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PSICOLOGIA E SAÚDE EM DEBATE

ISSN (eletrônico) 2446-922X

ESTUDO TEÓRICO

A AUTOMUTILAÇÃO NA ADOLESCENCIA NA VISÃO DA


PSICANÁLISE
DOI: 10.22289/2446-922X.V8N2A14

Larissa de Fátima Nunes1


Marcelo Matta de Castro

RESUMO

Este trabalho objetiva relatar a automutilação na adolescência. Tem se tornado um tema relevante
nos dias atuais. A psicanálise contribui de forma significativa para os estudos sobre os
adolescentes, estudando mecanismos presentes neste comportamento e apontando soluções
frente ao problema. Desde quando a psicanálise surgiu, esse tema é estudado, e tem sido
aprofundado nos dias atuais. Sendo assim, o presente artigo propõe realizado na forma de revisão
da literatura objetiva relatar acerca de possíveis adoecimentos ou mecanismos inconscientes, que
podem estar por trás de comportamentos autolesivos em adolescentes e apontar sinais de alerta.
Esse trabalho apresenta a adolescência e suas transformações e faz uma relação da automutilação
com a histeria, contextos sociais como mídias, relações afetivas e traumas vivenciados. Assim,
apresenta interpretações psicanalíticas a respeito do assunto. É válido ressaltar que a psicanálise,
além de investigar questões inconscientes, também propõe um tratamento eficaz com técnicas
246
criadas desde a criação desta abordagem, aperfeiçoando-se cada vez mais com novas
contribuições; apresenta como os diversos autores psicanalíticos contribuem com o tema em
questão.

Palavras-chave: Automutilação; Adolescentes; Psicanálise.

AUTOMUTILATION IN ADOLESCENCE IN THE VIEW OF


PSYCHONALYSIS
ABSTRACT

This work aims to adolescence self-mutilating has become a relevant topic. Psychoanalysis
contributes significantly to studies about adolescents, studying behavior mechanisms in teens and
pointing out solutions to the problem. In this way, since psychoanalysis emerged, this topic has been
studied, and has been deepen studied nowadays. Therefore, this article proposes a study about the
possible illnesses or unconscious mechanisms, which may be behind adolescents self-harm
behaviors, and that can point out warning signs. This work presents adolescence and its
transformations and makes a relationship between self-mutilation and hysteria, social contexts such
as media, affective relationships and experienced traumas. It al so presents psychoanalytic
interpretations on the subject. It is worth mentioning that psychoanalysis, in addition to investigating
unconscious issues, also proposes an effective treatment by techniques created since the creation

1
Endereço eletrônico de contato: larissa.00853@alunofpm.com.br
Recebido em 04/11/2022. Aprovado pelo conselho editorial para publicação em 06/12/2022.

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of this approach, improving itself with new contributions and presents how the various psychoanalytic
authors contribute to the theme in question.

Keywords: Mutilation; Teens; Psychoanalysis.

LA AUTOMUTILACIÓN EN LA ADOLESCENCIA DESDE LA


MIRADA DEL PSICOANÁLISIS
RESUMEN

Este trabajo tiene como objetivo relatar la automutilación en la adolescencia. Se ha convertido en


un tema relevante en la actualidad. El psicoanálisis hace una contribución significativa a los estudios
sobre adolescentes, estudiando los mecanismos presentes en este comportamiento y señalando
soluciones al problema. Desde que surgió el psicoanálisis se ha estudiado este tema y se ha
profundizado en la actualidad. Por ello, este artículo se propone realizar una revisión de la literatura
objetiva para informar sobre posibles enfermedades o mecanismos inconscientes que pueden estar
detrás de las conductas autolesivas en adolescentes y señalar señales de alerta. Este trabajo
presenta la adolescencia y sus transformaciones y establece una relación entre la automutilación y
la histeria, contextos sociales como los medios, relaciones afectivas y traumas vividos. Así, presenta
interpretaciones psicoanalíticas sobre el tema. Cabe mencionar que el psicoanálisis, además de
investigar cuestiones inconscientes, también propone un tratamiento eficaz con técnicas creadas
desde la creación de este enfoque, perfeccionándose cada vez más con nuevos aportes; presenta
cómo los diversos autores psicoanalíticos contribuyen al tema en cuestión.
247
Palabras llave: Automutilación; Adolescentes; Psicoanálisis.

1 INTRODUÇÃO

O DSM-V conclui que a automutilação na adolescência é classificada como um transtorno


psiquiátrico, necessitando ainda de muitos estudos para aperfeiçoamento do tema (Associação
Americana de Psicologia [Apa], 2013). Este é um transtorno de controle de impulsos, presente no
transtorno de Personalidade Borderline, como cita o CID-10. Os sintomas da automutilação em
adolescentes podem variar de pessoa para pessoa, mas é algo que acontece muito com os jovens
na nossa sociedade e podem vir acompanhados de irritabilidade, ansiedade, agressividade, choro
recorrente, necessidade de isolamento (Fonseca, Silva, Araújo, & Botti, 2018).
A automutilação inicia-se na adolescência, pela dificuldade no desenvolvimento, fase
marcada por mudanças físicas e mentais. Demanda um auxílio familiar para se desenvolver uma
vida saudável e contribui para a autonomia desses adolescentes. O ato de mutilar não é fatal; é
caracterizado por lesões em si mesmo, podendo ser: arranhões na pele, queimaduras,
comportamentos de risco, ingestão de substâncias (Riter, 2019).
Uma hipótese da automutilação é a necessidade de se estar no controle da própria dor,
punir-se por algo, porque a dor física domina a dor emocional. Associado a sentimentos como o da
vergonha, autocrítica, impulsividade, instabilidade e dificuldades em se expressar, na adolescência

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esses são sinais de alerta que não podem ser desprezados (Sociedade Brasileira de Pediatria,
2017).
A adolescência é caracterizada por mudanças. Esse período do desenvolvimento humano é
marcado por transformações físicas, sociais, cognitivas. Essa fase é marcada por conflitos e
sofrimento psíquico, que causam reações nas emoções e mudanças em seus comportamentos
(Moraes, 2020).
De acordo com Albert (2009), para o psicanalista Sigmund Freud, a adolescência não é só
a puberdade, ou seja, o encontro com o real da sexualidade, como também um trabalho de
desligamento dos pais, o que define o adolescente como neurótico, situando-se na diferença dos
sexos. Também há mudanças físicas, hormonais e sociais que muitas vezes se tornam doloridas,
levando os jovens a buscarem comportamentos destrutíveis ao próprio corpo (Alberti, 2009).
As automutilações têm aumentado 93% nos últimos 5 anos. Há alguns sinais para se atentar
na prevenção, como: tentativas de suicídio anteriores, mudanças de comportamento e de humor,
transtornos como depressão e ansiedade, pessimismo, desesperança, falta de sentido na vida, uso
de substâncias, impulsividade, dentre outras (Angel, 2019).
O objeivo geral deste trabalho é analisar a partir da obra “esse sujeito adolescente”, a
contribuição da psicanálise no trabalho com adolescentes que passam por algum tipo de
adoecimento mental. 248
O presente estudo trata-se de uma análise do livro “Este sujeito adolescente” acrescida de
uma discussão obtida a partir de levantamento na literatura por meio de artigos, monografias,
dissertações e teses que serão buscadas em bibliotecas digitais de Instituições Superiores como,
PEPSIC, Google Acadêmico, dentre outros, realizado por meio de revisão narrativa de literatura. Na
busca serão utilizadas as seguintes palavras-chaves: Adolescência e Psicanálise, Automutilação a
adolescência. Serão utilizadas obras em português no período de 2011 a 2021.

2 MATERIAIS E MÉTODOS

O presente estudo trata-se de uma análise do livro “Este sujeito adolescente” acrescida de
uma discussão obtida a partir de levantamento na literatura por meio de artigos, monografias,
dissertações e teses buscadas em bibliotecas digitais como PEPSIC, Google Acadêmico, dentre
outros. Na busca foram utilizadas as seguintes palavras-chave: “adolescência e psicanálise” e
“automutilação na adolescência”. As obras selecionadas foram publicadas em português, no
período de 2011 a 2021, incluindo-se artigos, trabalhos acadêmicos, livros, vídeos, obras de Freud,
dentre outros.

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3 RESULTADOS

O complexo de Édipo uma representação do inconsciente, uma fase em que se aparece o


desejo sexual ou amoroso da criança pelo cuidador do sexo oposto e sua rivalidade ao cuidador do
mesmo sexo, o amor pelo genitor do. Este complexo, acontece entre os 3 e os 5 anos. Seu declínio
marca a entrada num período chamado de latência e se encerra após a puberdade a partir de um
novo tipo de escolha de objeto (Roudinesco,1998).
Segundo Mountier (2021), a automutilação nem sempre leva ao, mas há mais propensão
para que essas pessoas cometam suicídio, chamada de automutilação não suicida. Incluem
comportamentos como cortar ou perfurar a pele com objetos como faca, lâmina de barbear ou
agulha, queimar a pele, dentre outros. Um dos motivos que leva a pessoa a se automutilar pode ser
a necessidade de aliviar uma tensão ou sentimentos dolorosos, autopunição por falhas, pedido de
ajuda. É mais comum em meninas, mas tratando-se de meninos, os estudos e tratamento sobre o
assunto é o mesmo.
Essa dor física causada pela automutilação converte-se em prazer ligado à dor. Até mesmo
os pacientes acham estranho esse prazer de ver o sangue, os cortes, o que para os adolescentes
chega a ser uma descoberta no corpo, que está passando pelo luto do corpo infantil, cheio de novas
sensações para serem partilhadas com o outro. Essas mudanças causam estranhamento no 249

adolescente. Ele sente muitas angústias. Diante dessas angústias, o adolescente vai da passagem
ao ato, para rearticular a fantasia (Dunker, 2017).
Para Freud, o adolescente pode ser considerado como um sujeito neurótico. A adolescência
é o encontro com o real do sexo, ou seja, na puberdade as fantasias estão ligadas ao sexual infantil.
O adolescente desliga-se dos pais, porque na infância houve uma falha na função paterna. O sujeito
que enxerga como falha, chamada de “castração”, um rompimento do complexo de Édipo. Esse
evento na infância gera uma neurose, e na adolescência esses conteúdos inconscientes e
recalcados retornam e levam muitos ao suicídio ou à tentativa (Alberti, 2009).
A sexualidade tem um papel fundamental na histeria, vinda de traumas psíquicos. Os
conteúdos da consciência são recalcados, geram uma defesa, repressão desse trauma infantil.
Breuer e Freud, ao investigarem a histeria, criaram o método de hipnose, possibilitando aos
pacientes alucinarem o momento que provocou o primeiro ataque. Sintomas como: paralisias,
ataques histéricos, convulsões epileptoides, tiques, vômitos contínuos, anorexias com recusa de
alimento, distúrbios da visão, alucinações visuais, dentre outros fatores, que eram presentes em
pacientes histéricos, desapareciam na hipnose ao despertar a lembrança do acontecimento que
motivou a histeria avivando o afeto, sendo colocado em palavras, expressando-se, através da
recordação (Barreto, 2016).

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O suicídio é um simbolismo a um apelo pelo fato de não dar conta do impacto do gozo que
está no sujeito. A maioria das jovens suicidas é histérica em sua estrutura neurótica; o sujeito tem
dúvidas se realmente quer se matar, sendo assim um ódio ao outro. Lacan fala da passagem ao
ato, e no suicídio (ato) o sujeito despede-se da cadeia significante, que é a linguagem; a morte é
quando o sujeito não fala mais. Então, a tentativa e o suicídio, que é o ato de se machucar, vem da
dificuldade no relacionamento com o outro, o objeto de desejo, sendo que na adolescência o desejo
edipiano retorna o sujeito que está com o corpo, mas amadurecido inconscientemente entende que
pode realizar esse desejo edípico (Alberti, 2009).
Caso atendido por Breuer, em que os sintomas desapareciam cada vez em que se
encontrava a primeira ocasião quando ocorria a histeria, interrompendo-a assim. A histeria é criada
por ideias mórbidas; a ideia de não poder movimentar um braço, gera uma paralisia nesse braço,
ou uma dor de cabeça, que é provocada por modificações do nariz é fisiológico e não se encaixa
na histeria. Os sintomas vêm de um desejo que se tornou inconsciente e manifesta-se no corpo
através de sintomas variados, quando não é encontrada uma causa orgânica por trás (Barreto,
2016).
Freud observa que a menina substitui a mãe pelo pai no complexo de Édipo, no seu desejo.
A passagem ao ato suicida pode fazer sentido para as adolescentes, porque o pai não responde a
esse desejo e o jovem ainda não está pronto para as dificuldades do mundo dos adultos. Assim, 250
transfere à figura paterna essa função. Há a demanda do outro para sustentar o desejo do sujeito.
Freud compreende então que para os jovens histéricos há uma queda na eficácia da função paterna,
que é impossível de suportar (Alberti, 2009).

3.1 A histeria na adolescência

Os adolescentes, antes de se tornarem histéricos, são cheios de vida, têm talentos e


interesses intelectuais, são cheios de energia. Meninas esforçam-se nos estudos. Há necessidades
de sentirem sensações e dificilmente suportam o tédio. Há muita excitação no desenvolvimento da
puberdade e das glândulas sexuais, despertando a sexualidade (Barreto, 2016).
A maturação do corpo segue normal até que o organismo produza secreções que
possibilitam gerar novas vidas. Freud diz que o sujeito se surpreende com o corpo que produz a
excitação sexual, deixando o adolescente surpreso por essas transformações, a menarca ou
polução. O encontro real com o sexo traz a necessidade de uma educação sexual ao adolescente,
vinda da escola e da família. De acordo com o aumento da energia e a maturação do corpo, o desejo
edipiano retorna (Alberti, 2009).
Uma histérica que fazia lesão em si mesma sem que pessoas à sua volta pudessem ver,
busca provar a si mesma a existência de uma anormalidade; sabendo de sua condição de doente,

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se culpa pela histeria. Para essa paciente em questão há a necessidade de convencer a ela e aos
outros de sua doença (Barreto, 2016).
Durante a puberdade pode haver adoecimento dos adolescentes pelo aumento da excitação
corporal e a maturação do corpo, que afeta todo o sistema nervoso, aumentando a predisposição
histérica por causa da sexualidade. Ideias que motivaram a histeria são ideias que foram tiradas da
consciência e convertidas a conteúdos sexuais na puberdade histérica, manifestando de formas
diferentes em cada menina. Algumas ignoram, outras estudam; outras agem de acordo com a
moralidade, reprimindo os fenômenos, levando-as a tornarem somáticos esses fenômenos,
tornando-se inconscientes. Em mulheres virgens esses fenômenos tornam-se angustiantes. Isso
devido à rejeição dos mesmos e no homem essa rejeição torna-se agressividade (Barreto, 2016).

4 SERIA A AUTOMUTILAÇÃO UMA MANIFESTAÇÃO DA HISTERIA?

4.1 Mecanismos da histeria

Para Freud, a adolescência é o encontro com o real do sexo, a puberdade e para Lacan, o
real é efeito do simbólico, que inclui a cultura, a linguagem e relações. Essa relação com o outro só
começa a partir da identificação com o pai, que é o significante. Na histeria, a pessoa sente como 251

se não tivesse um lugar na sociedade, na escola, no trabalho, enquanto na fobia há medo, não
suportando estar no meio de pessoas. Em ambos há uma dificuldade de se estabelecer um vínculo
social. Freud acreditava que o complexo de édipo não era algo tão recalcado assim. Ele retorna e
implica o sujeito neurótico, mostrando uma falha no recalcamento e que o desejo é, muitas vezes,
expresso por um sintoma (Alberti, 2009).
Derivada da palavra grega hystera (matriz, útero), a histeria é uma neurose* caracterizada
por quadros clínicos variados. Sua originalidade reside no fato de que os conflitos psíquicos
inconscientes se exprimem de maneira teatral e sob a forma de simbolizações, através de sintomas
corporais paroxísticos (ataques ou convulsões de aparência epiléptica) ou duradouros (paralisias,
contraturas, cegueira). As duas principais formas de histeria teorizadas por Sigmund Freud* foram
a histeria de angústia, cujo sintoma central é a fobia* e a histeria de conversão, onde se exprimem
através do corpo representações sexuais recalcadas. A isso se acrescentam duas outras formas
freudianas de histeria: a histeria de defesa*, que se exerce contra os afetos de prazerosos e a
histeria de retenção, onde os afetos não conseguem se exprimir pela ab-reação*. A expressão
histeria hipnóide pertence ao vocabulário de Freud e Josef Breuer*, no período de 1894-1895. Foi
também empregado pelo psiquiatra alemão Paul Julius Moebius, (1853-1907). Designa um estado
induzido pela hipnose* e que produz uma clivagem* no seio da vida psíquica. A expressão histeria

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traumática pertence ao vocabulário clínico de Jean Martin Charcot* e designa uma histeria
consecutiva a um trauma físico (Roudinesco, 1998, p. 337).
Conforme o aparecimento da automutilação com frequência nos consultórios de psicólogos
e psicanalistas entre adolescentes na escola, se mutilar é uma questão primária do ser humano
como forma de se evitar a dor e para se obter prazer, partindo do principio do prazer, causando dor
em si mesmo. Freud, com o termo “pulsão”, compreende o masoquismo como se fosse a satisfação
associada à dor e ao desprazer. Há um relaxamento após a dor, relaxamento parecido com o prazer
sexual vindo da libido que enfrenta a pulsão de morte, que a leva ao mundo externo (Araújo,
Chatelard, Carvalho, & Viana, 2016).
A automutilação é uma prática mais recorrente entre mulheres, no ato de cortar, causando
dor em si mesma. A automutilação é um ato onde há fantasias por trás. Torna-se uma prática para
a redução de uma angústia, em que as pacientes que se automutilam explicam essa angústia como
um sentimento de não caber mais em si mesmas; sentem aflição, ou seja, algo indeterminado que
se flutua entre o corpo e a psique, onde há idéias, o que é uma das faces da angústia. Nessa
indeterminação introduz-se o gozo. Lacan, quando fala sobre o gozo, traz uma ideia diferente da
satisfação e do prazer, algo que seria extraído da angústia que se interrompe quando há o gozo,
porque a dor causa um corte e redução na angústia; assim alivia-se a angústia porque há uma
localização da dor (Dunker, 2017). 252
Freud, com o seu conceito de “pulsão de morte”, contribui para compreender que a pulsão
pode ser colocada na função sexual, porém pode ser destrutiva por muitas vezes levar o
adolescente a buscar a dor física para aliviar uma dor interna (Araújo et al., 2016).
Dunker (2022) psicanalista, em seu vídeo no youtube afirma que o ato de se mutilar na
adolescência está presente em vários transtornos, como o Transtorno de Personalidade Borderline,
um quadro que não se adequa ao diagnóstico estrutural de neurose, nem psicose, embora alguns
psicanalistas acreditem ser uma manifestação de uma neurose. Nesse quadro há sintomas como:
agressividade, medo do abandono, instabilidade entre o real e o imaginário, instabilidade em relação
a si mesmo, impulsividade ou reatividade, causando autolesões.
Durante o desenvolvimento psicossexual o aparelho psíquico registra eventos como um
trauma sexual. Há incapacidade de se compreender o que é experimentado. Uma nova experiência
gera um desprazer na infância. A sexualidade que é vivida no período do desenvolvimento infantil
pode tornar-se algo traumático futuramente; as reações podem inibir ou reforçar o afeto que foi
vivenciado e desvinculado no período da infância (Alberti, 2009).

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4.2 A psicologia e o adolescente na sociedade

Nos hospitais e consultórios de psicologia os corpos mutilados também aparecem no espaço


virtual em forma de relatos, diários, testemunhos em sites e blogs, com o intuito de despertar
reflexões e identificar mecanismos presentes em publicações. Isso causa mudança no olhar para a
questão e mudança nas relações de pessoas que se automutilam e na relação com o próprio corpo
e sentimento. Após conferir blogs, a autora chega à conclusão de que os jovens sofrem com a
ausência de alguém para desabafar; torna-se impossível encontrar palavras para a dor, mantendo
esta no sujeito, sendo direcionada ao corpo (Lima & Dias, 2017).
O adolescente está à busca de sua identidade e procura por referências, executando-as
nesse momento. As mídias contribuem para essas representações sociais, para a busca pela
identidade. Adolescentes identificam-se com heróis de Hollywood, jogadores, personagens
históricos ou de ficção, influencers positivos ou negativos, o que pode gerar instabilidade, levando
os jovens a buscar se encaixar em um grupo, levando consigo essas influências até a vida adulta.
Essa busca de identidade em ídolos pode causar uma frustração a respeito de si e gerar uma crise
que conduz à angústia (Quiroga & Vittale, 2013).
Com o avanço da tecnologia, o desamparo do indivíduo torna-se mais evidente. Ao mesmo
tempo em que o leva a buscar esconder uma falta, o seu mal-estar torna-se mais evidenciado; 253
porém essa falta não pode ser satisfeita completamente (Lima & Dias, 2017).
O que também pode levar o adolescente a se mutilar são os transtornos sociais que levam
à autocrítica, à baixa estima e ao que ele cria de si. Emoções podem sair do controle. Mesmo não
sendo um transtorno, essas emoções podem levar a enfermidades, agravando o estado mental do
adolescente, ou seja, o corpo registra os acontecimentos, o que levou Reich a trabalhar o corporal
em seus pacientes (Chaves, Brock, & Volpi, 2019).
É necessário investigar o desenvolvimento do adolescente em contextos familiares e
institucionais. Este se depara com a fase adulta e sua autonomia na infância precisa ser
desenvolvida não só na família, mas no contexto escolar, através de uma educação baseada no
diálogo e na confiança, para um desenvolvimento saudável. Na escola se faz necessária essa
autonomia para o desenvolvimento social (Zappe & Dell’Agilo, 2016).
Algumas mulheres se exibem nas redes sociais, moldando até mesmo seu caráter, para se
mostrarem. Outras mostram empoderamento, com a voz ativa, produzindo-se. A estética
privilegiada é a sensual, a apresentação do prazer, ficando desconexa a realidade e a
representação, pela produção dos conteúdos sensuais (Lima & Dias, 2017).
Através da psicanálise, compreende-se que pelo olhar do outro se passa a existir, enquanto
sujeitos. Através da autobiografia dos jovens nas mídias há uma tentativa de se ter o olhar do
próximo voltado para si. Com a ausência desse outro para acolher a angústia, torna se possível

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entender o sofrimento psíquico que leva ao comportamento de se mutilar, talvez um processo de
voltar a energia para si próprio, tendo coisas próprias como diário, corpo, pele, para que o outro
descubra (Lima & Dias, 2017).
Os adolescentes mostravam ao mundo que atentavam para o próprio desejo, na década de
90. Hoje, estes contra-atacam a corrupção, a discriminação e a desigualdade por acesso a uma
vida digna e confortável e reconhecem que não são obrigados a responderem à demanda do outro
e a se implicaram como sujeitos desejastes (Albert, 2019).

5 O TRATAMENTO DA HISTERIA E DA AUTOMUTILAÇÃO

Freud atendeu uma jovem chamada Katharina, que se sentia doente dos nervos.
Consultando vários médicos, queixando-se de falta de ar a ponto de se sentir sufocada, semblante
atormentado, pressão nos olhos, sentindo-se tonta, peito comprimido, aperto na garganta. Sentia
como se a cabeça martelasse e sensação de morte, ou seja, sintomas que Freud investigou e
denominou como histeria (Freud,1985).
O conceito estudado por Freud, chamado de “repetição” implica a ideia de que há um
sofrimento no ser humano que se torna patológico, fazendo-o repetir conteúdos que geram
desprazer contrário ao propício foi prazer gerado por pulsões, como a pulsão de morte ligando ao 254

ato de se mutilar. O tratamento psicanalítico compreende que este ato e uma forma de tornar
simbólica a demanda do outro e ressalta a importância da visualização (Bernal, 2019).
O foco da psicanálise é levar o sujeito a recordar, repetir e elaborar. Ao repetir, no momento
da análise, possibilita o despertar das recordações passadas, mas para isso é preciso a
transferência para superar as resistências; o “recordar” se dá através da técnica de associação livre
(Freud, 1914).
A paciente Katharina relata sintomas que aparecem acompanhados de medo de ser
agarrada e pensa em um rosto que a olha, mas que ela não reconhece. Freud identifica a angústia
que há em jovens, vindos de um pavor de se conhecer a sexualidade pela primeira vez (Freud,
1985).
Freud interpreta o caso de Katharina, percebendo que os ataques começaram em relação a
um momento em que ela tivesse visto ou escutado algo que a incomodou. Foi o momento em que
pegou seu tio com uma menina, levando-a a se sentir culpada pela separação dele e sua tia, ao
sinalizar o episódio presenciado. No momento apareceram sintomas como falta de ar, vistas
escuras, zumbido na cabeça; mesmo não entendendo no momento o que havia visto, ficou
assustada e vomitou por dias (Freud, 1985).
Freud investiga o caso de Katharine, com ela relatando o momento traumático. Após muitas
investigações, a moça relatou que o mesmo tio havia assediado-a sexualmente e essas lembranças

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lhe causavam repulsa. Tornou possível associar esses sintomas a essas vivências; o rosto que ela
vê é o tio. Vivenciando esses momentos eróticos na infância se tornando traumáticos, Freud
compreendeu que esses conteúdos ficaram guardados; forçados a sair, uniram-se ao Eu. (Freud,
1985).
Diante do desenvolvimento do mundo, adolescentes se deram conta do perigo que seus
futuros corriam. Com contribuições da sociologia, antropologia e da ciência, o psicanalista deve se
atentar para a clínica cotidiana, para criar uma teoria adequada. Lacan entende que o real do sexo
é que se refere à linguagem. Assim a psicanálise traz a reflexão de que é no momento em que o
simbólico se cria que algo não pode ser simbolizado (Albert, 2009).
Os sintomas histéricos que Freud investigava na paciente desapareciam rapidamente e não
retornavam quando a paciente se lembrava do acontecimento, tornando à tona o afeto; a paciente
se fez capaz de descrever detalhadamente o episódio (Freud, 1985).
Ao falar de causas que levam à neurose, deve-se buscar em fatores sexuais; neurose
obsessiva e histeria combinam com uma neurose de angústia. Na psicanálise, o tratamento das
neuroses só pode acontecer através da transferência; assim o sujeito reconstrói sua história e revela
o desejo. O adolescente hoje precisa ter a responsabilidade pelas soluções de suas questões; antes
eram tratados no coletivo, através da cultura. O encontro com o real algumas vezes torna-se fatal e
traumático, levando o adolescente às drogas, angústias, anorexia, acidentes e tentativa de suicídio, 255
e esse real, como conceitua Lacan, o sujeito pode se vir como agente movimentando o laço social
e o analista deverá atravessar a fantasia, questionando o sujeito (Alberti, 2009).
O psicanalista deve adotar a postura de questionador do sujeito, trabalhando e produzindo
seus significantes mestres. O psicanalista sabe que o amor é de transferência; o analista ocupa o
papel da falta do sujeito; a transferência torna possível que o adolescente situe o analista nesta
posição (Alberti, 2009).
Freud, analisando a histeria, também se deparou com neuroses de angústia, originadas pela
abstinência sexual, não só relacionada a um evento traumático. O método catártico é bastante
usado na histeria aguda. É necessária atenção e a confiança dos pacientes. A análise produz
elementos psíquicos que estão guardados e, muitas vezes os pacientes demonstram resistência ao
falar. Durante o processo terapêutico surgem as excitações devido à reprodução do trauma, que
muitas vezes dificultam os ganhos terapêuticos da análise (Freud, 1985).
É necessário avaliar as mudanças do adolescente, como ir para a faculdade; no
inconsciente, o adolescente passa por uma mudança de local, o que pode ser decepcionante para
ele. O psicanalista e paradigmático, porque o sujeito o vê como o objeto que pode parecer estranho
a ele; mudanças muitas vezes causam estiramento aos adolescentes (Alberti, 2009).

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O adolescente, diante do espaço terapêutico, depara-se com um espaço adulto, com outro
contexto e diante desse outro adulto, passa pela transferência, descobrindo o objeto, afastando-se
da autoridade dos pais, desenvolvendo assim sua autonomia (Andrade & Lang, 2020).
Os psicanalistas, nas últimas décadas, buscam legitimadas práticas com adolescentes. A
transferência é importante nesse tratamento, combinando com outros metidos como catártico e
associação livre. Assim é necessário levar o adolescente a reviver e ter uma nova experiência com
a puberdade, isso em relação terapêutica com o analisa, identificando- se com o lugar do outro.
Nesse processo, o adolescente irá elaborar a sexualidade infantil recalcada (Alberti, 2009).
Uma das possibilidades do trabalho psicanalítico é considerar o que é denominado “sem
sentido” e que pode ser revelado e “descoberto”, que são conteúdos guardados (Bernal, 2019).

5.1 Outros autores da psicanálise

Os adolescentes já têm uma forte tendência a agruparem-se. Estão frequentemente em


turmas, senão em gangues. O grupo funciona como um objeto e espaço transicional. A turma
propicia a formação da identidade e é intermediária entre a família e a sociedade. A tendência a
agrupar-se pode ainda esconder o temor às críticas diretas. O grupo seria, portanto, uma proteção.
Eles confiam muito nos valores de seus pares e assim reasseguram a autoestima com base na 256
imagem que os 37 outros lhes remetem (Contini, Koller, & Barros, 2002, p. 36).
No tratamento psicanalítico há contribuições de vários teóricos como Freud, Lacan,
Winnicott e também Reich, com a visão corporal trazendo uma psicanálise pós-Freudiana,
associando com psicodrama. O “brincar” é uma forma de a criança criar e observar sentimentos
alegres, proporcionando saúde para o restante da vida, equilibrando energias, simbolizando
conflitos tanto para crianças, quanto para adolescentes (Clinica Brasilda Rocha, 2022).
Reich, pós freudiano, com seus estudos em terapias corporais prova que essas técnicas,
através do contato com o corpo, sensações, pensamentos e emoções são trabalhadas na unidade
do corpo, o que contribui no tratamento da automutilação. Trabalha a expressão e leva o
adolescente a uma melhora e ao desenvolvimento de seus potenciais (Chaves et al., 2019).
Para Winnicott, a adolescência é um momento de adaptação a um novo começo; portanto
faz-se necessário esperar para realizar-se o tratamento. Não se deve buscar curá-los como se
tivessem uma doença; o adolescente deve ter uma atenção por parte dos pais (Oliveira & Fulgencio,
2010).
Melaine Klein ressalta que as dificuldades da adolescência são caracterizadas pela
maturação e pelas transformações físicas. O jovem sente-se à mercê dos desejos que não pode
satisfazer; por isso manifesta-se o suicídio, a psicopatia e somatizações, que impossibilitam o

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“púbere” mudar o foco para um novo objeto. O adolescente precisa substituir o amor infantil por
outros amores adultos, resultando na somatização, se fracassar nesta tarefa (Silva & Dolci, 2022).
A psicanálise winnicottiana ressalta que a automutilação é relacionada a falhas ambientais,
dificultando sua relação com o meio e que ele se situe em si. Essa falha no ambiente se dá quando
a criança não alcança sua independência da mãe e futuramente pode contribuir para os
comportamentos e autolesão, como uma busca de estabilizar-se (Bernal, 2019).
Winnicott diz sobre a importância do espelhamento e que através da mãe o bebê se constitui
como ser existente. Em situações ambientais desfavoráveis, interfere na constituição do sujeito e
do ego (Riter, 2019).
Freud, ao criar com Breuer o método catártico levou as pacientes a recordarem suas
fantasias inconscientes, levando o sujeito a elaborar o conteúdo traumático. A neurose se dá
quando o paciente não recorda esses conteúdos. A cura da neurose é a elaboração do que está
recalcado, que leva à histeria, à psicossomatização, às tentativas de suicídio e de autolesão em
jovens, ou até mesmo em adultos (Alberti, 2009).

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No decorrer do trabalho observou-se que a adolescência é um período de transformações e


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amadurecimento, onde a criança desvincula-se dos pais e começa a se ver como adulta. Se a
infância foi vivida de maneira traumática, se houve uma ruptura do processo infantil de uma maneira
dolorosa, ou seja, o processo da infância para a adolescência trouxe uma angústia, os adolescentes
vivenciam os comportamentos alusivos, para darem conta da dor interna.
O presente estudo buscou fazer uma discussão sobre processos da adolescência de acordo
com a psicanálise, e como estes processos podem levar os jovens à automutilação.
Entende-se que os adolescentes e familiares possuem dúvidas a respeito da automutilação
e este artigo pode aplacar essas dúvidas com conhecimentos psicanalíticos a respeito de análises
e tratamento.

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