OS SABERES AFROPINDORÂMIOS E ANÁLISE DO
COMPORTAMENTO: UMA POSSIBILIDADE
Autores(as): ALMEIDA, Emillyn; ALMEIDA, Erik; OLIVEIRA, Ângela; MACHADO, Reinaldo; TOGA, Elizandra
Professor Orientador: Prof. M.a. Carla Dimarães
CURSO DE PSICOLOGIA
2022/2
INTRODUÇÃO
Segundo Santos (2019), é necessário ao profissional de psicologia buscar nas práticas
diaspóricas inspiração para o cuidar das pessoas. Para tal abordagem, torna-se necessário
a compreensão e integração dos saberes e valores afropindorâmicos como recursos
valiosos para uma psicologia mais inclusiva, em outras palavras, o enegrecer da psicologia
baseando-se nos conhecimentos ancestrais.
O presente trabalho pretende, além de compreender a relevância dos saberes
afropindorâmicos para a psicologia, buscar na produção nacional de conteúdo acadêmico da
análise do comportamento, que é uma abordagem historicamente ligada à psicologia, artigos
que tratassem da temática a respeito das práticas culturais afropindorâmica, considerando a
importância de articular esses conhecimentos.
Foram abordados questões levantadas por Santos (2019) sobre o cuidar para as religiões
de matriz africana e como se dá o entendimento do sofrimento do sujeito, enfatizando que
as alterações em suas redes sociais são as “perturbações” que afetam o indivíduo. A
intervenção parte da queixa individual, mas ela se dá efetivamente no meio ambiente. Essa
noção vai de encontro com a perspectiva behaviorista radical, filosofia que possui como uma
de suas caraterísticas o externalismo, ou seja, o entendimento de que o comportamento
humano muda a partir de relações condicionais externas a ele.
Ao tratar da espiritualidade invoca-se a proposta de Hayes (1984/2019) que traz um novo
olhar analítico-comportamental para o tema da distinção matéria e espírito, que coaduna-se
com o que foi apresentado por Santos (2019) a respeito da espiritualidade no entendimento
afropindorâmico e o resgate da ancestralidade para o processo de cura.
Figura 1: Ritual africano Figura 2: Celebração do Dia de Iemanjá
Fonte: Fernando Nogueira da Costa, 2015. Fonte: Erica Catarina Pontes, 2020.
OBJETIVOS
Geral: Estabelecer um diálogo entre a análise do comportamento e os saberes
afropindorâmicos propiciando a articulação das contribuições epistemológicas da cultura não
ocidental à psicologia.
Específicos:
1. Compreender a pertinência dos saberes afropindorâmicos à formação do psicólogo;
2. Investigar a produção acadêmica da análise do comportamento à respeito do tema em
questão;
3. Coadunar as proposições da análise do comportamento com as contribuições das
práticas de cuidado afropindorâmicos.
MÉTODO
A presente pesquisa trata-se de um estudo exploratório com abordagem qualitativa do
tipo revisão narrativa de literatura. Como critérios de elegibilidade foram selecionados
periódicos científicos, livros de leitura corrente e obras de referência que tangem o tema
referido. Após um estudo bibliográfico preliminar propiciou-se um melhor entendimento a
respeito do tema, possibilitando uma reflexão e elaboração dos resultados.
Segundo Gil (2002), a pesquisa exploratória tem como finalidade fornecer maior
familiaridade com o problema, objetivando torna-lo mais claro ou facilitar a elaboração das
hipóteses, conforme cita o autor “pode-se dizer que estas pesquisas têm como objetivo
principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições”.
Centro Universitário Fametro. Av. Constantino Nery, 3000
RESULTADOS
Com o estudo qualitativo, realizado por meio de uma revisão narrativa de literatura e
com objetivos exploratórios foi possível identificar, a partir dos materiais selecionados, a
percepção dos autores a respeito da relevância dos saberes afropindorâmicos para a
prática psicológica, no sentido epistêmico das religiões de matriz africana. A importância
desses saberes, segundo Santos (2019), se faz presente no entendimento do cuidar que
será produzido pela comunidade, com o acolhimento, promovendo o contato com a
espiritualidade, a relação indissociável da natureza com a cultura.
Ressaltar as formas de cuidar a partir de uma perspectiva não branca (negros e
indígenas) não é trivial. Existe uma demanda por esse conhecimento e essa questão
emerge no contexto da saúde pública brasileira. Segundo Brasil, 2017, p. 13 apud Santos,
2019 p. 165, “de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em 2008,
a população negra representava 67% do público total atendido pelo SUS”. Esse dado
denota a relevância de compreender a saúde da população negra de maneira integral e,
portanto, envolver-se no conhecimento produzido por esse povo.
Na busca por material dentro da análise do comportamento, constatou-se a inexistência
de material acadêmico voltado para o entendimento dos saberes afropindorâmicos.
Defrontando a realidade da falta de produção acadêmica da análise do comportamento
voltada para os conhecimentos e práticas culturais da população não branca,
empreendeu-se a tentativa de abrir um espaço para o diálogo entre os saberes tanto da
população afropindorâmica quanto da análise do comportamento.
Abrahão de Oliveira Santos ao trazer que o comportamento julgado como “anormal” do
sujeito envolve uma “perturbação” que vem de fora do indivíduo, envolvendo a relação
social (GUEDES, 2003, p. 97 apud SANTOS, 2019). Esse modo de olhar para o
sofrimento humano como algo que possui causas externas ao organismo concorda com o
posicionamento behaviorista radical, a filosofia que norteia a análise do comportamento
(SKINNER, 1974/2006), que possui um caráter exeternalista, isto é, localiza no ambiente
condições que provocam mudanças no organismo (TOURINHO, 1999).
Um tópico importante para se propor um dialogo volta-se para a questão de
espiritualidade. Para tanto traz-se a luz uma concepção analítico-comportamental
desenvolvida por Hayes (1984/2019) onde entende-se que o fenômeno da distinção entre
matéria e espírito advém do comportamento verbal. O autor propõe que a espiritualidade
seria algo sem limites, um contexto onde todas as coisas (que possuem limites) estão
presentes, seria o comportamento de você-como-perspectiva. Para Santos (2019), a
espiritualidade está na natureza, ela compreende as energias das folhas, da água, da
terra. Esta definição parece consoante com a ideia apresentada por Hayes, onde essa
“energia” representa algo que não é experienciado como uma “coisa”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em suma, compreende-se que a inexistência de materiais acadêmicos da análise do
comportamento a respeito da temática da produção epistêmica e das práticas do cuidar do
povo afropindorâmico denota a possibilidade de maior investigação e discussão sobre temas
que são tão caros à toda uma parcela da população brasileira. Negar essa articulação é
negar a existência e resistência dessas pessoas. Há sim a possibilidade de dialogo entre
essas duas distintas formas de observar e entender o mundo.
REFERÊNCIAS
HAYES, S. C. Entendendo a espiritualidade. Perspectivas em Análise do Comportamento, [S. l.], v. 10, n. 2,
p. 191–202, 2020. DOI: 10.18761/PAC.2019.v10.n2.01. Disponível em:
https://www.revistaperspectivas.org/perspectivas/article/view/623. Acesso em: 13 set. 2022.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
SKINNER, B. F. Sobre o behaviorismo. 10. ed. São Paulp: Cultrix, 2006.
TOURINHO, E. Z. Conseqüências do externalismo behaviorista radical. Psicologia: Teoria e Pesquisa. 1999, v.
15, n. 2, pp. 107-115. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0102-37721999000200003>. Epub
07 Jan 2013. ISSN 1806-3446. https://doi.org/10.1590/S0102-37721999000200003. Acesso em: 13 set.
2022.
 Banner de apresentação Transversal 2022/2
  
ESPECIFICAÇÕES DO BANNER
 
 
1) O modelo de banner deve ser seguido por todos os alunos que participarão da apresentação da
atividade trasnversal 2022/2, do curso de Psicologia do CEUNI Fametro;
 
2) Só poderão ser apresentados os trabalhos previamente orientados, avaliados e liberados pelo
professores orientadores;
 
3) O padrão do qual é disposto os textos e/ou imagens deve ser rigorosamente seguido, no entanto as
dimensões das caixas de textos podem ser ajustadas de acordo com a necessidade de cada trabalho;
 
4) Cada grupo só poderá apresentar um banner com todas as informações solicitadas no modelo;
  
5) Fica livre ao aluno e orientador a confecção do banner com planos de fundo diferenciados, com tanto
que apresentem os títulos mencionados;

6) As imagens, tabelas e gráficos utilizados devem estar em perfeitas condições de visualização;

7) A cor padrão (azul) do design do banner não deve ser alterada.

 
8) A fonte utilizada no pôster deve ser Arial, e seu tamanho variável de acordo com o ajuste de cada
trabalho;
 
9) As dimensões padronizadas do pôster são de 1,20m de altura e 0,90m de largura (conforme padrão
ABNT).

10) Na apresentação, o grupo deverá permanecer ao lado do seu trabalho aguardando a chegada do
avaliador.

 
 
 Pôster ou Banner
 
Principal função do pôster: SINTETIZAR INFORMAÇÕES E DADOS RELEVANTES DA PESQUISA
 
Elementos de um pôster: INSTITUIÇÃO, AUTOR (s), ORIENTADOR, CONTEÚDO (Introdução,
desenvolvimento do tema, conclusão), REFERÊNCIAS (somente as principais, ou seja, aquelas
citadas no texto e em tamanho de letra menor. Seguir as normas da ABNT)
 
Elementos básicos: TEXTOS, DADOS (tabelas, gráficos, diagramas, estatísticas…), IMAGENS
(desenhos, fotografias, ilustrações…)
 
Texto: Nem muito, nem pouco (somente o necessário para a compreensão do leitor)
 
Fonte: de preferência aquelas maiores e mais visíveis (ex: Arial)
 
Tamanho da fonte: Depende da quantidade de texto e o tamanho do pôster (NO MÍNIMO FONTE
20 para o texto).
 
Sugestão: Título = Arial 60; Autores e instituição = Arial 36 (itálico); Texto = Arial 24/28;
Bibliografia/Referências = Arial 16. Usar caixa alta (Maiúsculas), somente para os títulos dos
itens (INTRODUÇÃO, METODOLOGIA, RESULTADOS E DISCUSSÃO etc…)
 
Espaçamento entre as linhas: (Sugestão = 1,5), mas dependerá da quantidade de texto.
 
Cuidado com figuras de fundo: CONTRASTE (dificulta a leitura, isso é muito ruim!!!).
 
Sugestão: usar marca d’água ou desbotado. Conferir a resolução das figuras, fotos, etc…
 
Cuidado com CORES: (nem em excesso ou falta) Leitura cansativa e Preço!!!
 
Programas indicados para montar um pôster: (PowerPoint®, CorelDraw® , Photoshop®)

Prof. Ênio Andrade/ 2022.2