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Universidade Agostinho Neto

Faculdade de Ciências Sociais


Departamento de pós-graduação empreendedorismo e inovação

Mestrado em Psicologia Social


Laboratório e Pesquisa de Campo/Recolha de Dados

PERCEPÇÃO SOCIAL DO ENVELHECIMENTO: SITUAÇÕES DE


RISCO E EXCLUSÃO SOCIAL DA PESSOA IDOSA EM ANGOLA.

Autor: Moisés Daniel João

Professor: Drº. Aníbal Simões

Luanda-2024
Resumo
Neste atrigo, aborda-se sobre Percepção social do envelhecimento: Situações de
risco e exclusão social da pessoa idosa em Angola, o estudo é resulta de um de conjunto
de acções científicas e obedece a todos os moldes da cientificidade do saber. A relação
que se estabelece com a pessoa idosa por conta da percepção que temos sobre as
pessoas dessa franja da sociedade, os riscos que correm e as acções que visam exclui-las
dos convívios sociais, deram vida para erguer-se esse estudo.
O problema em pesquisa, alem de ser resultado da educação passada pelos idosos
que hoje sofrem é em parte um problema que resulta da aculturação das nossas sociedades,
associando-se em grande as ravinas sociais como; pobreza extrema das famílias, prática de
acusação de feitiçaria e outros.
Toda e qualquer sociedade humana, obedece a três níveis de vida que são;
Nascimento (Infância e Adolescência), Juventude e Envelhecimento. Todos os níveis
descritos apresentam diferenças grande, o envelhecimento é certamente a fase do declínio
do ser humano, mas além disso é o período que o ser humano atinge o auge da sua
maturidade, experiência e conhecimento da realidade social. Envelhecer por si só é uma
fase da vida que apresenta-se difícil para todos por conta da diminuição das as actividades
físicas, emocional.
O trabalho foi construído olhando variados temas que sustentam a fundamentação
teórica, dão vida ao problema de pesquisa e apresenta deforma rigorosa o alcance dos
objectivos do mesmo, sem desprimor ao métodos e técnicas para a pesquisa, por formas a
proporcionar a cientificidade do artigo, confiabilidade dos dados e triangulação dos
resultados alcançados. Foram de maneira polida, descrita as características dos
participantes.

Palavra-chave: Percepção social, Envelhecimento, Idoso.

Abstract
2
In this article, the social perception of aging is discussed: Situations of risk and social
exclusion of the elderly in Angola. The study is the result of a set of scientific actions
and follows all the scientific standards of knowledge. The relationship that is
established with elderly people due to the perception we have about people on this
fringe of society, the risks they take and the actions that aim to exclude them from
social interactions, gave life to this study.
The problem under research, in addition to being the result of the education passed on
by the elderly who suffer today, is partly a problem that results from the acculturation of
our societies, largely associated with social divides such as; extreme poverty of families,
accusations of witchcraft and others.
Each and every human society obeys three levels of life, which are; Birth (Childhood
and Adolescence), Youth and Aging. All the levels described present great differences,
aging is certainly the phase of human decline, but beyond that it is the period in which
human beings reach the peak of their maturity, experience and knowledge of social
reality. Aging in itself is a phase of life that is difficult for everyone due to the decrease
in physical and emotional activities.
The work was constructed looking at various themes that support the theoretical
foundation, give life to the research problem and rigorously present the scope of its
objectives, without detracting from the methods and techniques for research, in ways
that provide the scientificity of the article, reliability of data and triangulation of the
results achieved. The characteristics of the participants were politely described.
Keyword: Social perception, Aging, Elderly.

Introdução

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O presente trabalho é resultado de uma pesquisa de campo e de consultas
bibliográficas, erguida olhando para os princípios da metodologia qualitativa e tendo
como abordagem centrada sobre Percepção social do envelhecimento: Situações de
risco e exclusão social da pessoa idosa em Angola. Envelhecer em outras realidades é
uma dádiva e tal como nalguns pontos do nosso País, fruto das ravinas sociais e das
excessivas dificuldades vividas pelas sociedades, envelhecer em nossa realidade,
tornou-se numa fase difícil, pois vive-se o período da responsabilização por tudo. Nas
sociedades urbanas, vivemos o processo de descriminação da pessoa idosa ao contrário
nas zonas rurais, vive-se a excessiva estigmatização do idoso. Sabe-se e cientificamente
é comprovável que com o envelhecimento, aparecem consequências difíceis de serem
contornadas para qualquer ser humano quer seja nos planos físicos e psicológicos, pois
se esta em uma etapa da vida em que as defesas imunológicas já estão enfraquecidas,
entre as consequências dos desgastes estão; o cansaço da sociedade e da família em
cuidar do idoso, podendo afastá-lo do convívio social ou exclui-lo.
A percepção que se tem do envelhecimento é na verdade um dos factores que expõe o idoso
em situações de exclusão e risco social. Tal como as normas para a elaboração de artigos
científicos, a presente pesquisa esta constituída em duas partes essenciais e que agrupam as demais,
a parte da fundamentação teórica, que oferece cientificidade a visão empírica, a parte inicial é
resultado de um conjunto de revisões bibliográficas, sobre o assunto em estudo. A segunda surge
como resultado dos trabalhos de pesquisa no campo e depois surge um capítulo reservado a
metodologia, que de maneira sucinta apresenta os recursos técnicos e metodológicos utilizados para
a elaboração do artigo a analise dos dados foi realizada com recursos ao sofisticado Software
Nvivo 12. Além dos dados já apresentados temos no final da pesquisa as considerações finais.

I. Justificativa
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Nenhum ser humano gostaria de ser excluído ou colocado em situação de risco
pelos membros da sociedade que ele contribui para erguer.
Segundo Alexandre ( 2014, p.13), “as pessoas nesta parte do continente, vivem
convencidas de que, tudo que lhes acontece, é fruto de qualquer coisa de difícil
explicação. A morte de um ente querido tem sempre uma causa e todos assim pensam”
Conforme Ferreira, Cabral e Moreira(2017 p.19), “o envelhecimento é uma tendência
actual do mundo conteporâneo, mas as circunstâncias em que este ocorre em Portugal,
caracterizadas por constragimentos macroeconómicos e sociais, tornam a sua evolução
preocupante e de dificl previsão.”
Para Coutinho (2012, p.10), “A situação de envelhecimento da população
brasileira é decorrente e estima-se que em menos de 40 anos, passou-se de um cenário
de mortalidade próprio de uma população jovem para um quadro de enfermidades
complexas e onerosas, típicas de segmentos mais velho, caracterizada por doenças
crónicas e multiplas.”
Embora as realidades sejam distintas, tal como se verifica nas abordagens dos
autores mecionados acima, o envelhecimento é de todos os seres humanos. De maneira
genérica, os problemas enfrentados pelos idosos como resultado do seu
enevelhecimento e as situações de exclusão e risco que vivem nas comunidades,
ofereceram-nos bases para a presente a pesquisa.
Importância do Tema
Toda e qualquer produção cientifca possui sua importância e utilidade social,
desde que obedeça os principios da construção do saber cientifico. No entanto o nosso
trabalho possui uma importância elevada, por apresentar ao longo da sua fundamentação
teórica subtemas que demonstram de maneira exaustiva as formas de exclusão e risco da
pessoa idosa. Ainda por trazer em suas considerações finais, aspectos técnicos como
recomendações que deveram ajudar aos leitores, pesquisadores, profissionais da área e
demais membros da sociedade a preverem e prenirem as situações de vulnerabilidade
que expõe a pessoa idosa em situação de risco ou exclusão na social.
Identificação do problema
Nas nossas realidades, as pessoas possuem perceções as vezes negativa do
envelhecimento e da pessoa idosa, por conta dos desgastes físicos resultante do declínio
dos sistemas imunológicos e queda nos planos biológicos, particularmente e nalguns
acusa-o de práticas de feitiçaria, assédio, abuso sexual, desordeiro social e faz o mesmo

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com as crianças, os adolescentes, os jovens, deficientes e as mulheres, o que nos leva a
perceber que apenas maltratamos os mais fracos. Na perspectiva de Saveia (2009, p.25);
a nossa história de vida, desde o nascimento até à morte, caracteriza-se pela
passagem por organizações sociais, responsáveis pelo processo de socialização.
Nascemos em hospitais, e por eles passamos sempre que temos problemas de
saúde, frequentamos creches, clubes e Igrejas, passamos parte significativa de
nossas vidas em escolas nos preparando para, posteriormente, passar boa parte
dos nossos dias em organizações, prestando algum serviço ou produzindo alguns
bens que todos consomem, para que no final, podemos viver tranquilos.

Um dos maiores problemas do envelhecimento está em lidar com a perceção social


e as quedas do processo que deforma natural acontece a perda do físico, diminuições
das redes de contactos, perdas significativas no psicológico da pessoa. As práticas de
associação a pessoa idosa a todos os males sociais, são dos maiores problemas
enfrentados por indivíduos nesta franja da sociedade em Angola, particularmente.
Alexandre (2014, p.134), afirma que;
em muitas situações, as pessoas, nesta parte do continente, vivem convencidas
de que, tudo que lhes acontece, é fruto de qualquer coisa de difícil explicação. A
morte de um ente querido tem sempre uma causa e todos assim pensam. Se não,
é o Tio, que é a base do desaparecimento físico de quem tenha morrido, a
infertilidade encontra outra explicação sobre alguma pessoa da família que não
tenha beneficiado da moeda do dote.

Todos sabemos que, os abortos, as drogas, as pílulas ou anticoncepcionais mal


aplicadas e vendidas em todos os mercados abertos e acedidas deforma não prescrita,
causam infertilidade, mas por cá a uma justificação simples “os meus avós e tios são
bruxos, estão a me travar”. Não se pode negar ou afirmar a existência de práticas
associadas ao feitiço, por não existir comprovações científicas para tal.
Questão de Investigação
Qual é a percepção social do envelhecimento: situações de risco e exclusão social da
pessoa idosa em Angola?

Objectivos:
Gerais:
 Compreender a perceção social do envelhecimento : Situações de risco e exclusão
social da pessoa idosa em Angola.
Objectivos específicos:

 Verificar a perceção social do envelhecimento: Situações de risco e exclusão


social da pessoa idosa em Angola;

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 Identificar as situações de risco e exclusão social da pessoa idosa em Angola;
 Caracterizar a percepção social do envelhecimento;
 Sondar a opinião de pessoas que vivem com idoso;

II. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

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O presente surge como parte integral do artigo e proporcionar cientificidade ao
mesmo, neste, reserva-se a apresentação da definição dos conceitos, descrição dos
subtemas que dão suporte ao tema…

Definições de conceitos (palavras-chave do tema)

Definição de Percepção social: Para Dorsch, Hacker e Stapf, percepção social


“é um termo que aponta para o condicionamento parcial e alteração que provocam na
orientação para o meio ambiente, as interações sociais no passado e no presente e as
expectativas dos acontecimentos sociais. (2004, p.662).
Olhando para o conceito apresentado pelos autores acima, pode definir-se por percepção
social, o conjunto de expectativas sociais construídas tendo como base as influências
sociais do individuo e suas experiências, resultante das suas interações com o meio.
Definição de Envelhecimento: Segundo Doron e Parot (2001, p.280), “É o
efeito normal da idade nas diferentes funções psicológicas e orgânicas que tende, se
bem de uma maneira muito desigual, conforme os indivíduos e as funções, a uma
diminuição do desempenho e das capacidades.”
Partindo do conceito acima, define-se por envelhecimento, o desgaste natural da do
organismo que surge como resultado da degradação gradual do organismo e seus
componentes e é caracterizado geralmente pelo encolhimento da pele, queda da força
física e outros.
Definição de Idoso: Fonseca (2004, p.33), “um ser humano que vive a sua
condição existencial à semelhança de qualquer outro”, ou seja, deve ser olhada
simplesmente como uma pessoa, com potencialidades, desejos e frustrações,
exactamente como os outros grupos etários, de forma a evitar a “caricaturização” dos
idosos na sociedade contemporânea.
Contextualização histórica sobre as representações sociais da pessoa idosa nas
sociedades Angolana.
Envelhecer em algumas comunidades de Angola, constitui um acto de respeito e
honra, embora em outras e principalmente em zonas rurais envelhecer, além das
mudanças nos planos biológicos e fisiológicos, o idoso tem de lidar com a
estigmatização, a exclusão, o afastamento social e outros, esses aspectos são muitas
vezes influenciadas pelos mass midia. Tal como afirma Machado (2021), Os mass
media produzem efeitos sobre os seus destinatários e fazem com que estes construam
uma realidade social do meio que os envolve.

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Devido a influência dos mass midias nalguns casos a representatividade social da
pessoa idosa tem sido molestada e distorcidas devido a adequação das realidades alheias
a nossa. Para Machado (2021), as representações sociais sempre influenciam na
compreensão sobre a estrutura da interação social, a fusão das práticas culturais e
comportamentais dos indivíduos bem como, realçar os códigos que favorecem a
construção da consciência colectiva.
As sociedades mecanizadas não se adequou as exigências das sociedades
industrializadas, sendo assim excluídas, marginalizadas e eliminadas dos convívios
sociais normais. Segundo, Saveia (2009, p.57) “como consequência do excesso de
trabalhadores disponíveis, os mais jovens e os mais velhos encontram dificuldades para
inserirem-se no mercado de trabalho. Os primeiros pela falta de experiência e os mais
velhos pela dificuldade de adaptação”.
Os espaços que se oferecem a pessoa idosa, nesses lares, muitas vezes são limitados
ou mesmo inexistentes, por estes serem sempre associados a; impedimentos
quotidianos, feitiçarias...
Entretanto, pode-se conotar a problemática da pessoa idosa nas sociedades
Angolana, particularmente, como tendo o seu início nestas fases da vida, difícil do País,
pois, muitos familiares por várias razões acabaram abandonando os seus idosos nas ruas
ou mesmo a um lar da terceira idade, para aderirem a novas formas de vida de limitada a
um menor número de membros, o que não seria possível com um idoso a bagagem.
Como afirma Saveia (2009, p.55):
neste século XXI, marcado pelos avanços da tecnologia microeletrónica, o
trabalho passa a assumir um conteúdo crescente intelectual, em contraposição ao
conceito de trabalho físico, manual. É neste ponto que em muitos postos de
trabalho a pessoa idosa é excluída, descriminada, isolada e marginalizada, pelo
facto de não se adequar a realidade dos trabalhos e as formas de trabalhos
exigidos pelo século da globalização.
Segundo, Couto (2007, p. 20);
os avanços tecnológicos levaram à criação de novos empregos, para os quais os
idosos não estariam preparados, ficando, desta forma, fora do mercado de
trabalho. A redução do status dos idosos é consequência da transformação das
sociedades agrárias em sociedades modernas e industriais.
O Idoso e a percepção social nas comunidades

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A pessoa idosa, fruto das experiências adquiridas ao longo da vida e dos
convívios socais, percebe a comunidade de uma maneira, o mesmo acontece com a
comunidade que percebe o idoso através das experiências anteriores ou por vias das
informações adquiridas e construídas por via dos mass midias, que podem boas ou más.
Tal como afirma Machado (2021), torna-se fundamental perceber que os conteúdos de
notícias dos meios de comunicação de massa podem facilitar os indivíduos na
ancoragem para o seio de novos elementos apreendidos desta notícia. Para Cury (2015,
p.55). “Os Pais da Psicologia se revirariam em seus túmulos se soubessem que o útero
social se tornou uma fábrica de pessoas doentes”. Segundo, Levet (1995, p. 83) “O
envelhecimento no homem não é somente sofrido; cada qual, procura conduzi-lo
segundo as normas da sociedade a que pertence, e segundo o seu próprio sistema de
valores”. A sociedade acusa o idoso de práticas de feitiçaria, assédio e abuso sexual,
desordem social, e faz o mesmo com as crianças, os adolescentes, os jovens, deficientes
e as mulheres, o que nos leva a perceber que apenas maltratamos os mais fracos, quem
causa os males sociais afinal? Na perspectiva de Saveia (2009, p.25);
a nossa história de vida, desde o nascimento até à morte, caracteriza-se pela
passagem por organizações sociais, responsáveis pelo processo de socialização.
Nascemos em hospitais, e por eles passamos sempre que temos problemas de
saúde, frequentamos creches, clubes e Igrejas, passamos parte significativa de
nossas vidas em escolas nos preparando para, posteriormente, passar boa parte
dos nossos dias em organizações, prestando algum serviço ou produzindo alguns
bens que todos consomem, para que no final, podemos viver tranquilos.

Ninguém quer ser velho, mas isto é um processo involuntário e que se desenvolve
de forma gradativa e lenta, com perdas nos planos biológicos, psicológicos e sociais. A
prática de associação a pessoas idosas a casos de feitiçaria é dos maiores problemas
enfrentados por indivíduos nesta franja da sociedade em Angola. Alexandre (2014,
p.134), afirma que;
em muitas situações, as pessoas, nesta parte do continente, vivem convencidas
de que, tudo que lhes acontece, é fruto de qualquer coisa de difícil explicação. A
morte de um ente querido tem sempre uma causa e todos assim pensam. Se não,
é o Tio, que é a base do desaparecimento físico de quem tenha morrido, a
infertilidade encontra outra explicação sobre alguma pessoa da família que não
tenha beneficiado da moeda do dote.
Na visão do autor e que concordamos, podemos acrescer que a Cultura de acusação
e associação da pessoa idosa a actos maléficos ou o causador de todas as desgraças
sociais, constitui um factor de exclusão e marginalização para a pessoa idosa. Basta
olharmos para a realidade das causas da morte nas zonas rurais e algumas urbanas,
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onde, o caixão é posto à cabeça para procurar o vitimador, e que muitas das vezes é a
pessoa idosa o achado, mesmo que a causa da morte seja doença, acidentes e o uso
abusado do álcool para os jovens. Todos sabemos que, os abortos, as drogas, as pílulas
ou anticoncepcionais mal aplicadas e vendidas em todos os mercados abertos e acedidas
deforma não prescrita, causam infertilidade, mas por cá a uma justificação simples “os
meus avós e tios são bruxos, estão a me travar”. Não se pode negar ou afirmar a
existência de práticas associadas ao feitiço, pois não existem comprovações científicas
para uma ou outra. A pessoa que um caixão lhe empurra ou panca, por quais meios
acontecem, ninguém explica ao certo, a infertilidade de uma menina que abortou mais
de uma vez, encontram no culpado hipotético, terreno fértil para isolar-se da sociedade e
da família, alem do factor idade.
Outros sim, os mais velhos deveriam ser considerados, respeitados e reverenciados
pelos mais novos, pois a nossa cultura prega o respeito aos nossos superiores
independentemente das fragilidades físicas e diminuições, próprias da idade. Entretanto,
fruto do novo modelo económico e de famílias, essa importância vai mudando. Ainda
com o factor idade, encontraremos o afastamento, a exclusão o isolamento social dos
velhos que já se transformou num problema da sociedade actual ligada aos idosos.
As crianças deveriam aprender a conviver com os idosos, para herdarem as regras
orais da socialização e a preparação para acolherem os futuros idosos, no caso nós, sem
descriminação, exclusão ou medo. Para Py, Sá, Pacheco & Goldman (2006, p. 166) “a
relação entre velhos e crianças que se dá na família ou em acções na comunidade resulta
numa troca enriquecedora tanto para os mais jovens como para os que estão
envelhecendo”. Segundo Grifa & Moreno (2011, p. 95) “os relacionamentos entre os
avós e os netos são o vínculo adulto mais significativo da relação entre Pai e filho”. Para
Schaie e McKenzie, (1980), “a variabilidade e a diversidade aumentam com a idade, e
assim a multiplicidade de padrões de conduta e traços de personalidade é maior na
velhice do que em qualquer outra idade”. (W. Schaie & S.C. McKenzie, 1980 como
citado em Grifa & Moreno 2011, p.88).
A velhice para Oliveira (1993, p. 78), é “a coroação da escala da vida. O indivíduo
chega à velhice possuindo um acúmulo de experiências e conhecimentos adquiridos
através dos acertos e desacertos que a vida oferece”.

Muitos Idosos, têm sido abandonados como consequência; da perda do controle


emocional, redução da força física, dificuldades económicas, pobreza extrema dos

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familiares, doenças graves e por esta razão apresentam sinais de desvalorização social,
por apresentarem problemas ligados a crescente sensação de não pertencerem ao meio
social, falta de obrigações diárias, incapacidade de contribuir para a vida ou dar algo aos
outros. Segundo Monteiro e Queirós (1997, p.141), “a velhice, na sociedade,
corresponde uma baixa de estatuto”. As sociedades rurais em relação as urbanas nalguns
casos, conservam os seus idosos e oferecem a eles respeito, atenção, amor e utilidade,
nas reuniões para resolução de conflitos comunitários por exemplo, a palavra da pessoa
idosa é tida em conta, até no momento da sentença e não só. As sociedades rurais
mantêm os seus idosos, por formas a manterem a transmissão dos seus hábitos culturais
e não só. Toda e qualquer sociedade precisa de referências para transmissão dos seus
padrões culturais e de conduta, no caso alguém com maior idade é sempre uma boa
referência para repassar experiências de vida.
Problemas psicossociais do idoso

O facto de muitos idosos residirem em lares de acolhimento e ruas de uma ou de


outra forma, se constitui em uma espécie de afastamento ou exclusão social para a
pessoa idosa, pois ela perde o seu papel e a sua identidade dentro da sociedade e tem
que se moldar a uma realidade mais fechada e limitada. Esse afastamento ou exclusão
do convívio social favorece ao idoso o sentimento de inutilidade, podendo nalguns
casos causar transtornos psicológicos, principalmente os depressivos. Goldman &
Goldman (2000, p.45), afirmam que;
os mais frequentes conflitos na velhice têm sido os problemas financeiros
ligados à urbanização, industrialização e os deles decorrentes: isolamento social,
confinamento em asilos, desolação, dependência, desvalorização, desprestígio,
preconceitos, hostilidades, agressividades, desconfianças, ansiedade, actividade
defensiva, perda de autoridade e de auto-afirmação. Esses problemas atingem
todas as faixas etárias, podendo ser agravados pela idade.
Os idosos de um modo geral, sofrem e pagam pelos efeitos cruéis da economia, da
velhice marginalizada, descriminada, excluída e afastada, assim como os efeitos da
frustração, decorrentes da impossibilidade de integrar-se na economia consumidora. Do
ponto de vista da família e da sociedade, são, sem dúvidas, relegados a plano secundário
ou pressionados a buscar soluções institucionais, na medida em que a maior parte das
famílias tem pouca ou nenhuma condição de oferecer abrigo e prestar assistência
médica regular.

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Uma das causas para o desajuste dos velhos na família e na sociedade é; a falta de
espaços e actividades viradas para a sua idade, deixando-os irritados, descontentes e
com um forte sentimento de inutilidade. Conforme Martins (2001), a marginalidade a
que é submetido o idoso na sociedade actual, diz nos: exatamente o ponto de vista social
para a pessoa idosa. O velho tornou-se sinónimo de solidão e recolhimento, isto quando
não é tratado como criminoso ou retardado mental, quando for o caso é levado em
camisa de força para os abrigos, sanatórios e/ou casas similares. Segundo Santiso (2007,
p. 26).
é muito diferente a pessoa de idade que vive na zona rural, integrada à sua
família, cumprindo um papel na economia de sua casa e de seu meio,
transmitindo aos seus o tesouro de sua experiência e de sua afectividade, da
pessoa que vive sozinha na cidade, num meio urbano que pode lhe ser hostil e,
no qual, pode sentir-se mais agredida, insegura, impelida a um isolamento
defensivo.

As fontes dos factores stressantes e causadores depressivos são na sua maioria de


origem externa ao idoso. Estes conforme Cury (2015), podem ser; social, psíquica e
orgânica, ligadas à carga genética e a alterações do metabolismo cerebral, em especial
dos neurotransmissores. Segundo Bandeira (2014, p.30);
o envelhecimento faz parte de um processo natural do ser humano que ninguém
pode fugir, salvo por razão da morte. Nesta etapa da vida é comum surgirem
limitações físicas que podem influenciar no aspecto psicológico alterando o
modo de vida de muitos indivíduos e seus familiares. “A depressão é um
transtorno neuropsiquiátrico caracterizado principalmente pela tristeza e
sentimentos de inutilidade ou perda da auto-estima. As causas da depressão no
idoso configuram-se numa multiplicidade de factores onde actuam a própria
limitação física, exclusão social e discriminação, falta de amparo e apoio
emocional por parte de familiares, o abandono, o aparecimento de doenças
incapacitantes, entre outros. Alem destes factores, também pode ocorrer a
percepção da imagem corporal, a frustração dos insucessos na vida, o
pessimismo com relação ao futuro e o medo da morte fazem parte das vivências
dos idosos.
Para Levet (1995, p.35), “a personalidade do indivíduo está submetido no decurso
da idade a uma série de grandes perturbações”. Constituem problemas psicossociais a
pessoa idosa a depressão, Alzheimer, o mal de Parkinson, o afastamento, a exclusão social,

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baixa auto-estima, sentimento de inutilidade, marginalização, descriminação, acusação de
feitiçaria, violência física e psicológica.

III. Metodologia
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Neste item pretende-se abordar a metodologia utilizada neste estudo, por formas a
facilitar a compreensão de todos.
O trabalho será guiado pelos princípios da pesquisa qualitativa, que para Alvarenga
(2012, p.10), “a pesquisa Qualitativa Tenta compreender as situações e os processos de
maneira integral e profunda, considerando o contexto da problemática estudada”. No
ponto de vista de Francisco, Vicente, Bernardo & Pakisi (2017, p.61), “a pesquisa
qualitativa preocupa-se, com aspectos da realidade que não podem ser quantificados,
centrando-se na compreensão e explicação da dinâmica das relações sociais.”
1. Descrição das características dos participantes no Estudo.
Utilizou-se para a escolha dos participantes a amostragem de conveniência, e a
amostra ficou constituída por 5 pessoas, excluindo a questão de serem ou não idoso.

Tabela nº 1: Perfil dos participantes


VARIÁVEIS SÓCIO-
DEMOGRÁFICAS
Entrevis Local de Idade Sexo Nível de Já enfrentou desafios de Você já experimentou
Tado/a Trabalho escolaridade saúde significativos que o ideias de um idoso que
obrigaram a recorrer a desviaram
ideias de um idoso? significativamente sua
vida dos planos que
havia feito?
P1 Lar de Idosos 42 Masculino Licenciado Sim, sim… Na verdade já…
P2 Lar de Idosos 38 Masculino Ensino médio Já sim… Sim…
P3 Lar de Idosos 38 Feminino 9ª classe Sim… Muitas…
P4 Lar de Idosos 42 Femenino Licenciada O que posso dizer é sim… Sinceramente já…
P5 Lar de Idosos 48 Masculino Ensino Médio Não, graças a Deus… Sim, muitas vezes…
Fonte: Elaborado por mão própria.

Conforme se pode observar na tabela os participantes que foram selecionados para


este estudo por prestarem serviços ao Lar de Idosos. Com uma predominância as pessoas
que lidam directamente com os idosos no lar, podendo assim gerar respostas concretas
sobre o tema e prova que odebedecemos os limites do tipo de amostragem que
seleccionamos para a pesquisa.

1. 2.Validade e fidelidade dos dados obtidos


A fidelidade e a validade dos dados, toda e qualquer actividade científica deve
necessariamente obedecer aos padrões que respeitem a fidelidade e a validade dos seus
dados, por formas a garantir a credibilidade dos dados e autenticação do estudo. Para
Alvarenga (2012, p.81), fidelidade e validade dos dados significa ‘‘ajustar dos dados

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coletados à realidade duque se busca medir. Ou o grau em que um instrumento consegue
medir o que se pretende medir.’’
Simões (2023, p.128), apresenta a validade como ‘‘instrumento avaliativo integrado do
grau em que as evidências empíricas e teóricas que as justificam apoiam adequação das
interferências e das acções baseadas nos resultados de testes ou outros meios de
avaliação.’’

Distribuição das categorias pelos sujeitos


A categorização dos sujeitos, não só permite a organização dos dados, como
também fornece informações importantes sobre as percentagens produzidas por cada
categoria, conforme o resultados das respostas por cada participante, construido, com
recurso do Sofwere nvivo 12.

Ilustração nº 1: Distribuição das categorias pelos Sujeitos.

Fonte: Elaborado pelo autor com recurso do Software Nvivo 12

1. Nuvem de palavras, árvore de palavras e frequência de palavras


Uma das metas da presente pesquisa é retirar de os recursos da pesquisa, proveito sobre
a percepção social do envelhecimento e perceber-se as situações de exclusão e risco
vividos pela pessoa idosa, olhando sempre para experiência dos participantes a
pesquisa. Por formas a facilitar a apresentação dos resultados faz-se necessários
obedecer a um conjunto de padrões cientificamente aceites e por estas normas que
apresenta-se a nuvem de palavas, que para Simões (2020, p.5), apud Queiroz (2010), “é
a apresentação resumida de uma grande quantidade de informações por forma a facilitar
a sua visualização e indicar as ramificações com que esta parte se relaciona”, tal como
se vê na ilustração 2.

16
Ilustração 2- Apresentação da nuvem de palavras elaborada com recurso ao Software
Nvivo 12, obtidas a partir das entrevistas, sobre a temática em estudo.

Fonte: Elaborado pelo autor com recurso ao Software Nvivo 12

Se verificarmos a ilustração nº 2, podemos constatar com maior precisão a


frequência de cada palavra e pode apontar-se como uma das características da
apresentação em nuvem. Podendo verificar-se realçada palavras como idoso, vida e
envelhecimento. Tal como refere Bardin (2011), é imprescindível verificar e ter em
atenção os diferentes contextos em que a palavra-forte “idoso” aprece no corpus do
texto. De outro modo, faz-se necessário identificar o universo de referências e saber
como e qual instrumento que a estrutura argumentativa aborda relativamente as
questões da pesquisa.
A ilustração 3- apresenta uma amostra da árvore de palavras, dando resposta ao
objectivo, identificar as causas que influenciam os conflitos laborais nas suas implicações
psicossociais, mostrando assim o contexto em que a palavra forte ‘‘conflito’’ aparece.
Nesta conformidade, Simões (2020, p.6), apud Bardin, (2011, p.236), a interpretação da
árvore de palavras temos de considerar primeiro “a proposição que associa um argumento
a um predicado; os verbos e, por fim, identificar os referentes (substantivos, pronomes ou
equivalentes) que têm valor referencial.’’

Ilustração 3 - amostra da árvore de palavras

17
Fonte: Elaborado pelo autor com auxílio do Nvivo 12

Esta ilustração acima que representa a árvore de palavras, mostra-nos de maneira


resumida e sintética os contextos em que surgem a palavra idoso. Proporcionando-nos
assim uma ideia clara sobre a percepção social do envelhecimento e as situações de
exclusão e risco da pessoa idosa em Angola, tendo em conta o ponto de vista dos
entrevistados. Vale referir que, é faz-se necessário conhecer o número de vezes que
surgem as palavras na ilustração, se entendermos que faz menção a analise de conteúdo.
Para Gomes (2022, p.137), análise de conteúdo é uma ‘‘técnica que visa analisar textos
escritos e conteúdos de informações numéricas.”
Tal como Simões (2020, p.7), a análise da frequência ou ocorrência das palavras,
é importante que realize nos seguintes termos:
 Quais são palavras possuem com ocorrências? Responder por esta indagação
remete-nos para um olhar profundo a essência da percepção que os
entrevistados têm sobre o problema de estudo ou podemos entender que, as
palavras frequentes trazem-nos ao sentido e do significado que os participantes
a pesquisa atribuem ao fenómeno.
 Quais são as palavras com menos ocorrências? Se formos a referir-se a essa
indagação poderemos perceber que, geralmente são as que aparecem com pouca
frequência e apresentam baixa significância para os inquiridos.
 Quais são as palavras omissas, inferidas da teoria (dimensões do conceito) que
também “falam”. Para este aspecto, deve-se ter em conta duas situações
subjectivas, ou não importam ou representam situações traumatizantes para os
participantes.

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Quadro 1. Amostra sistematizada das palavras obtidas das entrevistas que aparecem com
as respetivas frequências, referentes à nuvem de palavras apresentada na ilustração 2

Ocorrências Ocorrências
Palavras Palavras
(Frequências) (frequências)

Idosos 21 Entrevistada 26

Vida 20 Conviver 20

Envelhecimento 9 Pessoa 15

Fonte: Elaborada pelo autor com recurso ao software Nvivo 12 (2024)

Olhando para o quadro da demonstra as ocorrências das palavras, verifica-se que


a palavra Idosos, por ter sido referenciado muitas vezes e apresenta uma visão dinâmica
para os entrevistados, como oposição surge a palavra Vida. As palavras mais referidas,
demonstram de maneira clara como os participantes a pesquisa estão preocupados com
o modelo de vida dos idosos, Envelhecimento, certamente é a palavra menos referida.
Se de maneira profunda olharmos para as demais palavras, poderemos notar que vários
termos não são citados com muita frequência, o que denota despreocupação dos
entrevistados com as situações de exclusão e risco do idoso.

2. Análise categorial
Olhando para o subtema em análise, um dos objectivos do estudo é o de
recolher a opinião da sociedade sobre a sua percepção a respeito do envelhecimento,
situações de exclusão e risco da pessoa idosa. Por formas a facilitar o agrupamento
dos dados faz-se necessário transformar os textos em categorias e subcategorias e
assim construir-se as respectiva unidades de registo e de contexto. Para Simões (2023,
p.73), ‘‘categorizar é resumir num termo ou categorias, uma frase, parágrafo ou
mesmo um texto.’’

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Tabela 2 - Análise categoria
TEMA CATEGORIAS SUBCATEGORIAS UNIDADE DE UNIDADE DE CONTEXTO
REGISTO
P1- a minha sensação é de segurança pura,
Idosos Envelhecimento Fisicamente desde que me deparo com um idoso, pois além
vulnerável de ser uma pessoa fisicamente vulnerável, são
Percepção em termo de conhecimento muito fortes”.
social do P4- é saudável ter uma troca de ideia
envelhecimento Vida Conviver Experiência de com estes, pela experiência de vida que
: situações de vida estes possuem ao longo da sua
risco e exclusão vivencia, apesar de que não é fácil ter
social da pessoa uma convivência salutar com todos
idosa em eles.
Angola. P4- Conviver com alguém em fase de
envelhecimento é sempre um prazer,
Envelhecer Pessoa Fase de percebe-se muitos assuntos e é sempre
envelhecimento bom para nos jovens, é saudável ter
uma troca de ideia com estes,
Fonte: elaborada por mão
por mão própria

Conforme se verifica, a análise categorial permite a indicação de variáveis o


estudo e clarificam o fenómeno em estudo. A percepção social do envelhecimento,
situações de risco e de exclusão da pessoa idosa em Angola. Pode observar a construção
das categorias e as respectiva subcategorias do fenómeno em análise e vê-se: Idosos,
vida e envelhecer como categorias e Envelhecimento, conviver e pessoa como
subcategorias.
De maneira resumida é possível verificar na primeira unidade de registro, o
discurso que apresenta uma característica específica dos idosos “fisicamente
vulnerável”, pois nesta fase da vida e por conta da queda do organismo nos planos
biológicos essencialmente é sim notável a diminuição da força física.
Na segunda unidade fica-se com a ideia de além do idoso ser fisicamente
vulnerável é detentor de uma “experiência de vida.” É cientificamente aceite a
probalidades de quanto maior a idade, maior o conhecimento sobre determinados
assuntos social.
A terceira e última unidade parece apresentar-se de maneira distorcida das
demais se olharmos deforma objectiva, mas subjetivamente representa os dois outros
itens, pois apresenta a “fase de envelhecimento” e nesta fase resumem-se as outras
unidades, pois é na fase do envelhecimento que podemos notar com maior frequência os
itens descritos nas duas primeiras unidades.

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3. Análise temática

Tendo sido criado como um dos objectivos específicos sondar a opinião de pessoas que
vivem com idosos. Recorre-se a análise temática, por formas a perceber o fenómeno e o
significado que se atribui por quem vive o problema.

Conforme as entrevistas e tendo em conta as opiniões dos participantes a pesquisa, feita


a análise lexical das mesmas com recurso ao Software Nvivo 12, um dos mais utilizados e
recomendados para a realização de estudos qualitativo. Da referida análise, surgiram com maior
relevância quatro palavras e desta foram criadas categorias: Idosos, Vida e Envelhecer.

Relativamente a primeira categoria que se refere sobre os idosos, é certamente o


maior enfoque desta pesquisa, se olharmos para as situações de exclusão e risco da
pessoa idosa, e se vivermos certos de que todos iremos envelhecer um dia.
1ª Unidade temática: IDOSOS
Compreende-se idosos o conjunto de cidadãos com idades compreendidas entre os 60 e
55 anos de idades e com características própria, que por conta da queda física deve ser
tido como alguém especial, mas com elevada experiência de vida. Tal como Fonseca
(2004) é um ser humano que vive a sua condição existencial à semelhança de qualquer
outro ou que deve ser olhada como uma pessoa, com potencialidades, desejos e
frustrações, exactamente como os outros grupos etários, de forma a evitar a
“caricaturização.
A presente categoria abarca a resposta dos entrevistados, quando lhes questionados
sobre; se já havia experimentado ideias de um idoso que desviaram significativamente sua vida
dos planos que havia feito? Faz-se necessário saber a visão de cada participante, por formas a
ajudar compreensão dos seus pontos de vistas.
Se olharmos de maneira analítica percebe-se vergência em relação as respostas o
que percebe-se ser normal, pois é impossível termos as mesmas ideias todos. Há os que
consideram o idoso um elemento fundamental para a sociedade e uns nem tanto. Conforme
a apresentação dos discursos abaixo:
“Na verdade já, mas senpre que o faço obtenho resultados extraordinários,
alguns vizinhos meus sempre dizem que a minha forma de pensar é além das
pessoas da minha idade, pois eles sentem a responsabilidade com que faço as
minhas coisas e a forma como faço gestão das minhas relações a nível do local
de trabalho e fora”. (P1)

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"Sinceramente já sim, em muitos dos casos tenho recorrido a essas fontes do saber
para poder tirar ou beber deles experiências de vida e assim seguir as coisas e a vida,
algumas vezes sigo a vida pensando nos ensinamentos que recebo dos idosos, pela
experiência de vida que estes acarretam, claro os podem ser desviados em função dos
seus ensinamentos e confesso que tive”. (P4)

Conforme Fonseca (2004), ser idoso é ser um ser humano normal e que vive a sua
condição existencial idêntica a qualquer outro, no entanto devemos olhar simplesmente
como pessoa comum e com potencialidades, desejos e frustrações, exactamente como
quaisquer outros grupos etários, por forma a evitar-se a estigmatização dos idosos hoje.
2ª Unidade temática: VIDA
A segunda categoria que resultou da análise temática é a vida, pois o direito a vida é um
imperativo consagrada para todos e por todas as nações do mundo e com vida que se
processam os demais elementos da pessoa idosa. O foco desta análise não resume-se no
direito a vida que todos temos, mas foi referido pelos participantes quando indagados sobre;
Já enfrentou desafios de saúde significativos que o obrigaram a recorrer a ideias de um idoso?
“o que posso dizer é sim, muitas vezes temos tido problemas no
relacionamento e é com eles que contamos para nos aconselhar e assim puder
se curar dos problemas da vida, por outro lado, há determinadas infermidades
que temos tratado por via dos seus ensinamentos ao longo da Convivência, em
muitos Casos vai surtindo efeito positivos.” (P1).
“Já sim e vezes que nem consigo calcular, mas a situação mais marcante
é quando a minha esposa concebia e perdiamos os bebês aos sete meses de
gravidez, tivemos muitas consultas em hospitais e eventualmente por conta da
nossa situação financeira, não tivemos sucessos, decidi conversar com um
amigo e ele mostrou-me um idoso e fui ter com ele, em pouca horas com o
Senhor, a solução para um dos maiores problemas do nosso casamento tinha
sido resolvido e hoje temos dois filhos e seguimos vivendo a vida”. (P2)
3ª Unidade temática: Envelhecimento.
Envelhecer acarreta consequências incontornavéis para qualquer ser humano e pressupõe
declinio, embora ser uma fase da vida cheia de conhecimentos e sabedoria pura. A terceira e
última análise deste projecto traz para analise a fala dos entrevistado sbre o envelhecimento,
quando indagados sobre; Como a percepção do participante mudou convivendo com alguém
em fase de envelhecimento ?

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“Conviver com alguém em fase de envelhecimento é sempre um prazer, percebe-se
muitos assuntos e é sempre bom para nos jovens, é saudável ter uma troca de ideia
com estes, pela experiência de vida que estes possuem ao longo da sua vivencia,
apesar de que não é fácil ter uma Convivencia salutar com todos eles, isto porque,
uns vão puxando de no esforço extra, em suma é muito bom conviver com estes
seres, devemos ter em conta que somos jovens hoje e amanhã seremos os idosos.”
(P4).

“Percebi com clareza que o envelhecimento é igual ao nascimento é necessário


aproveitarmos a fase da juventude por ser intermédia, anteriormente algumas
pessoas diziam que trabalhar com idosos era difícil, nunca acreditei e hoje vivo
certa que é mesmo difícil trabalhar para idosos, não é que não sejam boas pessoas,
mas as vezes fazem muita confusão com aquilo que querem”. (P3).

Tal como defendem Doron e Parot (2001), envelhecer é o efeito normal da idade
que abrange diferentes funções psicológicas e orgânicas, embora admita-se de uma
maneira muito desigual, conforme os indivíduos e as funções que vão exercendo, haja
alguma diminuição do desempenho de determinadas capacidades.
5ª Análise de clusters
A análise de clusters tem sido utilizado com maior frequência nos últimos
tempos, principalmente para os estudos qualitativos. Conforme Pereira (2008, p.194),
‘‘os métodos de análise de clusters, são procedimentos (...) que tentam organizar um
conjunto de unidades (indivíduos ou objectos), para o qual é conhecida informação
detalhadamente em grupos relativamente homogêneos.’’
A importância de uma análise de cluster é essencialmente exploratória, pois
permite a observação dos padrões de um conjunto de dados através das suas
semelhanças ou diferenças. Para este modelo de analisar dados é recomendável recorrer-
se ao dendrograma tal como exposto mais abaixo. E considera-se uma das grandes
utilidades do dendrograma e o auxílio para formação de modelos ou hipóteses, que
poderão ser testados nos próximos estudos.

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Considerações Finais

Envelhecer é uma acção natural do organismo, então ser idoso é uma


probalidade certa que todos poderemos ser um dia, como resultado da queda nos planos
biológicos do ser humano, a pessoa idosa fica propensa a situações de exclusão e nrisco,
pois é certo que sua contribruição para a sociedades em algum momento reduz e sua
preocupação com saúde tende a aumentar.

No entanto, compreende-se o envelhecimento conforme as zonas, pois verica-se


que nas zonas rurais a percepção social do envelhecimento é diferente das zonas
urbanas, pois em algumas zonas envelhecer é chegar ao mais alto nível da vida, que
nem todos têm a proeza. Ao Contrário em outras zonas em fase de envelhecimento
surgem do individuo preocupação em lidar com a exclusão social, a descriminação e o
desespero em viver situações de risco extremo. Fora a preocupação do individuo, a
sociedade começa a construir conceitos para quem envelhecer, atribuindo a estes
situações dificeis. São varias as situações em que os idosos ficam expostos em situações
de exclusão e risco, mas podemos destacar as seguintes; Exclusão social, descriminação
social, prática de acusação de feitiçaria, a estigamatização, a pobreza extrema e outras.
Em linhas gerais a sociedade caracteriza o envelhecimento de duas maneiras: Primeiro
como a fase que se atinge a excelência nas experiências da vida, Segundo como uma
fase que por conta do desgate físico o individuo perde determinadas habilidades e vai se
tornando um peso para a sociedade.

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