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TOD – TRANSTORNO OPOSITOR DESAFIADOR

Definição: O Transtorno opositivo desafiador é uma condição comportamental muito


comum em crianças em idade escolar. O TOD consiste em um padrão de comportamentos
negativos, hostis e desafiadores, de forma persistente. Esses comportamentos são observados
nas interações sociais da criança. Ocorre principalmente com adultos e com figuras de
autoridade, mas também aparece na interação da criança com os colegas da escola.
O TOD pode ser ou estar relacionado com outras questões comportamentais como o TDAH
(Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade) e pode proceder ao desenvolvimento do
transtorno de conduta.

As principais características do TOD são:


perda frequente de paciência, discussão com adultos e figuras de autoridade, recusa a
obedecer e seguir regras, se aborrece com facilidade e mostra-se muito raivoso,
frequentemente incomoda deliberadamente outras pessoas; frequentemente culpa outros
por seus erros ou mau comportamento é agressivo e irritado. São crianças que tem dificuldade
em controlar seu comportamento e suas emoções. Algumas apresentam sensibilidade à
barulhos, distúrbio do sono, manias ou rituais.

O que funciona com uma criança que apresenta TOD?


Rotinas organizadas e com poucas tarefas, falar de forma objetiva e direta com a criança num
tom calmo, porém firme, combinados (o que for combinado deve ser cumprido sem abrir
precedentes – Exemplo: combinou um horário, o mesmo deve ser respeitado) e comandos
diretos sem muitas explicações porque ela não vai ouvir.
O que perturba uma criança com TOD?
- Tudo o que foi imprevisível para ela pode desencadear algum tipo de surto. Caso
combinem algo e aquilo por alguma eventualidade não possa ser realizado pode desencadear
uma reação de irritabilidade porque vai gerar uma frustração. Crianças com TOD não
suportam frustrações. Portanto, ao combinar deem pelo menos duas possibilidades.
- Barulhos: algumas crianças podem se assustar com barulhos ou gritos, portanto evitem
gritar com uma criança que apresenta esse comportamento isso vai desencadear um
comportamento inadequado.
- Hiperfoco: algumas crianças quando estão realizando alguma atividade focam
especificamente naquilo e, portanto, quando é solicitada sua atenção para outra situação ou
até mesmo uma conversa será provável que essa criança não escute o chamado.
- Escrever: crianças com TOD não gostam de escrever, tudo o que remete esforço e
demora a ser concluído desvia sua atenção e o dispersa, alguns são mais sensoriais e podem
sentir “dores” nas articulações.

Como atender uma criança com TOD na escola?


• O aluno deve se sentar num lugar que não ofereça distração, o ideal seria no centro da
sala e no máximo na segunda carteira com o intervalo de uma carteira vazia à sua frente e até
mesmo dos lados me caso necessário;
• Caso o aluno apresente atitudes de forma a chamar atenção pelo lado negativo, tente
sentá-lo perto de colegas que seja um bom exemplo para a turma e que sejam mais calmos; -
Se o aluno não tem noção do espaço pessoal; ou seja, caminha entre as carteiras para ir falar
com os outros alunos, tente aumentar o espaço entre as mesas; assim é possível evitar quedas
ou que ele possa derrubar objetos que estão a sua volta
• Tarefas e trabalhos: disponibilizar um tempo maior para que o aluno conclua, dividir a
tarefas longas em partes menores ou encurtá-las, diminuir a quantidade de trabalhos; - Caso
ele tenha dificuldade em seguir instruções ou se distrai facilmente, tente combinar instruções
por escrito com as instruções faladas ou até mesmo chamar sua atenção por meio de um sinal
combinado;
• Se o aluno demonstrar constantemente um comportamento para chamar a atenção,
tente ignorar os comportamentos inadequados; caso o professor verificar a necessidade de
um tempo prolongado para melhorar o comportamento, combinar com o aluno, lembrando
sempre de que deve prevalecer a condução do professor responsável;
• Existem alunos que apresentam dificuldades em se organizar com relação aos
apontamentos e as matérias, portanto solicitar a ajuda de um familiar para providencie
separadores para as pastas ou até mesmo identificar cada matéria do caderno com uma
etiqueta, caso o aluno tenha dificuldades para anotar tarefas ou trabalhos para casa,
providenciar para o aluno um caderno de anotações (agenda), supervisionada pelo professor.

• ATENÇÃO!
Uma criança com TOD fará o impossível e o improvável para atingir seu objetivo. Cabe ao
adulto responsável estar atento para os sinais que podem levar a criança ao comportamento
inadequado. Caso isso venha a ocorrer é importante que esse comportamento seja ignorado.
Essa criança, na escola poderá derrubar o que estiver na mesa do professor (deixar mesa livre
– coloque o material em uma cadeira), derrubar os pertences dos amigos, correr pela sala,
jogar carteiras, gritar, ou seja tudo o que for possível até conseguir o que quer.

• O que fazer?
Todos devem estar cientes de que qualquer comportamento deve ser ignorado, tanto pelos
alunos quanto por todos os envolvidos. Cabe ao professor iniciar de forma tranquila uma
conversa com o aluno e tentar acalmá-lo, enquanto o restante acompanhe atentos o aluno
para que não sofra ou provoque nenhum acidente. É um momento de complexidade e que,
portanto, deve ser evitado, por isso é muito importante a observação do professor e até
mesmo o cuidador (caso disponha).
•Quais são os fatores de risco para o
TOD?
Impulsividade, intolerância à frustração, hiper-reatividade a críticas, permissividade ou
orientações divergentes por parte dos pais, ambiente familiar conflituoso ou desarmônico,
depressão e TDAH podem ser fatores de risco para a emergência de um comportamento mais
desafiador

Concluindo: O TOD pode ocorrer em qualquer faixa etária, atinge principalmente as


crianças em idade pré-escolar. Quanto mais precoce o diagnóstico melhor será a o
desenvolvimento dessa criança. Na entrada da adolescência, por volta dos 12 anos o TOD é
mais complicado podendo levar alguns adolescentes a desenvolver o TC (transtorno de
conduta). É nesta fase que os problemas se multiplicam. Contudo, com um manejo adequado,
terapias comportamentais, esportes e em alguns casos com o uso de medicação esse quadro
apresentará ótima evolução.
Para a ESCOLA o que vai funcionar é o trabalho conjunto: FAMÍLIA X ESCOLA.

É muito interessante conhecer como funciona a cabeça de um indivíduo opositivo antes


mesmo de conhecermos mais a fundo o transtorno. Ter mais intimidade com a forma e o
jeito como pensa e age esta criança auxilia-nos a perceber facilmente sinais que chamam a
atenção tanto para o diagnóstico quanto alertar a família e seus pares a tomarem medidas
de prevenção o quanto antes. Vejam as características mais observadas:

1 Eles acham que sempre poderão derrotar uma figura de autoridade

Eles parecem viver numa dimensão em que toda a opinião alheia não tem valor ou que autoridades
podem ser ignoradas por acharem que suas posições são as únicas válidas e que deviam ser seguidas.
Tem pensamentos fixos mesmo que tais desrespeitem a maioria das pessoas ou as regras presentes.
2 Eles são eternos “otimistas”

Como tem formas de pensar bem diferente dos demais por acharem que suas posições são as mais
corretas, sempre acham formas e jeitos de justificar o que falam mesmo que sejam percepções
erradas e fadadas ao fracasso. Insistem e criam situações para que tudo seja da forma que imagina e
que dará certo. Para cada argumento de alguém, eles têm uma resposta pronta e oposta.

3 Fracassam em aprender por meio da experiência alheia

Ao insistir em quebrar regras, o opositor não enxerga que aprender com seus fracassos ou com os
conselhos de experiências alheias pode ser vantajoso e acaba, como num ciclo vicioso, reincidindo
nos mesmos erros ou tomando sempre caminhos que o levarão para os mesmos problemas.

4 Esperam que sejamos justos com eles, independentemente de como eles nos tratam

Mesmo sendo difíceis e teimosos levando os outros a não tolerarem sua presença e odiando sua
forma de agir, os indivíduos opositores esperam que sejamos justos com eles quando tomam atitudes
que condizem com nossas próprias convicções ou profissões ou quando sua parte que lhe cabe deve
ser lhe dada por direito.

5 Parecem sempre estar se vingando quando ficam irritados

Ao serem levados a se irritarem ou quando sofrem corretivos, eles dão um jeito, em algum
momento, de se vingarem.

6 Precisam se sentir resistentes


A cada revés, uma resposta à altura. A cada fracasso, uma demonstração de que é mais forte e mais
cruel.

7 Acreditam que se ignorarem você por longo tempo você ficará sem resposta ou sem reação e
deixará que ele ganhe o que quer ou permanecerá fazendo o que deseja.
8 Eles têm plena certeza de que são iguais aos seus pais

Costumam adquirir o que querem como se fossem iguais aos seus pais e pedem como se mandassem
e não como se fosse um favor. Querem ter sempre a primazia e se sentem iguais nos direitos mesmo
que bem mais novos em idade. Acham que não precisam se explicar nem se desculpar. Podem ficar
sem fazer nada porque tem este direito já que seus pais também não o reprovam.

9 Jovem opositor melhor sucedido compete com jovem menos sucedido

Agem assim exatamente para demonstrar poder ao optar por algo menor, mas que, no fim das
contas, vai contrariar os valores de seus pais. Ele se vê naqueles jovens que gostam de tatuagens e
mudar aspectos de seu corpo somente para ver seus pais ficarem desapontados.

10 Crianças e adolescentes opositores costumam responder frequentemente “eu não sei”

para perguntas quando eles têm que analisar uma situação ou como forma de ignorar o que os outros
pedem ou exigem para elas. Ironicamente, a mesma atitude de silêncio que tem com os adultos
contrasta com a falação quando em contato com seus pares de mesma idade. Ao tomarem esta
atitude, fogem de ter que discutir, teimar e, consequentemente, de serem punidos por estes adultos.

11 A lógica do jovem opositor se baseia em fugir de responsabilidades

Parecem sempre desviarem de assuntos ou de momentos em que tem que assumir responsabilidades.
Colocam a culpa nos outros, evitam novas responsabilidades e quando são pegos em flagrante o
imponderável foi o causador. Além de todas estas características, existem, sem dúvida, muitas outras
as quais, com a experiência, poderíamos enumerar. Em resumo, o indivíduo opositor sempre busca
uma brecha para conseguir o que quer, independente do que seus pais/responsáveis querem ou
exigem. Para isto, pode ter certeza de que usarão de criativa lógica, argumentarão de forma otimista
e com autoconfiança.

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