia para mitigar esse tipo
de problema, mas é preciso ter em mente um plano para escalar.
Acredito que esse tenha sido um dos grandes diferenciais para a
longevidade do cenário dois. Além de ter muito claro o objetivo,
o encontro acontecia logo após o almoço, pois era o único horário
onde grande parte dos participantes estavam disponíveis. Ou seja,
por ser um horário popularmente conhecido como “hora do des-
canço”, as pessoas que apareciam realmente tinham um interesse
genuíno na iniciativa.
Outro aprendizado foi o entendimento que comunidades de práticas
têm início, meio e fim. Quando esta não alcança mais o seu objetivo
máximo de influenciar o ecossistema em que está inserido, talvez
Capítulo 9: Comunidade de práticas 82