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o

12. ANO
SOCIOLOGIA
. RECURSOS MULTIMÉDIA
Atualização periódica
de vídeos em

. CENÁRIOS DE RESPOSTA
Recursos Multimédia
TEMA 1 – O que é a Sociologia? 4. Interação social e papéis sociais

1. Sociologia e conhecimento da realidade ▪ Teste – Grupos sociais


social (p. 95)

▪ Teste – Sociologia e conhecimento sobre ▪ Teste- Papéis sociais


(p. 105)
a realidade social
(p. 33) ▪ Teste – Estatutos Sociais
(p. 105)
▪ Powerpoint – Sociologia e conhecimento sobre
a realidade social ▪ Powerpoint – Grupos sociais
(p. 10) (p. 91)
▪ Animação – Sociologia e conhecimento sobre ▪ Powerpoint – Papéis e estatutos sociais
a realidade social (p. 96)
(p. 10)
5. Instituições sociais e processos sociais
2. Metodologia da investigação sociológica
▪ Teste – Ordem social e controlo social
(p. 118)
▪ Teste – Estratégias e etapas de investigação
(p. 41) ▪ Teste – As instituições sociais
(p. 122)
▪ Teste – Modos de produção da informação em
Sociologia e Novos campos de investigação ▪ Teste – Reprodução e mudança social
(p. 51) (p. 129)
▪ Animação – Metodologias da investigação ▪ Powerpoint – Ordem social e controlo social
em sociologia (p. 112)
(p. 34)
▪ Powerpoint – Reprodução e mudança social
▪ Powerpoint – Metodologias da investigação (p. 123)
em sociologia
(p. 34)
TEMA 3 – Os processos de reprodução e
mudança nas sociedades atuais
TEMA 2 – Sociedade e indivíduo
6. Globalização
3. Socialização e cultura
▪ Teste – Mundialização
▪ Teste – Cultura e Padrões de cultura (p. 145)
(p. 69)
▪ Teste – Globalização cultural
▪ Teste – Socialização (p. 145)
(p. 75)
▪ Teste – Consumo e ambiente – riscos e incertezas
▪ Teste – Representações sociais (p. 151)
(p. 79)
▪ Powerpoint – O fenómeno da globalização
▪ Animação – Cultura e Padrões de cultura (p. 138)
(p. 62)
▪ Animação – Globalização
▪ Powerpoint – Cultura (p. 141)
(p. 60)
▪ Powerpoint – Socialização
(p. 70)

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7. Família e escola ▪ Teste – Os problemas de integração social dos
imigrantes. Etnicidade. Políticas de integração
▪ Teste – Família
social
(p. 173)
(p. 214)
▪ Teste – Escola
▪ Teste – A construção social do género
(p. 179)
(p. 221)
▪ Teste – Escola/ Família: agentes de mudança?
▪ Teste – Pobreza e exclusão social
(p. 179)
(p. 225)
▪ Animação – Família: agente de reprodução social
▪ Animação – Género: reprodução e mudança social
ou mudança?
nas sociedades atuais
(p. 166)
(p. 215)
▪ Powerpoint – Família em Portugal
▪ Powerpoint – Classes sociais, mobilidade social
(p. 158)
e movimentos sociais
▪ Powerpoint – Escola (p. 186)
(p. 174)
▪ Powerpoint – Migrações, identidades culturais e
8. Desigualdades e identidades sociais etnicidade
(p. 206)
▪ Teste – Movimentos sociais
(p. 194) ▪ Powerpoint – Género e sexualidade
(p. 215)
▪ Teste – Classes sociais e mobilidade social
(p. 205) ▪ Powerpoint – Pobreza e exclusão social
(p. 222)
▪ Teste – Migrações e identidades culturais
(p. 208)

E ainda:

„ Textos complementares
„ Links
„ Imagens
Em www.sociologia12.te.pt aceda ao canal do projeto no YouTube, onde encontra vídeos
de exploração das temáticas do Manual.
Estes recursos serão atualizados ao longo do período de vigência do Manual.
Cenários de resposta
UNIDADE 1 – Sociologia e conhecimento sobre a realidade social
Página 12 – Texto 1.1 exteriores à sua consciência, ou seja, «as manei-
ras coletivas de agir ou de pensar apresentam uma
1. O objeto de estudo das ciências sociais é a reali-
realidade exterior aos indivíduos e (…) esta síntese
dade social (os fenómenos sociais).
tem lugar fora de cada um de nós».
2. A realidade social é una, pois não se encontra
compartimentada, dividida, é sempre a mesma. Página 18 – Texto 1.4
Como o texto refere, a realidade social é a «“con-
1. A ação social diz respeito ao modo como os indi-
dição humana” como a “realidade” estudada por
víduos interagem na sociedade, a partir da estru-
todas as ciências do homem». E mais adiante fina-
tura social.
liza dizendo que a realidade social é «uma unidade
sob a diversidade das disciplinas, unidade que 2. A ação social é o objeto de estudo da Sociologia,
exprime a da própria realidade, que “é uma só”». pois como refere o texto: «A estrutura conceptual
da Sociologia vai buscar o seu material (…) às rea-
3. A atitude metodológica necessária à explicação
lidades da ação [social].»
da realidade social é a interdisciplinaridade que
procura integrar o contributo de todas as ciências
Página 20 – Texto 1.5
sociais (disciplinas) a fim de obter uma explicação
mais profunda dos fenómenos sociais. 1. A Sociologia surgiu em Portugal nos finais do
século xix com o crescimento da industrialização
Página 15 – Texto 1.2 e as mutações sociais que levaram os pensadores
sociais a quererem estudar o movimento operário,
1. A introdução da Sociologia na Grã-Bretanha
dando início às primeiras publicações.
deveu-se a Harriet Martineau que viajou pelos EUA
para conhecer a realidade social de uma sociedade 2. Foi com a Revolução de 25 de Abril de 1974 que
em industrialização (como a da Grã-Bretanha) e em se verificou um grande aprofundamento da Socio-
constante mutação. Foi a primeira tradutora para logia em Portugal provocado pelas transformações
inglês da obra de Auguste Comte intitulada Filoso- sociais da altura, como é mencionado no texto,
fia Positiva. «eclosão de iniciativas sociais, económicas, polí-
ticas e culturais que abriram novas perspetivas às
2. Harriet Martineau é considerada uma pioneira
ciências sociais». As liberdades democráticas, a
na Sociologia porque, além de tradutora da obra
circulação de ideias e os contactos com os meios
de Comte, estudou a realidade dos EUA, publicada
académicos de outros países impulsionaram tam-
sob o título A Sociedade na América, desenvolveu
bém a investigação nesta área.
os métodos e técnicas de pesquisa em Sociologia,
defendeu a necessidade da investigação se «cen-
Página 27 – Texto 1.6
trar em todos os aspetos» da realidade social e de
«incluir a vida das mulheres» nas investigações. 1. O comentário deverá iniciar-se com uma intro-
Também foi a primeira a estudar do ponto de vista dução que conterá uma curta síntese do texto.
da Sociologia «assuntos anteriormente ignorados Segue-se o desenvolvimento em que se relacio-
como o casamento, as crianças, a vida pessoal e nam partes do texto com os obstáculos epistemo-
religiosa e as relações raciais» como refere o texto. lógicos à produção do conhecimento em Sociologia
(senso comum, familiaridade com o social, ilusão
Página 17 – Texto 1.3 da transparência do social, naturalismo, individua-
lismo e etnocentrismo) e com os benefícios, uma
1. Os factos sociais são coercivos porque a socie-
vez que as crenças, ideias e opiniões dos indivíduos
dade constrange os indivíduos a cumprirem as
fazem parte da realidade social. Conclui-se com um
nomas sociais e a agirem de acordo com os mode-
balanço do que foi dito – realçando-se a importân-
los vigentes. Os factos sociais são coisas exteriores
cia dos métodos e das técnicas na complexa análise
aos indivíduos que se lhes impõem de fora, cons-
da realidade social.
trangendo-os. Como refere o texto «a noção de
coerção social é que é essencial. Pois (…) as manei- 2. A Sociologia estuda os fenómenos sociais atra-
ras coletivas de agir ou de pensar apresentam uma vés do recurso a métodos de investigação (como,
realidade exterior aos indivíduos, os quais, a cada por exemplo o de análise extensiva e o de análise
momento de tempo, com elas se conformam. Cons- intensiva) e técnicas (como por exemplo técnicas
tituem coisas que têm existência própria.» documentais e não documentais) a fim de construir
o conhecimento científico.
2. Os factos sociais são exteriores aos indivíduos
porque se lhes impõem de fora, como coisas

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Cenários de resposta

Páginas 30-31 – Verificação de aprendizagem a desenvolver é a interdisciplinaridade, isto é a


integração do contributo de todas as (ou algumas)
Grupo I ciências sociais (disciplinas).
1. A 2. B 3. D 4. A 5. B 6. A 3.1 A exclusão social é um fenómeno social total, ou
seja, é «multidimensional», isto é, é complexo, exi-
Grupo II gindo «abordagens diversas». Tem implicações em
1.1 As características dos factos sociais implícitas vários níveis do real social (económico, jurídico, polí-
no texto são: a relatividade «enquanto atores histó- tico, sociológico, histórico, entre outros), sendo estu-
ricos localizados» e a exterioridade expressa em «e dado por diferentes ciências sociais de acordo com
não sob condições da sua própria escolha». as suas perspectivas, teorias, métodos e técnicas.
2.1 A afirmação refere que todas as ciências sociais 4.1 O senso comum que se baseia subjetividades,
estudam o mesmo – a realidade social, que é una, valores, preconceitos, crenças e a familiaridade com
indivisível, pluridimensional e complexa. «As divisões o social, pois como refere o texto «a Sociologia trata
entre as ciências sociais são apenas relativas», uma dos problemas da sociedade, e a sociedade é formada
vez que todas têm o mesmo objeto de estudo, mas por nós e pelos outros. Aquele que estuda e pensa a
cada uma das ciências sociais estuda essa mesma sociedade é ele próprio um dos seus membros».
realidade de acordo com a sua perspetiva, teorias, 5.1 O texto refere-se ao facto de os sociólogos pro-
conceitos, métodos e técnicas, «de modo a permitir curarem rigor científico nas suas investigações e,
um estudo especializado» como refere o texto. por isso, estarem cada vez mais atentos, quer ao
2.2 Como todas as ciências sociais estudam a obstáculo epistemológico que se traduz no facto de
mesma realidade social, elas são complementa- serem também atores sociais (isto é, serem parte
res. Para que se estude de uma forma mais apro- do objeto que estudam), quer ao caráter relativo e
fundada a realidade social, a atitude metodológica provisório das suas conclusões.

Páginas 32-33 – Sociologia Aplicada suicídio em vários países no século xix. De seguida,
analisou essas estatísticas. A partir dessa análise
1.1 O objeto da Sociologia é a realidade social, ou
verificou que o fenómeno não era apenas individual.
seja, o conjunto de interações sociais, segundo o
Depois, constatou que havia relações entre a proba-
texto a «dimensão social do ser humano, o nível de
bilidade de suicídio e a religião, bem como entre a
realidade relacionado com a sua própria sociabili-
probabilidade de suicídio e o tipo de vida familiar.
dade inata (…) o ser humano enquanto ser social».
3.2 O suicídio varia com o grau de integração na
1.2 Após a seleção de um fenómeno social deverá
sociedade. Deste modo, os protestantes tinham
será referido como é que a Economia, a História e
maior probabilidade de se suicidar do que os cató-
a Demografia estudarão o fenómeno, devendo con-
licos e do que os judeus (que apresentavam menor
cluir-se que todas as ciências sociais estudam o
probabilidade de se suicidar) e, no que respeita aos
mesmo fenómeno social mas a partir de perspeti-
laços familiares, as pessoas casadas e com filhos
vas diferentes, de acordo com as teorias, concei-
tinham menos probabilidades de se suicidarem do
tos, métodos e técnicas de cada uma delas. Para o
que as solteiras e viúvas.
estudo aprofundado desse fenómeno necessitamos
do contributo de cada uma delas. 4.1 Foi com a «revolução de Abril que funcionou
como um catalisador de vontades, de reivindi-
2.1 A relatividade dos factos sociais demonstrada no
cações e de manifestações» que surgiram novos
texto prende-se com o facto de o casamento variar
fenómenos sociais. Deste modo abriram-se novas
no tempo e no espaço: «Na Europa pré-moderna, o
perspetivas de análise à Sociologia em Portugal.
casamento começou, de uma forma geral, por ser
um arranjo de interesses de terras (…). Pelo con- 4.2 A Sociologia estuda os comportamentos dos
trário, na maioria do Ocidente moderno, o casa- jovens punk e relaciona-os com a «afirmação de
mento acaba por ser algo centrado no amor.» uma mudança de valores mais transversal que
envolvia uma abertura da juventude portuguesa
2.2 Os factos sociais também apresentam a carac-
a novas músicas, novas estéticas, a novas for-
terística da coercitividade, ou seja, os indivíduos
mas de sociabilidade» num universo que «movi-
são constrangidos ao cumprimento das normas
menta um conjunto de atores que desempenham
sociais e a agirem de acordo com os modelos vigen-
vários papéis» como menciona o texto. A Geografia
tes. Como refere o texto, na Europa pré-moderna o
Humana estuda este fenómeno social nas regiões
casamento já foi um mero arranjo de interesses e
e locais em que ocorre, ou seja, nas «zonas urba-
hoje é algo centrado no amor. Em diferentes perío-
nas». A Economia estuda a produção, consumo,
dos, os indivíduos são sujeitos a diferentes mode-
distribuição proporcionado pelas bandas punk, ou
los sociais de comportamento.
seja, toda a atividade económica ligada aos «músi-
3.1 Primeiro, Durkheim recolheu estatísticas sobre o cos, promotores, editores, fãs (…), etc. ».

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Cenários de resposta

UNIDADE 2 – Metodologia da investigação sociológica

Páginas 36-37 – Texto 2.1 o texto, a análise de conteúdo pretende ir além das
palavras, ou seja, «conhecer aquilo que está por
1. O objeto de estudo são jovens do sexo masculino
trás das palavras» para compreender o sentido e
com baixo sucesso escolar, com idades entre os 14
dar-lhe significado. A análise de conteúdo procura
e os 18 anos, com experiência de várias repetências
«outras realidades através das mensagens».
ao longo da escolaridade obrigatória, em escolas
públicas e instituições de solidariedade social na
Página 44 – Texto 2.4
periferia da cidade de Coimbra.
1. A observação participante implica que o inves-
2. Como o «objetivo central do estudo não se prende
tigador se insira intencionalmente no grupo a
com a quantificação (…) mas com uma compreen-
observar para recolher informações. Existem duas
são dos processos que levam ao desinteresse esco-
modalidades: participação-observação e observa-
lar, de acordo com a perspetiva dos participantes»
ção-participação.
como nos diz o texto, optou-se fundamentalmente
por uma investigação intensiva. Ou seja, «Privi- 2. Na observação-participação o investigador só
legiou-se uma linha qualitativa de natureza inter- se integra no grupo a observar após a definição de
pretativa, procurando focar-se na compreensão da «um projeto de pesquisa em relação a esse grupo».
conduta humana a partir do referencial do próprio Quando «um ou vários elementos de um grupo
sujeito e da complexidade de circustâncias que o decidem aproveitar a sua inserção» já existente no
enquadram». grupo para o observar estamos perante a técnica
de participação-observação.
Página 38 – Texto 2.2
Página 46 – Texto 2.5
1. A investigação-ação surgiu na década de 1940 no
campo da investigação em educação, associado à 1. Nas questões abertas a pessoa inquirida tem
necessidade de articular reflexão crítica com prá- toda a possibilidade de exprimir livremente e justi-
ticas que poderão proporcionar o surgimento de ficar a sua opinião; em contrapartida, nas questões
novas teorias. fechadas a pessoa inquirida não pode desenvolver
a sua resposta, apenas mostra a sua opinião relati-
2. Investigação-ação é uma estratégia de investiga-
vamente às opções de resposta que lhe são dadas.
ção em que o investigador também integra o objeto
de estudo e o seu conhecimento e resultados da
Página 51 – Texto 2.6
investigação possibilitam uma reflexão crítica que
poderá originar práticas transformadoras. As meto- 1. Fenómeno social total é tudo o que decorre da
dologias em causa proporcionam uma «ação mais vida social. É uno, indivisível, pluridimensional e
profícua e consequente na medida em que se cen- complexo, abrangendo diferentes níveis do real
tram na reflexão crítica, por um lado, e na atitude social. Como é mencionado no texto, «estes fenó-
operacional de práticas que acabam por ser ponto menos são simultaneamente jurídicos, econó-
de partida para a emergência de possíveis teorias» micos, religiosos e até estéticos, morfológicos»
como é dito no texto. e têm implicações na totalidade da sociedade ou
em parte das suas instituições. Ou seja, os factos
Página 43 – Texto 2.3 sociais «abalam, em certos casos, a totalidade da
sociedade e das suas instituições (...) e, noutros
1. A análise de conteúdo constitui um conjunto de téc-
casos, só um grande número de instituições».
nicas de análise de comunicações para identificar as
ideias comuns em relação a diferentes tópicos a fim 2. O desemprego é um fenómeno social total por-
de lhes dar significado, para poder compreender o que tem implicações em vários níveis do real social:
sentido das informações que estão a ser analisadas. económico, político, jurídico, demográfico, histó-
rico, geográfico e psicológico, ou seja, é uno, pluri-
2. Enquanto a linguística descreve o funciona-
dimensional e complexo.
mento da língua, «é o estudo da língua» como diz

Páginas 54-55 – Verificação da aprendizagem Grupo II


1.1 Tendo em conta o método de análise intensiva
Grupo I poderíamos escolher a observação participante,
1. D 2. C 3. C 4. B 5. A em que o observador que já faz parte do grupo a
observar, e utilizaria a modalidade participação-
-observação. Outra técnica seria a da entrevista em

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Cenários de resposta

que o investigador iria recolher informações atra- lógica mais ampla de transformação das estrutu-
vés da comunicação verbal. ras do casamento e da família», com implicações
1.2 Duas sociologias especializadas para o estudo na totalidade da sociedade ou em grande parte das
sobre a ocupação dos tempos livres das crianças e suas instituições. O divórcio é um fenómeno social
adolescentes seriam, entre outras, a Sociologia da pluridimensional e complexo, que abrange diferen-
Família e a Sociologia da Educação. tes níveis do real social. Exige o recurso a diferentes
disciplinas científicas e diferentes «olhares», sob
2.1 O inquérito por questionário aplica-se a um ele-
pena de «perdermos» contributos importantes para
vado número de indivíduos. É uma das técnicas de
a explicação e compreensão do fenómeno, o qual,
pesquisa que apresenta um conjunto predetermi-
apesar dessa divisão de olhares, é uno e indivisível.
nado de perguntas à população (universo) a inquirir
ou a uma amostra representativa dessa população. 3.2 Como refere o texto, o estudo do divórcio exige
«a análise tanto extensiva como intensiva da evolu-
2.2 Esta técnica utiliza-se em estudos que inquiram
ção e das mudanças deste fenómeno social em Por-
populações numerosas porque seria impossível
tugal» porque, como fenómeno social total, abala a
realizar entrevistas a todos os indivíduos a inquirir.
sociedade e as instituições e transforma as «estru-
3.1 O texto refere que o «divórcio é um fenómeno turas do casamento e da família» como é mencio-
social que tem vindo a assumir um peso crescente nado no texto.
nas sociedades ocidentais» e que se inscreve «numa

Páginas 56-57 – Sociologia aplicada sociedade portuguesa, duas das características


de uma amostra representativa poderiam ser,
1.1 A estratégia de investigação utilizada é a de aná-
entre outras, a mesma percentagem de mulheres
lise intensiva ou estudo de caso.
e de homens que o universo (população total) e
1.2 A entrevista, técnica de recolha de informa- a mesma proporção por grupos etários, regiões e
ções que decorre de diálogos, individuais ou de estatuto profissional.
grupo, pode proporcionar informações sobre fac-
3.4 Outra sociologia especializada poderia ser a da
tos ou sobre a forma como as pessoas entrevista-
família, para estudar, por exemplo, a divisão do tra-
das apreenderam esses factos.
balho na esfera privada.
1.3 A utilização da técnica de análise de conteúdo 4.1 A educação escolar das raparigas ciganas tem
aos discursos dos entrevistados é muito pertinente, implicações na realidade social, nas comunida-
porque esta técnica permite ver para além das des cigana e não cigana, altera estruturas sociais,
palavras, dando significado aos discursos produ- ou seja, «altera processos tradicionais de crescer
zidos. Explicita esses discursos e reinterpreta-os, como raparigas», altera valores e modelos de com-
tendo em conta o contexto em que foram produzi- portamento, pois como refere o texto a «educação
dos, transformando-se assim em nova informação. escolar permite a algumas raparigas ciganas cons-
2.1 A sociologia especializada poderá ser, entre truir-se como jovens raparigas, com experiências
outras, a Sociologia do Lazer. fora da comunidade e aspirar a uma vida profis-
2.2 O objeto de estudo seria a ocupação dos tem- sional assalariada, ao contacto com o mundo das
pos livres pelos diferentes estratos sociais. tecnologias, assim como ter uma vida menos presa
2.3 O método de estudo deveria ser extensivo para nas suas famílias». Trata-se de um fenómeno social
poder investigar um universo tão numeroso e as total porque é pluridimensional e complexo, abran-
técnicas a aplicar seriam o inquérito por questio- gendo diferentes níveis do real social, apesar da
nário e algumas entrevistas, a que se aplicaria tam- sua unidade e indivisibilidade.
bém a análise de conteúdo. 4.2 Para uma abordagem interdisciplinar do fenó-
3.1 A Sociologia do Trabalho poderia ser uma das meno social teríamos de integrar o contributo de
sociologias especializadas a estudar o fenómeno ciências sociais que são complementares, e que
referido. através do seu olhar especializado contribuem para
a leitura de uma faceta do fenómeno social total.
3.2 A técnica que seria mais vantajoso usar para
este universo tão vasto seria o inquérito por ques- 4.3 O facto de a realidade social ser complexa,
tionário. com múltiplas facetas e fatores condicionantes,
implica uma análise segundo diferentes perspeti-
3.3 Uma amostra representativa apresenta as
vas de acordo com os pontos de vista de cada ciên-
mesmas características que o universo, relati-
cia social. Da complementaridade dos contributos
vamente a um conjunto de critérios ou variáveis
das diferentes ciências resulta uma visão mais pro-
que o investigador considera significativos para
funda, abrangente e completa da realidade social
a investigação. No caso da investigação sobre a
complexa.
divisão do trabalho entre homens e mulheres na

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Cenários de resposta

4.4 As sociologias especializadas estudam, com integrando os diferentes contributos das ciências
maior profundidade, aspetos particulares da reali- sociais, é que se pode realizar investigações mais
dade social. Duas sociologias especializadas relati- profundas e completas.
vas a esta investigação poderiam ser, entre outras, a 6.1 O trabalho infantil é um fenómeno social total
Sociologia da Educação e a Sociologia da Exclusão. porque tem implicações em todos os níveis da rea-
No âmbito da Sociologia da Educação poder-se-ia lidade social. É uno, complexo e pluridimensional
estudar a integração das raparigas de etnia cigana com incidência na totalidade da realidade ou em
na escola, o seu sucesso e o abandono escolar, por parte das suas instituições.
exemplo. A Sociologia da Exclusão poderia estudar
6.2 A interdisciplinaridade é a atitude metodológica
as categorias sociais mais vulneráveis à exclusão
que procura integrar o contributo de várias ciências
social, causas da exclusão e políticas de integração
(ou disciplinas) no sentido de encontrar uma expli-
e coesão social.
cação mais profunda desse fenómeno social total –
5. Boaventura Sousa Santos considera que a elevada o trabalho infantil. Cada ciência social estuda este
divisão e «parcelização» do conhecimento cien- fenómeno social total de acordo com a sua pers-
tífico, a elevada especialização sem ter em conta petiva, objeto de estudo, teorias, conceitos, méto-
os contextos e o todo, tem efeitos negativos, uma dos e técnicas de pesquisa, sendo por isso, entre si,
vez que a realidade social é una, complexa e plu- complementares.
ridimensional. Só através da interdisciplinaridade,

UNIDADE 3 – Socialização e cultura


Página 63 – Texto 3.1 modelos culturais resultantes, reconhecendo-os
como os mais ajustados à sua existência. Essa acei-
1. Folkways são maneiras normais de resolver os
tação partilhada, permitindo um funcionamento
problemas do quotidiano que as populações ado-
equilibrado e harmonioso da sociedade, originará a
taram como convenientes.
coesão social e a estabilidade social desejada.
2. As folkways foram criadas pelas populações,
2. Sendo a cultura um conceito que envolve e con-
através de processos diferentes e complementa-
diciona as maneiras específicas de as comunidades
res como o acaso, tentativas e correção de erros ou
pensarem, sentirem e agirem, é natural que essa
cópia de outros modelos.
cultura constitua uma referência não só para os
3. A realizar pelo aluno. seus membros como para outras comunidades. É
a cultura de um povo que o identifica e torna única
Página 64 – Texto 3.2 a sua prática.
1. Valores sociais são conceções gerais do «bem»
ou noções do que é valorizado por uma comuni- Página 66 – Texto 3.4
dade que orientam a sua prática social. 1. Padrão de cultura é um conceito que permite
2. Ao partilhar valores, que são comuns e aceites identificar a cultura específica de um grupo social.
por uma comunidade, a prática social resultante Um padrão de cultura é, então, constituído por
será mais previsível e entendida por todos; logo, a modelos específicos de pensar, sentir e agir de
coesão social será maior. um grupo e distinto dos de outros grupos. Assim
sendo, todas os grupos sociais têm a sua cultura
3. Todas as comunidades têm a sua cultura de que
própria que permitem a sua identificação como
os valores são elemento estruturante. Os modelos
exclusiva.
e normas de funcionamento dessas comunidades,
construídas sobre os valores dominantes, ao serem 2. Pelo facto de a informação ser hoje tão pre-
aceites e partilhados por todos, constituirão os ali- sente e globalizante, todos temos conhecimento
cerces culturais das respetivas comunidades. É esse de padrões culturais distintos dos da comunidade
consenso cultural e normativo que permite a pre- a que pertencemos. A título de exemplo, podere-
visibilidade dos comportamentos e a consequente mos referir a gastronomia que admite o uso de san-
estabilidade, o que se traduzirá num funcionamento gue na confeção de determinados pratos (como o
sem sobressaltos das complexas sociedades atuais. arroz de cabidela, por exemplo), enquanto noutras
culturas, esse ingrediente é considerado indesejá-
Página 65 – Texto 3.3 vel ou mesmo proibido; da mesma maneira, alguns
povos orientais ingerem insetos e répteis, o que,
1. Os membros de uma comunidade, ao aceita-
para os ocidentais, é considerado até repugnante.
rem os valores dominantes, tornam-se reféns dos

11
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Cenários de resposta

3. A diversidade cultural está bem ilustrada no desenvolvimento são adquiridos simultaneamente


texto. Cada padrão de cultura corresponde a manei- por interação e por comunicação com outros
ras próprias de os indivíduos resolverem os proble- homens na sociedade e pela transmissão da cul-
mas do seu quotidiano e só pode ser entendido no tura, material e imaterial, ao longo das gerações.»
quadro social em que ocorre. Comportamentos que 1.2. «(...) uma cultura que inclui não só os elemen-
os povos ocidentais consideram bizarros ou mesmo tos da sua geração como também os das gerações
intoleráveis, e que o texto ilustra, são práticas acei- passadas e aqueles que ainda não nasceram. (...)»
tes noutros tempos e lugares. Concluímos, pois,
1.3. «Tal como aprendemos um jogo, jogando-o,
que não há um modelo de cultura mas tantos mode-
também aprendemos a viver, vivendo. Somos
los quantos os grupos sociais que considerarmos.
socializados através das próprias atividades em
que participamos.»
Página 67 – Texto 3.5
1. Etnicidade pode ser entendida como as diferen- Página 74 – Texto 3.8
ças culturais que separam os grupos.
1. A socialização constitui uma aprendizagem per-
2. Alguns traços de uma etnicidade podem ser a lin- manente que tem início quando o indivíduo nasce
guagem, a história, a tradição, a religião, a maneira e se prolonga pela sua vida até à morte. A sociali-
de vestir ou os adornos, por exemplo. zação nunca se encontra concluída; é uma aprendi-
3. As etnicidades são fenómenos que fazem parte zagem constante de adaptação a novas situações e
da cultura dos povos, são, portanto, apreendidas. contextos que exige do indivíduo a interiorização de
Quando perspetivadas como «naturais», acabam novos valores, modelos e práticas.
por separar os grupos. Assim sendo, a socialização não é um ato con-
4. Os grupos sociais, recorrendo a diferenças físicas cluído, mas um processo de construção cultural.
entre si, encontram nos outros os «bodes expiató- 2. Os principais agentes de socialização referencia-
rios» para as suas menoridades; os outros e as suas dos no texto são: a família (primeiro e mais impor-
diferenças serão as causas para a sua «inferioridade». tante agente que tem por função o ensino dos
5. Segundo o autor do texto, Anthony Giddens, as valores e normas básicas de comportamento); a
etnicidades podem ser a origem de comportamen- escola (importante agente que permite aos jovens
tos discriminatórios, como o racismo. a integração social através do ensino do currículo
formal, mas também do currículo informal); os
Páginas 68 e 69 – Texto 3.6 diferentes grupos de ócio (que ensinam aos jovens
outras formas de relacionamento formal – grupos
1. O costume é a forma como habitualmente os gru- desportivos – e menos formal – grupos de amigos)
pos resolvem os seus problemas. Este é formado por e os meios de comunicação social (que desde cedo,
práticas sociais próprias de cada grupo que foram atuam no sentido da transmissão da cultura domi-
sedimentadas ao longo dos tempos e constituem nante). No entanto, dado que a socialização é um
modelos de comportamento que todos aceitam e processo, esta continua na vida ativa do indivíduo,
seguem. Dado o consenso sobre as melhores for- quando este necessita de se manter atualizado e
mas de resolver os problemas, o costume torna-se produtivo, e mesmo na velhice, quando se torna
num modelador do comportamento dos indivíduos. fundamental o combate à solidão.
2. Ruth Benedict afirma que «ninguém vê o mundo 3. Sendo a socialização um processo de ensino/
com uma visão pura de preconceitos» devido à aprendizagem da cultura de um grupo, condição
inserção dos indivíduos na sua cultura, esta é for- para a integração social, esta nunca estará con-
mada por costumes, instituições e modos de pen- cluída, devendo adaptar-se ao tempo e espaço em
sar. Embora toda a cultura «faça sentido» para os que se desenvolve. Assim sendo, a socialização é
membros de uma comunidade, tal não significa que um processo dinâmico, na medida em que se vai
esta não contenha as suas representações, precon- adaptando a novos contextos e situações e é um
ceitos ou visões distorcidas da realidade. Assim processo constante, dado que acompanha a vida
sendo, ninguém tem uma visão pura da realidade, dos indivíduos.
como afirma a autora do texto.
3. Considerando que a cultura molda os comporta- Página 78 – Texto 3.9
mentos dos indivíduos, transmitindo-se de geração
1. Os símbolos atuam sobre as representações
em geração, poder-se-á afirmar que esta adquire o
sociais. Mais uma vez, constatamos que os símbo-
estatuto de património que herda.
los, como elementos culturais poderosos, condicio-
nam uma visão objetiva da realidade, contribuindo
Página 70 – Texto 3.7 para representações sociais, por sua vez, discrimi-
1.1. «O tipo de aptidões e de conhecimentos de natórias de outros grupos.
que o homem carece para a sua sobrevivência e
13
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Cenários de resposta

2. Na cultura ocidental, o branco está associado medo que os europeus sentiram, ao contactarem
ao conceito de pureza, de bem, e o preto ao mal. com os povos do continente africano, poderá ter na
É uma construção cultural pois, noutras culturas, a origem o simbolismo referido. Quando o medo do
associação é exatamente contrária. desconhecido necessita de mecanismos de defesa,
a construção de ideias sobre os «outros» pode ser
3. Dado que a distinção branco/preto se encontra
uma via. O racismo é um exemplo dessas constru-
simbolicamente associada ao bem/mal na cultura
ções mentais, embora esclarecidas e combatidas
ocidental, é natural que esta perceção simplista da
nos nossos dias.
realidade se alargue a outros contextos. Assim, o

Páginas 82 e 83 – Verificação de aprendizagem mesmo partilhando de uma mesma cultura, têm os


seus próprios modelos. Uma família que eduque
GRUPO I os seus jovens de uma forma religiosa rígida pode
encontrar dificuldades quando muitos órgãos de
1. A 2. C 3. B 4. A 5. C
comunicação sugerem uma postura mais tolerante
e permissiva.
GRUPO II
1.1. Valores sociais são conceções gerais do «bem»;
3. A socialização é um processo através do qual uma
sociedade transmite a sua cultura aos seus mem-
constituem orientações para a vida dos grupos e
bros. Iniciando-se cedo, logo na primeira infância,
comunidades.
prolonga-se pela idade adulta, e termina apenas
1.2. Os valores, ao constituírem orientações para a com a morte do indivíduo. É um processo nunca
vida das comunidades, dão origem a modelos de acabado, o que permite a todos um sucessivo ajus-
comportamento, isto é, padrões idealizados que os tamento aos novos condicionalismos que a socie-
indivíduos tenderão a seguir nas suas práticas. dade e os seus diferentes grupos vão encontrando.
1.3. O texto é bem claro quanto à forma como a Através da socialização, todos os elementos mate-
socialização deverá ser concretizada. Se ela for riais e imateriais componentes da cultura de uma
impositiva, não admitindo diferenças, pequenos comunidade são transmitidos pelos mais velhos e
desvios ou sequer o questionamento do que se aceites pelas gerações mais novas. A socialização é,
recebe, então será difícil ao indivíduo aceitar «os portanto, um processo de transmissão do padrão de
outros» com as suas especificidades. Neste caso, cultura que tipifica e torna exclusiva uma sociedade.
a socialização não poderá originar coesão social, o Pela socialização passa, então, a inculcação de valo-
que põe em causa o seu próprio fim – o da integra- res, modelos e práticas, o que inclui os aspetos mais
ção e coesão social. «nobres» da cultura – como a língua materna, por
2.1. A família e a escola são dois agentes de socia- exemplo –, mas também aqueles que a denegridem
lização. – como os preconceitos, os rancores, as fraquezas e
os estereótipos. Se a socialização for bem sucedida,
2.2. A família, desde cedo, ensina as regras sociais
a cultura da comunidade será aceite, valorizada e
básicas, como falar, comer, vestir-se, relacionar-se
partilhada por todos, podendo mesmo suceder que
com os membros da família e outros indivíduos, por
a comunidade considere de tal modo superior a sua
exemplo. Ensina, igualmente, os valores estrutu-
cultura que avalie as outras como inferiores – «os
rantes da família e da sociedade para que o jovem
do outro lado». Neste caso, estaremos perante um
membro possa sentir-se parte da mesma cultura.
fenómeno de etnocentrismo cultural.
Já a escola tem uma função de socialização com-
plementar mas mais orientada para a aprendizagem 4. Simone de Beauvoir pretende afirmar que a cul-
das matérias que permitirão, mais tarde, o exercí- tura «feminina» é transmitida pela socialização que
cio de uma atividade profissional ou ocupacional. ensina as meninas, desde cedo, a serem «meni-
No entanto, a par de um currículo formal, existe um nas», levando-as a comportarem-se como tal. A
outro currículo – o informal – onde a aprendizagem maneira de vestir, de falar, de conversar, de ocu-
de outros comportamentos se concretiza. Aprender par os tempos livres, etc, são ensinamentos que
a fazer parte de grupos, trabalhar em cooperação, as jovens irão interiorizar e considerar «normais».
conhecer o seu lugar e o dos outros, respeitar outros É a socialização que molda desde o nascimento
grupos, etc. são algumas das aprendizagens que a a forma como nos comportamos, sendo por isso
escola proporciona em paralelo com o ensino formal. também transmissora de uma cultura de género.
2.3. Pode suceder que a socialização veiculada por 5. O aluno deverá desenvolver esta ideia:
diferentes agentes, por transmitir valores e mode- O conteúdo do poema de António Aleixo é bem
los afastados da norma, seja causa de tensões e ilustrativo do fenómeno da socialização, explici-
mesmo conflitos entre esses agentes. De facto, a tando que o ser humano é um produto da cultura
sociedade é constituída por múltiplos grupos que, do grupo em que está inserido.

15
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Cenários de resposta

Páginas 84 e 85 – Sociologia Aplicada 2.4. A cultura é uma aquisição feita, desde cedo,
1.1. Padrão de cultura é um conjunto integrado de em que valores, modelos de comportamento e nor-
elementos culturais materiais e imateriais que tipi- mas, isto é, maneiras de pensar, sentir e agir são
ficam e tornam exclusiva uma comunidade. Cada transmitidas aos membros de uma comunidade.
comunidade tem o seu padrão de cultura. Ora, de acordo com Ruth Benedict, a socialização
irá moldar o nosso comportamento, dado que na
1.2. Alguns exemplos da tipicidade do padrão de
cultura transmitida poderão circular ideias discri-
cultura dos Tchambuli podem retirar-se das expres-
minatórias relativamente a outros grupos étnicos.
sões seguintes: «os homens enfeitavam-se, faziam
Assim, todos os preconceitos recebidos por uma
intrigas, deixavam-se escolher pelas mulheres (…)
socialização acrítica constituem maneiras distorci-
as mulheres mostravam-se dominadoras e agressi-
das de analisar a realidade.
vas».
3. Texto extraordinariamente rico que exige cui-
1.3. A tipicidade da cultura Tchambuli, cujos com-
dada reflexão. Descodificá-lo é, de certo modo,
portamentos são bem diferentes daqueles do
entender: a dificuldade que nos é ainda inerente de
mundo ocidental, tinha as suas raízes no facto de
ultrapassar a oposição nós/eles; o etnocentrismo
o papel masculino se ter tornado subalterno pela
subjacente às nossas análises culturais; o facto
alteração ocorrida na divisão do trabalho entre
de ainda hoje se aceitar que a cultura branca pos-
homens e mulheres. A caça de cabeças praticada
sui instituições religiosas, políticas, económicas,
pelos homens tinha sido abolida e estes perderam
etc., únicas, infinitamente superiores às institui-
importância social, tornando-se menos valoriza-
dos. ções similares de outros povos; a circunstância de
os europeus só reconhecerem outros povos depois
2.1. Cultura é um conjunto articulado de elementos de europeizados; a desarticulação a que foram
materiais e imateriais, de maneiras de pensar, sen- sujeitos padrões culturais próprios dos povos ditos
tir e agir que caracterizam uma comunidade. «inferiores» em virtude do seu contacto com os
2.2. A cultura não é um dado biológico, como o brancos e a sua cultura; a necessidade de reflexão
texto de Ruth Benedict demonstra. De facto, como sobre estas questões, no sentido de nos realizar-
afirma a autora, uma criança oriental adotada por mos, de facto, como indivíduos.
uma família inglesa interiorizará a cultura do seu
4. As imagens ilustram as preocupações que hoje em
grupo de acolhimento, falando inglês, brincando
dia os indivíduos têm com a sua imagem. Os símbolos
como as crianças inglesas e encaminhando-se
de belo de que a gordura não faz parte são transmi-
para iguais escolhas profissionais das dos seus
tidos pelas mais diversas vias, sendo a comunicação
pares.
social a mais insistente. As imagens demonstram
Se fosse um dado biológico, uma criança oriental o exagero e o absurdo das preocupações estéticas
manteria o padrão de cultura da sua família de ori- impostas culturalmente. Representações sociais (as
gem. imagens que temos do corpo); o estigma da rejeição
2.3. O indivíduo quando nasce é um ser culturalmente (por não termos um corpo magro) e os símbolos da
em branco. É, através do processo de socialização, elegância (de que a gordura é excluída) constituem o
que este irá interiorizar o padrão de cultura do seu conjunto que pode levar aos comportamentos cari-
grupo. Assim, a cultura é sempre um «adquirido». caturados nas imagens analisadas.

UNIDADE 4 – Interação social e papéis sociais


Página 87 – Texto 4.1 tão profundo um do outro que a certa altura adivi-
nham as respetivas intenções.
1. Ao longo de grandes períodos de coabitação, os
indivíduos que vivem em comum desenvolvem roti- 2. Por um lado, a vivência em comum leva as pes-
nas e hábitos, adaptam-se aos modos de ser um soas a «adivinharem-se» pelas expectativas e
do outro, constroem conjuntos de expectativas conhecimento que têm dos seus comportamen-
recíprocas, decidem a organização do espaço e do tos, mas, por outro, a adaptar-se à forma de viver
tempo de permanência no alojamento, etc., de tal umas das outras, às mudanças que se vão verifi-
forma que face a qualquer situação «sabem» com cando entre elas, às novas situações com que se
elevado grau de certeza o que pensa o outro sobre a deparam, etc., de tal forma que cada uma acaba
situação e a forma de resolver o problema inerente. por influenciar e condicionar o comportamento da
Por isso, podemos afirmar que os indivíduos desen- outra no sentido de uma coabitação bem sucedida.
volvem, mesmo intuitivamente, um conhecimento Nesse sentido, todas as relações interpessoais são
17
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Cenários de resposta

constituídas por compreensão, cedência, «nego- Página 95 – Texto 4.4


ciação», adaptação, isto é, numa relação interpes-
1. Num grupo os seus elementos reivindicam uma
soal cada indivíduo influencia e é influenciado pelo
identidade própria e mantém interações regulares,
outro.
fatores que não ocorrem entre agregados de indiví-
duos de duração limitada e contingencial onde os
Página 89 – Texto 4.2
contactos sociais podem ser difusos ou mesmo ine-
1. Segundo Anthony Giddens o nosso quotidiano é xistentes.
tão semelhante dia após dia que estrutura as nos-
2. Como referido na resposta anterior, cada
sas vivências. Desce que nos levantamos (toma-
grupo tem ou busca a sua própria identidade
mos o mesmo pequeno almoço, apanhamos o
através de comportamentos que lhe conferem
transporte, dirigimo-nos ao trabalho, cumprimen-
legitimidade e significado. Nestas circunstân-
tamos quem encontramos a caminho do escritó-
cias, a identidade do grupo cruza-se com a iden-
rio, …) até ao deitar todo o dia foi a repetição dos
tidade de cada um dos seus membros, levando a
gestos e ações realizadas nos dias anteriores e a
que os elementos exteriores ao grupo a ele sejam
antecipação dos gestos e ações que iremos reali-
estranhos, por inexistência de identidades coin-
zar nos dias seguintes, de tal forma que em cada
cidentes.
momento poderemos prever o que será o nosso
dia a dia. Obviamente, e como adverte Giddens,
Página 97 – Texto 4.5
acontecem eventos que mudam completamente as
nossas rotinas, levando-nos a um dia diferente do 1. De acordo com Henri Mendras, são de três tipos as
outro. Mas, como ele bem explica, se uma grande expectativas que a sociedade afeta aos indivíduos:
mudança ocorrer na nossa vida, rapidamente cria- expectativas necessárias, quando são sancionadas
mos novas rotinas, e passamos à situação ante- por lei pelo que os indivíduos não podem deixar de
rior. Por exemplo, se um casal decide passar a viver as realizar; obrigatórias, quando são exercidas no
junto, muda de um dia para o outro as rotinas ante- seio de um grupo social mas cujos membros podem
riores que assentavam num jogo de expectativas contornar, por implicarem sansões menos rígidas
mútuas, como sejam o encontrarem-se depois das que as punições legais ou mesmo não as cumprir,
aulas ou depois do trabalho para ir dar um passeio, nomeadamente através da sua saída do grupo; e
etc. A vida em comum não vai exigir essa rotina de as expectativas facultativas que não implicam san-
criação de um tempo para se encontrarem mas, em ções reais sendo que os membros do grupo apenas
troca, vai criar rotinas de organização do tempo e deixam perceber que o infrator está a agir incorre-
do espaço que agora vivem em comum todos os tamente.
dias ao longo de todo o dia. 2. As expectativas necessárias, porque obriga-
Conhecer e estudar essas rotinas interessa à Socio- tórias, exigem o seu cumprimento sem qualquer
logia, dado que consiste na interpretação dos sis- recompensa ou prémio associado: por exemplo,
temas e das instituições sociais em que ocorre a um caixa de um banco não pode ser recompensado
prática social. por não roubar os clientes; tal como um professor
não pode ser recompensado por cumprir bem a
Página 90 – Texto 4.3 sua função de professor; no pólo oposto temos as
recompensas pelo bom desempenho de compor-
1. Como referem Horton e Hunt, por relativismo
tamentos desejáveis mas não obrigatórios e que o
cultural devemos entender a forma de olhar os tra-
grupo recebe com agradecimentos, sorrisos, sim-
ços que caracterizam uma determinada sociedade.
patia, etc.
Eles não são bons nem maus, antes devem ser
compreendidos em função de cada situação.
Página 102 – Texto 4.6
2. É essa leitura de um facto/traço/valor em função
do contexto espacial e temporal que o rodeia que
1. A vontade é um elemento determinante do
estatuto adquirido e indiferente ao estatuto atri-
explica a respetiva razão de ser. Como referem os
buído. O estatuto atribuído depende de caracte-
autores, construir e viver numa casa de colmo ou
rísticas próprias dos indivíduos e para as quais
numa tenda não é bem visto na sociedade capita-
eles não concorreram (como referem Young e
lista ocidental, mas tem lógica e impõe-se aos ber-
Mack, nasce-se negro, não se escolhe) enquanto,
beres que vivem na região do Sahara. É nisto que
e de acordo com os mesmos autores, o estatuto
consiste o relativismo cultural e que explica, afi-
adquirido depende das decisões do indivíduo
nal, que as ações dos homens se adequam ao con-
(ser polícia, professor, médico, …, é uma deci-
texto físico, económico, social e cultural em que se
são individual, não se nasce polícia, professor,
desenvolvem, sendo o Homem ele próprio um ser
médico …).
cultural.

19
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Cenários de resposta

Páginas 108 e 109 – Verificação de aprendizagem procurarem permanentemente formas de sobrevi-


ver independentemente da «normalidade» dessas
formas, através de «biscates», realizando tarefas
Grupo I
sem continuidade e que por vezes roçam mesmo a
1. A 2. B 3. C 4. D 5. C ilegalidade.
2.3 Uma das funções sociais do Estado é a da edu-
Grupo II cação. No caso português, a Constituição da Repú-
1.1 Sabe-se que os indivíduos ao longo da sua vida blica consagra como um dos direitos dos cidadãos
vão aprendendo e apreendendo as normas, atitu- o direito à educação em todos os níveis de ensino,
des e valores que permitem a sua integração nos gratuitamente ou de forma tendencialmente gra-
diversos grupos a que pertencem, desde logo o tuita. Ora, este direito é acompanhado, também
seu grupo de pertença, grupo do qual faz parte. consagrado na Constituição da República, o direito
Nesse sentido, os jovens, enquanto seres culturais, ao trabalho. Assim, um jovem quando termina a
vão-se socializando num processo de apreensão sua formação tem a expectativa de encontrar o
da cultura, em primeiro lugar, dos seus grupos de emprego adequado no mercado de trabalho portu-
pertença; posteriormente, irão «copiar» normas, guês. Acontece que por razões várias, a que não é
atitudes e valores dos grupos aos quais aspiram vir estranho razões de natureza política, o Estado Por-
a pertencer, os grupos de referência. Pode acon- tuguês, bem como a sociedade portuguesa, não
tecer que os jovens, num processo de construção afiança ao jovem essa ocupação que lhe garante
do seu «eu», venham a integrar (ou a desejar inte- a sua sobrevivência e que ele espera em função
grar) grupos cujos comportamentos se afastam, dos direitos que a Constituição da República lhe
podendo mesmo contrariar, do que a sociedade outorga. Em consequência, os jovens são força-
espera deles. Nesse sentido, os jovens integram-se dos a procurar no exterior aquela ocupação que lhe
em grupos que criam a sua própria cultura e que, não é proporcionada no seu país. Esta situação é
ao se assumirem como alternativa ao padrão «nor- extraordinariamente grave, não apenas do ponto
mal» de comportamento, o socialmente esta- de vista individual, como do ponto de vista social,
belecido, estão a criar uma nova cultura, uma da sociedade. Em termos individuais, esta situação
subcultura que pode opor-se, ou afastar-se, da frustra as expectativas dos indivíduos ao mesmo
norma. É o caso das culturas juvenis que demons- tempo que implica imenso sofrimento humano
tram formas de fazer e de pensar «contra» o adulto. decorrente de situações de emigração; do ponto
Por isso, e como refere Catarina Lorga da Silva, os de vista social, a sociedade vê perder a sua mão de
indivíduos, nomeadamente os jovens, ao assumi- obra, nomeadamente altamente qualificada, que
rem os comportamentos dos grupos a que perten- poderia e deveria trazer para a sociedade o retorno
cem, ou desejam pertencer, podem afastar-se dos da despesa que a coletividade, através do Estado,
comportamentos convencionais, isto é, dos com- fez na sua formação e que vai ser apropriada pelo
portamentos que a sociedade deles espera. país recetor que não investiu na sua formação. A
2.1 Atualmente, a sociedade não garante aos jovens situação que se vive é a todos os níveis desajus-
o emprego que garanta as suas necessidades de tada, porque todos perdem; quem ganha são real-
sobrevivência, como acontecia até há bem pouco mente os países recetores desta nossa mão de
tempo. Em consequência, os jovens são forçados obra; e estes irão apropriar-se da mais-valia que ela
a assumir papéis e a desenvolver comportamentos irá produzir a «custo zero».
que lhes garanta aquela sobrevivência mas através
de práticas e de padrões até então inexistentes e/ Páginas 110-111 – Sociologia Aplicada
ou não praticados. São os «ganchos, tachos e bis- 1.1 Socialização de género é o processo de socializa-
cates» a que se refere Machado Pais e que, muitas ção em que os meninos aprendem a ser homens e
vezes, se encontram no limiar de legalidade e da as meninas a ser mulheres, isto é, em que cada um
normalidade. aprende e interioriza o papel que deles e delas a
2.2 Até há bem pouco tempo esperava-se do jovem, sociedade espera no futuro. Assim, e apenas a título
tornado adulto, que reproduzisse as atitudes dos de ilustração, ainda hoje se faz diferença entre o tipo
seus pais: estudar, encontrar um emprego está- e a natureza dos brinquedos que se dão aos meni-
vel, um emprego legítimo, um emprego para a vida. nos e às meninas. Se formos a uma grande super-
Deles se esperava que «assentassem»: casassem, fície confrontamo-nos com «corredores» só com
tivessem filhos e trabalhassem, preferencialmente brinquedos «para menino» (pistolas, carros, bolas,
no mesmo emprego e/ou atividade toda a vida. Ora, super-heróis…) e «corredores» só com brinquedos
atualmente, quando atinge a idade adulta o jovem «para menina» (bonecas, instrumentos de culinária,
é confrontado com o desemprego, com a inexis- de cabeleireiro, de estética, etc.). Os brinquedos, as
tência de emprego certo, efetivo, para a vida, facto roupas, a forma de acarinhar, são alguns dos elemen-
que obriga os jovens a «desenrascar-se», isto é, a tos que ensinam os meninos ao que deles se espera,

21
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Cenários de resposta

a comportarem-se como «homens» e que ensinam 2.5 Grupo de pertença é o grupo a que o indivíduo
as meninas a comportarem-se como «mulheres». se encontra ligado independentemente da sua von-
1.2 Conforme o texto, os meninos são fortes, gran- tade. Assim acontece com a família, o grupo escola,
des, com personalidade enquanto as meninas são etc. Por seu turno, o grupo de referência é o grupo
frágeis, adoráveis, bonitas. De acordo com o texto, a que um indivíduo não pertence mas a que aspira
desta socialização de género resulta que os meni- pertencer, realizando uma socialização por anteci-
nos têm de aprender a ser «fortes», capazes de pação, isto é, assumindo os comportamentos do
ajudar e resolver problemas, enquanto as meninas grupo a que espera um dia vir a pertencer.
devem embelezar-se, mostrar-se frágeis, necessi- 2.6 O pequeno texto do psicólogo Daniel Sampaio
tar de ajuda… dos homens! refere uma situação em que jovens adolescen-
1.3 A experiência relatada mostra-nos a dife- tes procuram afirmar-se de maneiras nem sempre
rente reação dos indivíduos face a comportamen- conformes à socialização desejada. Os modelos
tos semelhantes por parte de bébés meninos e de de comportamento relativos aos seus grupos de
bébés meninas, ainda que, na experiência em causa pertença são postos em causa, ou mesmo rejeita-
se trate sempre do mesmo bébé. Assim, perante um dos, sendo adotados comportamentos dos grupos
bébé vestido de azul, as pessoas olham-no como de referência – grupos a que desejam pertencer –
um menino e comentam a sua atitude, por exemplo por apresentarem padrões de cultura alternativos.
o choro, de forma positiva e associada a força e tem- Assim, o papel de estudante cumpridor, esperado
peramento; o mesmo bébé, vestido de cor-de-rosa é pela sociedade, é substituído, e associado, a um
de imediato considerado como uma menina e o que novo estatuto – adolescente rebelde – esperado
os indivíduos registam e salientam é a sua beleza. pelo jovem como prova da sua afirmação social.
Quer dizer, o simples facto de vestir uma criança de 3.1 O conflito entre trabalho e família, o con-
uma ou outra cor «transforma-a» no seu género e flito decorrente de um emprego exigente de onde
atribui-lhe diferentes capacidades e expectativas. sai «tarde» e a necessidade de apoiar a família,
2.1 Grupo é um conjunto de indivíduos com rela- nomeadamente a necessidade de «chegar cedo a
ções recíprocas, indivíduos que apresentam em casa» para deitar a filha.
comum interesses, objetivos, organização, valores, 3.2 Nos últimos tempos, pressionadas pela com-
normas e um código comunicacional. petitividade e pelo mercado, operaram-se enor-
2.2 Um conjunto de indivíduos constitui um grupo mes mudanças nas organizações decorrentes do
se esses indivíduos, os membros do grupo, apre- elevado nível de exigência em termos de prazos e
sentarem: de intensidade do trabalho, que leva ao estabe-
lecimento de enormes jornadas de trabalho que,
- um objetivo comum a atingir;
em geral, ultrapassam em muito o horário previsto
- um conjunto de papéis a desempenhar que são de saída e geram dificuldades quando se trata de
distribuídos pelos seus elementos; gerir ausências ou reduções do horário de traba-
- uma partilha de elementos culturais (valores, nor- lho causadas por situações excecionais ou de crise,
mas, linguagem, etc.). nomeadamente gravidez, amamentação, apoio à
2.3 Os grupos juvenis são grupos sociais porque, família, doença, etc.
entre outras características e critérios, possuem 3.3 Das entrevistas realizadas podemos perceber
uma «linguagem» própria, uma forma específica as dificuldades que se colocam atualmente aos tra-
de «estar na vida», um conjunto de regras, um balhadores, divididos entre níveis de exigência da
conjunto de papéis a desempenhar, um objetivo empresa cada vez mais elevados e as necessidades
comum aos respetivos membros. desses trabalhadores responderem ao que deles
2.4 Os grupos de amigos são grupos primários espera o ambiente familiar. Em consequência, os
devido à proximidade e elevado grau de afetividade trabalhadores ou se adaptam, em prejuízo da famí-
entre os seus membros, o que conduz a relaciona- lia, ou procuram outro local de trabalho cujas exi-
mentos informais e íntimos entre os membros. gências não perturbem tanto a unidade familiar.

UNIDADE 5 – Instituições sociais e processos sociais

Página 112- Texto 5.1 de interesses) não são, de acordo com Parsons,
suficientes para garantir a ordem social, sendo
1. As soluções destinadas a assegurar a ordem necessário que os agentes sociais integrem as nor-
social, apresentadas pela filosofia social (a submis- mas e os valores da sociedade e atuem de acordo
são às leis criadas pelo Estado e a compatibilização com eles.

23
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Cenários de resposta

Página 113 – Texto 5.2 Página 125 – Texto 5.8


1. A conformidade social ou a adesão às normas e 1. De acordo com os autores citados, a Escola
valores socialmente aceites apresenta graus diver- desempenha quatro tarefas necessárias ao desem-
sos: nas sociedades ou grupos mais conservadores penho profissional e à convivência social: proteção
verifica-se um grau mais elevado de conformidade, e custódia das crianças, aquisição de conhecimen-
tendo as pessoas de agir de acordo com os mode- tos, desenvolvimento de capacidades técnicas e
los de comportamento da comunidade (como nas sociais e aprendizagem dos valores dominantes.
sociedades tradicionais) ou de acordo com as nor- Além destas tarefas, a Escola transmite às crianças
mas do grupo (caso dos partidos políticos); nas e jovens o modelo de funcionamento da sociedade
sociedades urbanas, menos tradicionais, o grau baseado na hierarquia e no controlo (nomeada-
de conformidade é menor, tendo as pessoas maior mente no mundo do trabalho) através dos regu-
liberdade e autonomia nos seus comportamentos. lamentos existentes, das relações de autoridade
estabelecidas, da disciplina aplicada e dos proce-
Página 114 – Texto 5.3 dimentos seguidos no âmbito da organização das
1. Um ato que se afaste da norma social é consi- escolas.
derado desvio pela reação dos outros, ou seja, os O papel da Escola na reprodução social é refor-
outros reagem negativamente face a um determi- çado por Illich, quando este refere que as escolas
nado comportamento que não obedece à norma, ao fomentarem o consumo passivo (aceitação acrí-
aplicando ao infrator uma sanção (multa, censura, tica da ordem social existente), ensinam às crian-
prisão, etc.). O desvio resulta, assim, da existência ças qual «é o seu lugar e conformar-se com ele».
de uma norma que proíbe determinado comporta-
mento e da prática de um ato que contraria essa Página 127 – Texto 5.9
norma e que é considerado pelos outros como tal. 1. Na sociedade contemporânea ocorrem diversas
mudanças nomeadamente no trabalho e na família.
Página 115 – Texto 5.4 Segundo o autor, as principais mudanças registadas
1. As sociedades modernas registam situações de no trabalho são as seguintes: o trabalho/emprego
mudança (em relação à organização, aos valores, para a vida foi substituído pela mudança frequente
aos comportamentos e aos modos de vida) das quais de emprego, pelos múltiplos empregos e pela cria-
resulta um enfraquecimento das normas sociais, o ção do próprio emprego; o surgimento de uma maior
que provoca nos indivíduos um sentimento de insta- diversidade de contextos de trabalho veio exigir aos
bilidade e insegurança, característico de situações trabalhadores formação atualizada e permanente
anómicas em que a pessoa se sente «perdida», sem (aquisição de novas competências, novos conhe-
referências , «sem saber para onde vai». cimentos e novas aptidões); o trabalho a tempo
inteiro tende a ser substituído por trabalho a tempo
Página 116 – Texto 5.5 parcial, por horários de trabalho mais flexíveis, por
trabalho a partir de casa com base nas TIC, etc.
1. Através da socialização as pessoas adquirem os No âmbito da família ocidental, as principais
mesmos hábitos e costumes, adotando os mode- mudanças ocorrem nos padrões familiares: diver-
los de comportamento do grupo e sociedade em sidade de famílias, regressão do casamento; casa-
que se inserem, atuando em conformidade com mentos tardios; aumento do índice de divórcios;
as normas estabelecidas, de uma forma voluntá- crescimento das famílias monoparentais; aumento
ria e quase «inconsciente», o que contribui para a das «famílias recompostas»; coabitação antes do
manutenção da ordem social vigente. casamento ou em alternativa ao mesmo, etc.

Página 118 – Texto 5.6 Página 129 – Texto 5.10


1. Controlo social são os meios utilizados pela 1. Tradição, religião, costumes, regulamentos dos
sociedade com vista a levar os seus membros a países, instituições de comunicação nacionais,
aceitar os valores e a seguir os modelos de com- entre outros.
portamento definidos.
2. Os processos de mudança podem ser objeto de
2. Conselho, sugestão, persuasão, coação física e resistência se colidirem com os valores, as tradições
moral, pena de morte. e as normas da comunidade. No caso referido no
texto, a resistência que alguns países islâmicos, mais
Página 119 – Texto 5.7 tradicionais, demonstram relativamente aos média
1. Por instituição entende-se os modos de pensa- globais, deve-se à perceção de ameaça à identidade
mento e de comportamento coletivos, pré-estabe- cultural e aos interesses nacionais que este tipo de
lecidos e que são transmitidos à pessoa através da média representa. O Irão tem sido o país que mais
educação (herança de modelos culturais). se tem oposto aos média ocidentais, classificando-os

25
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Cenários de resposta

como «poluição cultural» e veículos de promoção o isolamento social pois o tempo de convívio e de
dos valores dos consumidores ocidentais. contacto com a família e os amigos diminui, preju-
A resistência tem-se manifestado de formas diver- dicando os relacionamentos pessoais e a participa-
sas: crítica, impedimento ou fecho de satélites oci- ção na vida social.
dentais, corte do acesso por satélite à televisão
ocidental, entre outras. Páginas 134-135 – Sociologia Aplicada
Nos países islâmicos menos tradicionais, a resis- 1.1 O aumento de pessoas a viver na rua pela Europa,
tência não se tem feito sentir com a mesma inten- em resultado da crise económica, do desemprego
sidade, havendo, pelo contrário, o reconhecimento e da maior pobreza, tem sido acompanhado pela
da necessidade de introduzir algumas mudanças adoção de medidas e regulamentos que visam difi-
a nível cultural, no sentido da sua modernização, cultar a vida na rua (proibição de dormir, comer,
mantendo, ao mesmo tempo, os traços essenciais mendigar, e recolher lixo nos contentores). Tais
da identidade cultural. medidas visam contrariar um comportamento con-
Pode concluir-se, assim, que quanto mais tradicio- siderado desviante, na medida em que «viver na
nal, em termos de valores, normas e tradições for rua» não é visto como um comportamento social-
uma comunidade, maior será a resistência às ino- mente aceite. A tendência seguida pelas autorida-
vações e mudanças, uma vez que estas são enten- des, no seguimento das práticas seguidas nos EUA,
didas como uma ameaça à identidade cultural. vai no que sentido de criminalizar as ações dos
sem-abrigo na rua, aplicando-lhes sanções penais,
Páginas 132-133 – Verificação de aprendizagem de forma a defender «a lei e ordem».

Grupo I 2.1 A mudança referida no texto é uma mudança


cultural, como forma de adaptação às transforma-
1. C 2. C 3. D 4. A 5. A ções estruturais ocorridas na economia, na política
e na tecnologia. A mudança cultural ocorrida dá-se
Grupo II no que concerne aos valores dos cidadãos mun-
1.1 Ordem social: a vida em sociedade é ordenada diais: a mudança de valores materialistas para valo-
através das normas sociais, aceites pela generali- res pós-materialistas.
dade das pessoas, que definem os comportamen- 2.2 Os valores materialistas estão associados ao
tos a seguir. bem-estar físico e à segurança, enquanto os valo-
1.2 O controlo social enquanto conjunto dos meios res pós-materalistas estão ligados à qualidade de
através dos quais a sociedade leva os seus mem- vida, à estética, à autorrealização e ao sentimento
bros a adotar os comportamentos definidos pelas de pertença à comunidade.
normas sociais, contribui para a manutenção da 2.3 A relação que os valores materialistas e pós-
ordem social. -materialistas têm com a tolerância social é dis-
2.1 O divórcio pode, em determinadas sociedades, tinta. Quando na sociedade se privilegiam os
ser considerado um comportamento desviante na valores materialistas, a tolerância é menos prati-
medida em que constitui um ato que contraria os cada pois os cidadãos ao darem prioridade ao valor
valores e normas sociais vigentes, nomeadamente da segurança são menos tolerantes com compor-
o valor do casamento para toda a vida. tamentos que contrariem as normas pois conside-
2.2 A censura da família, a reprovação das colegas ram que tais atos põem em risco esse valor, sendo
de trabalho e a crítica. o grau de conformidade social elevado. Nas socie-
dades em que o bem-estar está assegurado e onde
3.1 A anomia traduz a situação social em que se as pessoas se sentem seguras, há maior tolerância
verifica um afastamento das normas, ou seja, as relativamente ao desvio à norma e à diversidade.
pessoas deixam de se identificar com os valores da
sociedade e não respeitam total ou parcialmente as 2.4 O grupo dos toxicodependentes é o menos tole-
normas sociais. rado em termos de média e em todos os países,
enquanto o grupo das minorias étnicas é o mais
3.2 O desinteresse da população pelos atos eleito- tolerado, ficando o grupo dos estigmatizados numa
rais; a não participação na vida social; atos de van- posição intermédia. Alguns países apresentam um
dalismo, entre outros. grau de intolerância relativamente a todos os grupos
4.1 Isolamento social, eliminação das fronteiras entre muito acima das médias (Lituânia, Rússia e Romé-
trabalho e casa; redução do contacto humano entre nia) enquanto outros apresentam graus de tolerân-
familiares e amigos, marginalização de formas tra- cia acima das médias (França, Espanha e Suíça).
dicionais de entretenimento (leitura, cinema, etc.). 2.5 Portugal apresenta, relativamente aos grupos
4.2 A utilização da Internet tem um caráter indi- considerados, um grau de tolerância dentro dos
vidual e, quando ocupa um tempo significativo, valores médios, estando próximo dos países que
nomeadamente no espaço doméstico, faz aumentar apresentam maior grau de tolerância social.
27
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Cenários de resposta

UNIDADE 6 – Globalização

Página 139 – Texto 6.1 global prendem-se com o enredo simples (uma his-
tória de amor no ambiente de uma previsível tragé-
1. A mundialização das trocas está retratada nas pra-
dia), com a ligação da história à realidade e a um
teleiras dos supermercados: a existência de uma
facto famoso (naufrágio do Titanic) e com a iden-
enorme quantidade e variedade de bens, diversidade
tificação dos espetadores aos valores transmitidos
geográfica relativamente à origem dos produtos,
(o amor vence barreiras culturais e sociais).
possibilidade de comprar produtos característi-
cos de outras culturas, rotulagem dos produtos em
Página 147 – Texto 6.6
várias línguas e distribuição simultânea de produtos
idênticos pelos supermercados de países diversos. 1. O Kuduro pode ser considerado um estilo de vida,
pois mais que uma dança ou entretenimento, o
Página 141- Texto 6.2 Kuduro representa um modo de vida de jovens (par-
ticularmente de origem africana), pois envolve códi-
1. As comunicações eletrónicas possibilitam a reali-
gos de conduta (modo de dançar, de falar, de vestir e
zação de transações financeiras em qualquer parte
de estar com os amigos) que integram os elementos
do mundo, em tempo real. Desta forma elevados
no grupo, fornecendo-lhes uma identidade especí-
montantes de dinheiro circulam livremente no
fica, marcando, ao mesmo tempo, a diferença face a
mundo, facilitando o financiamento das empresas
outros grupos de jovens e respetivos estilos de vida.
e as atividades financeiras.
Página 149 – Texto 6.7
Página 142- Texto 6.3
1. Para o autor o mundo moderno é muito mar-
1. Por homogeneização cultural planetária entende-se cado pela dimensão económica em que a procura
a difusão dos mesmos produtos culturais pelo mundo, de ganhos de competitividade entre as econo-
como filmes, música, arte, entre outros. Estes produ- mias, os países e as empresas à escala mundial se
tos são consumidos por milhões de pessoas. faz sentir cada vez mais, arrastando nessa urgên-
2. Os mesmos programas de televisão, os mesmos cia a utilização excessiva dos recursos naturais, ao
filmes, o futebol e as músicas são exemplos de cul- mesmo tempo que se fazem sentir as ameaças glo-
tura popular global. bais, como as alterações climáticas, as emissões
de CO2, as catástrofes naturais ou as guerras que
Página 145 – Texto 6.4 põem em risco a sustentabilidade do mundo.
1. As pessoas em contacto com padrões culturais 2. O mundo moderno, muito baseado no consumo,
de povos considerados «dominantes» absorvem os origina inovações e transformações de forma a
seus valores e adotam os seus modelos de com- satisfazer melhor as necessidades infinitas das pes-
portamento, embora possam manter alguns aspe- soas mas, como os recursos necessários para a sua
tos da sua cultura de origem. O autor do texto cita satisfação são finitos, particularmente os recur-
as comunidades de imigrantes que assimilam os sos naturais, a sociedade terá de fixar prioridades,
modelos culturais do Ocidente. de forma a satisfazer as necessidades sem pôr em
2. O grau de assimilação não é idêntico nas várias risco a sustentabilidade do mundo.
gerações de imigrantes. A 1.ª geração apresenta
um grau de assimilação relativamente baixo, man- Página 151 – Texto 6.8
tendo muitas ligações à sua cultura de origem. 1. Por sociedade de risco entende-se o conjunto de
Na 2.ª geração, os filhos dos imigrantes apresen- riscos que fazem parte da vida na atualidade: finan-
tam um grau de assimilação elevado, adotando os ceiros, nucleares, ecológicos, bioquímicos, etc.
padrões culturais da sociedade onde estão inseri- 2. Os riscos e as incertezas inerentes à chamada
dos, mantendo pouca ligação às práticas culturais «sociedade de risco», na sua maioria resultantes
de origem. Na 3.ª geração, embora a maioria dos das escolhas realizadas e das decisões tomadas,
membros da comunidade apresente um grau de são, não só inevitáveis em termos individuais, como
assimilação elevado, existe uma camada de jovens afetam a globalidade da sociedade, pois as suas
que assumem a cultura originária, numa procura de causas e consequências não se restringem a deter-
identidade e de regresso às raízes. minados países, ultrapassando as fronteiras nacio-
nais. A ameaça de um conflito nuclear ou de um ato
Página 146 – Texto 6.5 de terrorismo bioquímico, entre outros exemplos,
1. O filme Titanic é, pelo autor, considerado um representa um conjunto de riscos e incertezas para
produto global na medida em que foi visionado em toda a humanidade pois as consequências de tais
todo o mundo, sendo um dos filmes mais populares atos atingirá todos os países e, não apenas, os paí-
nos últimos anos. As razões para esta popularidade ses diretamente envolvidos.
29
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Cenários de resposta

Páginas 154 e 155 – Verificação de aprendizagem 4.2 Os autores consideram que a reação à acultura-
ção, protagonizada pela 3.ª geração das comunidades
Grupo I de imigrantes, resulta numa combinação de elemen-
1. C 2. D 3. C 4. B 5. A tos da cultura global com elementos das culturas
locais, que se vai desenvolvendo, não em contraponto
Grupo II à globalização cultural, mas integrando-se nela.

1.1 A mundialização das trocas de bens e serviços e 5.1 A sociedade sabe que as decisões que toma e as
a as empresas transnacionais. escolhas que faz em termos de modos de vida têm
consequências em termos de riscos e incertezas
1.2. A globalização cultural significa a difusão à que não pode controlar (como as alterações climá-
escala mundial de informação, de produtos cultu-
ticas). Para preservar o ambiente, o modo de vida
rais (filmes, séries de TV, músicas, etc.), de valores,
no presente e das gerações futuras, a sociedade
modelos de comportamento e símbolos culturais.
tem que apostar na inovação (por exemplo mate-
1.3. Os «média» associados às novas tecnologias de riais não poluentes), mudar atitudes e comporta-
informação e comunicação e à transmissão de dados mentos que diminuam os fatores de risco.
via satélite, difundem informação pelo mundo, mui-
5.2 Catástrofes naturais, risco nuclear, terrorismo,
tas vezes em tempo real, ultrapassando as fronteiras
contaminação química dos alimentos, entre outros.
entre os países e quebrando o isolamento das socie-
dades. Um dos «média» que mais impacto tem na
Páginas 156 e 157 – Sociologia Aplicada
globalização cultural é a televisão que, utilizando os
canais com visibilidade mundial difunde informação, 1.1 «Os indignados – novos atores coletivos» surgi-
valores e modelos de comportamento através dos ram em Espanha, no contexto da crise económica
programas, das séries e dos filmes. Esses valores e europeia, caracterizada por um elevado desemprego
comportamentos são, por um processo de acultu- e pela aplicação de medidas económicas de conten-
ração, adotados por povos com culturas diferentes. ção de despesas, chamadas de medidas de austeri-
dade, que se traduziram na queda dos rendimentos
2.1 Os novos meios de comunicação e as novas tec- e num menor apoio do Estado social. Esta situação
nologias de informação e comunicação permitem, traduziu-se em forte descontentamento, expresso
não só pôr em contacto povos geograficamente dis- em manifestações participadas por milhares de
tantes, como promovem a circulação pelo mundo pessoas: em Portugal, num protesto conhecido por
de informação e de produtos culturais que são par- «Geração à Rasca» e em Espanha, através do movi-
tilhados por milhões de pessoas em todo o mundo. mento dos indignados.
As distâncias geográficas, físicas e culturais entre
os povos reduzem-se. 1.2 O movimento dos indignados organizou-se
numa vasta rede de ativistas e simpatizantes em
2.2 O conceito de «aldeia global» significa a redu- várias cidades espanholas, utilizando para o efeito
ção das distâncias geográficas, físicas e culturais as novas tecnologias de informação e comunica-
entre os povos, fruto da globalização da informa- ção (telemóveis, internet e redes sociais), dissemi-
ção, decorrente das novas tecnologias de infor- nando por toda a Espanha a indignação e a revolta.
mação e comunicação. Assim, os acontecimentos Estas novas formas de comunicação permitiram
ocorridos num qualquer país podem ser partilha- mobilizar rapidamente as pessoas para os protes-
dos por milhões de pessoas em todo o mundo. tos, revelando uma eficácia assinalável.
3.1 A globalização da informação, os movimentos 1.3. O movimento dos indignados é composto pre-
migratórios, os fluxos de turismo e a circulação de dominantemente por jovens das «classes médias»,
produtos culturais globais, permite o contacto entre altamente qualificados, mas em situação de
povos, dando a conhecer hábitos, tradições, padrões desemprego ou em trabalho precário, com baixas
de comportamento e modos de vida diversos. expectativas relativamente ao futuro.
3.2 O conceito de aculturação significa a adoção 2.1 O artigo retrata um modo de vida seguido por
de elementos culturais de uma cultura por outra, jovens de várias nacionalidades, assente num con-
podendo haver perda total ou parcial de elementos junto de valores, comportamentos e ideais partilha-
da cultura originária. dos entre todos, que os integra no grupo de pertença
4.1 O processo de aculturação, em particular, nas – uma tribo nómada –, ao mesmo tempo que marca
comunidades imigrantes, desenrola-se ao longo a diferença face a outros estilos de vida. Neste
das gerações. Quando se chega à 3.ª geração, e de estilo de vida, as novas tecnologias de informação e
acordo com o autor do texto, a reação à perda da comunicação constituem uma ferramenta essencial,
cultura originária, em resultado da aculturação, nomeadamente a internet e as redes sociais: estimu-
traduz-se numa procura da identidade através da lam o contacto, a partilha de informação e a hospita-
adoção de elementos da cultura de origem. lidade, desenvolvendo a confiança e a ajuda mútua.
31
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Cenários de resposta

2.2 A liberdade, a humildade ou o desprendimento pela maioria das pessoas nas sociedades contem-
face aos bens materiais, nomeadamente ao dinheiro, porâneas, urbanas e ocidentais: ter um emprego,
a partilha e a ajuda mútua, a defesa do ambiente, ganhar dinheiro, assegurar o sustento da famí-
entre outros. lia, consumir, etc. Neste «estilo de vida normal», o
trabalho, o consumo, a família, a segurança, entre
2.3 Anja, um dos elementos da «nova tribo nómada»,
outros, são valores fundamentais à organização e
ao utilizar na entrevista a expressão «estilo de vida
estabilidade da vida social.
normal» quer referir-se ao modo de vida partilhado

UNIDADE 7 – Família e escola

Página 161 – Texto 7.1. doentios e apenas admitidos para a aristocra-


cia. Na segunda fase, os laços criados na famí-
1. Socialização de género é um processo de trans-
lia nuclear autonomizam-se relativamente aos
missão e aprendizagem de modelos culturais tidos
do resto da família e comunidade. O amor conju-
como ajustados a cada um dos sexos. Assim, ensi-
gal e paternal é admitido como norma e embora
nar-se-á a rapazes e raparigas os comportamentos
o modelo fosse apenas dominante nas classes
«próprios» de cada um dos respetivos sexos.
sociais privilegiadas acabou por influenciar o resto
2. Uma das funções da família é a socialização – da sociedade. Também é de referir que a indepen-
ensino da cultura dominante, por forma que a dência da família nuclear relativamente aos outros
criança vá progressivamente adquirindo e inte- membros da família e comunidade permitiram o
riorizando os valores, modelos, normas e com- crescimento do poder autoritário sobre os filhos.
portamentos ajustados à sua situação biológica e Na fase mais recente, a escolha do cônjuge é livre
social. Neste processo, e considerando a cultura e assente nos afetos. Verifica-se no seio da família
dominante, considera-se adequado que raparigas uma grande privacidade e grande liberdade para
e rapazes aprendam a comportar-se interior e exte- a educação dos filhos e as questões relacionadas
riormente de acordo com os modelos instituídos. O com o sexo no casamento são consideradas pre-
que o texto refere é que o ser humano desde o seu feríveis a relações extraconjugais, como eram em
nascimento se vai socializando de acordo com os épocas anteriores.
modelos sociais vigentes.
Página 165 – Texto 7.3
Página 164 – Texto 7.2.
1. Segundo o sociólogo Talcott Parsons, a
1. O autor do texto identifica três fases no processo industrialização, impondo novos modos de
de evolução da vida familiar, a partir do século xvi. produzir, segmentou a família, isolando-a dos res-
A primeira fase correspondeu ao século xvi , a tantes parentes, mas também reduzindo-a quanto
segunda predominou no século xvii e a terceira à dimensão e número de filhos – a família passou
fase desenvolveu-se a partir do século xviii. de grupo doméstico a lar conjugal, baseado na
2. A primeira fase corresponde à tipologia da famí- escolha do cônjuge e no afeto.
lia nuclear, vivendo em habitações modestas, mas O novo modelo de família perdeu, igualmente,
inserida profundamente no resto da comunidade, algumas das suas funções tradicionais, como
incluindo outros parentes. O autor refere que a a produção e partilhou outras, como a educa-
inserção na comunidade era de tal modo profunda ção. Mas é sobretudo em relação à adequação do
que a estrutura familiar não se pode considerar novo modelo de organização familiar às exigências
separada do resto da comunidade. A segunda fase do modo de produção dominante que podemos
corresponde à autonomização da família nuclear, caracterizar a família, no período em causa. A livre
distinguindo-se dos laços dos outros parentes e escolha do parceiro, a divisão de tarefas entre os
restante comunidade. Já na terceira fase, desen- cônjuges e a redução da dimensão do núcleo fami-
volveu-se o tipo de sistema familiar que conhe- liar constituem três condições de garantia para este
cemos atualmente – família nuclear autónoma modelo social em que a mobilidade social, condi-
estruturada em torno de laços afetivos. ção e causa de desenvolvimento, era assegurada.
3. Na primeira fase, não havia liberdade para a
Página 168 – Texto 7.4
escolha do cônjuge ou mesmo outros aspetos
relacionados com a vida familiar, estando todas 1. A mono-residência encontra a sua justificação
estas questões subordinadas ao interesse fami- em três ordens de fatores:
liar e comunitário. Os sentimentos, como o amor – a composição sociodemográfica da população,
romântico ou o erotismo, eram considerados com mudança nas estruturas etárias (aumento
33
jstfhfdhfhfdshgdfhfdhf
Cenários de resposta

da esperança média de vida, sobretudo para as Página 175 – Texto 7.6.


mulheres, e envelhecimento) e nas estruturas fami-
1. Embora não venham explicitamente referidos,
liares (mais divórcios, menos casamentos e filhos);
os valores relativos ao controlo social atraves-
– a propensão para viver só como garantia de auto- sam todo o texto. De facto, quando é mencionado
nomia individual (sobretudo entre os mais jovens, que: «o professor, sempre atento e vigilante, notou
mas também entre os mais velhos); mesmo de longe»; «o professor quis saber que lei-
– a capacidade económica para viabilizar a monor- tura era aquela. E fez bem, porque nem todas as
residência. leituras convêm às crianças», facilmente se identi-
2. Os três perfis das pessoas «sós» são os seguintes: ficam comportamentos de controlo, por um lado, e
os mais jovens, com idade entre os 15 e os 29 anos; de autoridade e obediência, por outro.
as pessoas adultas, com idade entre os 30 e os 64 No entanto, são os valores nacionalistas que vêm
anos e, por fim, as pessoas sós idosas, com 65 e expressos claramente no texto, exortando as crian-
mais anos de idade. ças à desconfiança e rejeição de tudo o que é dife-
rente dos valores nacionais. Expressões como «O
3. As pessoas sós mais jovens têm escolaridade mais
nacionalismo é o culto por tudo o que representa o
elevada, forte participação no mercado de trabalho
bem da Nação – que é toda a nossa terra, a nossa
e inserções profissionais mais qualificadas, repre-
gente, o nosso lindo Portugal; (…) pondo os inte-
sentam sobretudo processos de transição para a
resses da Nação acima das conveniências pessoais;
vida adulta, nos quais a opção de residirem sozinhas
(…) pondo sempre estranhos que procuram inter-
pode ser temporária ou mais prolongada, consoante
vir no governo desta nossa grande casa; (…) Tudo
dependa do adiamento de projetos conjugais e fami-
pela Nação, nada contra a Nação», entre outras,
liares, ou de uma opção de autonomia individual. são exemplos de como, desde cedo, se socializam
O perfil de pessoas sós idosas é maioritariamente as crianças para os valores nacionalistas.
constituído por mulheres, integra pessoas pouco
escolarizadas e sobretudo reformadas, que vivem sozi- 2. Os valores, acima referidos, constituem os ali-
nhas em muitos casos como resultado do culminar de cerces do modelo social vigente – uma sociedade
trajetos de conjugalidade interrompidos pela viuvez. assente na obediência às autoridades e na exalta-
As pessoas sós adultas que vivem sozinhas como ção inquestionável da Pátria. Através de leituras
resultado quer de ruturas conjugais, quer também veiculadas pelos livros únicos adotados nas esco-
como escolha de estilo de vida. Neste grupo, a hete- las, os alunos interiorizavam os valores necessários
à reprodução do modelo social dominante.
rogeneidade social interna é maior do que nos res-
tantes dois perfis porque o mesmo representa lógicas
de transição estrutural do país e abarca um leque Página 176 – Texto 7.7.
mais alargado de idades, com pessoas a atravessa- 1. Segundo o autor, a compreensão dos conteúdos
rem diferentes fases dos seus percursos biográficos. programáticos depende do domínio que o estu-
dante tiver da linguagem utilizada. A linguagem
Página 170 – Texto 7.5. falada e escrita pelos professores e outros veícu-
los de aprendizagem pode ser um fator de dificul-
1. No quadro é possível encontrar alguns dados que
dade para os jovens de classes desfavorecidas, visto
confirmam que quando a mulher trabalha, a colabo-
muitos termos e expressões não lhes serem familia-
ração que lhe é prestada não representa um valor sig-
res. A linguagem é pois um instrumento de discri-
nificativo e equivalente. Por exemplo, a percentagem
minação social ao serviço da escola. Neste sentido,
de mulheres que trabalham também preparam refei-
pode-se concluir que a escola, para ser um agente
ções (73,9%) o que representa uma % pouco inferior
de mudança, promotor de mobilidade social, terá
à mulher doméstica (87%). Logo, o facto de trabalhar
de questionar algumas das suas práticas.
mostra que não é ajudada pelo homem que apenas
colabora numa percentagem ainda baixa de 13,2 %.
Página 176 – Texto 7.8.
2. De acordo com o estudo da socióloga Anália
1. A autora do texto, Maria Filomena Mónica, cita
Torres, o homem dedica-se, maioritariamente, às
uma obra emblemática dos sociólogos Bourdieu e
tarefas de jardinagem, bricolagem, manutenção do
Passeron, na qual é analisada a relação entre desi-
carro e aos assuntos financeiros e administrativos.
gualdades sociais e desigualdades escolares. No
Já as mulheres executam as tarefas relacionadas seu trabalho de investigação, os referidos soció-
com o cuidar da casa e das crianças. logos constatam que a cultura da classe social a
3. A divisão de tarefas entre homens e mulheres, na que o estudante pertence influencia os resulta-
sociedade portuguesa, tem uma justificação de natu- dos académicos, desmistificando a ideia do dom
reza cultural. É pela socialização de género que as como natural, sendo este uma herança de classe.
diferentes tarefas são ensinadas a rapazes e rapari- Segundo o texto, os alunos pertencentes aos estra-
gas, sendo interiorizadas e, mais tarde, reproduzidas. tos sociais favorecidos, herdam – sendo, por isso,
35
jstfhfdhfhfdshgdfhfdhf
Cenários de resposta

denominados os herdeiros «héritiers» – saberes tradicionalmente recorre, como a multimédia, a


«de classe» que favorecem a sua aprendizagem. internet etc. Neste novo contexto cultural, a escola
Assim sendo, embora se estabeleça que todos têm poderá enriquecer as suas estratégias de ensino
o direito à escola, à educação e cultura, as desi- -aprendizagem integrando novas ferramentas peda-
gualdades sociais persistirão, podendo concluir- gógicas que, por estarem mais próximas dos jovens,
se que a escola, como se encontra estruturada, poderão produzir outros resultados, facilitando a
poderá não permitir a desejada mobilidade social. aprendizagem e, por arrastamento, o sucesso da
escola, promotora de uma futura mobilidade social.
Páginas 182 e 183 – Verificação de aprendizagem
Páginas 184 e 185 – Sociologia aplicada
GRUPO I 1.1. As principais alterações nas famílias portugue-
1. D 2. D 3. C 4. B 5. A sas, desde há 50 anos, e de acordo com o INE, verifi-
cam-se na redução de casais com filhos; no aumento
GRUPO II de casais sem filhos e no aumento de famílias mono-
1.1. Os três modelos de família referidos no texto são parentais e de pessoas a viverem sós. Verifica-se,
a família tradicional ( marido que trabalha e sustenta igualmente, as uniões de facto, os nascimentos fora
a casa e mulher dona de casa), a família em que do casamento e as famílias recompostas.
ambos os cônjuges têm uma carreira profissional 1.2. Três dos principais fatores que podem justificar
(com ou sem filhos) e ainda as famílias monoparen- a situação referida na questão anterior poderão ser
tais (um só progenitor com filhos seus ou adotados). a diminuição da taxa de fecundidade, o aumento
1.2. A família tradicional do marido provedor e da esperança média de vida, mas são sobretudo os
da mulher doméstica com papéis bem defini- comportamentos ao nível cultural que influenciam
dos; a família em que os dois cônjuges trabalham as questões relativas à vida familiar.
e, em princípio, partilham as tarefas domésticas 2.1.
e as famílias monoparentais em que o pai ou mãe
desempenha um papel mais abrangente traba- q mulher (82,8%)
lhando para o sustendo os seus filhos.
q entre 25 e 54 anos (35,1%)
Perfil da vítima
q casada (34,8%)
1.3. «Marido que trabalha e sustenta a casa» e q família nuclear com filhos (43%)
«mulher dona de casa» são dois dos papéis refe- q ensino superior (6,9%)
ridos no texto. Neste caso, o estatuto relativo aos q empregada (29,1%)
papéis referidos encontrava-se bem definido na
sociedade de então, ocupando o marido uma posi- q homem (82,3%)
ção superior correspondente ao de provedor dos Perfil do autor q entre 25 e 54 anos (29,9%)
bens materiais, de amparo económico, e, portanto, do crime q casado (38,8%)
um estatuto superior ao da mulher dona de casa q empregado (31,5%)
que, apesar de ser valorizado no seio da família,
era considerado inferior por depender economica- 2.2. É no seio da família nuclear com filhos que
mente do marido. a violência doméstica é maioritariamente exer-
cida (43%); fundamentalmente sobre as mulheres
1.4. Nas sociedades atuais, globalizadas, multi- (82,8%); casadas (34,8%), com idades compreen-
culturais e abertas à mudança, coexistem múlti- didas entre os 25 e os 54 anos (35,1%); empregadas
plas formas de família. Esta constatação é a prova (29,1%) e portadoras de ensino superior (6,9%).
de que a cultura é dinâmica e produtora de novos Quanto ao autor do crime, verifica-se ser predo-
modelos por ação de novos valores e contextos. minantemente do sexo masculino (82,3%); den-
2.1. A escola e os meios de comunicação social são tro da mesma faixa etária das vítimas (25-54 anos);
dois dos agentes referidos no texto. casado (38,8%) e empregado (31,5%).
2.2. Os grupos de pertença socializam através do A violência doméstica é uma prática continuada,
ensino-aprendizagem da cultura do grupo em que exercida na privacidade, afastada do controlo
o indivíduo está inserido; já a socialização exer- social. A sua justificação radica nas conceções
cida pelos grupo de referência consiste no ensi- antiquadas de relacionamento entre o casal que
no-aprendizagem da cultura do grupo a que o ainda prevalecem.
indivíduo deseja pertencer. 3.1. A sociedade do conhecimento é uma socie-
2.3. A escola já não é a instituição exclusiva de dade onde o conhecimento representa uma variável
formação dos jovens para a vida ativa. Com ela estratégica. Corresponde a uma sociedade terciari-
competem outros agentes, como os meios de zada, com serviços desenvolvidos nas áreas da edu-
comunicação social, outros grupos e muitos ins- cação, saúde, informação, investigação científica e
trumentos de apoio, além daqueles a que a escola tecnológica, inovação, entre outros serviços, como

37
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Cenários de resposta

os relacionados com a cultura, por exemplo. Neste 3.3. O texto refere claramente o papel da escola
tipo de sociedade, o conhecimento é a condição na transmissão de uma cultura que se deseja ade-
para o saber, a competitividade e o progresso social. quada à contemporaneidade. A sociedade do
3.2. Segundo António Nóvoa, na sociedade do conhecimento, ao exigir novas competências,
conhecimento, a escola será uma instituição fun- implica a escola e outras instituições na qualifica-
damental. No entanto, o autor refere outras insti- ção dos recursos humanos de uma sociedade. Esta
tuições que deverão, em parceria e articulação, adaptação aos novos tempos, ajustando o «velho»
prover o conhecimento. Poderemos incluir neste e procurando o «novo» ilustra bem a socialização
«espaço público de educação» as universidades, os como um processo dinâmico que transmite a cul-
centros de investigação, as bibliotecas, por exem- tura dominante mas também produtor de uma nova
plo, para além da família, naturalmente. cultura.

UNIDADE 8 – Desigualdades e identidades sociais

Página 186 – Texto 8.1 Páginas 190-191 – Texto 8.4


1. A hierarquia social consiste na distribuição dos 1. A história até à atualidade tem sido segundo Marx
indivíduos por posições específicas e níveis, sen- e Engels a história da luta de classes: entre escra-
do-lhes atribuídos estatutos distintos, como se vos e senhores proprietários (na Roma Antiga);
de uma pirâmide se tratasse. Varia no tempo e no entre senhores feudais e vassalos e servos da gleba
espaço e encontra-se associada a valores sociais. (na Idade Média); entre burguesia e proletariado,
Corresponde, como é dito no texto, ao conjunto de no capitalismo do século XIX período em que vive-
«oportunidades que o indivíduo pode ter, segundo a ram Marx e Engels.
sua situação social; de receber em maior ou menor 2. A burguesia é a proprietária dos meios de pro-
quantidade as coisas que, na sociedade, têm valor, dução ou capital (edifícios, terras, fábricas com
ou de participar mais ou menos nos valores essen- os equipamentos e matérias primas) e proleta-
ciais. Para cada uma das hierarquias relativas a um riado ou operariado que apenas tem para vender
valor deste género (por exemplo, a riqueza ou o a sua força de trabalho (capacidade de trabalho)
prestígio), os indivíduos com oportunidades mais em troca do salário. Deste modo, estas «duas
ou menos iguais constituem um estrato». grandes classes que diretamente se enfrentam»
2. A hierarquização social consiste na distribuição são antagónicas, porque defendem interesses
dos indivíduos por diferentes estatutos o que ori- totalmente opostos.
gina desigualdades sociais uma vez que os diver-
sos agrupamentos de indivíduos se encontram Página 191 – Texto 8.5
desigualmente posicionados na hierarquia social: 1. As classes sociais para Max Weber dependem
os privilegiados no topo da pirâmide e os desfavo- não só da propriedade dos meios de produção,
recidos na base. como, também, das relações de mercado através
dos recursos que cada pessoa detém, como, por
Página 188 – Texto 8.2 exemplo, «os conhecimentos técnicos e as quali-
1. Na Índia, o sistema de castas baseava-se na reli- ficações que influenciam o tipo de trabalho que as
gião e na hereditariedade (estatuto atribuído). Na pessoas podem desenvolver» como é dito no texto.
África do Sul baseava-se na cor da pele e na origem
europeia ou africana (estatuto atribuído). Página 194 – Texto 8.6
1. Mobilidade social são os movimentos de gru-
Página 189 – Texto 8.3 pos ou de indivíduos (ascendentes, descendentes
1. Classe social é uma categoria social em que os ou estacionários) que se verificam entre estratos
indivíduos têm características e condições seme- sociais. A classe média «tem subjacente a mobili-
lhantes em relação a critérios, como propriedade de dade social, e esta, por sua vez, apoia-se no prin-
meios de produção, riqueza e poder, entre outros, cípio da meritocracia (o mérito de cada um), como
e beneficiam de forma desigual desses valores. principal fator de fixação das posições dos indiví-
Ou seja, como é mencionado no texto, as classes duos nos diferentes estratos da sociedade» como
sociais «são categorias sociais cujos membros, em refere o texto. Os indivíduos com base na meri-
virtude de serem portadores de montantes e tipos tocracia mudam de estratos, uma vez que estes,
de recursos semelhantes, tendem a ter condições nas sociedades modernas, são abertos, existindo
de existência semelhantes e a desenvolver afinida- canais de acesso, em particular através do nível
des nas suas práticas e representações sociais». educacional e da formação profissional.

39
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Cenários de resposta

2. Os diferentes segmentos que fazem parte da sociedade, a discriminação, a violência na rua e a


classe média enfrentam «atualmente enormes difi- violência simbólica uma vez que a «homossexuali-
culdades» devido às medidas de política económica dade masculina é comparada à feminilidade».
e financeira «desde há cerca de dez anos, e que têm
vindo a atingir em especial os trabalhadores e as Página 205 – Imagem sobre Bullying Homofóbico
categorias da classe média» como nos diz o texto. 1. Os movimentos sociais problematizam e reivin-
dicam direitos o que implica mudanças sociais.
Página 196 – Texto 8.7 Põem em causa os sistemas sociais e políticos,
1. Os movimentos sociais resultam de condições os modelos económicos vigentes e a forma como
sociais. Os da segunda metade do século xix e do as sociedades atuais se estruturam e organizam,
século XX em Portugal, tal como nos outros países apresentando alternativas. Neste caso pretendem
ocidentais, estão associados à industrialização e às alterar valores, atitudes, modelos de comporta-
condições de vida das classes trabalhadoras como é mento, associados a estereótipos de género que
mencionado no texto «A questão do trabalho – assa- reproduzem os valores associados à masculinidade
lariado, dependente e desconsiderado (…) tendo hegemónica e que discriminam as pessoas. Esta
nascido na segunda metade do século xix, está pre- campanha pretende desconstruir a homofobia,
sente ao longo de todo o século xx português». São reafirmando que o Bullying Homofóbico não é acei-
movimentos essencialmente urbanos, influenciados tável nas escolas (nem em nenhum lugar) e que as
por doutrinas sociais, como «o anarquismo, o sindi- pessoas gay e lésbicas não podem ser alvo de dis-
calismo ou o cooperativismo» como refere o texto. criminação.
2. Pesquisa e organização a realizar pelos alunos.
Página 201 – Texto 8.8
1. A Amnistia Internacional foi criada em 1961 por Página 208 – Texto 8.10
Peter Benenson, advogado inglês, que ficou cho- 1. As causas da emigração eram económicas, ou
cado ao ler uma notícia sobre a prisão de dois estu- seja, a busca de melhores condições de vida nou-
dantes portugueses por terem brindado à liberdade. tro país. Como nos diz o texto, na sua terra «o que
Nessa altura Portugal vivia sob um regime político mandava era a crise de trabalho, ao menos em
autoritário e repressivo em que não havia liberdades França era garantido e bem pago, em comparação
democráticas e os direitos humanos eram violados. das bitolas do latifúndio, em mês e pouco tiravam-
Este advogado lançou de imediato «uma campanha se quinze ou dezasseis contos, uma fartura».
mundial “Apelo para Amnistia 1961” com a publi-
2. A partir da pesquisa na Internet, os alunos devem
cação de um artigo proeminente “Os Prisioneiros
concluir que as causas económicas se encontram
Esquecidos” no Jornal The Observer» como refere o
na base da emigração, quer no início do século xx,
texto. O apelo de Peter Benenson «foi publicado em
quer na atualidade, início do século xxi. Existe uma
muitos outros jornais pelo mundo fora tornando-se
alteração a destacar que é a diferença no nível edu-
assim na génese da Amnistia Internacional» como é
cacional dos emigrantes de antes e de agora, isto é,
mencionado no texto.
enquanto António Mau Tempo e os seus companhei-
2. Pesquisa e organização a realizar pelos alunos. ros de diáspora não tinham qualificações, muitos
dos jovens emigrantes de hoje possuem níveis edu-
Página 204 – Texto 8.9 cacionais mais elevados.
1. Masculinidade hegemónica é a forma de mas-
culinidade (valores e normas que a sociedade Página 210 – Texto 8.11
atribui ao comportamento masculino) dominante 1. A comunidade científica abandonou «quase por
nas sociedades ocidentais. É aceite socialmente completo o conceito de raça» porque: «Em termos
sem ser questionada e baseia-se em estereótipos biológicos não existem raças definidas, apenas uma
de género reprodutores da subalternização das gama de variações físicas nos seres humanos. (…)
mulheres e de outras formas de masculinidade que As diferenças de tipo físico entre grupos de seres
não se enquadram na dominante. humanos resultam da procriação da população, a
2. A masculinidade hegemónica baseia-se na homo- qual varia de acordo com o grau de contacto entre
fobia pois «está fortemente conotada com a hete- diferentes grupos sociais e culturais. Os grupos da
rossexualidade. Um dos dados mais relevantes é a população humana são um continuum. A diversi-
dominância dos homens heterossexuais e a subor- dade genética no seio de populações que partilham
dinação dos homens homossexuais» como salienta traços físicos visíveis é tão grande quanto a pró-
o texto. No âmbito da masculinidade hegemónica pria diversidade existente entre as mesma» como
verifica-se, não só a subordinação dos homens salienta o texto. Desta forma, o conceito de raça
homossexuais, como também a sua exclusão da acabou por ser abandonado.

41
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Cenários de resposta

Página 211 – Texto 8.12 minoria e impedem que esta adote os valores da
maioria dominante.
1. As três fases da migração internacional, a seguir
à II Guerra Mundial foram, tendo em conta o texto
Página 215 – Texto 8.16
«emigração, imigração dos países de expressão
portuguesa e imigração da Europa de Leste», não 1. Margaret Mead concluiu que os comportamentos
tendo sido compartimentos estanques, uma vez que das mulheres e dos homens são construídos social-
«um deles não substituiu totalmente a anterior». mente, variando no espaço (e no tempo).
Isto é, quando se passou da fase da emigração para 2. As investigações de Margaret Mead e de Simone
a imigração dos países de expressão portuguesa, de Beauvoir vieram possibilitar a construção do
continuou a haver emigração e, quando se passou conceito de género ao evidenciarem que os com-
para a fase de imigração da Europa do Leste, conti- portamentos dos homens e das mulheres variam de
nuou a haver emigração para o exterior e imigração cultura para cultura, não sendo deste modo apenas
dos países de expressão portuguesa. Nenhum dos biológicos.
ciclos migratórios substitui totalmente o anterior.
Página 216 – Texto 8.17
Página 211 – Texto 8.13
1. Feminino e masculino são valorados assimetri-
1. As maiores comunidades de imigrantes em Portu- camente, ou seja, existe uma subalternização do
gal são: a brasileira, a ucraniana e a cabo-verdiana, feminino e uma dominação masculina. Tendo em
pois como é dito no texto «o Brasil era o país com conta o texto, o masculino é o «referente universal»
maior comunidade residente em Portugal com mais independentemente dos contextos e o feminino só
de 111.000 indivíduos, seguido pela Ucrânia com- é «referente exclusivo das próprias mulheres, como
perto de 48.000 pessoas e por Cabo Verde com um ideal coletivo dessa categoria, e só tem sentido
valor próximo dos 43.500 cidadãos». dentro das fronteiras contextuais em que é defi-
2. Em 2010 e 2011 verificou-se uma redução do nida».
número de imigrantes devido à crise financeira e
económica, iniciada em 2008, e às políticas eco- Página 216 – Figuras representativas de este-
nómicas adotadas que provocaram uma descida reótipos de género
e estagnação da atividade económica. Por outro
1. Estereótipo de género consiste na definição cole-
lado, verificou-se a aquisição de nacionalidade por-
tiva do que é ser homem ou ser mulher, definição
tuguesa por estrangeiros imigrados e o regresso de
apropriada pela sociedade em geral e que legitima
muitos imigrantes aos países de origem, quando
as discriminações de género. Deste modo, as meni-
nestes se tem verificado crescimento económico e
nas devem ter brinquedos associados às tarefas
aumento de oportunidades de trabalho.
domésticas e do cuidar para reproduzir uma socie-
dade em que é às mulheres que competem essas
Página 212 – Texto 8.14
tarefas e os meninos devem brincar com constru-
1. Três objetivos da associação Solidariedade Imi- ções, por exemplo, para virem a ser futuros enge-
grante (SOLIM) são, entre outros, prestar infor- nheiros (como compete a um homem e não a uma
mações e apoio jurídico sobre: regularização, mulher) nas sociedades que discriminam as mulhe-
reagrupamento familiar; asilo político, por exem- res e os homens. Meninos e meninas devem poder
plo. Apoio e acompanhamento aos trabalhadores brincar com todos os brinquedos e representar
na resolução dos conflitos laborais. Apoio em situa- todos os papéis sociais (masculinos e femininos)
ções relacionadas com a justiça. para que tenham, com mais liberdade, possibi-
2. Pesquisa a realizar pelos alunos. lidades de escolha; para que os homens possam
3. Pesquisa e organização a realizar pelos alunos. também exercer as suas capacidades de afetos e
cuidados e para que as mulheres exerçam também
as suas capacidades na esfera pública em todas as
Páginas 212 e 213 – Texto 8.15
profissões.
1. As diferentes atitudes dizem respeito às políti-
2. Poderão ser estabelecidas comparações com
cas de integração social: integração, assimilação,
base em características que, após debate, tanto
segregação e individualização. As políticas de inte-
são dos homens como das mulheres, uma vez que
gração pretendem articular os valores das mino-
são em grande medida socialmente construídas.
rias com os países de acolhimento. As políticas
de assimilação conduzem à «absorção» da cultura
maioritária pela minoria. As políticas de segrega- Página 217 – Texto 8.18
ção impedem a articulação dos valores da minoria 1. As raparigas são socializadas de forma diferente da
e da maioria, mas toleram os valores da minoria. dos rapazes. Elas aprendem a ser mais dóceis, pres-
As políticas de exclusão não aceitam a cultura da táveis, perseverantes no desempenho das tarefas e a

43
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Cenários de resposta

usar o espaço de uma maneira mais restrita. Os rapa- Página 224 – Texto 8.21
zes são ensinados a ser mais competitivos e ativos,
1. O IPM (Índice de Pobreza Multidimensional) veio
autoafirmativos, a se sobrestimar e a usar o espaço
superar as limitações do IPH (Índice de Pobreza
sem limites. Deste modo, a masculinidade domi-
Humana), ao procurar computar tanto o número e
nante impõe que reprimam, como se diz no texto,
pessoas que são pobres multidimensionalmente,
«Sentimentos de emoção ou afeição (…) exigem-se
como a intensidade da sua pobreza. Integra três
sinais de bravura, audácia e mesmo agressividade».
dimensões: saúde, educação e padrão de vida e é
2. A masculinidade dominante leva os rapazes e «definido segundo dez indicadores, concorrendo
os homens a ter comportamentos agressivos, de cada um deles de forma idêntica para a sua respe-
bravura, sem revelar emoções e sentimentos o que tiva dimensão» como o texto indica.
potencia que muitos rapazes tenham comporta-
mentos de risco. Página 224 – Texto 8.22
1. No que respeita ao PIB per capita, Portugal
Página 218 – Texto 8.19
encontra-se abaixo da média dos países da UE,
1. As distorções sexistas mais frequentes nos como explicita o texto «o PIB per capita em Portu-
manuais são: a invisibilidade das mulheres na his- gal (em PPC) situa-se entre três quartos e quatro
tória, na produção do conhecimento, nas artes e quintos da média da UE.»
na literatura; a estereotipia, isto é, a reprodução
2. Portugal apresenta níveis de grandes desigualda-
dos estereótipos de género transmitindo visões
des de rendimentos. Na Europa, juntamente com
não neutras e assimétricas do género feminino e
países como a Letónia e a Lituânia, é dos que evi-
do género masculino e a desintegração em que as
dencia maior desigualdade. Os menos desiguais são
questões relativas às mulheres são relegadas «para
os «países nórdicos como a Suécia e a Dinamarca, ou
setores absolutamente separados do corpo global
países do Centro e Leste Europeus como a Hungria, a
da obra, poder-se-ia mesmo dizer, «para o campo
República Checa, a Eslováquia» como refere o texto.
dos Anexos» como salienta o texto.
Podemos concluir que em todos os países da UE exis-
2. Pesquisa a realizar pelos alunos. tem desigualdades na repartição dos rendimentos,
havendo, porém, diferentes níveis de desigualdade.
Página 219 – Mapa das disparidades salariais
entre mulheres na UE-28 Páginas 228 e 229 – Verificação de aprendizagem
1. As disparidades salariais entre mulheres e
Grupo I
homens evidenciam uma acentuada discriminação
salarial das mulheres em todos os países da União 1. A 2. D 3. B 4. C 5. C 6. C
Europeia. Há, no entanto, diferenças a assinalar:
Grupo II
verificando-se menores desigualdades na Eslové-
nia, Malta, Polónia, Itália, Luxemburgo, Bélgica, 1.1 Género é um conceito relacional. Diz respeito
Roménia, Lituânia, Letónia e Bulgária. Portugal à construção social e cultural que leva as pessoas
apresenta uma desigualdade salarial mais elevada a desempenharem diferentes papéis sociais, de
do que os países anteriormente mencionados, mas acordo com o facto de serem homens ou mulheres
abaixo de alguns países da Europa Ocidental. em determinada sociedade.
1.2 Exemplos de estereótipos femininos, entre
Página 220 – Texto 8.20 outros: afetuosa, carinhosa, dependente e sen-
1. As mulheres constituem a maior percentagem de timental. Exemplos de estereótipos masculinos,
pessoas com contratos de trabalho a tempo parcial. entre outros: ambicioso, dominador, rígido e viril.
Este facto é um dos efeitos dos estereótipos de género 1.3 Enquanto sexo diz respeito às características
que atribuem maioritariamente às mulheres as tare- biológicas das mulheres e dos homens, o con-
fas domésticas e do cuidar. Por isso, as profissões ceito de género é uma construção social, é o que
ditas femininas são aquelas onde «o trabalho a tempo se espera de uma pessoa pelo facto de ser do sexo
parcial é mais comum». feminino ou masculino.
2. O trabalho a tempo parcial implica o acentuar 1.4 Ainda persistem muitas desigualdades entre
das desigualdades entre mulheres e homens porque mulheres e homens, como, por exemplo, o facto de
aquelas enfrentam maiores entraves à progressão as mulheres ganharem menores salários do que os
na carreira profissional e à formação profissional, homens; se encontrarem em minoria nos órgãos do
recebem menores salários e menores subsídios de poder político e económico ou serem alvo de violência
desemprego (em caso de desemprego) e também irão de género o que conduz a tragédia de mulheres assas-
receber reformas mais reduzidas, potenciando os ris- sinadas pelos seus ex-maridos, maridos, namorados,
cos de pobreza no grupo etário com mais de 65 anos. ex-namorados, companheiros ou ex-companheiros.

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Cenários de resposta

2.1 O tipo de mobilidade social implícito no texto é 2. A elaborar pelos alunos.


estacionário, uma vez que existe uma reprodução 3.1 A banda desenhada ilustra, com sentido de
social, o que leva os descendentes dos imigrantes humor, as desigualdades de género, em particular,
a ocuparem a mesma posição na hierarquia social. a fraca participação das mulheres no poder polí-
2.2 Existem vários problemas de integração dos tico. Contudo, essa participação (que ainda não é
imigrantes no país de acolhimento. Em geral, os paritária) tem vindo a crescer. Essa nova situação
imigrantes possuem poucas qualificações, desco- tem também conduzido à utilização de uma lingua-
nhecem a língua da sociedade de acolhimento e gem mais inclusiva que dá uma maior visibilidade
vivem situações de grande precariedade, também às mulheres e lhes atribui cargos que até há pouco
pelo facto de pertencerem a culturas diferentes. tempo eram apenas ocupados por homens.
São alvo de situações de exploração e de abuso por 4.1 O anúncio reproduz discriminações de género
parte de empregadores ou de traficantes de mão porque atribui apenas às mulheres as tarefas
de obra que lhes pagam salários mais reduzidos do domésticas. A mulher apresenta-se de avental, res-
que aqueles que os contratos legais estabelecem. ponsável por cozinhar a sopa como «eles gostam».
Por vezes, ficam sem receber salário. São muitas O pai, de fato como se regressasse do trabalho
vezes excluídos dos sistemas de saúde, de segu- (remunerado) apresenta-se como o ganha-pão da
rança social e de condições dignas de habitação. família. Às mulheres atribuem-se as tarefas domés-
A sua fragilidade acentua-se com os preconceitos, ticas e do cuidar na esfera privada e aos homens as
segregação, racismo e xenofobia. funções no mercado de trabalho na esfera pública.
2.3 Umas das consequências é, por exemplo, o Embora este anúncio seja datado (década de 1950),
abandono escolar referido no texto e que vai repro- muitos dos anúncios publicitários da atualidade
duzindo o baixo nível educacional dos progenitores e reproduzem estereótipos de género.
a situação em que estes se encontram na hierarquia 4.2 A elaborar pelos alunos.
social, prefigurando «a continuidade da associa-
ção entre etnicidade e desigualdades sociais como 4.3 A elaborar pelos alunos. Anúncios que colo-
tópico importante no futuro» como salienta o texto. quem homens e mulheres nas mesmas situações
nas diversas profissões, funções em órgãos de
3.1 O comentário deverá apresentar uma breve poder e nas funções domésticas e do cuidar repre-
síntese do texto. De seguida, deverá relacionar os sentam mudança social e são promotores da igual-
conceitos de desigualdades sociais, minoria étnica, dade de género.
identidade cultural e género (transversal a todas as
sociedades e categorias sociais) com expressões 5.1 Os imigrantes não têm acesso aos mesmos
do texto e, finalmente, uma conclusão que deverá direitos do que os nacionais dos países de destino
conter uma reflexão crítica sobre os preconceitos da imigração. Sofrem exclusão social com pouco
e racismo subjacentes às representações sociais, acesso à cidadania e com fraco poder económico.
crenças e valores dos sujeitos preconceituosos. 5.2 A elaborar pelos alunos.
5.3 A organizar pelos alunos.
Páginas 230 e 231 - Sociologia Aplicada
6.1 Género é um conceito relacional que nos ajuda
1.1 Os sindicatos são considerados movimentos a analisar as oportunidades desiguais dos homens
sociais porque são agrupamentos numerosos que e das mulheres, considerando que são construções
pretendem atingir determinados objetivos pela sociais. A figura apresenta-nos, metaforicamente,
ação coletiva. Os sindicatos aglutinam muitas pes- os mecanismos visíveis ou subtis que impedem as
soas na defesa de direitos dos trabalhadores e pre- mulheres de aceder a cargos de chefia e do poder
tendem, primeiro através de negociações com as político.
organizações patronais, mas quando estas se rom-
6.2 A figura evidencia as desigualdades de género
pem, através de greves e manifestações, alcançar
em relação ao emprego e às remunerações. Embora
os objetivos. Como é referido no texto «Os movi-
em Portugal e na União Europeia, as mulheres
mentos sociais existem normalmente em relações
constituam mais de 60% das pessoas com um nível
de conflito com organizações a cujos objetivos e
de educação superior, continuam a ocupar cargos
perspetivas geralmente se opõem».
menos valorizados e com salários menores. A figura
1.2 Os sindicatos surgiram nas sociedades indus- ilustra esses obstáculos que impedem as mulheres
triais para defender os trabalhadores das duras de obter a igualdade alertando para a necessidade
condições de trabalho, protagonizando inúmeros de se mudar as mentalidades, pois as relações
conflitos e promovendo a melhoria das condições interpessoais, o tipo de estratificação social e as
de trabalho e de vida das classes trabalhadoras. desigualdades sociais são construções sociais e,
1.3 A elaborar pelos alunos. como tal, podem ser alvo de mudança social.
1.4 A elaborar pelos alunos.

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