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Objetivos e competências da UC
Identificar as etapas do processo de construção do conhecimento científico
Identificar e equacionar os obstáculos epistemológicos ao desenvolvimento do
conhecimento científico.
Saber refletir sobre a unidade e a pluralidade das diversas Ciências Sociais e as questões
históricas e sociais que permitiram o seu desenvolvimento
Identificar e delimitar o campo de investigação das Ciências Sociais
Dominar as principais teorias e problematizações constitutivas do campo disciplinar das
Ciências Sociais
Indicar os principais contributos das diferentes Ciências Sociais e formas de
complementaridade e interdisciplinaridade
Identificar e caracterizar os factos sociais enquanto domínio próprio das Ciências Sociais
Reconhecer e analisar as condições específicas da construção do conhecimento
científico das Ciências Sociais, quanto ao seu grau de adequação e poder explicativo
relativamente aos factos sociais
Conhecer e relacionar os fatores fundamentais de explicação social quanto ao seu valor
e peso relativos na interpretação e explicação dos factos sociais
Conhecer e comparar as principais Ciências Sociais quanto às perspetivas e valor
informativo e complementar dos resultados proporcionados
Espera contribuir-se para a capacidade de pesquisa, seleção e análise de informação e
também formar espírito crítico e reflexivo que permita aos estudantes argumentar
sobre as grandes problemáticas das Ciências Sociais
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Programa da UC
1. Perspetiva da vida quotidiana e do que é a 4.2 Familiaridade do social e senso comum
especificidade do social 4.3 Dicotomias natureza e cultura e indivíduo e sociedade
1.1. Reflexão sobre o que é a vida quotidiana e as 4.4 Etnocentrismo cultural
relações sociais
1.2. Definição do conceito de social no âmbito das 5. A explicação e a compreensão em Ciências Sociais
Ciências Sociais (a especificidade do social)
5.1 Contextualização das duas principais correntes
teóricas em Ciências Sociais
2. Aprender a ser membro da sociedade: formas de 5.2 Singularidade e complementaridade entre explicação
sociabilidade e compreensão
2.1. O processo de socialização
2.2. Papéis sociais – interpretação e interiorização de 6. O domínio das Ciências Sociais – unidade e
normas sociais pluralidade
6.1 Visão global sobre as Ciências Sociais – o centro de
3. Construção do conhecimento científico interesse das Ciências Sociais
3.1. O processo de construção do conhecimento científico 6.2 Unidade e pluralidade das Ciências Sociais
3.3. Construção e verificação de teorias: problemas e
controvérsias 7. Visão global sobre as Ciências Sociais
7.1 Breve apresentação de algumas Ciências Sociais
4. Objetividade e neutralidade nas Ciências Sociais: os 7.2 Dinâmica e transformação das Ciências Sociais
obstáculos epistemológicos
4.1 Definição de obstáculos epistemológicos e a sua
configuração
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Recursos
Bibliografia obrigatória:
• Magano, Olga (2014), Introdução às Ciências Sociais. Lisboa. Universidade Aberta. eUAb. Coleção Universitária, n.º 7, ISBN 978-
972-674-700-0. (e-book).
• Outros textos disponibilizados na turma.
Bibliografia complementar:
• Campenhoudt, L. V. (2003). Introdução à Análise dos Fenómenos Sociais. Lisboa, Gradiva.
• Durkheim, Émile (1985). As Regras do Método Sociológico. Lisboa. Editorial Presença.
• Esteves, António Joaquim; Fleming, Joaquim (1982). Sociologia. Textos e notas introdutórias. Porto. Porto Editora.
• Giddens, Anthony (1996). Novas Regras do Método Sociológico. Lisboa. Gradiva.
• Luckman, Thomas e Berger, Peter I. (1985). A construção social da realidade. Um livro sobre a sociologia do conhecimento.
Lisboa. Dinalivro.
• Nunes, Sedas (1973). Questões preliminares sobre as ciências sociais. Lisboa. Presença /GIS.
• Santos, Boaventura de Sousa (1986). Um discurso sobre as ciências. Coimbra. Universidade de Coimbra.
• Santos, José Rodrigues dos. (2000). “A Propósito das Noções «Problema Social» e «Problema Sociológico». Vários. Homenagem
ao Professor Augusto da Silva. Universidade de Évora. Departamento de Sociologia.
• Silva, Augusto Santos; Pinto, José Madureira (1986). (orgs.). Metodologia das ciências Sociais. Porto. Ed. Afrontamento.
• Weber, Max (2009). Conceitos sociológicos fundamentais. Lisboa. Edições 70.
Outros Recursos:
• B-On - Biblioteca do Conhecimento - http://www.b-on.pt/
• Dicionário de Sociologia - Porto Editora
• Directory of Open Acess Journals - http://www.doaj.org/doaj?func=subject&cpid=87
• Guia virtual das Ciências Sociais - http://www.ics.ul.pt/guiavirtual/
• Les classiques des sciences socials - http://classiques.uqac.ca/
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Tema 1
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Objetivos do Tema 1
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O quotidiano social
A importância da análise do quotidiano para o estudo das relações sociais:
É o que vamos analisar de seguida com a distinção entre o que é problema social e
problema sociológico.
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O problema social
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O problema social
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O problema social
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O problema social
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O problema social
Unesco
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O problema social
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O problema social: síntese
É CONSIDERADO INDESEJÁVEL
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O problema social: síntese
SENTE-SE QUE ALGUMA COISA PODE SER FEITA...
O mau tempo reúne as condições SIGNIFICATIVO e INDESEJAVÉL
mas não é um problema social porque nada podemos fazer.
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O problema social: erros de análise
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O problema social: erros de análise
O que é normal?
O que é patológico?
Desemprego
Prostituição
Fome
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O problema social: erros de análise
Corrupção
Tráfico de influências
Clientelismo
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O problema social: erros de análise
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O problema social: erros de análise
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Afinal… quando é
problema
sociológico?
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O problema sociológico
Há duas linguagens:
Comum
Científica
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Tema 2
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Objetivos do Tema 2
Compreender em que consiste o processo de
interiorização e incorporação de normas sociais.
Definir o conceito de socialização.
Distinguir as várias fases do processo de socialização.
Identificar os principais agentes de socialização.
Definir papel social.
Explicitar como se interiorizam e interpretam as
normas sociais: os papéis sociais.
Contextualizar as diferenças de socialização nas várias
sociedades e tipos de papéis possíveis de acordo com
género, idade, classe social, formação, etc.
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Processo de socialização
Processo através do qual os indivíduos adquirem um certo
número de conhecimentos, de mecanismos e de respostas
às diferentes circunstâncias da vida social, por via dos quais
se adaptam às exigências da vida coletiva e se integram
nas suas estruturas.
Socialização ≠ Sociabilização
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Socialização primária e secundária
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Socialização primária e secundária
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Agentes de socialização
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Interiorização e estrutura social
Socialização imperfeita
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Papel social
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Múltiplos papéis sociais
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Objetivos do Tema 3
Conceptualizar a noção de objetividade e o processo de construção do objeto de estudo em
Ciências Sociais.
Identificar e explicitar os principais obstáculos epistemológicos: familiaridade com a
realidade social, dicotomias natureza/cultura e indivíduo/sociedade e etnocentrismo.
Reconhecer as fases do processo de construção do conhecimento científico e as várias
etapas do método científico de acordo com Gaston Bachelard: rutura com o senso comum,
construção e validação de conhecimento.
Descrever os procedimentos científicos para a rutura com o senso comum e avaliar e discutir
as dificuldades com que os cientistas se debatem para cumprir essa necessidade
metodológica.
Explicitar a importância da função de comando da teoria na produção social do
conhecimento científico.
Identificar os principais paradigmas teóricos nas ciências, em particular, nas Ciências Sociais.
Compreender a importância da relativização e a relacionação entre os fenómenos sociais.
Enquadrar a noção de realidade social como fenómeno multidimensional e as diferentes
perspetivas das Ciências Sociais.
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Rutura com o senso comum
Processo de construção de conhecimento científico – 3 grandes etapas
(Gaston Bachelard):
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Rutura com o senso comum
Para romper com o senso comum é necessário relativizar, relacionar e fazer
análise científica das concepções de senso comum
A rutura nunca será completa nem unitária mas a separação dos domínios da
ciência e do senso comum são condições básicas da própria investigação científica.
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Construção do objeto de análise
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Realidade social
A procura da verdade objetiva é a essência da ciência social.
O cientista social parte desse pressuposto para tentar atingir o
"realismo", ou seja, procurar uma visão objetiva da realidade.
As questões metodológicas colocam-se na definição do que é a
objetividade e nas formas para atingir essa objetividade na análise
dos factos e das suas relações causais.
Tem sido uma preocupação constante dos cientistas sociais, desde
os fundadores: produzir conhecimento científico objetivo sobre a
realidade social.
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Comando da Teoria
A função de comando da Teoria
Bachelard defende que “a opinião pensa mal; não pensa; traduz necessidades em
conhecimentos”.
Não se pode basear nada na opinião: antes de tudo é preciso, é preciso destruí-la.
Ela, a opinião, é o primeiro obstáculo a ser superado.
Em primeiro lugar, é preciso saber formular problemas que não se formulam de
forma espontânea em ciência.
O desenvolvimento de procedimentos padronizados de recolha de informação
sobre o real, como por exemplo as técnicas do inquérito por questionário, da
entrevista, da análise de conteúdo, contribuiu para que o processo de observação
sociológica e das ciências sociais em sentido amplo, se tornasse uma fase do
trabalho científico cada vez mais sistemática e racionalmente controlada.
Mas o avanço nesta direção só é possível com o contributo de outro elemento da
prática: a teoria, ou seja, da matriz teórica, entendida como conjunto organizado
de conceitos e relações entre conceitos substantivos, isto é, referidos, direta ou
indiretamente ao real (Almeida e Pinto, 1986: 55).
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Construção e verificação de teorias
Verificação da validade das teorias faz-se pelo confronto com a informação empírica e
resultados de outras investigações.
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Tema 4
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Obstáculos epistemológicos
A familiaridade do social e senso comum- proximidade do social – a minha realidade social
não é igual à dos outros; a ilusão de transparência.
Dicotomia natureza e cultura - Nas interpretações comuns dos factos sociais é usual
atribuírem-se causas físicas, biológicas ou naturais a determinados padrões de
comportamento.
Os comportamentos humanos não são “naturais”, são “sociais” - dependem da forma como
estão organizadas as sociedades de origem e o processo de socialização incentiva.
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Comportamento social
O que se constata é que os seres humanos são ao mesmo tempo singulares, com
as suas próprias características mas também compartilham algumas características
com os outros indivíduos.
Assim sendo, o que é singular de cada indivíduo é a combinação total, não cada
característica individual em si mesma.
qualquer investigador social tentará sempre encontrar as causas de qualquer
comportamento individual numa experiência social vivida pela pessoa.
Por outro lado, há que notar que só quando estamos conscientes das forças que
nos pressionam para nos comportarmos de determinada maneira nos diferentes
contextos é que se questiona uma decisão se devemos ou não continuar a
comportar-nos desse modo e se torna significativa.
Caso contrário, se não existir esse questionamento as escolhas que fazemos
aparentemente não são entendidas por nós como escolhas de facto mas sim como
“naturais”.
Ex.: o suicídio (estudo desenvolvido por Durkheim que nos revela que apesar do
suicídio ser um ato individual enquadra-se num conjunto de características sociais
partilhadas pelos indivíduos).
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Etnocentrismo
A sobrevalorização do grupo e da cultura local, regional, nacional ou
transnacional, a que pertence cada um dos indivíduos e a respetiva
depreciação das culturas e das organizações diferentes, o desejo de
universalização dos valores próprios do grupo e da cultura de
pertença, assumindo-se que esses valores constituem ou devem
constituir as normas de referência para a avaliação de estruturas e
de práticas sociais (Silva, 1986: 45).
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Tema 5
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Objetivos do Tema 5
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Explicação e compreensão
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K. Marx e as relações de produção
Salienta três tipos de relações sociais de produção que Marx define - escravatura,
servidão e salariado - têm, de formas diferentes, o mesmo denominador comum: o
facto de que os interesses dos dominantes se sobrepõem à vontade dos explorados.
Marx entende que a divisão em classes implica uma relação conflitual. Simplificando-se
e universalizando-se na sociedade burguesa, as relações de classe alteraram-se, de
acordo com Marx, depois de consolidado o capitalismo, já que se verifica uma
tendência para a existência de duas grandes classes que estão em oposição direta: a
burguesia e o proletariado.
Alienados por não terem consciência da exploração que os vitima nem da sua
participação inconsciente numa relação de dominação.
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Durkheim – Modelo explicativo
Émile Durkheim e o positivismo sociológico
Cada facto social concreto deve ser referido a um ambiente social particular e
a um tipo definido de sociedade, pois um dado facto social ocorre num
determinado espaço físico e num determinado tempo (época ou data
específica). O espaço e o tempo conferem aos factos sociais características por
vezes únicas, outras vezes semelhantes, a outros factos noutros locais ou
épocas. O facto designa, então, um acontecimento concreto no tempo e no
espaço.
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Max Weber e a compreensão
Max Weber e a objetividade em Ciências Sociais
Weber sublinha o facto de na Europa moderna “os principais homens de negócios e proprietários de capital, assim como os
operários qualificados de nível mais elevado e, de modo particular, o pessoal de elevadas qualificações técnicas e comerciais
das empresas modernas, serem na sua grande maioria protestantes”. Trata-se de um facto não apenas contemporâneo, mas
sim histórico: é possível demonstrar que alguns dos primeiros centros de desenvolvimento capitalista na primeira parte do
século XVI eram de religião protestante (Weber, 1983 [1920]: 25).
Para o autor, protestantismo adota uma atitude muito rígida em relação ao prazer e aos divertimentos – fenómeno
particularmente pronunciado no calvinismo o que permite concluir que é a natureza específica das crenças protestantes que
explica a relação entre o protestantismo e o racionalismo económico.
A novidade da interpretação de Weber não consiste no facto de surgir que há uma relação entre a Reforma e o capitalismo
moderno. Verifica-se geralmente que as pessoas que dedicam a vida a atividades económicas e à obtenção de lucro são ou
indiferentes à religião, ou até hostis a ela, na medida em que as suas ações visam exclusivamente o mundo “material”,
enquanto a religião se interessa apenas pelo mundo “não-material”.
O protestantismo, porém, longe de se desinteressar do controlo das atividades quotidianas, exigia aos seus aderentes uma
disciplina muito mais rígida do que o catolicismo, injetando assim um elemento religioso em todos os aspetos da vida do
crente. A relação entre o protestantismo e o capitalismo moderno não pode ser integralmente explicada considerando o
primeiro como um “resultado” do segundo: mas o carácter das crenças e dos códigos de comportamento dos protestantes é
de resto muito diferente do que à primeira vista poderíamos considerar como de molde a estimular a atividade económica
(pp. 26-27). 55
Espírito do capitalismo
O principal adversário que o “espírito” do capitalismo teve de enfrentar foi o tradicionalismo.
A ciência baseia-se também em ideias que, tal como os outros valores, não podem ser cientificamente
comprovados.
O principal objetivo das ciências sociais é pois, segundo Weber, o de “compreender a originalidade
característica da realidade em que vivemos”. Ou seja, o principal objetivo das ciências sociais consiste na
tentativa de compreensão das razões que fazem com que os fenómenos históricos particulares sejam
aquilo que são. Isto exige, porém, que se opere uma abstração a partir da complexidade infinita da
realidade empírica. A realidade consiste numa profusão infinitamente divisível. Ainda que nos
concentremos num único elemento dessa realidade, verificaremos que esse elemento partilha dessa
infinidade. Toda a forma de análise científica, todo o corpo de conhecimentos científicos, pertença ele ao
domínio das ciências naturais ou sociais, implica uma seleção operada a partir da infinidade da realidade.
Para o autor os conceitos utilizados nas ciências sociais não podem ser diretamente derivados da
realidade, exigindo a mediação das pressuposições de valor, uma vez que a determinação dos problemas
considerados como dignos de interesse se baseia nessas pressuposições. Assim, a interpretação e a
explicação de uma configuração histórica exigem a construção de conceitos especificamente elaborados
com esse propósito e que, tal como objetivos de análise, não reflitam propriedades universalmente
“essenciais” da realidade (Giddens, 1984: 201).
Na corrente compreensiva:
- Max Weber destacou-se pelo desenvolvimento de um modelo teórico compreensivo sobre a
realidade social do seu tempo (ou seja, procurou a interpretação da ação social e busca de
sentido e não só a explicação através do método positivista).
- O autor enfatiza os aspetos subjetivos e simbólicos das relações sociais e delimita o campo de
estudo da sociologia dentro da ação social.
- Estuda a análise da natureza capitalista e das características do capitalismo europeu com a
influência religiosa dominante e desenvolve os seguintes conceitos: subjetividade e
objetividade, Juízos de facto e juízos de valor, tipos ideais, sociologia interpretativa ou
compreensiva, tipos de dominação, estatuto social.
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Outros modelos de
cultura
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Outros modelos de
cultura
Outros modelos explicativos: cultura e traços culturais e grupos sociais e formas de sociabilidade
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Tema 6
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Objetivos do Tema 6
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Visão global sobre as ciências
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Autonomia do social
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Unidade e pluralidade das Ciências
Sociais
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Tema 7
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Objetivos do Tema 7
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Pluri e interdisciplinaridade
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Unidade e pluralidade
1. Os fins ou objectivos
2. Os problemas de investigação
3. As variáveis relevantes
4. Os métodos e técnicas de pesquisa e interpretação teórica.
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Algumas Ciências Sociais
Psicologia: centra-se nas estruturas psíquicas gerais.
Sociologia: centra-se nas determinações imputáveis a grupos e
organizações.
Economia: centra-se na mediatização das relações sociais pelas relações
com os recursos .
Geografia: centra-se nas dimensões espaciais da vida social.
História: centra-se na variação social segundo o tempo.
Antropologia: centra-se na diversidade cultural.
Ciência política: centra-se nas relações de poder entre indivíduos e
Sociedade.
Psicologia social: centra-se na interacção entre indivíduos.
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Seminário
Introdução às Ciências Sociais
Licenciatura em Ciências Sociais
Unidade Curricular de Introdução às Ciências Sociais
Departamento de Ciências Sociais e de Gestão
Universidade Aberta
Muito obrigada pela vossa participação! BOM TRABALHO!
A equipa docente
Olga Magano
Ana Melro
Ana Pinheiro
Joaquim Fialho