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Eu, Antônia Eusimar da Silva , declaro ser o(a) autor(a) do texto apresentado
Trabalho de Conclusão de Curso, no programa de pós-graduação lato sensu em Teoria
Cognitivo Comportamental com o título A eficácia das técnicas da Teoria Cognitivo
Comportamental para o Tratamento do transtorno Afetivo Bipolar: Uma revisão da
literatura.
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Assinatura do autor(a)
ANTÔNIA EUSIMAR DA SILVA
Primeiramente a Deus por ter me dado saúde e força para superar as dificuldades ao
longo da minha vida, por ser o meu maior mestre e por me permitir alcançar os meus
objetivos.
Agradeço minha mãe Helena Antunes da Silva, que sempre foi exemplo de dedicação
e apoio a família.
Aos meus familiares que nos momentos de minha ausência dedicados ao estudo
entenderam e me deram apoio.
Bipolar affective disorder is a chronic mental disorder, with episodes of mood oscillation
varying between states of mania and severe depressions, its main form of treatment is the
pharmacological, however, it is a high rate of non adherence to drug treatment. This study
aims to investigate the efficacy of cognitive behavioral theory techniques in adherence to
pharmacological treatment in bipolar affective disorder, as well as to analyze the possible
impacts on their lives and to describe in what ways CBT may contribute to drug adherence in
Bipolar Disorder. A bibliographic review was carried out observing the available studies in
academic google between 2007 and 2017. After the bibliographical survey of 399 articles, the
selection of 4 studies that approached the techniques of the cognitive behavioral theory in the
adherence to the treatment in bipolar affective disorder. The results suggest that there are few
randomized studies with this theme. However, all studies point to the efficacy of CBT
techniques in pharmacological adherence, especially psychoeducation.
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 11
2 OBJETIVOS ................................................................................................... 20
2.1 Objetivo Geral .........................................................................................
2.2 Objetivos Específicos ...............................................................................
3 METODOLOGIA ............................................................................................ 21
REFERÊNCIAS ................................................................................................. 30
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1 INTRODUÇÃO
Deste modo Berk (2011 apud VEIRA; MARQUES, 2016) apontam que fatores
precipitantes têm grande influência em pessoas com predisposição genética, ou seja, eventos
ambientais estressantes tais como mudança repentina, conflitos familiares ou dificuldades
financeiras podem dar início a uma fase tanto de mania, quanto de hipomania ou depressão.
Miklowitz (2009) corrobora com estes apontamentos, ressaltando que existe uma forte
correlação entre componentes biológicos, psicológicos e ambientais, deste modo, pessoas com
vulnerabilidades biológicas ao passarem por uma situação de estresse sofrem influência na
sua dimensão psicológica, podendo iniciar uma série de sintomas emocionais e fisiológicos
como por exemplo, irritabilidades, insônia, humor expansivo, anedonia, pensamentos
acelerados entre outros.
O lítio é um estabilizador do humor sendo eficaz tanto para atuar na fase da mania
como da depressão, bem como no tratamento de manutenção. É um excelente medicamento
para efeito rápido em pacientes em crise aguda de mania. Os efeitos colaterais são previstos
no uso do lítio assim como no uso de qualquer outro estabilizador do humor, estes efeitos
podem variar de pessoa para pessoa, sendo os mais comuns, retenção de líquido, sede,
diarreia, tremores, pode também afetar as funções renais além de ganho de peso entre outros.
Assim como o lítio, o valproato também é usado para a fase de mania e manutenção, este atua
de forma altamente efetiva na contenção de um episódio maníaco, no entanto apresenta menos
efeitos colaterais que o lítio (MIKLOWITZ, 2009).
Miklowitz (2009) traz outro ponto importante sobre adesão farmacológica ao se referir
sobre a forma em que os pacientes encaram o diagnóstico. Alguns tem uma identificação
excessiva com o adoecimento e acreditam que tudo o que acontece é em função de ser
portador do transtorno bipolar deixando de considerar fatores como personalidade ou reações
naturais frente aos problemas cotidianos ou atitudes e hábitos adquiridos ao longo da vida.
Há ainda os que se identificam um pouco com o diagnóstico, estes aceitam, porém não
mudam em nada seu estilo de vida e não seguem as orientações da equipe médica.
Ainda conforme Kapcinski, Quevedo e Cols (2016) algumas funções cognitivas ficam
alteradas nestes pacientes a saber a atenção, esta afeta diretamente as funções executivas,
dificulta o aprendizado e interfere nas funções psicomotoras. No que se refere a memória,
pacientes deprimidos apresentam dificuldade em tarefas de reconhecimentos enquanto que
pacientes hipomaníacos demonstram dificuldades em acessar a memória de longo prazo Malhi
et al (2007 apud KAPCINSKI, QUEVEDO e COLS, 2016 ). Ainda que em graus diferentes,
as funções executivas e funcionamento motor também ficam comprometidas conforme a fase
vivenciada maníaca, hipomaníaca ou depressiva.
Partindo desta explanação, esta pesquisa levanta o seguinte problema: qual a eficácia
das técnicas da teoria cognitivo comportamental (TCC) na adesão ao tratamento
farmacológico no Transtorno Afetivo Bipolar?
"A TCC é uma modalidade de psicoterapia estruturada de curta duração com foco no
presente, voltada para solução de problemas e a modificação de pensamentos e
comportamentos disfuncionais" BECK (2013, p. 22). Este tratamento é pautado em uma
conceituação cognitiva do paciente onde o terapeuta irá compreender seu funcionamento, suas
dificuldades, esquemas e crenças disfuncionais (BECK , 2013).
Conforme Beck (2013), os PAs têm origem nas crenças centrais ou também chamadas
de esquemas, estas crenças podem ser disfuncionais ou não, e estão em um nível mais
profundo, são globais e rígidas. São ideias que foram incorporadas na nossa mente no começo
da infância por meio das nossas interações com o mundo e com as pessoas, e assim definem o
modo como o indivíduo percebe a si mesmo, o mundo e seu futuro. A crença intermediaria
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também é influenciada pela crença central, é composta por regras, atitudes e suposições, e
estas são estratégias comportamentais criadas para enfrentar ou compensar suas crenças
centrais.
Ainda conforme Miklowitz (2009) a aliança terapêutica deve ser pensada não somente
com o paciente, mas também com os familiares, ensinando-os sobre o funcionamento e os
sintomas do transtorno. No ambiente de trabalho é possível realizar algumas modificações que
podem ajudar na melhora funcional do paciente por exemplo, evitando trabalhos que
estimulem demasiadamente o paciente e trocando horários de entrada que podem afetar os
ritmos circadianos da pessoa.
em alternativas para a solução destes usando como modelo problemas resolvidos no passado
ou imaginando como aconselharia alguém com o mesmo problema. Para aqueles com muita
dificuldade para solução de problemas por falta de habilidade, usa-se a instrução direta que
consiste em ajudar o paciente a expor minunciosamente um problema, imaginar as soluções
possíveis e avaliar as vantagens e desvantagens de cada solução (BECK, 2013).
Conforme citado anteriormente, há uma alta taxa de não adesão dos portadores do
TAB ao tratamento medicamentoso tornando recaídas e hospitalização muito frequente na
vida destes pacientes. Assim sendo, a adesão ao tratamento medicamentoso torna-se
primordial para obtenção de uma melhora na qualidade de vida de todos os envolvidos
(SOUZA et al, 2013). Diante do exposto, esta pesquisa pretende investigar a eficácia das
técnicas da teoria cognitivo comportamental (TCC) na adesão ao tratamento farmacológico no
transtorno afetivo bipolar e assim contribuir com a produção do conhecimento.
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2 OBJETIVOS
Este trabalho teve como objetivo geral investigar a eficácia das técnicas da teoria cognitivo
comportamental na adesão ao tratamento farmacológico no transtorno afetivo bipolar, se trata
de uma revisão da literatura existente a respeito.
Com os objetivos específicos, intentou-se analisar os possíveis impactos na vida dos pacientes
portadores do transtorno afetivo bipolar, com dificuldades na adesão medicamentosa, após
intervenção psicoterapêutica usando as técnicas da abordagem da teoria cognitivo
comportamental. Também objetivou-se descrever de quais maneiras a teoria cognitivo
comportamental pode contribuir na adesão medicamentosa no transtorno afetivo bipolar.
Deste modo, procurou-se dados que estabelecessem uma correlação entre a intervenção
psicoterapêutica usando as técnicas da teoria cognitivo comportamental e a melhora da adesão
medicamentosa dos indivíduos com Transtorno Afetivo Bipolar.
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3 METODOLOGIA
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Realizou-se uma
busca
baixas e não houve diferença significativa entre os grupos controle e experimental, quanto a
qualidade de vida não houve diferença significativa para ambos os grupos, também não houve
diferença significativa na adequação social para ambos os grupos já para a avaliação da
adesão medicamentosa houve confirmação do aumento significativo de 60% para 93.3% de
adesão ao tratamento farmacológico.
Este estudo não fez correlação entre aumento da adesão medicamentosa e melhora na
qualidade de vida do portador de transtorno bipolar, no entanto pode-se verificar a eficácia da
psicoeducação na adesão medicamentosa tendo em vista o aumento significativo de 60%
antes da intervenção para 93% após a intervenção.
O artigo 2 se tratou de uma revisão bibliográfica, seu objetivo consistiu em realizar
uma revisão da literatura acerca de intervenções em grupo realizadas no Brasil voltadas às
pessoas com o diagnóstico de Transtorno Afetivo Bipolar. De 501 trabalhos relacionados, 8
atenderam aos requisitos propostos para o estudo em questão.
Segundo Costa, Santos e Soares (2016) as pesquisas nesta área no Brasil são recentes,
ressaltam que todos os trabalhos analisados tinham a psicoeducação como ferramenta de
intervenção, apenas quatro estudos informaram a abordagem psicológica utilizada sendo que
três estudos se tratou da abordagem da teoria cognitivo comportamental. Estas não se
limitaram somente a adesão ao tratamento, mas também trabalharam questões tais como,
conhecimento do transtorno, identificação dos sinais sintomáticos, relações sociais
(estressores), hábitos saudáveis e uso de substâncias ilícitas.
Os autores da pesquisa 2 observaram que a adesão medicamentosa é um dos objetivos
de um grupo para portadores do Transtorno Afetivo Bipolar, para tanto Vinogradov e Yalom
(1992 apud COSTA, SANTOS e SOARES, 2016) salientaram que a adesão ao grupo, a
participação dos familiares e a relação entre os próprios membros do grupo é que vai
favorecer o cumprimento deste objetivo. Igualmente Santos et al. (2013 apud, COSTA,
SSNTOS e SOARES, 2016) acrescenta a interferência da postura do terapeuta no grupo como
variável importante neste processo.
Dos 8 trabalhos analisados na pesquisa 2, apenas dois relataram intervenção com o
intuito de promover adesão farmacológica, destes um relatou melhora na adesão
medicamentosa após intervenção com psicoeducação.
O artigo 3 é uma revisão bibliográfica de artigos e consulta de livros publicados entre
1999 e 2009, seu objetivo é de apresentar as últimas produções científicas no que concerne a
eficácia da teoria cognitivo comportamental para o tratamento de pessoas portadoras do
Transtorno Afetivo Bipolar.
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Tendo em vista que os achados nas pesquisas selecionadas abrangeram assuntos para
além do tema de interesse para este levantamento, deu-se prioridade apenas aos aspectos
referentes a adesão farmacológica após intervenção com alguma técnica da Teoria Cognitivo
Comportamental, portanto deixou-se de apresentar alguns dados que não contemplaram esta
temática.
Em 5 pesquisas estudas, foi observado a presença de 14 estudos randomizados o que
demonstra uma quantidade extremamente pequena de estudos para um Transtorno que atinge
1% da população conforme Lima et al (2005 apud MATTA et al 2010). Deste modo foi
possível perceber a escassez de pesquisas com estudos Controlados e Randomizados que
abordam o tema da adesão medicamentosa e suas implicações no cotidiano de quem é
portador do Transtorno Bipolar.
Contudo, todos os estudos apresentaram eficácia quanto a adesão medicamentosa após
intervenção com psicoeducação. No artigo 1 o autor apresenta em seus resultados importantes
dados indicando que houve a adesão farmacológica após intervenção de um programa de
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psicoeducação, porém não houve impactos positivos nem negativos na recuperação funcional
nem tão pouco na recuperação sintomática dos pacientes, no entanto não houve recaídas tendo
em vista que estes permaneceram eutímicos.
É sabido que o uso da medicação é imprescindível no tratamento do Transtorno
Afetivo Bipolar, embora não seja a única forma de tratamento é sem dúvida a principal. Pois
este transtorno tem forte componente biológico que alteram os níveis bioquímico cerebral do
indivíduo (BATISTA, 2013). Portanto ainda que não houve alteração positiva na
funcionalidade dos pacientes é positivo notar que este tipo de intervenção foi útil quanto a
adesão ao tratamento.
No estudo 2, a partir de um levantamento bibliográfico foram selecionadas 8
pesquisas, estas conforme Costa, Santos e Soares (2016) tratam de assuntos diversificados,
mas que todas têm o interesse de demonstrar a intervenção da psicoeducação sobre algum
aspecto do Transtorno Bipolar. Apenas 2 estudos tiveram pesquisas que versam sobre a adesão
ao uso do medicamento, sendo que um relata que houve adesão ao tratamento farmacológico.
Os autores acentuam que os achados da sua pesquisa não são suficientes para fazer uma
análise mais contundente, sugerindo que houve algumas lacunas e variáveis que podem tem
interferido nos resultados. Neste estudo foi observado que tanto a pequena quantidade de
pesquisas quanto a falta de um padrão metodológico nas que foram realizadas podem ter
interferido nos dados desta produção científica.
No entanto, mesmo com todas estas questões apresentadas acima, foi possível
observar a eficácia da intervenção da psicoeducação no quesito qualidade de vida. Muito
embora, não tenham feito nenhuma correlação entre adesão farmacológica e a melhora na
qualidade de vida é importante ressaltar que Matta et al ( 2010 ) refere que uso regular da
medicação conforme prescrição médica torna o transtorno estável, e isto pode deixá-lo com
níveis cognitivos menos comprometidos ou mais acessível tanto para os deprimidos quanto
para os que estão na mania ou hipomania neste último caso, diferenciando apenas na
intensidade dos sintomas o que pode possibilitar a intervenção psicológica para se trabalhar
questões como resolução de problemas, manejo do estresse entre outras que estão interferindo
no bem-estar de um modo geral dos pacientes.
Foi possível observar que houve melhora após intervenção com psicoeducação nos
seguintes domínios (estresse, crenças irracionais, número de recaídas, conhecimento sobre o
transtorno e depressão).
No artigo 3 não foi possível avaliar a quantidade de grupos pesquisados por não terem
quantificado os achados dos seus estudos, mas relatam algumas pesquisas de estudos
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA
Neto F. L.Terapia comportamental cognitiva. Rev. Brasileira Psiquiátrica. São Paulo. 2004.
Miklowitz, D. J. Transtorno Bipolar: O que é preciso saber. São Paulo: M.Books do Brasil Ed.
Ltda, 2009.
Kapczinski, F.; Quevedo, J. Transtorno Bipolar: Teoria e Clínica. 2. ed. Porto Alegre: Artmed,
2016.
Da Costa, R. S.; Dos Santos, D. R.; Soares, M. R. Z. Intervenção psicológica em grupo para
pacientes com diagnóstico de Transtorno Bipolar: uma revisão da literatura. Contextos
Clínicos, vol. 9, n. 2, julho-dezembro 2016.
Da Matta, A.; Yates, D. B.; Silveira, P. G.; Bizarro, L.; Trentini, C. M. Intervenções
Cognitivo-Comportamentais no Transtorno de Humor Bipolar. Revista Interamericana de
Psicología/Interamerican Journal of Psychology - 2010, Vol. 44, Num. 3, pp. 432-441.
Gomes, B. C.; Lafer, B. Psicoterapia em grupo de pacientes com transtorno afetivo bipolar.
Rev. Psiq. Clín. 34 (2); 84-89, 2007.