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Sinônimos
Transtorno Desafiador de Oposição - TDO (Nomenclatura apresentada na CID10)
Transtorno de Oposição Desafiante
Transtorno Opositivo Desafiador
Transtorno Opositor Desafiador
Transtorno Desafiador Opositivo
Transtorno Desafiador Opositor
Transtorno Desafiador de Oposição
* A diferença na nomenclatura decorre de variações na tradução do termo em inglês
Oppositional
Defiant Disorder - ODD.
Classificação nos manuais de diagnóstico
CID 10 – F91.3
DSM 5 – 313.81
Psiquiatras definem o Transtorno de Oposição Desafiante (TOD) como um
padrão persistente de comportamento desobediente, hostil e desafiador
contra figuras de autoridade (como pais e professores). Crianças e
adolescentes com TOD são rebeldes, teimosos, se opõem a adultos e se
recusam a obedecer. Frequentemente têm explosões de raiva e dificuldade em
controlar suas emoções.
Obviamente, qualquer criança ou adolescente, até os mais bem comportados,
podem ocasionalmente serem hostis ou recusarem a cooperar. Entretanto,
naqueles diagnosticados com TOD, os comportamentos de raiva, oposição e
agressão são constantes. Crianças com esse transtorno tendem frequente e
ativamente a desafiar os pedidos ou normas dos adultos e deliberadamente
aborrecer outras pessoas.
Usualmente, elas tendem a serem coléricas, ressentidas e facilmente se
aborrecem com outras pessoas, a quem culpam por seus próprios erros e
dificuldades. Elas geralmente têm uma baixa tolerância à frustração e
rapidamente perdem a paciência.
Indivíduos com TOD podem resistir a executar tarefas escolares que exijam
autodeterminação porque recusam a se conformar às exigências dos outros. Tal
comportamento deve ser diferenciado da aversão à escola ou às tarefas de alta
exigência mental causadas por dificuldade em manter um esforço mental
prolongado, esquecimento de orientações e impulsividade como acontece com
os indivíduos com dificuldade de aprendizagem.
No Transtorno de Oposição Desafiante são frequentes os seguintes
comportamentos:
Desobediência — frequentemente se opõe a regras
Desafia normas e recomendações de adultos (até mesmo conselhos
para não se machucar)
Ignoram solicitações
Propositalmente irritam e perturbam os outros
Culpam os outros pelos seus próprios erros.
Instabilidade familiar
Abuso físico, sexual e/ou psicológico
Disciplina inconsistente
Dificuldade ou inabilidade em construir relações
sociais
Vivência em comunidades com alto índice de
criminalidade e/ou situações de miséria
TDAH
Transtornos de ansiedade
Dentre todas esses transtornos que coexistem com o TOD, o mais comum é o
TDAH. Crianças e adolescentes diagnosticados com ambos, TDAH e TOD,
tendem a serem mais agressivas e apresentar mais comportamentos negativos
de desobediência e oposição, do que aquelas diagnosticadas apenas com
TDAH.
Em crianças autistas é comum a ocorrência de comportamentos de oposição,
entretanto, esses comportamentos nem sempre são manifestados
propositadamente como ocorre nas crianças diagnosticadas com TOD. O
mesmo ocorre em crianças com deficiência intelectual, onde comumente não há
uma ação intencional de se vingar, perturbar ou hostilizar o outro. O diagnóstico
de comorbidade para esses casos deve ser realizado com maior cautela.
Quem de nós nunca se deparou com uma criança extremamente opositiva, desafiadora,
que discute por qualquer coisa, que não assume seus erros ou responsabilidades por
falhas e que costuma sempre se indispor com os demais de seu grupo ou de sua família
de maneira a demonstrar que a cada situação será sempre difícil convencê-lo, mesmo
que a lógica mostre que suas opções estão evidentemente equivocadas? Se você
conhece uma criança assim, provavelmente ela tem Transtorno Opositivo-Desafiador.
Tal quadro leva a severas dificuldades de tempo e de avaliação para analisar regras e
opiniões alheias e intolerância às frustrações, levando a reações agressivas,
intempestivas, sem qualquer diplomacia ou controle emocional. Essas crianças costumam
ser discriminadas, perdem oportunidades e desfazem círculos de amizades. Não raro,
sofrem bullying e são retiradas de eventos sociais e de programações da escola por
causa de seu comportamento difícil. Os pais evitam sair ou passear com elas e muitas
vezes as deixam com parentes ou em casa. Entre os irmãos, são preteridos, mal falados
e considerados como “ovelhas negras” tratados, assim, diferentes e mais criticados pelos
pais.
Os sintomas podem aparecer em qualquer momento da vida, mas é mais comum entre os
6 e 12 anos. A associação com TDAH é frequente (50% dos casos), deve ser observada e
investigada em todas estas crianças para que sejam tomadas as medidas necessárias, a
fim de prevenir problemas de aprendizagem e baixo rendimento escolar. O ambiente
doméstico costuma ser conturbado, com pais divergentes quanto ao modo de educar e
conduzir o (a) filho (a) e de como estabelecer parâmetros, mas evidências mostram que
existem fatores genéticos e neurofisiológicos predispondo o seu desenvolvimento.
O tratamento desta condição é multidisciplinar e depende de três eixos: medicação, psicoterapia
comportamental e suporte escolar. A medicação auxilia em boa parte dos pacientes e melhora a auto-
regulação de humor frente às frustrações; a psicoterapia deve centrar em mudanças
comportamentais na família com medidas de manejo educacional (dar bons exemplos, dialogar com a
criança, ter paciência ao falar, explicar o motivo das ordens dadas, etc.); e, em relação ao suporte
escolar, deve-se oferecer apoio, reforço e abertura para um bom diálogo, pois esta abertura melhora o
engajamento do aluno opositor às regras escolares e a se distanciar de maus elementos.