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UNIVERSIDADE METODISTA DE ANGOLA

FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE E DO BEM-ESTAR

CURSO DE PSICOLOGIA

O SUICÍDIO

Docente

Carla Alve
UNIVERSIDADE METODISTA DE ANGOLA

FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE E DO BEM-ESTAR

CURSO DE PSICOLOGIA

O SUICÍDIO

Elementos do grupo:
Graça Mutaleno
Engrácia Antônio
Sandra Muanda 35179

Turno: Tarde
Sala:U502

Docente

Carla Alves
Índice

Introdução……………………….……………………
Fundamentação teórica ……………………….
Estudo de caso……………………………………..
Conclusão…………………………………………….
Referência……………………………………………
INTRODUÇÃO

O presente trabalho tende a falar sobre o suicídio, o qual busca mostrar a importância em
conhecer os fatores de risco e sua influência na família, e na sociedade, bem como em
profissionais expostos a condições estressantes que podem levar o indivíduo a cometer o
autoextermínio. Entretanto, falar sobre o suicídio, remete-nos a um fenômeno presente ao longo
de toda história da humanidade e em todas culturas, que no entanto, é um comportamento com
determinantes multifatoriais e resultado de uma complexa interação de factores psicológicos e
biológicos, inclusive genéticos, culturais e socioambientais. Dessa forma, deve ser considerado
como o desfecho de uma série de fatores que se acumulam na história do indivíduo, não podendo
ser considerado de forma casual e simplista apenas a determinados acontecimentos pontuais da
vida do sujeito, ou seja, é a consequência final de um processo. Mediante a explanação do
trabalho, surge então a seguinte questão:

Quais são os factores que levam uma pessoa a cometer o suicídio?

Hipóteses:

H1: Os factores que levam ao suicídio estão ligados à factores socioambientais, no caso o
bullying

H2: Factores psicológicos.

Objetivos

Geral: Conhecer os factores que estão na base do suicídio

Específico: Idenficar
2- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1- Suicídio, Breves Consolidações


O suicídio pode ser definido como um ato deliberado executado pelo próprio indivíduo, cuja
intenção seja a morte, de forma consciente e intencional, mesmo que ambivalente, usando um
meio que ele acredita ser letal (Segundo Mendes, 2014).

Suicídio é o ato deliberado de tirar a própria vida, com desfecho fatal. Quando o suicídio é visto
como uma saída para uma situação de sofrimento. Pode abrir as portas para um plano de suicídio.
No caso de crianças e adolescentes, isso pode acontecer quando há uma depressão grave com
baixa auto-estima, humor deprimido, incapacidade de ver que sua situação pode melhorar,
sentimento de que não há motivos para viver ou nenhuma chance de ser feliz (Nasi,2019).

O suicídio é uma grande questão de saúde pública em todos os países.


Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2014), é possível prevenir o suicídio, desde
que, entre outras medidas, os profissionais de saúde, de todos os níveis de atenção, estejam aptos
a reconhecerem os factores de risco presentes, a fim de determinarem medidas
para reduzir tal risco e evitar o suicídio. O risco de suicídio é uma urgência médica devido ao
que pode acarretar ao indivíduo, como desde lesões graves e incapacitantes, até a sua morte.

Segundo o conselho federal de psicologia (CFP, 2013), do ponto de vista clinico, e importante
compreender o sofrimento para entender como se chega ao ato do suicidio. Nao so o individuo
que tentou e não alcancou a morte, como tambem os familiares, os amigos e demais pessoas.
pessoas sao afetadas quando acontece um suicidio de uma pessoa proxima. Por exemplo,
pensemos no suicidio de um adolescente, teremos o sofrimento do proprio adolescente que
buscou a morte, teremos uma serie de sentimentos de culpa, vergonha, tristeza, raiva dos
familiares mais proximos e ate dos amigos mais proximos, impactando inclusive na sala de aula
em que esse adolescente frequentava. Dessa forma, o número de envolvidos pode ser bem maior
que seis ou dez pessoas.

Sinais de alerta:
Falar sobre querer morrer ou vontade de morrer por suicídio.
Desespero e falta de esperança.
Raiva e zanga, comportamentos agressivos.
Comportar-se de forma imprudente, impulsiva e envolver-se em actividades de risco.
Sentir-se “preso” (sem saída).
Aumentar o consumo de álcool ou drogas ou alterar a medicação habitual.
Isolar-se da família e amigos.
Sentir-se inútil, um “fardo” para os outros.
Agitação ou ansiedade intensa.
Mudanças de humor súbitas e intensas.
Sentir que não se tem razões para viver/que não se encontra um sentido/significado para a
própria vida (“quem me dera não estar aqui”, “nada importa”, “a vida não vale a pena”, “ficam
melhor sem mim”). Alegria ou calma repentinas após um período de desânimo significativo.

2.2-Mitos sociais sobre o suicídio


Mito 1: O suicídio é uma decisão individual, já que cada um tem pleno direito a exercitar o seu
livre arbítrio. Realidade: As pessoas em risco de suicídio estão passando, quase invariavelmente,
por uma situação de crise que pode alterar a sua percepção da realidade, interferindo em seu livre
arbítrio. O acompanhamento em saúde e o tratamento de um transtorno mental, quando presente,
são pilares fundamentais na prevenção do suicídio.

Mito 2: As pessoas que ameaçam se matar não farão isso, querem apenas chamar a atenção.
Realidade: A maioria das pessoas que tentam o suicídio fala ou dá sinais sobre suas ideias de
morte. Boa parte das pessoas que tiram a própria vida expressou, em dias ou semanas anteriores
ao suicídio, seu desejo de se matar.

Mito 3: Quando um indivíduo mostra sinais de melhora ou sobrevive a uma tentativa de suicídio,
está fora de perigo. Realidade: Uma tentativa prévia é o principal fator de risco para o suicídio.
Um dos períodos mais críticos é quando se está melhorando da crise que motivou a tentativa, ou
quando a pessoa ainda está no hospital, na sequência de uma tentativa. A semana que se segue à
alta hospitalar é um período durante o qual a pessoa está particularmente fragilizada.

Mito 4: Não devemos falar sobre suicídio, pois isso pode aumentar o risco.
Realidade 4: Falar sobre suicídio não aumenta o risco. Muito pelo contrário, falar com alguém
sobre o assunto pode aliviar a angústia e a tensão que esses pensamentos trazem.

Mito 5: Apenas pessoas com transtornos mentais têm comportamento suicida. Realidade: Muitas
pessoas vivendo com transtorno mental não são afetadas por comportamento suicida. E nem
todas as pessoas que tiram as suas vidas têm transtorno mental. Comportamento suicida indica
profundo sofrimento, mas não necessariamente transtorno mental.

Mito 6: Quem planeja se matar está determinado a morrer. Realidade: Ao contrário: existe
ambivalência entre viver e morrer. A pessoa muitas vezes não deseja a morte, mas uma saída
para o seu sofrimento. Por isso, acesso a suporte emocional no momento certo pode prevenir o
suicídio. https://www institutomutatismundi.com.br
2.3- Os principais fatores de risco

• Tentativa prévia de suicídio:


É o fator preditivo isolado mais importante. Pacientes que tentaram suicídio previamente têm de
cinco a seis vezes mais chances de tentar suicídio novamente. Estima-se que 50% daqueles que
se suicidaram já haviam tentado previamente.

• Doença mental:
Sabemos que quase todos os suicidas tinham uma doença mental, muitas vezes não
diagnosticada, frequentemente não tratada ou não tratada de forma adequada. Os transtornos
psiquiátricos mais comuns incluem depressão, transtorno bipolar, alcoolismo e
abuso/dependência de outras drogas e transtornos de personalidade e esquizofrenia. Pacientes
com múltiplas comorbidades psiquiátricas têm um risco aumentado, ou seja, quanto mais
diagnósticos, maior o risco.
• Desesperança, desespero, desamparo e impulsividade:
Sentimentos de desesperança, desamparo e desespero são fortemente associados ao suicídio. É
preciso estar atento, pois a desesperança pode persistir mesmo após a remissão de outros
sintomas depressivos. Impulsividade, principalmente entre jovens e adolescentes, figura como
importante fator de risco. A combinação de impulsividade, desesperança e abuso de substâncias
pode ser particularmente letal.

• Idade:
O suicídio em jovens aumentou em todo o mundo nas últimas décadas, representando a terceira
principal causa de morte nessa faixa etária no país. Os comportamentos suicidas entre jovens e
adolescentes envolvem motivações complexas, incluindo humor depressivo, abuso de
substâncias, problemas emocionais, familiares e sociais, história familiar de transtorno
psiquiátrico, rejeição familiar, negligência, além de abuso físico e sexual na infância. O suicídio
também é elevado entre os idosos, devido a fatores como: perda de parentes, sobretudo do
cônjuge; solidão; existência de enfermidades degenerativas e dolorosas; sensação de estar dando
muito trabalho à família e ser um peso morto para os outros.

• Gênero:
Os óbitos por suicídio são em torno de três vezes maiores entre os homens do que entre
mulheres. Inversamente, as tentativas de suicídio são, em média, três vezes mais frequentes entre
as mulheres. Papéis masculinos tendem a estar associados a maiores níveis de força,
independência e comportamentos de risco. O reforço a esse papel de gênero muitas vezes impede
os homens de procurar ajuda para os sentimentos suicidas e depressivos. Nos homens, a solidão e
o isolamento social são os principais fatores associados. Mulheres se suicidam menos porque têm
redes sociais de proteção mais fortes e se engajam mais facilmente do que os homens em
actividades domésticas e comunitárias, o que lhes confere um sentido de participação até o final
da vida. Atualmente, há evidências de que os conflitos em torno da identidade sexual causem um
maior risco de comportamento suicida, fazendo-se necessária a sensibilidade para estas questões
na criação de qualquer programa de prevenção do suicídio. Entretanto, não se deve perder a
presença de qualquer transtorno mental associado, bem como abordar as questões mais óbvias
dos vários graus de aceitação social e estar de acordo com os pontos de vista culturais e
individuais de cada um. Ressalta-se que no atestado de óbito não consta orientação sexual,
apenas gênero masculino e feminino.
• Doenças clínicas não psiquiátricas:
Doenças clínicas não psiquiátricas foram associadas ao suicídio de maneira independente de
outros dois factores de risco bem estabelecidos, como a depressão e o abuso de substâncias. As
taxas de suicídio são maiores em pacientes com câncer; VIH; doenças neurológicas, como
esclerose múltipla, doença de Parkinson, doença de Huntington e epilepsia; doenças
cardiovasculares, como infarto agudo do miocárdio e acidente vascular encefálico; doença
pulmonar obstrutiva crônica; além de doenças reumatológicas, como o lúpus eritematoso
sistêmico. Os sintomas não responsivos ao tratamento e os primeiros meses após o diagnóstico
também constituem situações de risco. Pacientes com doenças clínicas crônicas apresentam
comorbidade com transtornos psiquiátricos, com taxas variando de 52% a 88%. Portanto, é
necessário rastrear sintomas depressivos e comportamento suicida nesses pacientes,
especialmente diante de problemas de adesão ao tratamento.

• Eventos adversos na infância e na adolescência:


Maus tratos, abuso físico e sexual, pais divorciados, transtorno psiquiátrico familiar, entre outros
fatores, podem aumentar o risco de suicídio. Na assistência ao adolescente, os médicos, os
professores e os pais devem estar atentos para o abuso ou a dependência de substâncias
associados à depressão, ao desempenho escolar pobre, aos conflitos familiares, à incerteza
quanto à orientação sexual, à ideação suicida, ao sentimento de desesperança e à falta de apoio
social. Um fator de risco adicional de adolescentes é o suicídio de figuras proeminentes ou de
indivíduo que o adolescente conheça pessoalmente. Existe, também, o fenômeno dos suicidas em
grupo ou comunidades semelhantes que emitem o estilo de vida.

• História familiar e genética:


O risco de suicídio aumenta entre aqueles com história familiar de suicídio ou de tentativa de
suicídio. Estudos de genética epidemiológica mostram que há componentes genéticos, assim
como ambientais envolvidos. O risco de suicídio aumenta entre aqueles que foram casados com
alguém que se suicidou.

• Fatores sociais:
Quanto maiores os laços sociais em uma determinada comunidade, menores seriam as taxas de
mortalidade por suicídio. Este conceito sociológico pode ser transposto para o nível individual:
quanto menos laços sociais tem um indivíduo, maior o risco de suicídio. As pessoas que
emigram são, pela sua própria definição privada de apoios sociais estáveis, mais suscetíveis ao
suicídio. No entanto, novamente o próprio fato de migração não deve ser utilizado a fim de
minimizar a importância de perturbações mentais, quando estas estão presentes. Desempregados
com problemas financeiros ou trabalhadores não qualificados têm maior risco de suicídio: a taxa
referente a mortes deste tipo aumenta em períodos de recessão econômica, principalmente nos
três primeiros meses da mudança de situação financeira ou de desemprego. Viver sozinho parece
aumentar o risco de suicídio, com taxas mais elevadas entre indivíduos divorciados ou que nunca
se casaram.
2.4- Comportamentos suicídas:
Pensamentos ou Sentimentos Suicidas.
Ter pensamentos, fantasias e preocupações com a morte, no geral, e com o acabar com a própria
vida, em particular. Podem variar entre pensamentos e sentimentos abstractos sobre acabar com a
própria vida ou pensar detalhadamente em métodos de suicídio e num plano para o concretizar.
Ter pensamentos ou sentimentos suicidas não significa que a pessoa se suicide, mas constituem
um factor de risco para que isso aconteça.

Tentativa de Suicídio.
Corresponde a qualquer acção propositada, com uma intenção implícita ou explícita de morrer,
independentemente da probabilidade do método escolhido realmente causar a morte.

Suicídio.
Quando alguém, intencionalmente, quer acabar com a sua vida e morre como resultado das suas
acções nesse sentido.
3- CONCLUSÃO

O suicídio nunca é solução.O nosso sofrimento pode diminuir e a nossa vida pode melhorar.Com
o apoio adequado a maior parte das pessoas que têm pensamentos e sentimentos suicidas
escolhem continuar com a sua vida e vivem satisfeitos com ela. Merecemos apoio e não estamos
sozinhos/ as. Existe ajuda disponível. Quanto mais cedo partilharmos com alguém o que
sentimos, mais depressa poderemos obter ajuda para ultrapassar os pensamentos e sentimentos
suicidas. Se achamos que um familiar ou amigo de confiança não nos pode compreender ou
ajudar, um Psicólogo ou Psicóloga pode ajudar.
REFERENCIA

Conselho, F.P. (2013). O suicídio e os desafios para a psicologia.1º Edição.Brasil.

Nasi, A. (2019). Prevenção do comportamento suicida em ceianças e adolescentes.Porto Alegre.

Mendeiros,E. (2014). Suicídio: informando para prevenir.Brasil.

Recuperado em 20 de Janeiro de 2023 em: https://www institutomutatismundi.com.br

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