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LINHA DE PESQUIA 1
PROCESSOS COMPORTAMENTAIS E COGNITIVOS
Pré-projeto de pesquisa
apresentado à Universidade Federal
da Grande Dourados - UFGD como
requisito de inscrição no Programa
de Mestrado Acadêmico em Psicologia.
Possíveis Orientadores:
Dourados/MT
2020
Fatores Estressores que levam a crianças, adolescentes e jovens em Atos Suicida com a
Contribuição Da Abordagem Analítico- Comportamental
Resumo
Devido ao alto índice de suicídio cometido por jovens e adolescestes nesses últimos
anos, que muitos não sabem explicar os motivos que levaram a cometer o ato ate mesmo
àqueles que tentaram e não conseguiram consumar o ato, apenas elucidam com motivos com
transtorno mental, uso abusivo de droga e álcool e outros. Se faz necessário uma pesquisa
mais aprofundada para que possa compreender melhor o universo dos nossos jovens e
adolescentes, podendo pesquisar a partir da análise do comportamento que levam a tais atos
segundo Skinner (1974/2006) a causa do comportamentos é emitido por uma resposta ou seja,
por uma contingência que o nosso organismo ainda está processando.
Tendemos a dizer, muitas vezes de modo precipitado, que se uma coisa se segue a
outra, aquela que foi provavelmente causada por esta - de acordo com o antigo
principio segundo o qual post hoc, ergo propter hoc (depois disto, logo causado por
isto) (SKINNER,1974/2006, pg. 13)
Sabendo que a faixa etária de idade dos jovens /adolescentes é cheia de duvidas,
incerteza que muitas vezes colocam-se em duvida sua própria existência no mundo, entre
outros tipos de situação que vivenciam que levam a ter o comportamento suicida. O suicídio
é um assunto antigo já discutido entre filósofo, teólogos, sociólogos, religiosos e médicos e
hoje é um assunto que preocupa a saúde pública havendo um crescente número de
comportamento suicida
De acordo com a Organização Mundial de Saúde o suicídio esta entre as 10 principais
causa de morte no mundo e no Brasil a quarta maior causa de mortes entre a faixa etária de 15
á 29 anos de idade, tendo a preocupação sobre o aumento de suicídio, porém Silva e Neto
(2020) trás uma estatística recente de que são notificados os casos de suicídio e autolesão
mas, que há uma estima que 9,5% de óbitos consumados por suicídio que não possui registro
no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), explicando que quando á uma morte
por suicídio há um questionamento que se aquela morte foi suicido ou decorrente de
homicídio, no entanto para que haja uma determinação de suicídio é preciso que seja
levantado os dados que mostram que a pessoa teria realmente a intensão de se matar, e por
conta da pressão da família em questão da omissão da natureza da morte na declaração de
óbito. Aqui pode se perceber o quanto o suicídio é um tabu não só para as famílias, mas para
toda sociedade havendo a necessidade de compreender de forma mais clara o suicídio,
olhando para ele de forma humanizada sem preconceitos e estigma.
As manifestações da violência dirigida de caráter não suicida é algo que acontece
com frequência, mas, que ainda é considerado tabu de discrição, pois diante de
situações graves, pouco se tem feito para a melhoria do quadro atual. A autolesão
acontece todos os dias, em diferentes lugares, espaços, famílias e classes sociais
(CAMARGO e CARLOS, 2020).
No entanto não tem como saber quando a pessoa vai estar controlado pela mente, pois
são eventos privados sabendo também que não tem como prever quando irá cometer a
ideação/suicídio, pois o ser humano é mutável seu comportamento é movido por meio das
relações, ou seja, pela interação entre organismo-ambiente. A interação entre organismo-
ambiente gera variáveis contingências aversivas que são os sentimentos de raiva, tristeza,
culpa, aflição, ansiedade, insegurança e medo. Essa resposta positiva e negativa para
Guilhardi (2002) explica que o sentimento gratificante (positivo) do tipo alegria, realizações e
felicidade, já as negativas são as aversivas tristezas, angustia, saudade , insegurança e que
esses sentimentos são inevitáveis deixar de sentir.
Os sentimentos aversivos impossibilita a pessoa de reagir a estímulos externos
entrando em fuga e esquiva, Lima e Santos (2017) quando a pessoa encontra em esquiva ela
está querendo evitar o sofrimento procurando na esquiva uma forma de não entrar em contato
com a contingência aversiva que é:
[...] sentir a angustia da espera, a frustração de tirar uma nota ruim ou não ser aceito
em uma entrevista de emprego. Evita-se a exposição de sentimentos por medo de
rejeição. Comportamentos corriqueiros como estes formam barreiras para evitar
sentir tristeza, angustia, ansiedade, entre outros sentimentos desagradáveis (LIMA e
SANTOS, 2017 ,p64).
A esquiva contribui para evitar sentimento desagradável que o ser humano não a
prendeu a lidar, ao enfrentar gera pensamento e sentimento de que tudo está perdido não
enxergando as possibilidades de enfrentar as dificuldades, barreiras que encontra no caminho
tendo o suicídio o único e ultimo recurso para aliviar o sentimento que lhe causa dor,
sofrimento. Compreendendo que o suicídio é a consequência do comportamento segundo
Lima e Santos (2017).
Ao ver como a pessoa se encontrar em fuga esquiva para não sentir frustações, dor
percebe que á necessidade de falar da importância de ensinar as crianças/adolescentes a lidar
com suas frustações e não impedir que elas não entrem em contato com a dor, é preciso
aprender a lidar com o sofrimento assim consegue preparar a criança/adolescente mais
conscientes e preparados para lidar com o cotidiano da vida, ou seja:
Situações como estas podem ser também observadas quando não damos a
oportunidade da criança vivenciar sua perda. Isto pode ocorrer porque nós (adultos),
julgamos aquela situação como aversiva, e então ao emitir o comportamento de
esquiva (mentir para a criança para não ter que falar da perda), evitamos que a
própria criança possa experimentar o que é perder algo. Seria interessante uma
reflexão sobre como seria vantajoso para ela viver esta perda ao lado de alguém que
ela confia? Será que poderei evitar que ela (e eu) sinta “coisas desagradáveis”
durante a vida toda? Ou, será que se eu evitar que ela sinta “coisas desagradáveis”, a
ajudará a lidar com estes sentimentos sozinhos futuramente? (LIMA e SANTOS.
2017,64).
[...] sujeito investe esforços na tarefa de entender e dar sentido a objetos e fatos da
sua realidade e, a partir desta dinâmica, passa a se auto-regular, a ter domínio sobre
suas ações e escolhas. O processo de interação e de mediação assume, nesta
perspectiva, papel e função primordial no desenvolvimento dos indivíduos e na
organização da vida em sociedade ( SOUZA e ROSSO, 2011,pg. 5896).
Nessa fase da vida é de suma importância discriminar cada sentimento, emoção; O que
esta causando, e que/com pode lidar com seus conflitos para que haja uma minimização do
sofrimento emocional. O estado emocional da pessoa, segundo Barbosa e Marques (2012), é
controlado por um conjunto de resposta de fuga esquiva da própria situação emocional,
quando a pessoa entra em fuga esquiva á um alivio do seu sofrimento podendo até citar um
exemplo: uma pessoa que é demitida pode ser alterada a frequência da classe de resposta que
antecede, ou seja, considerar a demissão é procura em realizar outro tipo de trabalho
(comportamento positivo) ou pode eliciar outro evento respondente aversivo como raiva
medo, insegurança interferindo na emissão de outros operantes (comportamento
punitivo/positivo) como o comportamento suicida.
O corpo fala através de manifestações corporais e são por elas que identificamos
quando uma pessoa não esta bem. Tendo em vista que elas sinalizam quando estão com
pensamentos, desejos suicidas através do comportamento verbal (ninguém gosta de mim, esta
vida esta uma droga, prefiro morrer a viver, etc) que segundo Baum (2007) o comportamento
verbal também é um comportamento operante que a pessoa emite para demostrar o que esta
sentindo, uma forma de facilita um dialogo que ela possa se expressar para o ouvinte, assim o
ouvinte contribuirá em ajudar em discriminar o que está sentindo evitando o suicídio.
O autor também fala sobre o comportamento privado, ou seja, aquele que pensamos,
idealizamos é também uma forma de se comportar, a pessoa que tem a ideação suicida se
comporta dessa forma, ela pensa em se matar; significando que está propenso em se matar,
pensa em como se matar; significa que esta imaginando como seria, á todo um
comportamento privado não verbal (controlado pela mente) de como faria o ato suicida.
O suicídio é um ato mais trágico de alguém terminar com sua própria vida pensa elas
que realmente querem morrer. Para a psicologia existem vários fatores que levam essas
pessoas a pensar em tirar suas próprias vidas como, por exemplo: transtorno psíquico, fim de
um relacionamento conjugal, perca de um emprego, briga na família, questão e gênero, sua
própria existência, e outros ou seja são fatores que para Werlang (2013) para a psicologia é
um desafio porque são múltiplas variáveis envolvida ao comportamento suicida tendo que ter
um bom planejamento para atendimento social e clínico para essa demanda, compreender a
pessoa como um ser único, singular, com sua subjetividade ferida. Tendo de forma relevante a
pesquisa por parte do profissional psicólogo para compreensão dos devidos comportamento
para a fim de ajudar a minimizar os casos de suicido cometidos por jovens e adolescentes.
Para Delitti e Derdyk, (2012) o clínico pode ensinar em amplos ambientes sobre
princípios do comportamento com o objetivo de torná-los capazes de observar as relações
existentes entre seus comportamentos e consequências, apresentar contingências e
desenvolverem suas próprias regras. Ensinar avaliação funcional ao cliente é um dos
excelentes processos clínicos, quando o indivíduo aprende a identificar o que controla seus
comportamentos fica mais fácil para analisá-los e modificá-los, independentemente de seu
analista.
Portanto para trabalhar com o cliente é preciso compreender que o comportamento
humano é um conjunto de reações entre organismo-ambiente que é através desse que nos
relacionamos com o mundo externo/interno segundo Skinner (1971) são: contingências
responsáveis pela seleção natural da espécie (sobrevivência da espécie), contingências de
reforçamento responsável pelo repertorio adquirido, e contingências especiais mantidas por
um ambiente cultural evoluído.
Deste modo, a prevenção do comportamento suicida para Werlang (2013) começa com
a família, e estender com treinamento na rede de saúde pública ambiente este que á muitos
profissionais despreparados para dar a devida atenção a essa demanda entre outras áreas
profissional, compreendendo que não é fácil entender essa demanda por que falar sobre
suicido consiste em uma resistência sobre o assunto, essa resistência vem da negação da morte
que os profissionais de saúde foram treinados para ir contra mão da morte, em pró a vida.
Ao citar o despreparo dos profissionais de saúde, Rigo (2013) nos chama a tensão para
um fato importante que, que o tal despreparo colocam esse profissional com o comportamento
preconceituoso, ao chegar um paciente cometido pelo comportamento suicida tense o
comportamento verbal por parte dos profissionais que o paciente esta querendo chamar a
atenção, não tendo o comportamento de resiliência e empatia com o paciente, não
compreendendo o sofrimento que é do outro.
Por isso, nas tentativas de suicídio por acting out, mais do que um ato para
chamar atenção, trata-se de um ato para clamar atenção. Neste sentido, orientamos
os profissionais da saúde a evitar este tipo de rotulação diante de qualquer tentativa
de suicídio, o que infelizmente e uma situação bastante frequente nas emergências,
posto não ser possível avaliar o grau de sofrimento de um sujeito, só porque,
inconscientemente, ele não deseja o êxito do seu ato (RIGO,2013,pg. 34).
JUSTIFICATIVA
OBJETIVOS
Objetivo Geral
Identificar os fatores estressores que levam crianças, jovens e adolescentes contra sua própria
vida com intuito de aliviar sua dor emocional/corporal, com a contribuição da abordagem
Analítico-Comportamental.
Objetivos Especificos
Investigar as contingências aversivas que colocam as crianças, jovem e adolescente contra sua
própria vida, lembrando que o ser humano é controlado por organismo- ambiente.
Analisar os fatores estressores com a contribuição a Análise do comportamento com a
intenção de levantar métodos preventivo e interventivo que ajude minimizar casos de suicídio
dos nossos(as) crianças, jovens e adolescentes.
Esclarecer pontos importantes na construção do sujeito enquanto ser que se transforma todo
instante e quanto isso afeta sua subjetividade/singularidade do sujeito.
Promover compreensão sobre o comportamento suicida retirando o preconceito e estigma
postulado por profissionais despreparados, esse despreparo que muitas vezes advindo por falta
de conhecimento para atender essa demanda causando mais conflito ao paciente.
MÉTODO
CRONOGRAMA DE ATIVIDADES
Tendo invista o tempo estipulado deste projeto de dois anos, no período de 2022 á
2023. Em seu primeiro semestre de 2022 focado em cumprir as disciplinas do programa e
pesquisa bibliográfica e de campo sobre o tema abordado já no segundo semestre do mesmo
ano será voltado para elaboração da dissertação, tendo como ponto de partida o apanhado
bibliográfico, e pesquisa de campo, se for viável.
Já no ano de 2023, será o período de desenvolvimento geral da dissertação com as
considerações decidas pelo orientador durante o mestrado, contudo no final do ano, encerra-
se a elaboração da dissertação, sendo apresentado para a banca de Qualificação e Defesa.
Apresentando o cronograma de atividades previstas para este projeto para desenvolver como
um todo, sendo sujeito a devidas alterações .
REFERENCIAS:
LIMA. P, R, C; SANTOS, G, P. Comportamentos suicidas. In: (Org), Luzia Venâncio Zanluqui, Maíra Bonafé
Sei. Suicídio já parou para pensar? Londrina: UEL, 2017, p. 57-70
WERLANG. B. O Suicídio e os Desafios para a Psicologia /Conselho Federal de Psicologia. - Brasilia: CFP,
2013, p.25-29.