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Serviço Social I –
Gerontologia Social
Tópicos Especiais em
Serviço Social I –
Gerontologia Social
Jairo da Luz Oliveira
Conselho Editorial EAD
Dóris Cristina Gedrat (coordenadora) Andréa Eick
Mara Lúcia Machado André Loureiro Chaves
Astomiro Romais Cátia Duizith
CDU: 364.465
ISBN 978-85-7528-406-3
Projeto Gráico: Humberto G. Schwert Dados técnicos do livro
Editoração: Rodrigo Saldanha de Abreu Fontes: Minion Pro, Oicina Sans
Capa: Juliano Dall’Agnol Papel: ofset 90g (miolo) e supremo 240g (capa)
Supervisão de Impressão Gráica: Edison Wolf Medidas: 15x22cm
Gráica da ULBRA
Setembro/2011
Sumário
Apresentação ............................................................. 7
2 | A Gerontologia.......................................................... 19
O envelhecimento humano
Neste capítulo, apresentaremos uma reflexão sobre algumas considerações
amplas no que diz respeito ao processo do envelhecimento humano, buscaremos
realizar questionamentos e ponderações sobre as condições favoráveis de se
ter uma velhice com dignidade. As questões relacionadas à terceira idade têm
crescido em importância nos últimos anos, uma vez que o envelhecimento
da população é um fenômeno mundial, que traz relevantes repercussões nos
diversos setores da vida em sociedade.
Sabe-se que o Brasil enfrenta presentemente as consequências deste processo
do envelhecimento populacional, necessitando que estudos sejam formulados
para a compreensão deste fenômeno biológico, natural, com repercussões nos
âmbitos de assistência social, saúde, habitação, meio ambiente, na previdência
nacional, no espaço comunitário, e também no contexto da família, entre outros.
Entretanto, os recursos necessários para garantirmos uma qualidade de vida no
dia a dia destas pessoas hoje na terceira idade ficam muito a desejar. Recursos
financeiros, infraestrutura, medicação, lazer, cuidados especiais nas mais diversas
áreas já mencionadas acima não fazem parte de muitos brasileiros já nesta fase
da vida. Conforme estudos realizados sobre vencimentos por aposentadoria no
Brasil, estes apontam que:
10 O envelhecimento humano
Sociedades antigas –
Sociedades atuais – “Ocidentais”
“Camponesas”
(cultura da produtividade)
(cultura da oralidade)
Processo de herança: transmissão do Processo de transmissão do saber
saber oralmente de geração em geração através da escolarização (escrita).
(oral).
Valorização do idoso pelo seu poder de Valorização da juventude pela sua força
sabedoria acumulado ao longo da vida. física, ação e símbolo de produtividade.
Respeito, responsabilidade, posição Improdutividade, dependência, velhice
importante. vista como doença social.
Valorização dos laços de parentesco. Perda dos laços familiares com a
institucionalização.
Autoridade dos idosos, por quem o ilho O patrimônio familiar é divido pelos
varão cuidava até a morte, herdava o ilhos, sob forma de partilhas.
patrimônio familiar.
Responsabilidade individual de cada Responsabilidade pública do
família em cuidar de seu idoso: função Estado, pela atribuição de reformas,
econômica, educativa de segurança institucionalização: função econômica,
social. educativa e de segurança social.
Gestão da velhice implica negociações Gestão da velhice através da mediação
pessoa a pessoa, entre família e meios anônima que age entre as gerações,
locais. num sistema de instituições e
agentes especializados em tratar do
envelhecimento.
| 1 Na grande maioria dos idosos com quem interagimos nos grupos de convivência para a terceira
idade, temos observado que na fala destes idosos predomina o conceito de estar bem isicamente,
emocionalmente e sexualmente com a condição de se sentirem jovens por dentro (nota do
autor).
| 2 Ciência médica que estuda temas relacionados à saúde do corpo físico das pessoas na terceira
idade (nota do autor).
O envelhecimento humano 15
...se aos mais velhos for permitida uma vida com interesse e
disposição para ações estimulantes, é provável que raros serão
aqueles que chegarão aos 80 anos com algum comprometimento em
16 O envelhecimento humano
Referência comentada
CASARA, Miriam B.; CORTELLETTI, Ivonne Assunta; BOTH, Agostinho.
Educação e envelhecimento humano. Caxias do Sul: EDUCS, 2006.
Esta obra pretende provocar uma séria reflexão sobre educação,
envelhecimento e velhice. Apresenta proposições que levam a avanços
qualitativos relacionados ao desenvolvimento de linhas de pesquisas, ações,
projetos e programas. Mostra também a importância de direcionar o olhar em
um perspectiva pedagógica que se estenda ao continuum do ciclo da via e que
tenha como objetivo a promoção do ser humano em todo seu tempo vital.
O envelhecimento humano 17
Referências
BOTH, Agostinho. Gerontologia, educação e longevidade. Passo Fundo:
Imperial, 1999.
______. Conversas sobre a terceira idade ou fragmentos para uma gerontologia.
Passo Fundo: UPF, 1990.
BULLA, Leonia Capaverde. Desaios e perspectivas da Gerontologia Social
face ao envelhecimento da população brasileira. 10º Congresso Brasileiro de
Assistentes Sociais – Trabalho, Direitos e Democracia: Assistentes Sociais
Contra a Desigualdade. Outubro de 2001.
CORREIA, Ruthe. A terceira idade hoje: sob a ótica do Serviço Social.
Canoas: Ed. ULBRA, 2007.
MOSQUERA, Juan; STOBÄUS, Claus. Educação para a saúde, desaio para
sociedade em mudança. Porto Alegre: DCL S.A., 1983.
SALVAREZZA, Leopoldo. Psicogeriatria Teoria y Clínica. Buenos Aires,
Argentina: Paidós, 1988.
Autoestudo
Coloque verdadeiro (V) ou falso (F):
( ) Desta maneira, é importante oportunizar aos idosos condições de
sentirem-se interessados pela vida, de modo que a vida deste sujeito
se torne também interessante para ele.
( ) O processo de se viver o envelhecimento humano é vivido de forma
igual para todos, o que equivale dizer que para cada indivíduo existe
uma forma que se equivale no processo de envelhecer. A forma de
realizar-se e de enfrentar as dificuldades inerentes e cada fase da vida
é igual para todos.
( ) A não aceitação de determinadas mudanças e a busca de informações
sobre o envelhecimento ajudam a diminuir a influência negativa dos
preconceitos sobre a terceira idade, uma vez que o idoso possui poder de
interferência no que está posto em relação aos preconceitos relacionados
às modificações decorrentes da idade.
18 O envelhecimento humano
Respostas:
V, F, V, V, V
2
A Gerontologia
A Gerontologia, como campo do conhecimento específico do envelhecimento
humano, busca compreender as demandas inerentes a esta área, particularizando-a
no social. Os estudos específicos da Gerontologia são recentes, surgindo no após
Segunda Guerra Mundial, buscando compreender através de pesquisas como se
caracterizam as particularidades da vida social na terceira idade.
A busca do conhecimento sempre foi determinada nas perquirições realizadas
pelos seres humanos, através dos processos socio-históricos que caracterizam
o desenvolvimento das ciências. Em um primeiro plano estes estudos em torno
do desenvolvimento do ser humano se deu nas fases da infância e da juventude,
posterior ao ser humano buscar reconhecer os processos inerentes à vida adulta
e ao envelhecimento.
A Gerontologia vem ao encontro da necessidade de aprofundarmos estudos
para compreender os processos de se tornar idoso no ciclo da vida humana,
preocupando-se com a passagem da vida adulta com a terceira idade. Segundo
Salgado (1979, p.1), este define a Gerontologia como sendo: “...o estudo dos
processos de desenvolvimento, levados a efeito pelas ciências sociais, psicológico-
comportamentais e biológicas”. Um conjunto de disciplinas que juntas procuram
intervir num mesmo campo de realidade. Segundo Salgado (1979, p.1), a
Gerontologia se divide em três grandes grupos:
20 A Gerontologia
No mundo todo, este tema tem sido alvo de muitas discussões. No Brasil, esta
questão surge mais precisamente na década de 70. Assim, Bulla (2001) refere:
Neste sentido, este capítulo busca apresentar uma reflexão que contemple
aproximar você leitor da Gerontologia Social, um estudo que busca compreender
o processo do envelhecimento humano por uma perspectiva biopsicossocial,
refletindo sobre a importância de pensarmos como nossa sociedade está
preparada para atender as demandas naturais desta fase da vida, nesta nossa
sociedade contemporânea.
Entendemos que o processo de envelhecimento é um desenvolvimento
mental, físico, e também cultural. A partir desta realidade, com o chegar da
terceira idade, é que constataremos como foram realizados os preparos para
este enfrentar natural, exigido por toda e qualquer fase da vida humana, e o
questionamento que deveremos fazer é: Como a sociedade compreende esta
etapa da vida?
A Gerontologia 25
Referência comentada
MORAGAS, Ricardo. Gerontologia Social – Envelhecimento e qualidade de
vida. Porto Alegre: Paulinas, 2010.
Envelhecer com qualidade de vida é possível se houver ciência das bases
biológicas, psíquicas e sociais que atuam em cada um e fundamentam sua
conduta. Moragas analisa as tais bases e oferece conclusões práticas e úteis para
os envolvidos com o envelhecer alheio ou próprio e que precisam tomar decisões
que desenvolvam ao máximo a qualidade de vida.
A Gerontologia 27
Referências
BULLA, Leonia Capaverde. Desaios e perspectivas da Gerontologia Social
face ao envelhecimento da população brasileira. 10º Congresso Brasileiro de
Assistentes Sociais – Trabalho, Direitos e Democracia: Assistentes Sociais
Contra a Desigualdade. Outubro de 2001.
FRAIMAN, Ana Perwin. Coisas da idade. 2.ed. São Paulo: Hermes, 1991.
_________. Para ser um avô. São Paulo: Gente, 1996.
GOLDMAN, Sara Nigri. Velhice e direitos sociais. In: ______. Envelhecer
com cidadania: quem sabe um dia? Rio de Janeiro: ANG-CBCISS, 2000.
SALGADO, Marcelo Antônio. Gerontologia. Rio de Janeiro-RJ: CBCISS, n.
150, ano XII, 1979.
SALVAREZZA, Leopoldo. Psicogeriatria Teoria y Clínica. Buenos Aires,
Argentina: Paidós, 1988.
Autoestudo
Coloque verdadeiro (V) ou falso (F):
( ) A Gerontologia, como campo do conhecimento específico do
envelhecimento humano, busca compreender as demandas inerentes
a esta área, particularizando-a no social.
( ) A Gerontologia vem ao encontro da necessidade e do estudo para
compreendermos os processos de se tornar idoso no ciclo da vida
humana, preocupando-se com a passagem da vida adulta com a terceira
idade.
( ) Para a Gerontologia, torna-se de menor importância estudar as questões
que envolvem a velhice e seus desafios.
( ) O processo do envelhecimento possui a representação do conjunto
de realizações positivas e ou negativas, construídas ao longo de um
processo histórico individual.
28 A Gerontologia
Respostas:
V, V, F, V, V
3
A estimulação faz com que as pessoas vivam mais a vida, que vivam o
hoje, que usem mais a memória e a criatividade para criar situações,
atividades, alegria e felicidade. Com a estimulação tudo revive: o
corpo, não usado, a mente parada, os afetos anestesiados, os amigos
esquecidos. (ZIMERMAN, 2000, p.12)
De acordo com Chopra (1999, p.294-295), “as pessoas idosas não podem ser
classificadas em grupos, reduzindo-as a uma perda de identidade social. Somos
todos sujeitos que vivemos processos de envelhecimento. É o indivíduo e não a
Mitos e verdades sobre a terceira idade 33
idade avançada sozinha que faz a diferença”. Desse modo, compreende-se que
o idoso é um adulto que está envelhecendo e que sofre preconceito.
Segundo Fornós (2001), a autora define as formas de preconceito como uma
atitude negativa, que se dirige geralmente a grupos sem uma fundamentação que
os justifique. É na vida cotidiana que vamos reforçando desde a infância até a
vida adulta os preconceitos que vão sendo incorporados na vida diária de forma
usual, estabelecendo em muitos casos atitudes de revide, sejam estes de forma
física ou por atos emocionais. No caso do idoso, muitas vezes, o mecanismo de
defesa em relação ao preconceito é o isolamento.
Referência comentada
NERI, Anita Ligeralesso. Desenvolvimento e envelhecimento: perspectivas
biológicas, psicológicas e sociológicas. Campinas-SP: Papirus, 2001.
Por muito tempo, o envelhecimento foi visto como a antítese do
desenvolvimento. Respaldados pela geriatria, muitos praticantes e pesquisadores
em gerontologia consideravam a velhice como sinônimo de doença. Contudo,
ao longo das últimas décadas, novas formulações começaram a apontar a
possibilidade de uma boa e saudável velhice. Sucedeu-se um período em que a
visão pessimista tradicional conviveu com um otimismo excessivo, que tomava
o desenvolvimento como um processo permanente, e que haveria possibilidades
quase ilimitadas de mudanças positivas com o passar da idade. Hoje, a perspectiva
predominante dos estudos na área trabalham com três ideias fundamentais: o
desenvolvimento é um processo finito, desenvolvimento e envelhecimento são
processos concorrentes, e ambos são afetados por uma complexa combinação de
fatores que operam ao longo de toda a vida. Mesclando autores de várias áreas,
esta coletânea discute os avanços dos conhecimentos sobre o envelhecimento
humano, com o objetivo de contribuir para o fazer ciência e para a disseminação
da informação.
36 Mitos e verdades sobre a terceira idade
Referências
BEAUVOIR, Simone de. A velhice. 4ª reimpressão. Rio de Janeiro: Ed. Nova
Fronteira, 1990.
BEAUVOIR, Simone de. O segundo sexo: fatos e mitos. 2.ed. São Paulo:
Difel, 1961.
CHOPRA, Dupak. Corpo sem idade, mente sem fronteiras: a alternativa
quântica para o envelhecimento. Rio de Janeiro: Rocco, 1995.
FORNÓS ESTEVE, M. El Estereotipo Social de la Vejez. I Congresso Virtual
de Psiquiatria, 26/12/2001.
HELLER, Agnes. O cotidiano e a história. 4.ed. Traduzido por Carlos Nelson
Coutinho e Leandro Konder. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.
HERÉDIA, Vânia Beatriz Merlotti. A velhice instituída. [s.l.]: [s.d.].
IAMAMOTO, Marilda Vilela. O Serviço Social na contemporaneidade:
dimensões históricas, teóricas e ético-políticas. São Paulo: Cortez, 1997.
LUFT, Lia. Perdas e ganhos. 24.ed. Rio de Janeiro: Record, 2004.
MORAGAS, Ricardo. Gerontologia Social: envelhecimento e qualidade de
vida. São Paulo: Paulinas, 1997.
NOVAES, Adauto. O desejo. 2.ed. São Paulo: Companhia das letras, 1990.
SLAVSKY, David. Corpo y Envejecimiento. Programa de Seminários por
Internet. Temas de Psicogerontologia, n.3.
VIGUERA, Virginia G. de. Aulas do CVEPE 1, 2, 3, 4, 5, 8, 9, 11, 13, 14.
ZIMERMANN, Guile I. Velhice: aspectos biopsicossociais. Porto Alegre:
Artes Médicas Sul, 2000.
Mitos e verdades sobre a terceira idade 37
Autoestudo
Coloque verdadeiro (V) ou falso (F):
Segundo Vieira (2001), temos o seguinte pensamento que nos diz que o
imaginário é:
( ) O imaginário coletivo é um conjunto de crenças conceitos, ideias
verdadeiras ou não, que determinam atitudes, modas da sociedade.
( ) O imaginário coletivo não representa um conjunto de crenças
conceitos, ideias verdadeiras ou não que determinam atitudes, modas
da sociedade.
( ) O imaginário coletivo é um conjunto de crenças conceitos, ideias
verdadeiras que determinam atitudes, modas da sociedade.
( ) O imaginário coletivo é um conjunto somente de ideias verdadeiras
que determinam atitudes, modas da sociedade.
Resposta:
Letra “a”
4
A família e o idoso
O tema ora proposto sobre família pode ser abordado sob múltiplos aspectos,
tais como o social, o histórico, o antropológico, o sociológico, o psiquiátrico, o
jurídico, entre outros. Mais particularmente neste estudo, queremos aprofundar
o aspecto social. Entendemos que a família representa um complexo sistema de
relações e interações entre seus membros no espaço em que se encontra, a forma
e a dinâmica de seu funcionamento influencia cada indivíduo em seu próprio
desenvolvimento comunitário e social, refletindo a situação e o poder que ela
possui em cada época histórica.
A família poderá representar o lugar do reconhecimento da diferença,
do aprendizado das uniões dos rompimentos, o espaço das trocas afetivo-
emocionais da construção da identidade social de cada indivíduo. A família,
etimologicamente falando, é um termo originado do latim famulus, que tem
como significado: conjunto de servos, a esposa e os filhos de um senhor. A
definição de família passa por uma reflexão ampla.
Segundo Minuchin (1982), a família é uma unidade social que enfrenta uma
série de tarefas, tendo como finalidade ser uma matriz do desenvolvimento
psicossocial de seus membros. Os objetivos da família são fatores da maior
importância no curso da história do indivíduo (NICHOLS, 1998). A família é
um sistema aberto e que está continuamente em um processo de transformação.
E. Durkheim afirmava que a família contemporânea funcionava como um
espaço relacional, progressivamente construída como um espaço privado no
interior do qual os membros sentiram uma vontade crescente de estar juntos, de
40 A família e o idoso
partilhar uma intimidade, tendo-se tornado cada vez mais sensíveis à qualidade
das relações (VAN CUTSEM, 2001).
Para Romanelli (1991) a família brasileira se define da seguinte maneira:
Como vemos, pelas definições citadas acima, a noção de família pode ser
apreendida de forma ampla, incluindo os avós, tios e primos, ou na forma
de unidade familiar residencial. A literatura está repleeta de definições,
apontando a uma infinidade de concepções sobre família, como, por exemplo,
a ideia de “parentes que vivem sob o mesmo teto”. Os estudos históricos da
evolução da humanidade demonstram que o ser humano, para garantir a
perpetuação da espécie, necessitou organizar a filiação biológica, direcionando
ao que entendemos hoje por família. Nesse sentido, entendemos também que a
organização social do grupo familiar é uma representação psíquica e emocional
que estimula a necessidade de o casal ter sua prole, seja ela biológica ou por
adoção, através da direção jurídica para cada caso.
A relação entre pais e filhos traz como consequência direitos e deveres para
cada um. Os pais, ao realizarem seus sonhos através de projetos parentais,
depositam naquele ser que acaba de nascer, ou através de processo judicial de
adoção, a possibilidade de materializarem um projeto de família. Por outro lado,
estes pais deverão cumprir com os deveres inerentes à sua responsabilidade
parental.
A Constituição Federal de 1988 introduziu de forma clara algumas
atualizações, como o conceito de “entidade familiar”, que inclui a união estável
entre o homem e a mulher e pode também representar a comunidade formada por
qualquer dos pais e seus descendentes (art. 226, §§ 3º e 4º). Trata-se das formas
que podem ser assumidas pela “entidade familiar”, não necessitando para muitos
da realização da celebração de casamento. Outro aspecto refere-se a “família
A família e o idoso 41
Mudanças de segunda
Processo emocional
Estágio do Ciclo ordem no status familiar,
de transição:
de Vida Familiar necessárias para prosseguir
princípio-chave
no desenvolvimento
2. A união de famílias Comprometimento a. Formação do sistema marital;
no casamento – o como um novo b. Realinhamento dos
novo casal sistema. relacionamentos com as famílias
ampliadas e os amigos para incluir
o cônjuge.
3. Famílias com ilhos Aceitar novos a. Ajustar o sistema conjugal para
pequenos membros no sistema. criar espaço para o(s) ilho(s);
b. Unir-se nas tarefas de educação
dos ilhos, nas tarefas inanceiras
e domésticas;
c. Realinhamento dos
relacionamentos com a família
ampliada para incluir os papéis de
pais e avós.
4. Famílias com ilhos Aumentar a a. Modiicar os relacionamentos
adolescentes lexibilidade das progenitor-ilho para permitir ao
fronteiras familiares adolescente movimentar-se para
para incluir a dentro e para fora do sistema;
independência dos b. Novo foco nas questões
ilhos e a fragilidade conjugais e proissionais do meio
dos avós. da vida;
c. Começar a mudança no sentido
de cuidar da geração mais velha.
5. Lançando os ilhos Aceitar várias saídas a. Renegociar o sistema conjugal
e seguindo em frente e entradas no como díade;
sistema familiar. b. Desenvolvimento de
relacionamentos de adulto para-
adulto entre os ilhos crescidos e
seus pais;
c. Realinhamento dos
relacionamentos para incluir
parentes por ainidades e netos;
d. Lidar com incapacidades e
morte dos pais (avós).
A família e o idoso 43
Mudanças de segunda
Processo emocional
Estágio do Ciclo ordem no status familiar,
de transição:
de Vida Familiar necessárias para prosseguir
princípio-chave
no desenvolvimento
6. Famílias no estágio Aceitar a mudança a. Manter o funcionamento e os
tardio da vida dos papéis interesses próprios e/ou do casal
geracionais. em fase do declínio isiológico;
b. Apoiar um papel mais central
da geração do meio;
c. Abrir espaço no sistema para
a sabedoria e a experiência dos
idosos, apoiando a geração mais
velha sem superfuncionar por ela;
d. Lidar com a perda do cônjuge,
irmãos e outros iguais e preparar-
se para a própria morte;
e. Revisão e integração da vida.
Fonte: Carter & McGoldrick, 1995, p.17.
Referência comentada
BORGES, Angela. Família, gênero e gerações contemporâneas. Porto Alegre:
Paulinas, 2007.
A obra se insere na coleção Família na sociedade contemporânea nascida
em colaboração com o Programa do Mestrado em Família na Sociedade
Contemporânea (www.ucsal.br), da Universidade Católica do Salvador, a partir
do seminário “Família Contemporânea: desafios à intimidade e à inclusão
social”.
Referências
CARTER, B.; GOLDRICK, M. M. C. As mudanças no ciclo de vida familiar:
uma estrutura para a terapia familiar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, 1988.
DURKHEIM, E. Lições em sociologia. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
MINUCHIN, S. Família: funcionamento e tratamento. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1982.
ROMANELLI, G. Família de camadas médias: a trajetória da modernidade.
Ribeirão Preto, 1986.
SANTOS, Wanderley. Razões da desordem. Rio de Janeiro: Rocco, 1989.
A família e o idoso 47
Autoestudo
Coloque verdadeiro (V) ou falso (F):
( ) Os objetivos da família são fatores da maior importância no curso da
história do indivíduo (NICHOLS, 1998). A família é um sistema fechado
e que está continuamente em um processo de transformação.
( ) Entendemos que a configuração por parentesco poderá se configurar
entre os indivíduos vinculados pelo mesmo sangue. Existem grupos
de parentesco caracterizados por serem legítimos pelo casamento e os
ilegítimos, que poderão proceder do casamento.
( ) A família poderá representar o lugar do reconhecimento da diferença,
do aprendizado das uniões dos rompimentos, o espaço das trocas
afetivo-emocionais, da construção da identidade social de cada
indivíduo.
( ) Segundo Minuchin (1982), a família é uma unidade social que
enfrenta uma série de tarefas, tendo como finalidade ser uma matriz
do desenvolvimento psicossocial de seus membros.
( ) É na família que se estabelece o aprendizado dos valores através das
gerações, é o espaço onde estabelecemos vínculos fortes, é na família
que herdamos todo um acervo cultural de imagens e representações
simbólicas que comporão nossa identidade histórica e social.
( ) É na família que está representado o espaço mais íntimo e necessário
para o desenvolvimento da personalidade da criança e do adolescente,
para o acolhimento da pessoa idosa, muitas vezes na condição de
avós.
48 A família e o idoso
Respostas:
F, F, V, V, V, V, V, F
5
Serviço Social neste cenário é considerado, portanto, para esta população, como
um profissional que possui a capacidade de realizar mediações, auxiliando-o e
subsidiando-o através de encaminhamentos necessários para a concretização
dos direitos. Estes encaminhamentos requerem um trato jurídico, exigindo do
profissional conhecimentos constitucionais e estatutários necessários para a
organização social na vida do idoso. Segundo Faleiros (1985):
Referência comentada
O Estatuto do Idoso – Lei n. 10.741 – 2003.
Este documento legal, revela o esforça da sociedade e do movimento da
terceira idade em dispor de mecanismos legais que venha ao encontro da garantia
minimamente das condições sociais e legais para uma vida digna.
Aspectos legais aos direitos dos idosos 59
Referências
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, promulgada
aos 3 de outubro de 1989, 6.ed. Livraria do Advogado, Porto Alegre/RS.
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. 27.ed.
Saraiva, São Paulo, 2001.
Estatuto do Idoso, Lei n. 10.741 – 2003.
FALEIROS, Vicente de Paula. Serviço Social: questões para o futuro. Revista
Serviço Social e Sociedade. São Paulo, Cortez, n.50, 1985.
________. Estratégias em Serviço Social. São Paulo: Cortez, 1997.
LEGISLAÇÃO. Idosos. 2.ed. Brasília, 1999.
LOAS – Lei Orgânica da Assistência Social – Lei n. 8.742 – 1993.
Política Nacional do Idoso, através da Lei Federal n. 8.842, de 4 de janeiro
de 1994.
TÜRCK, Maria da Graça Maurer Gomes. Serviço Social jurídico: perícia
social no contexto da infância e da juventude. Campinas: Livro Pleno, 2000.
________. Rede interna e rede social: o desaio permanente na teia das
relações sociais. Porto Alegre: Tomo, 2001.
Autoestudo
Caro aluno, como vemos no Brasil, existe uma série de mecanismos legais
que vão ao encontro de garantirmos na sociedade as condições mínimas
de sobrevivência para as pessoas na terceira idade, desde os compromissos
assumidos pela família, pela comunidade até a reafirmação das obrigações do
Estado no amparo ao idoso via políticas sociais. Sendo assim, faça uma pesquisa
sobre as diretrizes legais municipais que amparam os idosos de seu município e
também procure investigar o que fala a Constituição Estadual do Estado onde
você vive. Assim, você terá um estudo completo sobre o aparato legal, para
propor uma ação interventiva pautada na lei.
6
(...) nós construímos uma rede, uma rede pessoal, a partir da minha
pessoa (...), eu construí uma rede para o Serviço Social do município,
porque eu assumi esta vaga da colega anterior que saiu, e talvez por
questões de personalidade, algumas portas para ela eram fechadas, e
| 6 Os nomes das assistentes sociais apresentados neste estudo são ictícios, para se garantir a
privacidade dos proissionais envolvidos na pesquisa.
64 Redes de proteção: sua importância na vida do idoso
Falta apoio da rede, não tem, simplesmente não tem para onde
encaminharmos as pessoas idosas que procuram atendimento a
droga e álcool, não temos, por exemplo, no município convênios
com fazendas de recuperação, daí o CAPS aqui do município também
não aceita álcool e drogas, da mesma forma acontece de nós termos
pessoas idosas com problemas mentais e que não acessam o CAPS,
e também não podem ficar aqui, e aí temos a questão do problema
mental, outros em estado terminal por causa do HIV. Enfim, tem
uma série de casos e nós não temos estrutura para lidar, não é nossa
função, é da saúde, chegam aqui sem nenhum hábito de higiene
devido aos problemas mentais, a gente aceita ele aqui alguns dias
e depois tem que ir para a rua – Assistente social Maria do Rosário.
(OLIVEIRA, 2008, p.21)
entendemos que cada situação pontual demandada pelo usuário está conectada
diretamente com o universo mais amplo da sociedade, necessitando, muitas
vezes, do empenho de todas as áreas do conhecimento para somarem forças
no sentido de o usuário superar suas necessidades, encontrando a resolução
das demandas.
A vida das pessoas está inserida nas mais diversas esferas da vida social,
atuando de um modo diverso na condição de dominadores e outros de
dominados. Esta relação de poder passa a assumir uma relação dinâmica,
conforme vão se estabelecendo as diversas representações sociais que cada
sujeito estabelece. Como vimos, estas relações sociais vão sendo constituídas
diacronicamente ao longo de um processo, e nesta dinâmica muitas pessoas
vão sofrendo perdas objetivas (materiais) e subjetivas (percepção de si mesmas,
valores), levando a uma autoestima baixa, fazendo com que o acolhimento
realizado institucionalmente seja o primeiro processo de inclusão social.
O poder dá às pessoas um status social e uma segurança no estabelecimento
das relações. Oliveira (2008, p.12) apresenta a fala da assistente social Maria
do Rosário, que nos faz refletir sobre a importância do acolhimento7 que o
assistente social estabelece quando o usuário chega na instituição, pois desta
maneira estamos, através do processo de trabalho, garantindo ao usuário um
significado social, valor:
Quando estamos fazendo uma intervenção, temos que ter claro que,
se existe uma rede constituída, temos que conhecê-la, saber como
ela se estabelece, como são estes serviços, sejam estes de grande ou
de pequena abrangência, a rede é muito falha às vezes, então acho
que isto é um limite, porque tu não está podendo às vezes atender
a demanda que surge, estar podendo fazer um encaminhamento,
estar podendo fazer com que o usuário acesse um outro serviço
que possibilite o atendimento daquela necessidade, então isto é
um limite bem grande que temos que superar, ter que trabalhar
| 7 Acolhimento não é, pois, apenas tratar bem o paciente e direcioná-lo dentro do sistema de
saúde; transpassa uma simples conduta proissional e constitui-se em uma característica do
serviço ou uma sempre presente virtualidade de genuína escuta e de espaços de subjetivação.
Esse ponto parece ser fundamental para a possibilidade criativa e de mudança, de inversão da
lógica vigente de organização dos serviços de saúde (GASTAL e GUTFREIND, p.135, 2007).
Redes de proteção: sua importância na vida do idoso 69
Enquanto rede, tenho tentado participar, não é muito fácil, acho que a
permanência de uma rede é sempre difícil, quem trabalha com rede sabe
disto, é difícil manter, a gente sempre participa e tenta ter presença
efetiva, nos fóruns representativos, apesar de isto ser cansativo e de
achar que às vezes a coisa não vai, a gente está sempre participando.
Nós temos uma reunião da Rede Ampliada que junta todas entidades
que atendem a população carenciada, que é no (...), que envolve as
entidades governamentais e não governamentais, e nós temos a rede
municipal, que se reúne uma vez por mês, a gente tem a nível local
alguns contatos, com dificuldade na região, os profissionais que atuam
nesta área são do Serviço Social, a gente não tem uma amplitude maior
de outros técnicos, as equipes são muito reduzidas – Assistente social
Maria da Luz. (OLIVEIRA, 2008, p.43)
Eu acho que nós, assistentes sociais, temos que estar sempre levando
na rede a realidade desta população, estar discutindo a vida destas
pessoas e os processos de exclusão, da negação de atendimento
a estas pessoas, tenho um colega que fala muito o significado de
estarmos trabalhando “da porta pra fora”, pra gente poder estar
construindo esta rede, estar colocando um pouco desta experiência
que a gente possui, para poder estar ampliando estes serviços que
são poucos, para estar construindo esta rede de uma maneira mais
ampla. (OLIVEIRA, 2008, p.45)
Redes de proteção: sua importância na vida do idoso 73
Referência comentada
GOHN, Maria da Glória. Movimentos sociais e redes de mobilizações civis no
Brasil contemporâneo. Petrópolis: Vozes, 2010.
Esta obra nos oportuniza visualizar a importância da construção de redes de
mobilização tanto dos movimentos sociais como da sociedade de modo geral,
e com esta rede fortalecida compreenderemos a força da mudança para um
mundo melhor e mais igualitário.
Referências
FALEIROS, Vicente de Paula. Estratégias em Serviço Social. São Paulo:
Cortez, 1999.
IAMAMOTO, Marilda Vilela. O Serviço Social na contemporaneidade:
Trabalho e Formação Proissional. 3.ed. São Paulo: Cortez, 2000.
MARTINELLI, Maria Lúcia (org.). O Serviço Social e as demandas na
contemporaneidade. Porto Alegre: PUCRS, 1999. Palestra proferida na
Faculdade de Serviço Social.
OLIVEIRA, Jairo da Luz. A vida cotidiana do idoso morador de rua: as
estratégias de sobrevivência da infância à velhice – um círculo da pobreza a
ser rompido. Canoas: Ed. ULBRA, 2003.
OLIVEIRA, Jairo da Luz. O processo de trabalho do Serviço Social na sua
abordagem com moradores de rua. Tese de Doutorado – PUC/RS – 2008.
TÜRCK, Maria da Graça Maurer Gomes. Rede interna e rede social: o desaio
permanente na teia das relações sociais. Porto Alegre: Tomo, 2001.
VASCONCELOS, Eduardo Mourão. Serviço Social e interdisciplinaridade:
o exemplo da saúde mental. In: _______. Saúde mental e Serviço Social. O
desaio da subjetividade e a interdisciplinaridade. São Paulo: Cortez, 2000.
Redes de proteção: sua importância na vida do idoso 75
Autoestudo
Coloque verdadeiro (V) ou falso (F):
( ) O poder que o estatuto da cidadania confere a todas as pessoas que
vivem em uma sociedade democrática é imprimir, no processo de
trabalho do assistente social e dos demais profissionais envolvidos, a
prática do reconhecimento do caráter histórico, político e social em
que estamos implicados.
( ) O entendimento do “emporwerment” no trabalho em rede seria o
“aumento de poder pessoal e coletivo de indivíduos e grupos sociais
submetidos a relações de opressão e de dominação” (VASCONCELOS,
2000, p.14), este é um valor menos importante a ser garantido no
processo de trabalho em rede pelos profissionais implicados neste
processo.
( ) Quando trabalhamos com população idosa em condições de abandono
social e de saúde, buscamos dar significados que foram retirados
destes sujeitos, destituídos, perdidos ao longo de uma trajetória
histórica de vida, no processo de fragilização em que foram e ou estão
envolvidos.
( ) As relações de poder permeiam a vida das pessoas em um plano
menor de convívio na sociedade, bem como na vida particular e
cotidiana das pessoas, estando estes mesmos sujeitos vivendo na
dualidade dominação/submissão. A palavra “poder”, em sua concepção
primordial, “é a capacidade exímia de produzir efeitos ou, ao menos,
que possibilita a ação” (FALEIROS, 1997, p.43).
( ) O profissional pode, na rede, através de sua iniciativa e das possibilidades
de decisão de que ele está investido, articular e incentivar esta reflexão
dialogada sobre responsabilidades e papéis que cada um possui no
conjunto das forças mobilizadoras que a dimensão do coletivo possui
através do trabalho coletivo e em rede para responsabilizar o poder
público, “forçando” de alguma maneira a criação de ações de trabalho
interdisciplinar, garantindo com intencionalidade de prática o melhor
atendimento para o usuário.
76 Redes de proteção: sua importância na vida do idoso
Respostas:
V, F, V, F, V
7
Por mais que seja grande o esforço destes idosos em buscar uma atividade
que lhes garanta o seu sustento, a maioria das vezes as chances de conseguirem
uma atividade é quase nula, pois a comunidade em geral não se sente segura em
contratá-los, devido aos valores a eles atribuídos serem de desqualificação. A
sociedade ainda não conseguiu estabelecer o respeito à adversidade, impedindo
que os sujeitos, ditos “diferentes do padrão estabelecido” consigam se realizar.
Heller (1989) afirma: “Todo preconceito impede a autonomia do homem,
ou seja, diminui sua liberdade relativa diante do ato de escolha, ao defrontar
e, consequentemente, estreitar a margem real de alternativa do indivíduo”
(1989, p.59).
A violência do preconceito contra o idoso no contexto urbano:
82 o idoso morador de rua, uma expressão da questão social
Constata-se que tanto a pessoa que vive do lixo como o idoso de rua sofrem
esta situação de discriminação por não estarem enquadrados nos valores
estipulados pela sociedade, mas sim classificados na maioria das vezes como
malfeitores, oportunistas, e que podem representar ameaças. Ao assistente
social, particularmente, compete-lhe, em seu código de ética: ... o empenho
na eliminação de todas as formas de preconceito, o respeito à diversidade, à
participação de grupos socialmente discriminados e à discussão das diferenças.
Na fala desta idosa percebe-se o esforço realizado para a garantia de seu
trabalho:
que estes idosos enfrentam. Na vida adulta, muitos deste idosos continuaram
de uma forma errante a buscar no trabalho a sua sobrevivência. Acredita-se
que muitos tiveram esta vida nômade pelo fato de quererem realizar sonhos,
saírem desta condição de pobreza em que se encontravam, mesmo que para isso
tivessem que romper com seus vínculos familiares, afetos, suas culturas e todo
um universo de relações.
Estas lacunas percebidas e que foram deixadas para trás poderiam ter
contribuído de alguma maneira para que este idoso não chegasse a esta condição
de mendicância. O fato de buscarem, na vida adulta, o trabalho itinerante não
possibilitou que estes idosos pudessem criar raízes e estruturar suas vidas para
que o amanhã não fosse tão desprovido de recursos. Muitos destes idosos, na
vida adulta, demonstraram não ter a capacidade de manter uma vinculação
afetiva, demonstrando que os traumas ocasionados na infância podem ter
sido agentes motivadores desta situação. Estes, quando não atendidos, podem
tornar-se problemas futuros.
Muitos idosos moradores de rua não conseguiram manter um relacionamento
estável com seus pares, deixando para trás companheiros, companheiras, filhos,
filhas e outros. Percebe-se então o nível de prejuízos que estes sujeitos tiveram
ao longo de suas vidas.
Outras questões que foram detectadas neste estudo proposto por Oliveira
(2003) e que provocam inseguranças são perdas relacionadas durante a história
de trabalho. Constatou-se que, ao longo da vida adulta, muitos deste idosos
buscaram o trabalho informal, não este trabalho de abrangência, o “Work”, como
Agnes Heller (1999) descreve, tendo como finalidade atingir-se uma necessidade
social, resultando de objetivações genéricas e que venham a ser universalizadas,
mas o trabalho como forma de sobrevivência ou, se diria, o “puro labor”.
Nesta trajetória, muitos desconheciam a necessidade de registrar em
documento próprio como carteira de trabalho as suas presenças nestes locais de
trabalho formal, repercutindo de uma forma negativa na velhice desamparada
o fato de não conseguirem comprovar os anos trabalhados, restando para
muitos, somente o salário de prestação continuada para idosos acima de sessenta
anos.
Ao despontar então a vida na velhice, estes sujeitos cansados, sem as forças
físicas, não possuem seu bem maior, ou seja, a possibilidade de vender sua força
A violência do preconceito contra o idoso no contexto urbano:
86 o idoso morador de rua, uma expressão da questão social
Referência comentada
OLIVEIRA, Jairo da Luz. A vida cotidiana do idoso morador de rua: as
estratégias de sobrevivência da infância à velhice – um círculo da pobreza a
ser rompido. Canoas: Ed. ULBRA, 2003.
Esta obra revela a vida cotidiana do idoso morador de rua, uma realidade
marcada pelo abandono e o preconceito. Dez idosos participantes de uma
pesquisa de mestrado apontam como é viver nesta condição, falam de suas vidas
desde a tenra infância de privações, sacrifícios, da alegria do lar, da saudade dos
pais que somente a memória e o coração conseguem guardar. A fala nobre destes
dez idosos entrevistados pelo pesquisador, todos com mais de sessenta anos é
marcada com um vigor quase insuportável de luta para sair desta condição social.
A fala destes idosos revela uma vontade muito grande de retornar ao trabalho
como forma de saírem da condição de rua.
A violência do preconceito contra o idoso no contexto urbano:
88 o idoso morador de rua, uma expressão da questão social
Referências
HELLER, Agnes. Teoria dos sentimentos – A heory of Feelings (Título
original). 3.ed. Barcelona, Espanha: Fantamara S.A. – Editora, 1985.
________. Ética – General – General Ethics. Madri, Espanha: Dim
Impresseres, 1995.
________. O cotidiano e a história. Allag und Geschichte (Título original).
3.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989.
JUNCÁ, Denise; GONÇALVES, Marilene Parente; AZEVEDO, Verônica
Gonçalves. A mão que obra no lixo. Niterói: Eduf, 2000.
OLIVEIRA, Jairo da Luz. A vida cotidiana do idoso morador de rua: as
estratégias de sobrevivência da infância à velhice – um círculo da pobreza a
ser rompido. Canoas: Ed. ULBRA, 2003.
PAIVA, Beatriz Augusto de. Algumas considerações sobre ética e valor.
In: BONETTI, Dilséia Adeodata. Serviço Social e ética. São Paulo: Cortez,
1998.
SPOSATI, Aldaísa. Mínimos sociais e seguridade social: uma revolução
da consciência da cidadania. Revista Serviço Social e Sociedade. São Paulo:
Cortez, n.55, 1997.
_______. A menina Loas: um processo de construção da assistência social.
São Paulo: Cortez, 2004.
SPOSATI, Aldaiza de Oliveira; BONETTI, Dilsea Adeodata; YASBEK,
Maria Carmelita; FALCÃO, Maria do Carmo B. Carvalho. Assistência na
trajetória das políticas sociais brasileiras: uma questão de análise. 3.ed. São
Paulo: Cortez, 1987.
Autoestudo
Coloque verdadeiro (V) ou falso (F):
( ) A realidade vai se expressando com contornos de competitividade de
uns para com os outros, a disputa instaura-se nas relações sociais e
reafirma-se um afrouxamento nas relações sociais, intensificado pela
indiferença e pela intolerância.
A violência do preconceito contra o idoso no contexto urbano:
o idoso morador de rua, uma expressão da questão social 89
Respostas:
V, F, V, V, F, V, V, V
8
pessoas. Segundo Iamamoto (2005), a autora, através da citação abaixo, nos fala
sobre o objeto de trabalho do Serviço Social mencionando:
Elas representam 55,8% das pessoas com mais de 60 anos. Segundo o IBGE, a
taxa de expectativa de vida no Brasil ainda é menor que a da América Latina
e do Caribe (73,9 anos), só ficando à frente da Ásia (69,6 anos) e da África (55
anos). Na América do Norte a taxa fica em 79,7 anos. Os níveis mais baixos da
taxa de fecundidade se encontram nos estados da Região Sudeste, sobretudo no
Rio de Janeiro e Minas Gerais, com 1,63 e 1,67 filho por mulher respectivamente.
Com relação a cor ou raça, segundo o IBGE, a taxa de fecundidade das mulheres
brancas (1,63 filhos) era menor do que a das negras ou pardas (2,20).
A pesquisa mostra que o aumento da esperança de vida ao nascer e a
queda da fecundidade no país têm feito subir o número de idosos, que passou
entre 1999 e 2009 de 6,4 milhões para 9,7 milhões. Em termos percentuais, a
proporção de idosos na população subiu de 3,9% para 5,1%. Em compensação,
no mesmo período, caiu o número de crianças e adolescentes de 40,1% para
32,8%, estreitando o topo da pirâmide etária brasileira.
Vejamos mais algumas informações sobre o processo de envelhecimento
em nosso país: segundo alguns estudos9, até o final desta década, o Brasil ainda
terá uma proporção de idosos na população (6%) bastante inferior à média dos
países europeus (17%), que hoje já vivenciam em larga escala os problemas
decorrentes de se ter uma significativa parcela da população com 60 anos ou
mais. Teremos no ano 2025 a proporção de 14% de pessoas com 60 ou mais
anos, no Brasil, inferior à média dos países europeus na mesma época (25%),
colocando para o Brasil os mesmos problemas que hoje são enfrentados em
alguns países europeus. Segundo Berzins (2003):
| 9 Rev. Saúde Pública, vol.21, n.3, São Paulo, Jun 1987. DOI: 10.1590/S0034-
89101987000300006
94 Uma análise sobre a realidade social do idoso no Brasil
Fonte: i) Para o período 1940 a 2000: Camarano et al. (2005). ii) Para o período 2010 a 2040:
Camarano et al. (2008). Elaboração: Disoc/Ipea.
Tabela 2 – Brasil: população idosa (60 anos ou mais), por grupos de renda
de 0 a 1/2 salário mínimo (SM), segundo faixa etária (2007)
(Em %)
Referência comentada
ANTUNES, Ricardo. Adeus ao trabalho? Ensaios sobre as metamorfoses do
mundo do trabalho. São Paulo: Cortez, 1999.
Esta obra é um ensaio sobre as metamorfoses, e a centralidade do trabalho
procura oferecer, com o olhar situado num canto particular de um mundo
marcado por uma globalidade desigual articulada, alguns elementos e contornos
básicos presentes no debate sobre o significado da classe trabalhadora.
Referências
ANTUNES, Ricardo. Adeus ao trabalho? Ensaios sobre as metamorfoses e a
centralidade do mundo do trabalho. 6.ed. Campinas: Cortez, 1999.
CASTEL, Robert. As metamorfoses da questão social. Uma crônica do salário.
Petrópolis: Vozes, 2004.
IAMAMOTO, Marilda V. O Serviço Social na contemporaneidade. 3.ed. São
Paulo: Cortez, 2000.
SPOSATI, Aldaísa. Mínimos sociais e seguridade social: uma revolução
da consciência da cidadania. Revista Serviço Social e Sociedade. São Paulo:
Cortez, n.55, 1997.
______. A menina Loas: um processo de construção da assistência social.
São Paulo: Cortez, 2004.
SPOSATI, Aldaiza de Oliveira; BONETTI, Dilsea Adeodata; YASBEK,
Maria Carmelita; FALCÃO, Maria do Carmo B. Carvalho. Assistência na
trajetória das políticas sociais brasileiras: uma questão de análise. 3.ed. São
Paulo: Cortez, 1987.
VASCONCELOS, Eduardo Mourão. Serviço Social e Interdisciplinaridade:
o exemplo da saúde mental. In: _______. Saúde mental e Serviço Social. O
desaio da subjetividade e a interdisciplinaridade. São Paulo: Cortez, 2000.
Uma análise sobre a realidade social do idoso no Brasil 101
Autoestudo
Coloque verdadeiro (V) ou falso (F):
( ) Os trabalhadores vão sendo fragmentados, tornando-se frágeis e
vivendo no cotidiano de suas vidas as dificuldades inerentes desta
condição, a partir de nossos conceitos e pré-conceitos aceitos e
legitimados socialmente.
( ) O Serviço Social a partir desta realidade é solicitado a desempenhar seu
trabalho, nos mais diferentes processos de trabalho, na intermediação
dos direitos sociais.
( ) A percepção da totalidade é fundamental, para propor alternativas e
compreender a realidade social na vida cotidiana das pessoas.
( ) A questão social representa o resultado estabelecido a partir dos
conflitos inerentes da relação capital e trabalho da sociedade capitalista,
traduzindo fenômenos sociais e particulares, na vida cotidiana das
pessoas.
( ) Segundo Cerqueira (1982), questão social não representa somente
o conjunto de problemas políticos, sociais e econômicos que o
surgimento da classe operária impõe no curso da constituição do
sistema capitalista.
( ) Percebe-se que a mudança ocorrida no mundo do trabalho afeta a
todos os trabalhadores de maneira geral, mas os trabalhadores que vão
chegando nesta fase da vida (em torno de 45 anos), já estão sofrendo
o preconceito da idade, alterando as estruturas socioeconômicas,
incidindo diretamente sobre a subjetividade da população que está ou
vai enfrentar o seu processo de envelhecimento.
Respostas:
V, V, V, V, F, V
9
ação. Isso não significa, no entanto, que o assistente social perderá o verdadeiro
foco da intervenção. Este foco se mantém através da proposta expressa no seu
código de ética, que se materializa no seu plano de trabalho, com vistas a fazer
com que o usuário se reconheça como sujeito, valorizando-se e assumindo a
sua cidadania.
O processo de trabalho do Serviço Social, nesse sentido, implica fatores
diversos como intenções, estratégias de planejamento e execução, buscando aliar
possibilidades e alternativas que envolvam as demandas apresentadas. Portanto,
o assistente social transforma-se em um agente que interfere e age diretamente
como mediador, na busca dos direitos do usuário.
Nesse sentido, o Serviço Social não pode agir de uma forma isolada,
repetimos, deverá envidar esforços no sentido de estabelecer trocas de
pareceres, compartilhar ideias e intenções com os demais profissionais. Na
contemporaneidade, torna-se essencial o trabalho do assistente social, pelo seu
caráter reflexivo/propositivo. Vasconcelos (1997) nos faz pensar a respeito da
prática profissional do assistente social, enquanto prática de caráter reflexiva,
crítica, criativa, politizante e também educativa/propositiva que aponte para a
ruptura com o instituído, que coloca permanentemente em questão as relações
que envolvem vários sujeitos: usuário, profissional, Estado e sociedade.
Uma prática vinculada aos interesses e necessidades da população que
demandam os serviços sociais públicos. Um profissional atento, que busca fazer
uma prática reflexiva como base em seu código de ética, que busca possibilitar
à socialização da informação como uma vertente de indagação e ação sobre a
realidade social.
Vasconcelos (1997) afirma que é possível dizer que o processo de trabalho do
assistente social inicia no momento em que este se vincula a uma instituição, tem
contato com a realidade apresentada e observa os limites e possibilidades de seu
caráter interventivo, relacionando-se sempre com os obstáculos inerentes desta
sociedade capitalista, buscando encontrar alternativas possíveis de trabalho.
Como vimos, a articulação entre teoria, processo de conhecimento e
intencionalidade de prática interventiva é o que dá corpo ao processo de trabalho
do Serviço Social. Esta ação interventiva necessitará de meios de trabalho para
a operacionalização do trabalho profissional. Os meios de trabalho definirão a
forma concreta em que o assistente social se movimentará para alcançar os fins
106 O trabalho do Serviço Social com as expressões da questão social
que seu trabalho se propõe. É aqui que deveremos montar estratégias necessárias
de convencimentos e conquistas junto aos que dirigem os espaços que o assistente
social ocupa, pois, muitas vezes, estes espaços se apresentam deficitários, sem as
mínimas condições de se garantir a privacidade do trabalho profissional com o
usuário. Aos poucos, de forma “homeopática”, vamos mostrando que o trabalho
do assistente social requer os meios mínimos de condições de trabalho para
conseguirmos garantir a sua efetividade.
Outro elemento que incide diretamente no trabalho do assistente social é a
conjuntura social construída historicamente e que permeia a vida da sociedade e
das relações. As condições políticas, as forças e os poderes instituídos, os recursos
humanos são condicionantes diretos que influenciam o desenvolvimento da
ação interventiva do assistente social. O assistente social dispõe de uma relativa
autonomia no seu fazer profissional, necessitando articular o seu processo de
trabalho com os demais processos de trabalho garantidos institucionalmente
para a produção de um resultado final. Iamamoto (2000) nos faz refletir sobre
este ponto afirmando:
Referência comentada
FERRARINI, Adriane Vieira. Pobreza – possibilidades de construção de
políticas emancipatórias. São Leopoldo: Oikos, 2003.
Esta obra nos possibilita refletir sobre a condição de pobreza que assola a
vida das comunidades, refletindo sobre a possibilidade de construirmos políticas
emancipatórias para um mundo mais justo e igualitário.
Referências
FERRARINI, Adriane Vieira. Pobreza – possibilidades de construção de
políticas emancipatórias. São Leopoldo: Oikos, 2003
IAMAMOTO, Marilda Vilela. O Serviço Social na contemporaneidade:
trabalho e formação proissional. 3.ed. São Paulo: Cortez, 2000.
VASCONCELOS, Eduardo Mourão. Serviço Social e interdisciplinaridade:
o exemplo da saúde mental. In: _______. Saúde mental e Serviço Social. O
desaio da subjetividade e a interdisciplinaridade. São Paulo: Cortez, 2000.
O trabalho do Serviço Social com as expressões da questão social 113
Autoestudo
Coloque verdadeiro (V) ou falso (F):
( ) Procurar, de forma cautelosa, realizar uma leitura da realidade que
oportunize intervir da melhor maneira sobre a realidade, não naquilo
que sobressai pela aparência das coisas mesmas, mas buscar a essência
da realidade, eis a meta a ser alcançada, pois esta se apresenta de várias
formas.
( ) Ter a capacidade de escutar, acolher as demandas de forma serena,
observar a realidade a partir das coisas simples, valorizando
também aquilo que demanda uma maior atenção, faz parte do fazer
profissional.
( ) A interdisciplinaridade, enquanto princípio mediador entre diferentes
saberes, não poderá ser percebida como algo que iniba potencialidades,
mas, pelo contrário, deverá ser elemento teórico-metodológico
construído no coletivo institucional.
( ) A interdisciplinaridade é uma maneira criativa de juntar potencialidades,
onde cada disciplina do conhecimento oportunizará a descoberta de
novos caminhos a serem percorridos.
( ) O processo de trabalho do Serviço Social, neste sentido, implica
fatores diversos, intenções, estratégias de planejamento e execução,
buscando aliar possibilidades e alternativas, que envolvam as demandas
apresentadas.
( ) O assistente social, através da pesquisa, é um profissional que busca
compreender as condições sociais em que se configuram as expressões
da questão social na vida das pessoas, e aqui, em particular as que se
encontram na terceira idade, sejam estas na particularidade dos espaços
que as mesmas ocupam ou no contexto coletivo em que a sociedade
vai se construindo.
114 O trabalho do Serviço Social com as expressões da questão social
Respostas:
V, V, V, V, V, V, V
10
As instituições e o trabalho
do Serviço Social com grupos
de terceira idade
O Serviço Social é uma profissão que possui uma dimensão política, e esta
dimensão está presente no seu exercício profissional através da garantia de
direitos. Sabemos que a ação interventiva do assistente social se materializa
no cotidiano da vida social através da sua condição de trabalhador livre ou
profissional liberal. Por outra, sabemos que a grande maioria dos assistentes
sociais ocupam a condição de trabalhadores assalariados, dependendo, assim,
das instituições para que os contratem. Quando assim ocorre, o assistente social,
através da sua força de trabalho, que é a própria mercadoria que ele vende,
necessita de condições sociais e institucionais para que sua força de trabalho se
efetive. O assistente social vende a sua força de trabalho em troca de salário.
Para que esta mercadoria, que é a própria força de trabalho do assistente
social, possa ser utilizada pela instituição, é necessária a mobilização de meios
de trabalho para que o profissional atinja seu determinismo social. Nesse
sentido, as instituições possuem um papel fundamental na garantia dos meios
de trabalho para que os diferentes processos de trabalho por ela contratados
possam se efetivar, particularmente o processo de trabalho do assistente social.
Entendemos que as instituições possuem um papel fundamental enquanto
116 As instituições e o trabalho do Serviço Social com grupos de terceira idade
Referência comentada
SILVA, Jaqueline Oliveira. Práticas do Serviço Social: espaços tradicionais e
emergentes. Porto Alegre: DaCasa Editora, 1988.
Este livro revela uma intensa prática dos assistentes sociais em diversos
espaços coletivos, visualizando demandas tradicionais e as emergentes de nossa
época.
As instituições e o trabalho do Serviço Social com grupos de terceira idade 127
Referências
FALEIROS, Vicente de Paula. Serviço Social: questões para o futuro. Revista
Serviço Social e Sociedade. São Paulo, Cortez, n.50, 1996.
IAMAMOTO, Marilda Vilela. O Serviço Social na contemporaneidade:
trabalho e formação proissional. 3.ed. São Paulo: Cortez, 2005.
PAPALIA, D. E.; OALDS S. W. Desenvolvimento humano. Porto Alegre:
Artmed, 2000.
RAMOS, D. D.; LIMA, M. A. D. S. Acesso e acolhimento aos usuários em
uma unidade de saúde de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Caderno Saúde
Pública, Rio de Janeiro, 19 (1): p.27-34, 2003.
SCHMIDT, M. D.; LIMA, M. A. D. S. Acolhimento e vínculo em um
programa de saúde da família. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, 20
(6): p.1487-1494, 2004.
TÜRCK, Maria da Graça Maurer Gomes. Serviço Social jurídico: perícia
social no contexto da infância e da juventude. Campinas: Livro Pleno, 2000.
VASCONCELOS, Eduardo Mourão. Serviço Social e interdisciplinaridade:
o exemplo da saúde mental. In: _______. Saúde mental e Serviço Social. O
desaio da subjetividade e a interdisciplinaridade. São Paulo: Cortez, 2000.
Autoestudo
Coloque verdadeiro (V) ou falso (F):
( ) A criatividade somente ocorrerá quando o assistente social, bem como
o gerontólogo social, conseguirem interferir na realidade a partir da
sua abertura para o reconhecimento da necessidade de termos uma
formação pautada na pluralidade teórica, na valorização da cultura
local, no acolhimento da forma simples de como se constitui a vida
das pessoas, no que elas desejam e sonham.
128 As instituições e o trabalho do Serviço Social com grupos de terceira idade
Respostas:
V, V, V, V, V, F, V