Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
C om o ponto de partida para a execuçáo de um a análise de c ontingências que podem levar um indivíduo a com e ter a u idd io,
o p resente artigo buscou re a ll/a r um levantam ento de fatores que têm sido identificados c om o de sen cad ea ntes da resposta
suicida. Neste artigo, ainda, tenta-se dem onstrar que apesar de todos os controles c ulturais e sociais exe rcid os para prevenir
a resposta suicida, os dados estatísticos sobre sua ocorrência, te ntativa, planejam ento e/ou ideaçAo de m onstram que a
incidência densa resposta é bastante elevada na atualidade. A análise ap resentada inicia com a d e fin iç io de suicídio,
enfo can do -o com o um fe nô m e no social e verb alm en te d e te rm ina do . P rocu ra-se de s c rev e r as po s s ív e is fu nçõ es das
respostas suicidas e apresenta-se um a lista de situações nas quais indivíduos que c om eteram ou tentaram a resposta
suicida estavam en volvidos Procura-se, ainda, discutir algum as inte rpreta çõe s encon trad as na literatura a respeito da
resposta suicida, as quais, além d e parecerem incorretas do ponto d e vista teórico-conceUual, nâo au xilia ria m na prevenção
desse tipo de resposta.
P a la vra s -ch a ve suicídio, fe nôm enos sociais, análise de contingências, be haviorism o radical.
As starting polnt for put to practice an analysis o f contlngencies that can lead an individual to m ake suicide, tho present a rtld e
looked for to accom plish a rislng of factors that have been identifled as unchalnlng o f the response to com m lt suicide In this
article, still, it is tried to dom onstrate that In apite o f the cultural and social Controls e xercised to prevent suicide, the sta tistlcal
data on ita occurrence, attem pt, pfannirtg and/or ideatian dem onatrattis that th » in d d e n c e o t that response ia, a t (he present
tim e quite high The presented analysis beglns with sulclde's definltion, focusing it as a social phenom enon and vorbally
determ lned It tries to descnbe the possible fu nctions o f the suicidai answ ers and show s a list o f sltuations In the ones w hich
Individuais that practlced or tried th e response ‘ to suicide* w ere Involved It Is sought, stlll, to discuss som e Interpretatlons
fo und In th e llterature regarding the suicide, th e ones that, besides soem incorrect o f the th eoretlcal-conceptual polnt o f vlew,
they would not aid in th e prevention of that response type.
K e y w o rd s suicide, social phenom ena, analysis o f contlngencies, radical behavlorism
210 Roberto A lv c * Bu ii .r o
O fato ó que a inclusão da palavra "consciente" na definição do suicídio abre as
portas para uma interpretação de que essa resposta seja considerada resultante de
comportamento verbal, ou seja, uma resposta socialmente determinada. Hayes e cols.
(1999) argumentam que um dos mitos mais presentes nas culturas ocidentais é a expulsão
do Homem do Jardim do Éden, o que dá a ele "a consciência" da culpa. Dessa forma,
interpretam os autores, a espécie humana é capaz de:
a. Julgar a si própria e ver-se em falta;
b. Imaginara perfeição e considerar o presente inaceitável, por comparação;
c. Reconstruir o passado;
d. Preocupar-se com o futuro;
Estudos epidemiológicos
Quando um problema atinge um número grande de pessoas, ele passa a ser
considerado um problema social e estudos epidemiológicos são realizados. Esses estudos
detectam a incidência do problema na população, determinando a sua gravidade e relevância.
Também procuram descrever as formas observadas do comportamento-problema e passam
a definir critérios de classificação com bases estatísticas (como os encontrados no DSM-
IV e noC ID 10).
Esses estudos têm apontado que na população americana, por exemplo, 10%
dos indivíduos já tentaram o suicídio, 20% já planejaram como realizá-lo e mais 20% já
pensaram em suicidar-se, mas não planejaram a forma pela qual executariam o ato (Chiles
e Strosahl, 1995). Isto apresenta a estonteante marca de que metade da população
americana no mínimo "pensou em suicidar-se".
• Alcoolismo;
• Depressão;
• Declínio da saúde e da potência;
• Tentativas anteriores de suicídio;
• Declínio da situação econômica (desemprego, ou freqüentes trocas por empregos
que paguem gradativamente menos);
• Viver em grandes centros urbanos (áreas de alta criminalidade, alcoolismo,
doenças mentais, pobreza e desorganização familiar, isolamento social e
alienação);
• Quebra de relacionamento afetivo (separação, divórcio e viuvez). Vale a pena
ressaltar que o casamento tem sido apontado como preventivo para a resposta
suicida em homens, e que mulheres sobrevivem melhor à perda dos cônjuges
que homens;
• História de tentativas ou suicídios de parentes ou pessoas importantes e
próximas.
Por outro lado, existem algumas topografias de respostas que podem ser indícios
de comportamentos suicidas. Segundo Hirschfeld e Russel (1997), tais respostas são:
Finalizando
Como foi possível notar, o suicídio ó um fenômeno multifacetado e com inúmeras
interpretações. Além de ser dificilmente previsto (embora haja a lista dos "sinais de alerta"),
também tem sido bastante discutido teoricamente.
As propostas mais comumente aceitas levam em consideração que o suicídio
possa ser uma resposta de esquiva ou fuga de situações aversivas (Sidman, 1989/1995),
embora tenhamos acompanhado situações nas quais pode-se pressupor uma possível
Sobre Comporlitmcnlo e 2 1 5
admiração social vinculada a ele (talvez esta interpretação seja melhor entendida à luz de
metacontingências culturais).
R eferências
Chiles, J. e Strosahl, K.D. (1995). The suicidai patient: Principies of assessment, treatment and
case management. Washington, D.C.: American Psychiatric Press.
Editora Saraiva (1999). Código de Processo Penal. Sâo Paulo: Saraiva.
Skinner, B.F. (1989). Ciência e Comportamento Humano. (J.C.Todorov e R. Azzi, Trads.). São
Paulo: Martins Fontes. (Trabalho originalmente publicado em 1953).