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SUMÁRIO

1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO ............................................................................3


1.1. IDENTIFICAÇÃO DO LOCAL .............................................................................3
1.2. IDENTIFICAÇÃO DO ESTAGIÁRIO ...................................................................3
1.3. DADOS DO SUPERVISOR LOCAL....................................................................3
1.4. DADOS DA SUPERVISOR ACADÊMICO ..........................................................3
2. INTRODUÇÃO ....................................................................................................4
3. JUSTIFICATIVA ..................................................................................................5
4. CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO ...............................................6
5. OBJETIVOS ........................................................................................................7
5.1. OBJETIVO GERAL .............................................................................................7
5.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...............................................................................7
6. ATIVIDADES A SEREM REALIZADAS .............................................................8
6.1. ACOLHIMENTO PSICOSSOCIAL ......................................................................8
6.2. ENCAMINHAMENTO À REDE DE APOIO ......................................................10
6.3. ACONSELHAMENTO PSICOLÓGICO .............................................................11
7. CRONOGRAMA ...............................................................................................13
REFERÊNCIAS ...........................................................................................................14
ANEXO A – ENCAMINHAMENTO DE ESTÁGIO .....................................................15
ANEXO B – TERMO DE COMPROMISSO DE ESTÁGIO ........................................16
1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

1.1. IDENTIFICAÇÃO DO LOCAL


Nome: Central Integrada de Acompanhamento de Alternativas Penais do Amazonas – CIAPA
Endereço: Rua Gabriel Gonçalves s/n – Centro
Cep: 69005-330
Telefone: (92) 9 8150-8717

1.2. IDENTIFICAÇÃO DO ESTAGIÁRIO


Nome: Erik Victor Cavalcante de Almeida.
Matrícula: 1902762
Turma: PSI201N01ZL
Período: 6º
Turno: Noturno
Telefone: (92) 9 9193-0274
E-mail: almeida.erikvictor@gmail.com

1.3. DADOS DO SUPERVISOR LOCAL


Nome do supervisor local: Raimundo Nonato dos Santos Mello
CRP do supervisor local: 20/06131
Telefone: (92) 9 9163-2382
E-mail:zinho1936@outlook.com

1.4. DADOS DA SUPERVISOR ACADÊMICO


Nome da supervisora acadêmica: Carla Dimarães
CRP da supervisora acadêmica: 20/1308
Telefone: (92) 9 8156-5659
E-mail: carlacsdimaraes@hotmail.com
Carga horária total: 220 horas
Carga do local: 154 horas
Carga horária de supervisão acadêmica: 66 horas
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2. INTRODUÇÃO

O estágio constitui uma etapa de grande valia na vida do acadêmico, pois trata-se de
uma oportunidade de coadunar aquele conteúdo teórico que foi desenvolvido em sala de aula
com a prática efetiva no local de estágio. Esse momento deve ser visto como uma
possibilidade de adentrar em áreas específicas de determinado campo de conhecimento. Na
atuação como estagiário, há um ganho positivo de saberes no que se refere à conduta
profissional, ética e questões teóricas imbricadas nas atividades realizadas.
O presente plano de estágio básico foi desenvolvido a partir do entendimento da
relevância do estágio como um processo necessário para o bom desenvolvimento acadêmico e
profissional. Este plano visa descrever as atividades que serão realizadas na Central Integrada
de Acompanhamento do Alternativas Penais do Amazonas – CIAPA, bem como levantar
informações quanto aos dados de identificação e caracterização do local.
A Central Integrada de Acompanhamento do Alternativas Penais – CIAPA tem como
seu princípio norteador a prática de justiça restaurativa e atua auxiliando na redução do
número de detentos provisórios nas unidades prisionais do Estado. Suas atividades possuem
grande valor, pois têm estrutura e alcance o suficiente para lidar com as vulnerabilidades do
público atendido, fornecendo atendimento social, psicológico, jurídico e pedagógico, tendo
como base para essas atividades a humanização, a promoção de liberdade, autonomia e
responsabilização por parte da pessoa em alternativa penal.
Objetiva-se com o estágio na CIAPA auxiliar no atendimento psicossocial oferecido
pela Central às pessoas em alternativas penais, atuando de forma orientativa, acolhedora e
propiciando a proteção social, bem como o fortalecimento dos laços familiares e sociais do
público-alvo. Para que este objetivo seja atendido, será necessário desenvolver determinadas
atividades, como o acolhimento psicossocial, encaminhamento à rede de apoio parceira e
aconselhamento psicológico.
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3. JUSTIFICATIVA

A relevância de atuar como estagiário na área de psicologia jurídica reside na


possibilidade de adentrar em um conteúdo relativamente recente no contexto brasileiro e que
vem se estabelecendo como um campo teórico e prático. Além disso, a atuação do aluno no
estágio consiste em uma etapa necessária para o desenvolvimento de competências e
habilidades que só poderiam ser ensinadas em contato com o ambiente de trabalho onde essas
atividades são desenvolvidas. Há, portanto, a necessidade de um treino supervisionado de
determinados comportamentos que servirão de base para o exercício profissional e é nesse
momento em que os conhecimentos teóricos aprendidos em sala da aula convergem com a
prática.
As atividades empreendidas na Central Integrada de Acompanhamento de Alternativas
Penais do Amazonas (CIAPA) servem de contexto para que se aprenda competências e
habilidades demandas pelo local de estágio e pela instituição de ensino, compondo uma série
de oportunidades para o desempenho adequado da aprendizagem e aproximação do graduando
com a atividade profissional do psicólogo. Desse modo, estagiar na CIAPA favorece a
imersão no conteúdo da psicologia em intersecção com o saber jurídico, abrindo espaço para
melhor compreender os aspectos inerentes da psicologia jurídica e o papel do profissional de
psicologia inserido nesse contexto. A importância de psicólogos integrarem a equipe
multidisciplinar envolvida nesse projeto se faz presente na promoção do conhecimento
objetivo que o profissional de psicologia promove aos operadores da lei, indo além da
literalidade da lei e das questões processuais de modo que, ao olhar para o público-alvo do
programa, se produza um entendimento da dinâmica do sujeito e de suas particularidades.
Os serviços de psicologia da CIAPA estabelecem um vasto terreno para integrar os
conhecimentos à prática, demonstrando a indispensabilidade dos conteúdos estudados para a
formação profissional. Os atendimentos voltados para a orientação psicológica abrem espaço
para efetivamente treinar habilidades e, somados a supervisão local e acadêmica, é o que
caracteriza o estágio curricular como um programa de ensino que deve ser visto com muito
cuidado pelo estudante, pois servirá de fundamento para as questões mais essenciais da
profissão.
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4. CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO

Criada em julho de 2015, fruto de uma parceria entre o Tribunal de Justiça do Estado
do Amazonas (TJAM) e o Governo do Amazonas, a Central Integrada de Acompanhamento
de Alternativas Penais do Amazonas – CIAPA possui a estrutura de monitoramento de
medidas cautelares alternativas à prisão para dar suporte ao projeto Audiência de Custódia, do
Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que tem o objetivo oferecer mais celeridade aos
processos que envolvem crimes de menor potencial ofensivo e diminuir o número de detentos
provisórios nas unidades prisionais do Estado1.
Durante seu primeiro ano a Central Integrada de Acompanhamento de Alternativas
Penais do Amazonas – CIAPA se encontrava instalada no Fórum Ministro Henoch Reis, onde
realizava os atendimentos às pessoas liberadas provisoriamente advindas das audiências de
custódia e cumpridores de medidas cautelares para primeiro atendimento. Já em seu segundo
ano, a CIAPA estava localizada em um novo prédio localizado na Avenida André Araújo, n.
115, Aleixo, juntamente com a Casa do Albergado de Manaus (CAM) e a Ouvidoria do
Sistema Penitenciário2.
Atualmente a Central Integrada de Acompanhamento de Alternativas Penais do
Amazonas (CIAPA) encontra-se localizada Rua Gabriel Salgado, S/N, na região central da
cidade e ocupando dois andares de um prédio da Secretária de Estado de Administração
Penitenciária (SEAP). Conta com salas para o atendimento psicológico, social e jurídico, bem
como um espaço para receber os jurisdicionados e realização de práticas em grupo como
palestras e grupos temáticos3.

1
Informações obtidas em: https://informemanaus.com/2020/seap-firma-acordo-com-tjam-mpe-e-dpe-para-
implantacao-da-central-integrada-de-alternativas-penais/.
2
Informações obtidas em: https://issuu.com/seap.amazonas/docs/livro_seap_1_ano_-_final_-_revisado
3
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Relatório de inspeções: Estabelecimentos prisionais do estado do
amazonas. Brasília: CNJ, 2022.
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5. OBJETIVOS

5.1. OBJETIVO GERAL

Auxiliar no atendimento psicossocial oferecido pela Central Integrada de Acompanhamento


de Alternativas Penais do Amazonas – CIAPA aos jurisdicionados, atuando de forma
orientativa, acolhedora e propiciando a proteção social, bem como o fortalecimento dos laços
familiares e sociais das pessoas em alternativas penais.

5.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Acolher as pessoas em alternativas penais partindo de uma abordagem psicossocial


identificando seus aspectos psicológicos e sociais em intersecção com seu contexto processual
penal;

Executar encaminhamentos à rede parceira da Central Integrada de Acompanhamento de


Alternativas Penais do Amazonas – CIAPA conforme as demandas identificadas por meio de
entrevistas com cada pessoa em alternativa penal;

Realizar aconselhamento psicológico às pessoas em alternativas penais que compõe o público


assistidos pela Central Integrada de Acompanhamento de Alternativas Penais do Amazonas –
CIAPA.
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6. ATIVIDADES A SEREM REALIZADAS

As atividades desempenhadas na Central Integrada de Acompanhamento de


Alternativas Penais do Amazonas – CIAPA estão voltadas para o acolhimento,
acompanhamento e orientação por parte da equipe técnica às pessoas em alternativas penais,
garantindo o acesso aos direitos a partir das demandas apresentadas por cada pessoa, a partir
de uma abordagem centrada na afirmação da autonomia, liberdade e responsabilização.
Em um primeiro momento será realizado o acolhimento psicossocial, abrindo espaço
para a escuta qualificada necessária para desenvolver um vínculo com a pessoa atendida,
entendendo seus aspectos subjetivos, emocionais e sociais. As informações obtidas nesse
primeiro encontro serão registradas, assegurando o caráter sigiloso da ação, para o devido
acompanhamento posterior.
Durante o acompanhamento da pessoa em alternativa penal será realizado o
aconselhamento psicológico com vistas a fornecer informações, direcionamentos e
orientações para o melhor ajustamento do jurisdicionado ao cumprimento das medidas
cautelares impostas. Esse acompanhamento objetivará ajudar a pessoa a planejar sua condição
e buscará também identificar possíveis demandas e fatores de risco.
Com a identificação das demandas informadas por cada pessoa em alternativa penal,
caberá o encaminhamento para os serviços da rede parceira, enfatizando o caráter não
obrigatório. As pessoas em alternativas penais poderão ser encaminhadas à órgãos como o
Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), Centro de Referência de Assistência Social (CRAS),
Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), Pronto Atendimento ao
Cidadão (PAC), Defensoria Pública, etc.
O acompanhamento junto com a pessoa em alternativa penal se dará em seis encontros
mensais previamente agendados. No sexto encontro, será dado o encerramento do
acompanhamento do jurisdicionado na Central Integrada de Acompanhamento de Alternativas
Penais do Amazonas – CIAPA. Será então elaborado o parecer psicossocial, informando
como se deu suas visitas a central, bem como suas expectativas futuras com relação a sua vida
laboral, sua capacidade reflexiva, seus aspectos emocionais e sociais.

6.1. ACOLHIMENTO PSICOSSOCIAL

Conforme o Conselho Nacional de Justiça (2021) após a realização da Audiência de


Custódia, com a determinação do juiz de que a pessoa responderá seu processo em liberdade
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provisória com medidas cautelares aplicadas, o sujeito será encaminhado à Central de


Alternativas Penais devendo o mesmo comparecer dentro do prazo determinado.
Ao iniciar seu acompanhamento na Central Integrada de Acompanhamento de
Alternativas Penais do Amazonas – CIAPA, a pessoa em alternativa penal deverá ser recebida
pela equipe técnica para seu devido atendimento. Nesse primeiro momento o atendimento é
voltado para a escuta onde serão identificadas as dúvidas referentes ao contexto processual
penal, os aspectos psicológicos, sua condição física e as demandas apresentadas pelo
indivíduo. A pessoa em alternativa penal deverá ser compreendida de forma integral,
buscando entender a formação de suas relações interpessoais, seu estado emocional, suas
condições sociais, entre outros aspectos que permitam o melhor ajustamento da orientação
prestada pela equipe (LEITE, 2016).
Esse acolhimento se mostra necessário, pois a pessoa ao ser liberada da Audiência de
Custódia apresenta uma carência de informações de cunho jurídico, desse modo, o
acolhimento não está situado apenas nos atendimentos sociais e psicológicos oferecidos pela
CIAPA, mas também pela assessoria jurídica. Ainda segundo Leite (2016, p. 40)
É comum que as pessoas cheguem neste primeiro encontro ainda com dúvidas
jurídicas e resistência quanto ao cumprimento. É importante que seja um espaço de
escuta e não só de orientação, uma vez que a percepção da pessoa quanto à
capacidade de ser ouvido pela equipe, poderá determinar uma construção de vínculo
que contribua para o acompanhamento. É possível o agendamento de atendimentos
específicos e fora da determinação judicial, desde que haja demanda e consenso com
a pessoa.
Miranda e Miranda (1993) enfatizam que o acolher no primeiro contato mostra-se uma
etapa importante na construção de uma relação de ajuda. Nesse primeiro encontro se faz
necessário receber calorosamente o sujeito, conhecer seu nome, individualizá-lo e nutri-lo
fisicamente.
É importante salientar a preparação do ambiente e a garantia de atendimento,
entendendo que esses aspectos são valiosos para o acolhimento. O espaço físico, social e
profissional estabelece a acolhida adequada ao usuário (VELASCO; RIVAS; GUAZINA,
2012). Atentar-se para as características do ambiente onde será realizado o atendimento
revela-se necessário para fornecer à pessoa que será ajudada a devida valorização e isso se dá
por meio do arranjo adequado das condições ambientais, tais como decoração, eliminação de
qualquer desconforto do ambiente, limpeza e oferecimento de pequenos cuidados ao ajudado
(MIRANDA; MIRANDA, 1993).
Dentro dos atendimentos realizados pela Central Integrada de Acompanhamento de
Alternativas Penais do Amazonas – CIAPA é pertinente a abordagem psicossocial. Segundo
Alves e Francisco (2009, p. 769) “A abordagem psicossocial contempla, portanto, articulações
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entre o que está na ordem da sociedade e o que faz parte do psíquico, concebendo o sujeito em
suas múltiplas dimensões”. Os fatos sociais e também jurídicos no contexto da política de
Alternativas Penais associam-se aos saberes da psicologia e é dentro deste campo em que se
favorece a autonomia e valorização dos jurisdicionados, através do reconhecimento das
implicações e direitos da sua existência humana, toda essa conjuntura reflete-se na eficiência
da integração social das pessoas em alternativas penais (POITEVIN; SACCHELLI;
ROEHRIG, 2007).
O amplo acesso à justiça pela sociedade, de acordo com Roehrig e Siqueira (2007, p.
187) apud Poitevin, Sacchellie Roehrig (2007) “depende do reconhecimento mútuo das
diferentes ciências, pois é na articulação de diversos saberes que se torna viável alcançar
práticas institucionais mais coerentes às necessidades humanas e sociais, numa perspectiva
ecológica e ética”. Dessa forma entende-se que a articulação do psicólogo com outros
profissionais, em especial com o assistente social, é relevante para uma compreensão mais
ampla dos serviços que serão prestados às pessoas em alternativas penais.

6.2. ENCAMINHAMENTO À REDE DE APOIO

Dado que o público atendido pela Central Integrada de Acompanhamento de


Alternativas Penais do Amazonas – CIAPA apresenta certas vulnerabilidades sociais, se
mostra pertinente o encaminhamento à rede de apoio, de modo que possa viabilizar a inclusão
social de cada pessoa em alternativa penal às instituições parceiras, conforme as demandas
apresentadas. Os encaminhamentos não serão feitos como determinação judicial, devendo
partir da sensibilização da equipe técnica que integra a Central, enfatizando o seu caráter
voluntário (CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA, 2020).
Para a identificação das demandas e dos fatores de risco apresentados pelas pessoas
em alternativas penais, torna-se necessário o espaço de escuta. O uso da entrevista, um
instrumento indispensável ao psicólogo, possibilita essa escuta, pois permite uma maior
investigação a respeito do sujeito a ser entrevistado (TAVARES, 2003). Para a realização dos
atendimentos na CIAPA utiliza-se uma entrevista semiestruturada que, segundo Tavares
(2003), se denomina dessa forma, pois o entrevistador tem seus objetivos esclarecidos,
sabendo quais informações irá colher para atingi-los. As perguntas nesse tipo de entrevista são
pré-definidas, no entanto não limita a elas.
Enfatiza-se que o objetivo da entrevista que será realizada na CIAPA é o de
aconselhamento. Nessa modalidade o psicólogo fornece informações, faz sugestões ao sujeito
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e interpreta o material que é colocado pelo indivíduo (CUNHA, 1986, p. 31 apud OLIVEIRA,
2005). A entrevista, conforme propõe Benjamin (2008, p 16), constitui em
[...] um diálogo entre duas pessoas, um diálogo que é sério e tem um propósito. O
objetivo da entrevista é auxiliar o entrevistado, que pode vir até nós livremente,
procurando ajuda. Pode vir contra a sua vontade, forçado pela lei ou outros agentes,
talvez por nós mesmo. Em qualquer caso, a questão fundamental para o
entrevistador deve ser sempre a seguinte: qual será o melhor modo de ajudar essa
pessoa?
No decorrer do acompanhamento na CIAPA, a pessoa em alternativa penal passará por
entrevistas justamente com o objetivo de esclarecer as demandas, bem como os demais
aspectos imbricados na experiencia individual de cada um dos jurisdicionados.

6.3. ACONSELHAMENTO PSICOLÓGICO

De acordo com o Conselho Nacional de Justiça (2020), durante o acompanhamento da


pessoa em alternativa penal os trabalhos desempenhados pelos psicólogos não terão atribuição
clínica, não havendo também competência para emissão de laudos psicológicos. Na Central
Integrada de Acompanhamento de Alternativas Penais do Amazonas – CIAPA o atendimento
do público por parte do psicólogo e dos estagiários de psicologia se voltará para o
aconselhamento psicológico.
Sheefer (1989, p. 14) define, de modo sintetizado, aconselhamento psicológico como
sendo “[...] uma relação face a face de duas pessoas, na qual uma delas é ajudada a resolver
dificuldades de ordem educacional, profissional, vital e a utilizar melhor os seus recursos
pessoais”. Essa definição é consonante com o que Patterson e Eisenberg (1988) apresentam
sobre o aconselhamento psicológico, sendo, portanto, um processo interativo, entre o
conselheiro e o cliente, onde o último será levado a produzir mudanças em determinados
campos de sua vida. Os autores enfatizam que os objetivos do aconselhamento psicológico
podem estar relacionados ao desenvolvimento ou voltados para aspectos terapêuticos. Essa
questão denota a discussão a respeito da distinção entre aconselhamento psicológico e
psicoterapia.
Scorsolini-Comin (2014) ao tratar sobre o tema aponta que o aconselhamento
psicológico seria indicado quando não houvesse um diagnóstico de transtorno psicológico ou
em situações pontuais. Ainda com relação às diferenças entre aconselhamento e psicoterapia
entende-se que, embora mantenham estreitas relações, há um consenso de que se trata de duas
modalidades distintas (SCHMIDT, 2012 apud SCORSOLINI-COMIN, 2014).
Os atendimentos psicológicos na Central serão pautados na organização de um
aconselhamento psicológico, buscando informações que permitam o melhor entendimento da
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dinâmica do sujeito. Para tanto, cabe saber que existem diversos métodos a serem utilizados
no aconselhamento psicológico, tais como o método diretivo que tem na figura do orientador
a fonte motriz do processo; o método não-diretivo está relacionado às ideias de Carl Rogers,
portanto, o orientando assume a maior responsabilidade; o método eclético aceita as diversas
técnicas apresentadas por outros métodos (SHEEFER, 1989).
Ainda segundo Sheefer (1989), no método diretivo, além da atitude mais ativa do
orientador no sentido de persuasão, utiliza-se de técnicas interpretativas. A partir disso
permite-se a melhor compreensão do comportamento do indivíduo e dos fatores que o
motivam. Enfatizar que certos tipos de inter-relação familiar ou social levam o sujeito a tomar
determinadas decisões e ter certas atitudes e, ao explicitar essas questões, o orientando pode
organizar melhor suas próprias experiências.
No contexto da CIAPA, os atendimentos serão guiados a partir de um método eclético,
utilizando majoritariamente a técnica interpretativa, de modo que possa conhecer os motivos
ligados ao ato delituoso, relação com o uso de drogas, suas relações interpessoais,
perspectivas para o futuro, etc.
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7. CRONOGRAMA

MÊS
AGO SET OUT NOV DEZ
ATIVIDADES

ACONSELHAMENTO
PSICOLÓGICO X X

ACOLHIMENTO
PSICOSSOCIAL X X

ENCAMINHAMENTO
À REDE DE APOIO
X

ELABORAÇÃO DO
PLANO DE ESTÁGIO
X X

ENTREGA DO
PLANO DE ESTÁGIO
X
ELABORAÇÃO DO
RELATÓRIO DE X X
ESTÁGIO
ENTREGA DO
RELATÓRIO DE X
ESTÁGIO

SUPERVISÃO
ACADÊMICA
X X X X X

SUPERVISÃO
LOCAL
X X
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REFERÊNCIAS

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psicossocial. Psicologia: ciência e profissão, v. 29, p. 768-779, 2009.

BENETTON, Maria José. Terapia ocupacional e reabilitação psicossocial: uma relação


possível. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, p. 11-16, 1996.

BENJAMIM, A. A entrevista de ajuda. 12. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2008.

CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Audiência de Custódia: Informações Importantes


para a Pessoa Presa e Familiares. Brasília: CNJ, 2021.

CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Manual de gestão para as alternativas penais.


Brasília: CNJ, 2020.

LEITE, F. L. Manual de gestão para alternativas penais: medidas cautelares diversas da


prisão. Brasília: Ministério da Justiça e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
– PNUD, 2016.

MIRANDA, C. F.; MIRANDA, M. L. Construindo a relação de ajuda. 8. ed. Belo


Horizonte: Crescer, 1993.

OLIVEIRA, Maria de Fátima. Entrevista Psicológica - O Caminho Para Aceder Ao


Outro. Psicologia, Lisboa, v. 2, n. 4, 2005.

PATTERSON, L. E.; EISENBERG, S. O processo de aconselhamento. São Paulo: Martins


Fontes, 1988.

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Penas Alternativas. In: ROEHRIG, L. D. et al. Caderno de Psicologia Jurídica -Coletânea
ConexãoPsi, Curitiba, Unificado, p. 33-36, 2007.

SCHEEFFER, R. Aconselhamento psicológico: teoria e prática. 7. ed. São Paulo: Atlas,


1989.

SCORSOLINI-COMIN, F. Aconselhamento psicológico e psicoterapia: aproximações e


distanciamentos. Contextos Clínicos, v. 7, n. 1, p. 2-14, 2014.

TAVARES, M. A entrevista clínica. In: CUNHA, J. A. Psicodiagnóstico-V. 5. ed. São Paulo:


Artmed, 2003

VELASCO, K.; RIVAS, L. A. F.; GUAZINA, F. M. N. Acolhimento e escuta como prática


de trabalho do psicólogo no contexto hospitalar. DisciplinarumScientia| Ciências Humanas,
v. 13, n. 2, p. 243-255, 2012.
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ANEXO A – ENCAMINHAMENTO DE ESTÁGIO


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ANEXO B – TERMO DE COMPROMISSO DE ESTÁGIO


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