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2. INTRODUÇÃO
O estágio constitui uma etapa de grande valia na vida do acadêmico, pois trata-se de
uma oportunidade de coadunar aquele conteúdo teórico que foi desenvolvido em sala de aula
com a prática efetiva no local de estágio. Esse momento deve ser visto como uma
possibilidade de adentrar em áreas específicas de determinado campo de conhecimento. Na
atuação como estagiário, há um ganho positivo de saberes no que se refere à conduta
profissional, ética e questões teóricas imbricadas nas atividades realizadas.
O presente plano de estágio básico foi desenvolvido a partir do entendimento da
relevância do estágio como um processo necessário para o bom desenvolvimento acadêmico e
profissional. Este plano visa descrever as atividades que serão realizadas na Central Integrada
de Acompanhamento do Alternativas Penais do Amazonas – CIAPA, bem como levantar
informações quanto aos dados de identificação e caracterização do local.
A Central Integrada de Acompanhamento do Alternativas Penais – CIAPA tem como
seu princípio norteador a prática de justiça restaurativa e atua auxiliando na redução do
número de detentos provisórios nas unidades prisionais do Estado. Suas atividades possuem
grande valor, pois têm estrutura e alcance o suficiente para lidar com as vulnerabilidades do
público atendido, fornecendo atendimento social, psicológico, jurídico e pedagógico, tendo
como base para essas atividades a humanização, a promoção de liberdade, autonomia e
responsabilização por parte da pessoa em alternativa penal.
Objetiva-se com o estágio na CIAPA auxiliar no atendimento psicossocial oferecido
pela Central às pessoas em alternativas penais, atuando de forma orientativa, acolhedora e
propiciando a proteção social, bem como o fortalecimento dos laços familiares e sociais do
público-alvo. Para que este objetivo seja atendido, será necessário desenvolver determinadas
atividades, como o acolhimento psicossocial, encaminhamento à rede de apoio parceira e
aconselhamento psicológico.
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3. JUSTIFICATIVA
Criada em julho de 2015, fruto de uma parceria entre o Tribunal de Justiça do Estado
do Amazonas (TJAM) e o Governo do Amazonas, a Central Integrada de Acompanhamento
de Alternativas Penais do Amazonas – CIAPA possui a estrutura de monitoramento de
medidas cautelares alternativas à prisão para dar suporte ao projeto Audiência de Custódia, do
Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que tem o objetivo oferecer mais celeridade aos
processos que envolvem crimes de menor potencial ofensivo e diminuir o número de detentos
provisórios nas unidades prisionais do Estado1.
Durante seu primeiro ano a Central Integrada de Acompanhamento de Alternativas
Penais do Amazonas – CIAPA se encontrava instalada no Fórum Ministro Henoch Reis, onde
realizava os atendimentos às pessoas liberadas provisoriamente advindas das audiências de
custódia e cumpridores de medidas cautelares para primeiro atendimento. Já em seu segundo
ano, a CIAPA estava localizada em um novo prédio localizado na Avenida André Araújo, n.
115, Aleixo, juntamente com a Casa do Albergado de Manaus (CAM) e a Ouvidoria do
Sistema Penitenciário2.
Atualmente a Central Integrada de Acompanhamento de Alternativas Penais do
Amazonas (CIAPA) encontra-se localizada Rua Gabriel Salgado, S/N, na região central da
cidade e ocupando dois andares de um prédio da Secretária de Estado de Administração
Penitenciária (SEAP). Conta com salas para o atendimento psicológico, social e jurídico, bem
como um espaço para receber os jurisdicionados e realização de práticas em grupo como
palestras e grupos temáticos3.
1
Informações obtidas em: https://informemanaus.com/2020/seap-firma-acordo-com-tjam-mpe-e-dpe-para-
implantacao-da-central-integrada-de-alternativas-penais/.
2
Informações obtidas em: https://issuu.com/seap.amazonas/docs/livro_seap_1_ano_-_final_-_revisado
3
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Relatório de inspeções: Estabelecimentos prisionais do estado do
amazonas. Brasília: CNJ, 2022.
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5. OBJETIVOS
entre o que está na ordem da sociedade e o que faz parte do psíquico, concebendo o sujeito em
suas múltiplas dimensões”. Os fatos sociais e também jurídicos no contexto da política de
Alternativas Penais associam-se aos saberes da psicologia e é dentro deste campo em que se
favorece a autonomia e valorização dos jurisdicionados, através do reconhecimento das
implicações e direitos da sua existência humana, toda essa conjuntura reflete-se na eficiência
da integração social das pessoas em alternativas penais (POITEVIN; SACCHELLI;
ROEHRIG, 2007).
O amplo acesso à justiça pela sociedade, de acordo com Roehrig e Siqueira (2007, p.
187) apud Poitevin, Sacchellie Roehrig (2007) “depende do reconhecimento mútuo das
diferentes ciências, pois é na articulação de diversos saberes que se torna viável alcançar
práticas institucionais mais coerentes às necessidades humanas e sociais, numa perspectiva
ecológica e ética”. Dessa forma entende-se que a articulação do psicólogo com outros
profissionais, em especial com o assistente social, é relevante para uma compreensão mais
ampla dos serviços que serão prestados às pessoas em alternativas penais.
e interpreta o material que é colocado pelo indivíduo (CUNHA, 1986, p. 31 apud OLIVEIRA,
2005). A entrevista, conforme propõe Benjamin (2008, p 16), constitui em
[...] um diálogo entre duas pessoas, um diálogo que é sério e tem um propósito. O
objetivo da entrevista é auxiliar o entrevistado, que pode vir até nós livremente,
procurando ajuda. Pode vir contra a sua vontade, forçado pela lei ou outros agentes,
talvez por nós mesmo. Em qualquer caso, a questão fundamental para o
entrevistador deve ser sempre a seguinte: qual será o melhor modo de ajudar essa
pessoa?
No decorrer do acompanhamento na CIAPA, a pessoa em alternativa penal passará por
entrevistas justamente com o objetivo de esclarecer as demandas, bem como os demais
aspectos imbricados na experiencia individual de cada um dos jurisdicionados.
dinâmica do sujeito. Para tanto, cabe saber que existem diversos métodos a serem utilizados
no aconselhamento psicológico, tais como o método diretivo que tem na figura do orientador
a fonte motriz do processo; o método não-diretivo está relacionado às ideias de Carl Rogers,
portanto, o orientando assume a maior responsabilidade; o método eclético aceita as diversas
técnicas apresentadas por outros métodos (SHEEFER, 1989).
Ainda segundo Sheefer (1989), no método diretivo, além da atitude mais ativa do
orientador no sentido de persuasão, utiliza-se de técnicas interpretativas. A partir disso
permite-se a melhor compreensão do comportamento do indivíduo e dos fatores que o
motivam. Enfatizar que certos tipos de inter-relação familiar ou social levam o sujeito a tomar
determinadas decisões e ter certas atitudes e, ao explicitar essas questões, o orientando pode
organizar melhor suas próprias experiências.
No contexto da CIAPA, os atendimentos serão guiados a partir de um método eclético,
utilizando majoritariamente a técnica interpretativa, de modo que possa conhecer os motivos
ligados ao ato delituoso, relação com o uso de drogas, suas relações interpessoais,
perspectivas para o futuro, etc.
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7. CRONOGRAMA
MÊS
AGO SET OUT NOV DEZ
ATIVIDADES
ACONSELHAMENTO
PSICOLÓGICO X X
ACOLHIMENTO
PSICOSSOCIAL X X
ENCAMINHAMENTO
À REDE DE APOIO
X
ELABORAÇÃO DO
PLANO DE ESTÁGIO
X X
ENTREGA DO
PLANO DE ESTÁGIO
X
ELABORAÇÃO DO
RELATÓRIO DE X X
ESTÁGIO
ENTREGA DO
RELATÓRIO DE X
ESTÁGIO
SUPERVISÃO
ACADÊMICA
X X X X X
SUPERVISÃO
LOCAL
X X
14
REFERÊNCIAS
BENJAMIM, A. A entrevista de ajuda. 12. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2008.