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INSTITUTO CULTUS
NEUROPSICOLOGIA
SUICÍDIO NA ADOLESCÊNCIA:
DEPRESSÃO , FATORES DE RISCO E ALTERAÇÕES NEUROPSICOLÓGICAS
Aracaju
2021
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SUICÍDIO NA ADOLESCÊNCIA:
DEPRESSÃO , FATORES DE RISCO E ALTERAÇÕES NEUROPSICOLÓGICAS
RESUMO
O presente trabalho de conclusão de curso de pós-graduação tem como finalidade revisar estudos
sobre o comportamento suicida na adolescência e sua associação com a depressão assim como
identificar os fatores de risco, neuropsicológicos e evidenciar o conhecimento descrito na literatura da
saúde em áreas de psicologia, neuropsicológica e medicina. A metodologia utilizada para a realização
deste trabalho foi a revisão bibliográfica, a fim de buscar fontes científicas publicadas. Para esta
pesquisa, foi utilizada a base de consulta PEPSIC (Periódicos Eletrônicos em Psicologia), Google
Acadêmico, com embasamento teórico em livros e revistas nos últimos dez anos. Segundo os
critérios de multidimensionalidade do conteúdo (suicídio; suicídio na adolescência; depressão e
suicídio; suicídio no Brasil; comportamento suicida; suicídio: fatores de risco e neuropsicológicos
entre o período de 2010 e 2020). De acordo com a análise, o diagnóstico mais comum para o suicídio
na adolescência é o transtorno de humor em fase depressiva e, frequentemente, acompanhada de
outros fatores, tais como: crise financeira, desintegração da família e relacionamentos afetivos
efêmeros, abuso de álcool, esquizofrenia e transtorno de personalidade.
1. INTRODUÇÃO
2 . DESENVOLVIMENTO
De acordo com a OMS (2017) o suicídio está entre as dez primeiras causas
de morte no mundo e é a segunda principal causa entre pessoas de 15 a 29
anos. No mundo a cada 40 segundos uma pessoa morre por suicídio, e a
cada 3 segundos uma pessoa tenta tirar a própria vida. O número anual de
suicídios é maior do que todos os conflitos mundiais combinados. Esses
dados são preocupantes, porém podem ser prevenidos a maioria dos casos.
entre jovens de 15 a 29 anos. No ano de 2011, foram 11.458 mil mortes; 5,3 a cada
100 mil habitantes, já em 2015, chegou a 12.562 mil; 5,7 a cada mil habitantes.
Baptista (2004, p.69) consideram que o fenômeno do suicídio é
multicausal e sugerem que a etnia, a cultura, os fatores biológicos, ambientais,
psicológicos e políticos englobam a existência do indivíduo. Algumas literaturas
como a de Minayo e Cavalcante (2010, p.750) demonstram que as estatísticas de
suicídio são distribuídas de forma desigual nos diferentes países no mundo,
diferenças essas, como gêneros, nível social, culturas e os grupos etários. Os
homens são os que apresentam maior taxa de mortalidade 79% e as mulheres 3,6
menos 21%. Como também apresentam índices altos de viúvos, solteiros e
divorciados com 60,4%, de acordo com OMS (2017). Outros dados interessantes
são encontrados quando se compara o número de suicídios de acordo com a etnia,
a exemplo de indígenas (15,4%), se comparados aos brancos (5,9%) e aos negros
(4,7%).
Homens
Mulheres
preferem dizer que foi um acidente, que dizer que foi suicídio, pois a própria família
nega a realidade.
Apesar de muitas das vezes este ser um ato individual e mais conhecido,
existem outros tipos de práticas de suicídios, por exemplo, o em grupo, como no
contexto de seitas religiosas, que se utilizam de homens-bomba, ou de grupos
suicidas online, como o Jogo da Baleia Azul1. Conforme Stengel (1980), , também
existe o suicídio duplo, quando por exemplo um casal de namorados cometem o ato
do suicídio juntos. Já no pacto de suicídio, é extraordinariamente raro, mas
acontece, apesar de pouco conhecido, ou suicídio por imitação, exemplo do caso
Werther. Frequentemente tem-se sugerido, que alguns comportamentos suicida
pode ser aprendido através de um processo chamado de modelagem (PORTO,
2002).
De acordo com Lopes e Cardoso (1986, p.55), o meio mais utilizado é o
enforcamento entre homens (66,1%) e mulheres (47%), seguidos por intoxicação
exógena e armas de fogo. Existem muitos exemplos na literatura de suicídios :
eletrocussão (choque elétrico); incineração ;instrumentos perfurantes e cortantes;
submersão ou afogamento; precipitação; deglutição de corpos estranhos,
despedaçamento e envenenamento. Já em relação às tentativas de suicídio, as
mulheres são em maiores números (69%) e 31,1% tentam mais de uma vez.
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Obsessivo compulsivo: (TOC) é um transtorno comum, crônico e duradouro. É caracterizado pela presença de
obsessões e/ou compulsões. Evitativo: pessoas inseguras ou altamente tímidas. Dependente: incapacidade de ficar
sozinho, uma dependência sufocante dos outros, a insegurança, nenhuma responsabilidade pessoal, o medo
obsessivo de ser abandonado. Histriônico: as pessoas com esses transtornos têm emoções intensas, instáveis e
autoimagens distorcidas. Narcisista: a pessoa narcisista está absolutamente convencida de que é superior às
outras pessoas e se compara sistematicamente com todos ao seu redor pensando que ninguém está acima dela,
pelo contrário, acha que muitos (ou até mesmo todos) estão abaixo. Boderline: é um transtorno mental grave
caracterizado por um padrão de instabilidade contínua no humor, no comportamento, autoimagem e
funcionamento. Paranoide: é um padrão de suspeita generalizada e de desconfiança em relação aos outros.
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No Brasil o suicídio entre jovens ainda está como a quarta causa de morte
no Brasil. Após quinze anos de crescimento, números de suicídios no país
estabilizaram, índices em Roraima foram de 8,1 para 11,3 em cada 100 habitantes,
o que aumentou 11%; em Piauí passou de 2,8 para 10,1 em cada 100 habitantes; e
Rio Grande do Sul sempre foi líder, de 10,1 para 10,4 a cada 10 mil habitantes, são
maiores que a média nacional. O suicídio aumentou muito no Brasil entre 2000 e
2016 uma alta de 73% nesse período. Foram registrados as maiores taxas de
crescimento entre jovens e idosos, do acordo com o Ministério da Saúde (2000). Já
2015, na faixa etária de 15 a 29 anos foi a quarta causa de morte, ficando atrás
apenas de acidente de trânsito e violência (GIANNINI e LISBÔA, 2017).
No Brasil, a infância e a adolescência fazem parte do ciclo da vida
humana que se caracterizam pela baixa morbidade e mortalidade, entretanto, as
principais causas de morte nestas etapas estão relacionadas às doenças
oncológicas e violências, tais como homicídio e suicídio. Os números de suicídio no
mundo atingem mais de 800 mil pessoas no ano, mais que homicídios e guerras,
caso juntasse tudo no mundo. Se os suicídios no Brasil forem comparados aos
suicídios no mundo, o índice é baixo. Podemos notar, na imagem a seguir, que o
Brasil (de azul) apresenta números de menos que 8 por 100 habitantes, é a segunda
causa de morte no planeta entre jovens de 15 a 29 anos.
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Fonte: Organização Mundial da Saúde, tomando por base dados de 2009 (WHO)
3. CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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