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FACULDADE UNIRB ARACAJU

CRISLANE MELO DOS SANTOS SILVA

JOSÉ ALENILSON SANTOS DE OLIVEIRA

SUYANE CAROLINE FEITOSA DE SANTANA

SAÚDE MENTAL E SUICÍDIO: O QUE TEM A DIZER AS PUBLICAÇÕES


QUE FICAM SILENCIADAS.

ARACAJU-SE
2019
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CRISLANE MELO DOS SANTOS SILVA

JOSE ALENILSON SANTOS DE OLIVEIRA

SUYANE CAROLINE FEITOSA DE SANTANA

SAÚDE MENTAL E SUICÍDIO: O QUE TEM A DIZER AS PUBLICAÇÕES


QUE FICAM SILENCIADAS.

Trabalho realizado na Faculdade Unirb


Aracaju como recurso avaliativo AV IV para
a obtenção da nota geral, do curso de
Bacharelado em Psicologia. Orientadora:
Profº. Msc. Patricia Mara.

ARACAJU-SE
2019
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SUMÁRIO

Resumo...............................................................................................................................

1. Introdução..................................................................................................................05

2. Fundamentação teórica.............................................................................................06

2.1 Saúde Mental, Sinais e Suicídio: Uma correlação....................................................06

2.2 Os efeitos das redes sociais sobre o suicídio............................................................07

2.3 Estudo de casos e contextualização..........................................................................08

2.4 Prevenção do Suicídio: De quem é a responsabilidade?


..........................................11

3. Considerações Finais.................................................................................................14

Referências.....................................................................................................................15
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RESUMO

Sabemos que as redes sociais estão cada vez mas presente na vida das pessoas,
com isso as relações humanas vêm sofrendo alterações e com eles crescem também a
psicopatologia como a depressão, crianças jovens e adultos hoje tem uma facilidade a
esse acesso, onde muitos usuários encontram eco para expor sentimentos e pensamentos
muitas das vezes de forma inconsciente. Com tudo o que foi verificado como
justificativa do presente trabalho foi o aumento de casos suicidas pré-anunciados ou
transmitidos ao vivo em lives e o ato consumado como também publicações com teor de
desabafo e reclamações nas plataformas midiáticas, fez com que esse trabalho relatasse
essa temática central que é a saúde mental e suicídio, o que tem a dizer os publicações
que ficam silenciados, como o objetivo geral demonstrar os possíveis indícios de
comportamentos suicidas no contexto e dinâmica das redes sociais tendo em vista a
problemática de identificar os possíveis efeitos sobre o suicídio buscando nos
referencial bibliográfico, relatar como as publicações que podem apontar vestígios de
ideação suicida associando a saúde mental, e casos consumados para estudos de casos
que promovera estratégias e ferramentas para a prevenção.
Palavras-Chave: Redes sociais, Saúde Mental, Suicídio, Contextualização de Casos,
prevenção, Mídias sociais.
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1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho traz algumas reflexões de como a tecnologia e mídias


virtuais, mudou a rotina da sociedade em diversos aspectos e a cada dia que se perpetua
elas utilizam desses meios de comunicação para publicar suas atividades corriqueiras do
dia a dia, a partir de tais averiguações, foram observadas ações suicidas através de
respectivas postagens, no qual vem aumentando casos de suicídios pré-anunciado ou
transmitido nas mídias sociais. Neste aspecto verificam-se os efeitos da internet no
comportamento suicida principalmente entre os jovens devido a maior vulnerabilidade e
acesso à comunicação e de como é de extrema importância não só tratar o suicídio
dentro das perspectivas de saúde pública como nas esferas das redes sociais de apoio
conscientizando a população a ter uma maior atenção para essa temática.

Diante dos inúmeros pedidos de socorro que esses indivíduos pedem


ocultamente nas redes virtuais através das suas publicações, nosso trabalho tem como
objetivo geral: Demonstrar os possíveis indícios de comportamentos suicidas no
contexto das redes sociais, seguido dos específicos, relatar como as publicações nas
redes sociais podem apontar vestígios de intenções suicidas; associar a atenção da saúde
mental do usuário; promover estratégias para alertar a sociedade sobre as ferramentas
disponíveis para prevenção de novos casos.

A metodologia utilizada foi de uso bibliográfico, fazendo uma revisão da


literatura com enfoque em casos de suicídio consumados trazendo assim um enorme
entendimento das questões suicidas e sua correlação com as mídias virtuais.

Assim fica claro a importância de buscar um novo olhar sobre o sujeito em


sofrimento e como o suicídio ainda é uma questão complexa, não só nos parâmetros de
rede públicas como também nas redes sociais e virtuais e a importância da atenção
psicossocial com o indivíduo que envia sinais do seu sofrimento psíquico virtualmente,
assim sensibilizando a comunidade a quebrar o tabu com ações importantes para
alcançar progressos na prevenção do suicídio.
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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Saúde Mental, Sinais e Suicídio: Uma Correlação

A Internet é um meio de comunicação que está cada vez mais presente no


cotidiano das pessoas facilitando informações e comunicações entre elas. As redes
sociais virtuais mais utilizadas são Facebook (83%), Whatsapp (58%), Youtube (17%),
Instagram (12%) e Google+ (8%) (SECOM, 2014). As mídias sociais oferecem um
mundo virtual cheio de vivências e conhecimentos, sejam eles positivo ou negativo.
Registra-se a mídia entre os fatores de risco para o comportamento suicida. Neste
aspecto verificam-se os efeitos da Internet no comportamento suicida principalmente
entre os jovens devido a maior vulnerabilidade e acesso à comunicação (THOMPSOM,
1999 apud PEREIRA).

Alguns fatores predisponentes ao fenômeno do suicídio necessitam de atenção; a


fase da adolescência, a presença de eventos estressores na vida, exposição a diferentes
tipos de violência, uso de drogas (lícitas e/ou ilícitas), problemas familiares, histórico
familiar de suicídio, questões sociais relacionadas à pobreza, influência da mídia,
questões geográficas e a depressão (Braga & Dell’Aglio, 2013). Pesquisa on-line com
1.309 pessoas que ligaram, entre maio de 2008 e maio de 2009, para o serviço
Samaritano (serviço de prevenção do suicídio voluntário e de suporte às pessoas com
problemas ou em crise) mostra como principais razões das ligações: problemas mentais,
problemas familiares, términos de relacionamentos, solidão, tristeza, isolamento e abuso
sexual (COVENEY, 2012 apud PEREIRA).
Outro fator importante que pode levar ao suicídio está na depressão. A
Depressão é apontada nos dias de hoje como a quarta doença mais presente no mundo.
Calcula-se que 5 a 10% da população mundial sofrerão ao menos um episódio de
depressão ao longo da vida. Cerca de 15% dos deprimidos graves se suicidam (OMS,
2002 apud BARBOSA). A relação da depressão com o suicídio está ligada a diversos
fatores que se enquadram no social, pessoal e psíquico. Segundo o DSM-IV (Manual de
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 4° edição), a característica essencial
de um episódio depressivo maior é um período mínimo de duas semanas durante as
quais há um humor deprimido ou perda de interesse ou prazer por quase todas as
atividades. O indivíduo também deve experimentar pelo menos quatro sintomas
adicionais, extraídos de uma lista que incluí: alterações no apetite ou peso, sono e
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atividade psicomotora; diminuição da energia; sentimentos de desvalia ou culpa;


dificuldades para pensar, concentrar-se ou tomar decisões; pensamentos recorrentes
sobre morte ou ideação suicida, planos ou tentativas de suicídio. A Depressão é
classificada segundo os critérios: leve, moderada e grave. Nos quadros moderados e
graves sempre há necessidade de se mapear se há presença de ideias de morte ou
ideação suicida (planejamento).
Suicídio é o ato intencional de matar a si mesmo. Pensar em Suicídio é se
entregar a uma busca incansável dos porquês levaram ao ato. É refletir sobre quais
sentimentos, faltas, lacunas ou mistérios rondavam aquela existência. Muitos
questionamentos surgem, como por exemplo, por que as pessoas se matam, o que
aconteceu com aquela pessoa para desistir de viver e se matar, etc. Isto
consequentemente nos leva a uma busca por respostas no sentido de aliviar o sofrimento
e a sensação de indignação e inconformismo, por alguém ter decidido acabar com sua
própria vida.
Saúde mental segundo a OMS (Organização mundial da Saúde) é um termo
usado para descrever o nível de qualidade de vida cognitiva ou emocional. Existem seis
critérios para saúde mental, são eles: atitudes positivas em relação a si próprio,
crescimento, desenvolvimento e auto-realização, integração e resposta emocional,
autonomia e autodeterminação, percepção apurada da realidade, domínio ambiental e
competência social.
2.2 Os efeitos das redes sociais sobre o suicídio

Já é natural do ser humano, o ato de reclamar, encontra no imediatismo e na


dinâmica das redes sociais uma nova morada que oferece ao internauta um possível
"megafone" para desabafa, porém esse mesmo ato não consegue ser ouvido ou até
mesmo ser identificado como ideação suicida, muitas das vezes não são interpretados, e
censurados por comentários positivos ou negativos que eventualmente tem um impacto
no comportamento do indivíduo, e que em muitos casos possivelmente podem ser sinais
de algum problema de saúde mental, até mesmo um pedido de socorro em muitos casos
que a principal função dessa reclamação é o reconhecimento social ou um pedido de
apoio.

Sigmund Freud, fundador da psicanálise, escreveu em seu livro "mal-estar da


civilização" sobre os impulsos agressivos e narcísicos que impulsionam o homem
moderno, e que o angustia. Segundo (FREUD 978, p.149 apud SILVA) “Uma pessoa se
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torna neurótica porque não pode tolerar a frustração que a sociedade lhe impõe, a
serviço de seus ideais culturais, inferindo-se disso que a abolição ou redução dessas
exigências resultaria num retorno a possibilidade de felicidade”Seus conceitos de
Prazer, a busca do homem por ele, e suas consequências na mente humana.
Enfim, somos uma sociedade em profundas mudanças e avanços tecnológicos que está
em progressão cada vez mais, estamos desaprendendo algo básico: o relacionar,
conviver, o amar e o expressar.

As mídias virtuais hoje nos dar possíveis indicadores de que muitas das
reclamações, postagens e setores muita das vezes têm um tom de desabafo isso se dar
pela facilidade da dinâmica virtual onde as mídias virtuais, se tornaram um canal de
insatisfações e frustrações. Reclamamos mais do que antes com as mídias virtuais.

Segundo (MONTERIN , filosofo apud GOMES 2015), assim “vivemos tempos


de muita democracia” e pouca tecnocracia, que nas mídias sociais qualquer cidadão
pode se expressar em igualdade de condições como o maior analista no assunto,
reclamar nas mídias sociais não serve para conhecer a realidade, mas para se expressar,
para tirar o que temos dentro nós e sentir que não somos coibidos.

A frieza do meio estimula o protesto e muitas das vezes a crítica por que o ser
ser humano usa a internet como um autofalante inclusive para propagar mensagens
destrutivas ou de desabafo.

“A queixa, vista como manifestação da insatisfação, sempre existiu. Mas o que há agora
é uma barreira muito mais baixa para que essa reclamação chegue aos demais. A
tecnologia facilita muito”. (FABRIZIO FERRI apud GOMES, 2015).

Sendo assim através do entendimento que Monsterin concorda com Ferri ao


dizer que o ser humano sempre gostou de se queixar, mas antes fazia em “voz baixa”
para evitar que “cortassem sua cabeça”. “A primeira coisa que as crianças pequenas
fazem, antes de serem influenciadas pela cultura em que vivem, é se queixar. Não que
as pessoas reclamem mais agora, no sentido de terem mais motivos de queixa, mas
agora é mais fácil de serem vistas e ouvidas”, analisou.
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2.3 Estudo de casos e contextualização

E para entendermos a dinâmica virtual no contexto social e possível


hipoteticamente identificar indícios de comportamentos suicidas.

Em 2017 um caso de suicido consumado por um PM do estado do Rio de


Janeiro nos dar um entendimento dessa temática:

Nas redes sociais, PMs associam a morte do soldado à falta de pagamento, uma
vez que os servidores da segurança estavam recebendo com atrasos. Há dezenove dias,
no dia 11 de janeiro de 2017, Douglas também reclamou da falta de pagamento, em uma
publicação no Facebook. "Eu preciso receber, minhas contas vão vencer", escreveu o
PM em alusão ao hit 'Deu Onda'. Na sua conta do Instagram onde o mesmo fez uma live
cometendo o ato suicida ao vivo no dia 29 de janeiro de 2017.

Apesar das mensagens associando a morte do PM à crise no Estado, os


jornalistas da época entrevistaram o padrinho de casamento e amigo do soldado, que
afirmaram que podem haver outras motivações que levaram o PM a tirar a própria vida,
de acordo com amigos e parentes ele estava passando por um processo de separação, ele
tinha histórico de depressão, mas a gota d'água possivelmente foi o atraso nos salários e
que ele já tinha ameaçado se matar outras vezes,

Loureiro, Mendonça e Sachsida (2011) argumentam que, com base em


informações estaduais, que abrangem o período 1981-2006, fatores econômicos são
relevantes para explicar as taxas de suicídio nos estados brasileiros.

Outros autores também consideram e associam que os fatores econômicos como


o atraso dos salários e desempregos podem gerar problemas de saúde mental no
indivíduo levando a cometer algo contra a própria vida.

O desemprego também é considerado um importante fator determinante do


suicídio, conforme pesquisa. O autor considera que o desemprego pode gerar dois
problemas associados à saúde mental. (BJORKLUND apud LOUREIRO, MORREIRA,
SACHSIDA 2011)
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Em primeiro lugar associado ao efeito da ocorrência, no qual o fato de


permanecer desempregado causa um choque mental no indivíduo. O segundo problema
estaria associado à duração do desemprego, que deteriora a saúde mental até que o
indivíduo se reenquadre como mão de obra ativa na sociedade. Bjorklund (1985),
desenvolve um modelo econométrico que explora a característica de painel dos dados
para investigar possíveis relações entre saúde mental e os efeitos da mídia sobre o
suicídio: uma análise empírica para os estados brasileiros e desemprego.

Segundo ele, o desemprego se caracterizaria como sendo um evento bastante


estressante para o indivíduo, uma vez que está relacionado à perda de renda e efeitos
estigmatizastes decorrentes do status do desempregado.

Recentemente também a depressão fez mais uma vítima, a estudante de


Medicina e Miss Ilhéus Gabriela Viegas de 27 anos, ela teria tirado a própria vida após
travar uma grande luta contra uma depressão forte que a atormentava, relatos de amigos
da mesma, afirmou aos principais sites de comunicação do país, que Gabriela era uma
jovem muito ativa nas redes sociais, gostava de compartilhar todas as suas vivências,
uma delas foi quando eleita miss a qual postou a seguinte frase "Estamos na vida de
passagem, mas nada nos impede de passar desfilando" porém durante os seis dias que
antecederam a sua morte ela já não publicava mais, tal comportamento seria um pedido
de socorro, pois ocultamente Gabriela pedia um pedido de socorro.

De acordo com a Polícia Militar, a miss cometeu suicídio ao pular de uma janela
com um cinto amarrado em volta do pescoço. O noivo de Gabriela Lucas, informou que
teria pedido um tempo no relacionamento, pois a creditava que Gabriela deveria se
cuidar da depressão.

Perante tais relatos postulados pelos amigos e cônjuge da Miss, hipoteticamente


Gabriela, a certo modo usava as plataformas virtuais, como um indicador de que estava
precisando de ajuda nas mensagens que a mesma publicava, e as mídias sociais era uma
ferramenta que ela utilizava para dar sinais que estava em um sofrimento profundo.

Dentro do contexto analítico da teoria da persona para Jung, (apud SILVA, 2006
p,106) a persona é uma estrutura de personalidade responsável pelo relacionamento do
indivíduo no meio social. A persona designa originalmente a "máscara", ou seja,
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Gabriela nas mídias mostrava algo que intimamente não era percebido, ela queria
mostrar para a sociedade publicações onde exalava felicidade e que transparecia uma
pessoa cem por cento feliz, mas ela usava “mascaras”, já que suas postagens não
condiziam com a realidade do sofrimento psíquico que ela estava passando.

Com relação a depressão que ela já teria sido diagnosticada e não estava a
tratando-a com uma atenção maior observa-se que o que a estimulou a cometer o ato do

suicídio, foi a possível ruptura com o seu cônjuge. Para Zimerman, (2007 p, 2019)

dentre as nove vertentes responsáveis pela formação dos estados depressivos, o tipo de
depressão que poderemos levantar uma hipótese, foi a depressão por perdas, esse
processo trata-se de pessoas que necessitam, de forma desesperada e compulsória, do
reasseguramento de que são amadas e valorizadas.

2.4 Prevenção do Suicídio: De quem é a responsabilidade?


O suicídio é um fato social de repercussões subjetivas e se caracteriza como um
importante problema na perspectiva não só de saúde pública, mas também das redes
sociais, está que inclui todas as estruturas da sociedade, pois a mesma tem um papel
crucial no acolhimento de indivíduos com ideações suicidas. O suicídio propriamente,
afeta não apenas o sujeito que sofre, mas toda sua integridade social, incluindo as
pessoas mais próximas da sua convivência, é necessário uma atenção diferenciada para
com esses indivíduo que sofre, premedita ou comete um ato suicida, a partir dessas
conjeturas é necessário amparar, escutar, e observar esse sujeito e estar prevenindo
possíveis ações suicidas. O Suicídio e as tentativas de suicídio são certamente um
problema de saúde pública, pois é uma das dez causas mais frequente de mortes em
todas as idades, segundo a Organização Mundial de saúde. (SILVA, 2010 p, 22).

Falar de suicido é um assunto muito limitado ainda para toda sociedade


contemporânea, vimos que a difusão de campanhas de conscientização sobre o mesmo,
ainda são muito reduzidas, dentre estas não poderíamos deixar de citar o setembro
amarelo, uma iniciativa do CVV que preserva o cuidado com a valorização da vida e
começou a ser disseminado devido aos altos indicies de suicídios que estavam
acontecendo com frequência.
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Segundo OPAS, Brasil a cada ano, cerca de 800 mil pessoas tiram a própria
vida e um número ainda maior de indivíduos tentam suicídio. Cada suicídio é uma
tragédia que afeta famílias, comunidades e países inteiros, ou seja, as chamadas redes
sociais e tem efeitos duradouros sobre as pessoas deixadas para trás. O suicídio ocorre
durante todo o curso de vida e foi a segunda principal causa de morte entre jovens de 15
a 29 anos em todo o mundo no ano de 2016, diante de tais dados apresentados, podemos
enfatizar que tratar a questão do suicídio, é sim uma questão de saúde pública, pois o
governo com toda sua autonomia, podem investir em mais programas sociais ampliando
estratégias de prevenção a favor do suicídio. (OPAS, Brasil ,2018).

Partindo desse pressuposto, possuímos mais uma ferramenta no controle da


prevenção que é de suma importância que são as mídias sociais, já que a grande maioria
da sociedade utiliza desse meio de comunicação em massa e vários indivíduos expõe
seu dia a dia e dia onde os mesmos em algum dessas informações digitais podem estar
indicando fatores com ideações suicidas, numerosas dessas exposições na grande
maioria das vezes , vem atreladas de mensagens que a certo modo faz um alerta a
sociedade, a partir desse viés percebemos que a tecnologia causa um grande impacto
positivo na identificação de possíveis comportamentos suicidas, um exemplo são os
aplicativos digitais , entre eles o facebook e o instagram uma das redes mais acessadas
do mundo, algoritmos rápidos e efetivos foram desenvolvidos para detectar o
compartilhamento de conteúdo suicida ou depressivo, enquanto disponibiliza
ferramentas para que os próprios usuários entrem em contato com os donos dos perfis
que fizerem um post relacionado ao assunto. (SILVA,2010 p, 24).

É importante ressaltar que recentemente o governo federal sancionou e aprovou


uma lei intitulada, de nº 13.819, de 26 de abril de 2019, que tem como objetivo
a prevenção da Automutilação e do Suicídio, como estratégia permanente do poder
público para a prevenção desses eventos e para o tratamento dos condicionantes a eles
associados.

Entre os objetivos da Política Nacional, estão: a promoção da saúde mental, a


prevenção da violência autoprovocada, a garantia do acesso à atenção psicossocial às
pessoas em sofrimento emocional, em especial para aquelas com histórico de
comportamento suicida, assim como para os familiares, a lei está englobada em todo o
território nacional dentro das esferas, federais, estaduais, municipais, e o Distrito
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federal, cada esfera seja ela educacional ou hospitalar, terá que notificar autoridades
responsáveis por cada órgão sobre casos de automutilação ou suicídio.

Não poderíamos deixar de incluir também dentro dessas perspectivas de ações


para prevenção do suicídio uma maior conscientização da sociedade em geral, atrelada
também nos aspectos individuais, fazendo campanhas de conscientização na atenção
voltada para indivíduos que estão em situação de risco pontuando algumas medidas que
devem ser tomadas entre elas vale destacar: redução de acesso aos meios utilizados (por
exemplo, pesticidas, armas de fogo e certas medicações), introdução de políticas para
reduzir o uso nocivo do álcool, identificação precoce, tratamento e cuidados de pessoas
com transtornos mentais ou por uso de substâncias, dores crônicas e estresse emocional
agudo, ampliando mais os centros de apoio psicossocial como o CAPS oferecendo
capacitação para os profissionais nessa área, formação de trabalhadores não
especializados em avaliação e gerenciamento de comportamentos suicidas, no caso
investimentos em maior escala no CVV, que traz um aparato de extrema importância
de apoio para esses indivíduos e o acompanhamento assíduo de pessoas que tentaram
suicídio e prestação de apoio comunitário. (OPAS, Brasil ,2018).
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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho teve como intuito trazer reflexões acerca da influência das
redes sociais na saúde mental do indivíduo e sua relação com suicídio. O objetivo deste
trabalho foi demonstrar os possíveis indícios de comportamentos suicidas no contexto e
dinâmica das redes sociais.
Abordando a correlação da saúde mental do indivíduo com as ideações suicidas,
observou-se os possíveis fatores predisponentes e decisivos para o suicídio. Tais como,
a presença de eventos estressores na vida, exposição a diferentes tipos de violência, uso
de drogas, problemas familiares, histórico familiar de suicídio, questões sociais
relacionadas à pobreza, influência da mídia, e a depressão. Destes de grande destaque a
depressão, que a depender do grau pode levar ao ato e como as mídias virtuais podem
estar demonstrando sinais de indicadores suicidas. E também a importância das mídias
sociais, onde os indivíduos que supostamente tendem a cometer o ato já deixam avisos
de suas intenções.
É de suma importância a utilização das mídias virtuais para identificação e
prevenção para que não ocorra o ato. É possível identificar através de postagens dos
indivíduos, que muitas vezes acabam externalizando suas intenções suicidas, suas dores,
queixas e críticas.
Ao fazer uma análise de casos, verificou-se que a associação do seu ato
cometido pelas postagens de problemas relacionados ao seu pagamento. No primeiro
caso em que o soldado deu indícios do seu desejo de suicidar-se. Outro caso de grande
repercussão foi o da Miss Ilhéus e estudante de Medicina, em que a mesma lutava
contra a depressão e perdeu a guerra, através de suas postagens foram apontados
indícios de mensagens subliminares que poderiam levá-la a tirar sua vida.
Dada à importância do assunto, torna-se necessário a prevenção. Mas de quem é
a responsabilidade para essa prevenção? Principalmente o maior poder de disseminação
e recursos está nas políticas públicas do governo que já têm programas de prevenção,
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mas que ainda não estão bem disseminados. Assim como Ongs, como a CVV que
auxilia muito para a redução de vários casos. As redes sociais também estão nessa
relação, e já disponibiliza ferramentas de buscas através da sincronização de dados. Em
conjunto a sociedade precisa estar atenta e informada das ferramentas que se têm
disponíveis e como identificar um indivíduo que deixa mensagens que não
podem estar explicitas mais que tem intenções de causar a ruina na sua vida.
Dessa forma fica claro a importância de buscar um novo olhar sobre o sujeito em
sofrimento. E como o suicídio ainda é uma questão complexa, não só nos parâmetros de
rede públicas como também nas redes sociais, dentro do contexto familiar e midiático.
Explanando assim a importância dessa atenção com o indivíduo, e ações como
sensibilizar a comunidade e quebrar o tabu são cruciais para alcançar progressos na
prevenção do suicídio.

REFERENCIAS
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Maria Carvalho da. Depressão e o Suicídio. Rev. SBPH vol.14 no.1, Rio de Janeiro;
2011.
BRASIL. Decreto lei nº 13.819, de 26 de abril de 2019, Prevenção da Automutilação e
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Acesso em : 22/05/2019.

HENCKE, Grazielle e SILVA, Milena Mery da. Suicídio x Depressão: Como ajudar a
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