Você está na página 1de 12

Setembro

AMARELO
Guia básico do que você precisa saber sobre a
campanha de prevenção ao suicídio.

Uma cartilha LAPIH


ORGANIZAÇÃO
LAPIH

AUTORAS
Juliana Motta Rodrigues
Lilian Melo da Costa

ORIENTAÇÃO
Rocío Quintana
Sumário

Vida x Morte 4

Comportamento Suicida 5

Ideias equivocadas sobre o suicídio 6

Alguns fatores de risco 7


para o suicídio
Aspectos psicológicos 8

O que não fazer 9

Medidas de prevenção 10

Pra quem pedir ajuda? 11

Referências 12
Vida x Morte
"Vida" é a propriedade que caracteriza os organismos,
cuja existência evolui do nascimento até a morte,
onde tudo que se tem conhecimento, acaba.

"O suicídio é, segundo Durkheim, todo caso de morte


que resulta direta ou indiretamente, de um ato, positivo
ou negativo, executado pela própria vítima, e que ela
sabia que deveria produzir esse resultado"."

A morte, como escolha pela interrupção do viver, pode


ser encarada como a única possibilidade em muitas
mentes que precisam de ajuda e tratamento.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o
suicídio é responsável por cerca de um milhão de óbitos
por ano, sendo considerado um problema grave de
saúde pública, considerando que tem contribuído com
mais de 2% para a carga global de doenças até o ano
2020.
Contudo, este número não considera o impacto
doloroso que o suicídio ocasiona nas vidas dos
indivíduos, familiares e sociedade. (Bachmann, 2018;
Organização Mundial da Saúde, 2012; Organização Pan–
Americana da Saúde, 2016).

Viva aqui
e agora.

4
Comportamento
Suicida
A dimensão do problema

O comportamento do indivíduo vai depender de sua


história pessoal e dos processos que está enfrentando,
ele pode dar sinais sutis, ou por vezes, não dar pista
nenhuma de suas ideações, contudo, discursos como “eu
estou cansado da vida” ou “não há mais razão para eu
viver” são indícios claros que requerem atenção.

A imagem abaixo apresenta um gráfico que ilustra um


compilado de 15.629 casos relacionando suicídio e
transtornos mentais, realizada pela OMS.

(BRASIL, 2019)

O Brasil tem taxas anuais de 3,9 a 4,5 suicídios para


cada 100 mil habitantes.
Estudos realizados em diferentes regiões do mundo
têm mostrado que, em todos os casos que terminaram
em suicídio, os indivíduos estavam sofrendo com algum
transtorno mental. 5
Ideias
equivocadas
sobre o suicídio

Ele está ameaçando o suicídio apenas para

manipular;

Quem vai se matar não avisa;

Quem quer se matar, se mata mesmo;

Se eu perguntar sobre suicídio, pode induzir a

pessoa a isso;

Quem se mata é bem diferente de quem só tenta;

No lugar dele eu também me mataria.

6
Alguns fatores de
risco para o suicídio
De acordo com a literatura de Carvalho et al. (2013),
fatores de risco são fatos de vida, contextos, patologias
ou traços de personalidade que são capazes de
intensificar as possibilidades de alguém tentar o suicídio
ou suicidar-se.

Estudos revelam que possíveis fatores de risco são


fatores sociodemográficos, como homens, grupos etários
entre 15 e 35 anos ou acima de 75 anos, situações
econômicas extremas, pessoas muito ricas ou muito
pobres, moradores em áreas urbanas, desempregados,
principalmente aqueles que perderam recentemente o
emprego, aposentados, ateus, solteiros ou divorciados e
migrantes. E os fatores socioculturais, como o
afastamento social, a falta de apoio social, o preconceito
relacionado ao comportamento de buscar ajuda.

Assim como obstáculos ao acesso aos serviços de saúde


– particularmente saúde mental e tratamento do uso de
substâncias, crenças culturais e religiosas em relação ao
suicídio, tendo o ato como uma saída digna de um conflito
individual. Tal como a influência de outros
comportamentos suicidas, inclusive vinculados pela
mídia. Por último, os fatores situacionais, como os
métodos disponíveis para praticar, contexto familiar
conturbado – como abuso físico ou sexual e negligência
familiar. Bem como, histórico dessa atitude na família ou
de transtorno mental (Organização Mundial da Saúde,
2012; Carvalho et al., 2013).

7
Aspectos
psicológicos

Perdas recentes, ou dos pais na infância;


Problemas familiares frequentes;
Datas importantes, como eventos festivos;
Personalidade com traços significativos de
impulsividade, agressividade, alterações de
humor;
Transtornos de personalidade, depressão,
ansiedade ou esquizofrenia.

Segundo o Ministério da Saúde, Depressões


moderadas e graves, com ou sem sintomas
psicóticos, em caso de transtorno afetivo bipolar
ou com presença de risco de suicídio importante
devem ser tratadas com o auxílio do psiquiatra, de
preferência com equipe multiprofissional que
viabilize a associação de psicoterapia, terapia
ocupacional, serviço de hospitalidade diurna e até
noturna, dependendo do caso.

8
O que não fazer

Julgar e/ou criticar: "Isso é fraqueza", "Isso é

loucura";

Minimizar o sofrimento: "Você quer se matar por

isso? Já passei por coisa muito pior e nunca fiz

besteira";

Emitir opiniões: "Isso é falta de Deus", "Falta de

vergonha", "Falta do que fazer", "É pra chamar a

atenção";

Dar lições de moral: "Olhe a sua volta! Tanta gente

com problemas realmente sérios. Você tem tudo.

Bola pra frente!;

Dar injeções de ânimo: "Reaja! Tire isso da cabeça",

"Pensamento positivo", "A vida é bela".

9
Medidas de
prevenção
Para ser realizadas pela rede de
apoio

Criar um plano de ajuda, com o que fazer e para


quem ligar quando sentir que está passando
por uma crise;
Procurar atendimento nos serviços de saúde,
como psicólogo e/ou grupo de apoio, poderá ser
de grande auxílio nesse momento;
Buscar atividades que costumam reduzir
ansiedade;
Lembretes para afastar meios de autoagressão;
Sugestões de como lidar com a angústia;
Ter o contato do médico e/ou psicoterapeuta;
Ter o telefone de centros de crise e serviços
médicos de emergência.

10
Para quem pedir
ajuda? Sua vida
tem valor.
É possível buscar ajuda nos serviços da Rede de
Atenção Psicossocial como o CAPS, Unidades
Básicas de Saúde (Saúde da Família, Postos e
Centros de Saúde), UPA 24H, SAMU 192 ou Pronto-
socorro da região.

Centro de Valorização da Vida - CVV:


Ligue 188 (gratuito) ou www.cvv.org.br para chat,
Skype, e-mail e mais informações.

Em Salvador:
5º Centro (Av. Centenário, S/‎N - Garcia)
UPA Valéria (R. do Lavrador, sn - Valéria)
UPA Cidade Baixa (Av. Dendezeiros do Bonfim, 1 -
Roma)
NEPS (Núcleo de Estudos e Prevenção do Suicídio
no Hospital Geral Roberto Santos - Rua Direta do
Saboeiro, s/n - Cabula )

11
Referências
BRASIL. Adriana Moraes. Unidade de Pesquisas em Álcool e Drogas
(org.). Por que, diante de situações “parecidas”, algumas pessoas se
precipitam num ato suicida e outras não? 2019. Disponível em:
https://www.uniad.org.br/artigos/2-levantamentos-e-
pesquisas/por-que-diante-de-situacoes-parecidas-algumas-pessoas-
se-precipitam-num-ato-suicida-e-outras-nao/. Acesso em: 23 ago.
2023.

BRASIL. Carlos Filinto da Silva Cais. Ministério da Saúde. Prevenção


do Suicídio: manual dirigido a profissionais das equipes de saúde
mental. Estratégia Nacional de Prevenção do Suicídio. Campinas, p. 1-
73. dez. 2010.

SANTOS, Maria Juliana da Silva; MEDEIROS, Eduardo Mendes.


Prevenção do Suicídio: as intervenções da psicologia no âmbito da
saúde pública. Revista Psicologia, Diversidade e Saúde, [S.L.], v. 8, n.
3, p. 388-401, 8 nov. 2019. Escola Bahiana de Medicina e Saude
Publica. http://dx.doi.org/10.17267/2317-3394rpds.v8i3.2357.

BOTEGA, NEURY JOSÉ. Crise Suicida. [s.l.] Artmed Editora, 2022.

12

Você também pode gostar