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Número de suicídios no Brasil e no

mundo é preocupante, diz psiquiatra


Segundo médico ouvido por grupo de trabalho, a cada 45 minutos acontece uma morte
por suicídio no Brasil

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20/10/2021 - 18:38

Reila Maria/Câmara dos Deputados

Segundo Müller (no telão), 4% dos adolescentes brasileiros apresentam sinais


depressivos

O grupo de trabalho da Câmara dos Deputados destinado ao estudo sobre o aumento de


suicídio, automutilação e problemas psicológicos entre os jovens brasileiros promoveu
nesta quarta-feira (20) sua primeira audiência pública.

O psiquiatra Humberto Müller, de Rondônia, apresentou dados sobre o suicídio no


Brasil e no mundo. Ele disse que acontecem 16 milhões de tentativas por ano no mundo.
“No Brasil, acontece uma morte por suicídio a cada 45 minutos, mas para cada morte
temos outras 20 tentativas. Os números são altos e preocupantes”, explicou.

Müller também chamou a atenção para o aumento nos casos de depressão e Transtorno
do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) entre crianças e adolescente.
Segundo ele, “4% dos adolescentes brasileiros apresentam sinais depressivos e 1 a cada
4 crianças já apresentou indícios da doença”.

Ele disse que os números de Centros de Atenção Psicossocial são insuficientes para o
atendimento de todos. “Em Rondônia, temos apenas um CAPS I (centro especializado
no atendimento infanto-juvenil). Os números são muito pequenos pela magnitude dos
problemas”, afirmou.

Posvenção
A psicóloga Fabiola Ruzzante Fernandes ressaltou a necessidade de criar um plano de
pósvenção, que é o conjunto de ações para promoção do cuidado prestado aos
sobreviventes enlutados por um suicídio, para evitar que novas tentativas aconteçam no
mesmo núcleo familiar ou escolar.

“É muito importante ter um plano consolidado de pósvenção, uma política pública


nacional. Quando uma família vivencia uma perda por suicídio ela fica totalmente
desorganizada, buscando constantemente pelo motivo, se culpando. É uma situação
extremamente dolorosa que precisa de cuidados, pois há riscos de termos dentro desse
mesmo grupo outras tentativas”, destacou.

A audiência foi proposta pela deputada Jaqueline Cassol (PP-RO), relatora do grupo de
trabalho.

Da assessoria de imprensa do grupo de trabalho


Edição – Wilson Silveira

Fonte: Agência Câmara de Notícias

https://www.camara.leg.br/noticias/818779-numero-de-suicidios-no-brasil-e-no-mundo-e-
preocupante-diz-psiquiatra/

10/9 – Dia Mundial de Prevenção do


Suicídio

O tema escolhido para o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio para os anos de


2019 e 2020 é: “Trabalhando juntos para prevenir o suicídio”. O objetivo é,
primordialmente, mostrar que ao fazermos parte de uma comunidade global
precisamos ter a coragem de nos envolvermos uns com os outros para difundir
a conscientização sobre sua prevenção.

Todos os anos, o suicídio aparece entre as 20 principais causas de morte no


mundo, para pessoas de todas as idades. Só ele é responsável por mais de
800.000 mortes – o que equivale a um suicídio a cada 40 segundos.

Toda vida perdida representa um parceiro, um filho, um pai, um amigo ou um


colega de alguém e para cada suicídio, aproximadamente 135 pessoas sofrem
intensamente. Para cada suicídio, 25 pessoas fazem uma tentativa e muitas mais
pensam seriamente nele. Isso equivale a 108 milhões de pessoas por ano
sendo profundamente afetadas pelo comportamento suicida.

O suicídio pode ser definido como um ato deliberado executado pelo próprio
indivíduo, cuja intenção seja a morte, de forma consciente e intencional, usando
um meio que acredita ser letal. Também fazem parte do que habitualmente é
chamado de comportamento suicida: os pensamentos, os planos e a tentativa
de suicídio.

É um comportamento com determinantes multifatoriais, resultado de uma


complexa interação de fatores psicológicos e biológicos, inclusive genéticos,
culturais e socioambientais. Dessa forma, deve ser considerado como o
desfecho de uma série de fatores que se acumulam na história do indivíduo,
não podendo ser considerado de forma causal e simplista apenas a
determinados acontecimentos pontuais da vida do sujeito. É a consequência
final de um processo.

São registrados cerca de 12 mil suicídios todos os anos no Brasil. Trata-se de


uma triste realidade, que registra cada vez mais casos, principalmente entre os
jovens. Cerca de 96,8% dos casos de suicídio estavam relacionados a
transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão*, seguida do
transtorno bipolar e do abuso de substâncias. Com esses números, o suicídio
encontra-se entre as três principais causas de morte em indivíduos com idade
entre 15 e 29 anos no mundo.

*Principais sinais de depressão:

– tristeza profunda;
– distúrbios do sono;
– pensamentos negativos;
– desinteresse e apatia;
– baixa autoestima;
– desleixo com a aparência;
– dores físicas;
– rejeição;
– irritabilidade;
– choro frequente;
– falta de vontade de fazer atividades simples;
– mudanças comportamentais bruscas;
– rejeição a determinados assuntos.

Diversos fatores podem impedir a detecção precoce e, consequentemente, a


prevenção do suicídio. O estigma e o tabu relacionados ao assunto são
aspectos importantes. Durante séculos de nossa história, por razões religiosas,
morais e culturais, o suicídio foi considerado um grande “pecado”, talvez o pior
deles. Por esta razão, ainda temos medo e vergonha de falar abertamente sobre
esse importante problema de saúde pública. Um tabu, arraigado em nossa
cultura, por séculos, não desaparece sem o esforço de todos. Tal tabu, assim
como a dificuldade em buscar ajuda, a falta de conhecimento e de atenção
sobre o assunto por parte dos profissionais de saúde e a ideia errônea de que o
comportamento suicida não é um evento frequente, condicionam barreiras para
sua prevenção.

A prevenção do suicídio não se limita à rede de saúde, devendo ir além dela,


sendo necessária a existência de medidas em diversos âmbitos na sociedade,
que poderão colaborar para a diminuição das taxas de suicídio. A prevenção
deve ser também um movimento que leve em consideração os aspectos
biológico, psicológico, político, social e cultural, no qual o indivíduo é
considerado como um todo em sua complexidade.

Fontes:

Associação Brasileira de Psiquiatria: suicídio: informando para prevenir


International Association for Suicide Prevention – IASP
Ministério da Saúde. Suicídio: saber, agir e prevenir: cartilha com dicas para
profissionais de saúde e população
Ministério da Saúde. Suicídio: saber, agir e prevenir: cartilha com dicas para
jornalistas
Organização Pan-americana da Saúde
World Health Organization

https://bvsms.saude.gov.br/10-9-dia-mundial-de-prevencao-do-suicidio/
Novo estudo destaca fatores
contextuais associados ao suicídio nas
Américas
23 Fev 2023

Os resultados da investigação realizada pela OPAS e seus parceiros


podem servir de base para o desenvolvimento de estratégias específicas
de prevenção para homens e mulheres.
Washington, DC, 23 de fevereiro de 2023 (OPAS) - Um novo estudo da
Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e parceiros publicado
hoje no The Lancet Regional Health - Americas destaca a importância
de levar em conta os determinantes sociais de mortes por suicídio
específicos de gênero ao desenvolver intervenções de redução de
risco e estratégias de prevenção.
O artigo Fatores contextuais associados à mortalidade por suicídio em
nível de país nas Américas, 2000-2019, identificou que, embora o
homicídio e o uso de álcool e outras substâncias estejam associados
ao aumento da mortalidade por suicídio entre homens, a desigualdade
educacional foi o principal fator entre as mulheres. Para ambos os
sexos, o desemprego esteve associado ao aumento da mortalidade
por suicídio.
"Para prevenir o suicídio, devemos ir além de limitar o acesso a
métodos de suicídio, fortalecer as habilidades socioemocionais e
melhorar o acesso aos cuidados de saúde mental", disse o Dr. Renato
Oliveira e Souza, chefe de Saúde Mental e Uso de Substâncias da
OPAS e um dos autores do artigo. “Também precisamos abordar
fatores contextuais que afetam homens e mulheres de maneira
diferente, o que requer uma abordagem de toda a sociedade”
Aumentar as oportunidades de emprego e melhorar o acesso e a
capacidade dos serviços de saúde, incluindo aqueles relacionados ao
uso de substâncias, pode reduzir as taxas de mortalidade por suicídio.
Aumentar as conexões sociais em áreas rurais e pouco povoadas
também é uma estratégia recomendada de prevenção de mortes por
suicídio.
Apesar dos esforços para reduzir o suicídio globalmente, a América é
a única região do mundo onde a mortalidade por suicídio vem
aumentando desde o ano 2000. A maioria (79%) dos suicídios nas
Américas ocorre entre homens, mas mortes por suicídio entre
mulheres também vem aumentando. Em 2019, houve mais de 97 mil
mortes por suicídios na região.
A análise publicada no The Lancet também destaca que a taxa média
de mortalidade por suicídio entre os homens na região diminuiu à
medida que o gasto per capita com saúde aumentou, enquanto a das
mulheres diminuiu à medida que o número de médicos empregados
por 10 mil habitantes aumentou. Para ambos os sexos, a taxa caiu à
medida que a densidade populacional moderada cresceu, uma nota de
advertência destacando a necessidade de apoiar as pessoas que
vivem em áreas rurais isoladas.
"As expectativas culturais em torno do gênero determinam em grande
parte a diferença entre os sexos na mortalidade por suicídio", disse a
Dra. Shannon Lange, cientista do Instituto Canadense de Pesquisa em
Políticas de Saúde Mental (CAMH) e principal autora do artigo.
“Medidas multissetoriais voltadas para a saúde e para o bem-estar da
sociedade devem ser destacadas nos esforços de prevenção”.
A OPAS trabalha para melhorar a saúde mental da população das
Américas e reduzir a mortalidade por suicídio. A Organização presta
cooperação técnica na prevenção do suicídio aos países por meio da
aplicação do guia Vivir La Vida/Live Life da OMS, que propõe
intervenções eficazes e uma resposta nacional abrangente para
prevenir o suicídio.

https://www.paho.org/pt/noticias/23-2-2023-novo-estudo-destaca-fatores-contextuais-
associados-ao-suicidio-nas-americas
Uma em cada 100 mortes ocorre por
suicídio, revelam estatísticas da OMS
17 Jun 2021

Orientação da OMS tem objetivo de ajudar o mundo a alcançar a meta


de redução
Genebra, 17 de junho de 2021 (OMS) – O suicídio continua sendo uma
das principais causas de morte em todo o mundo, de acordo com as
últimas estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS)
publicadas nesta quinta-feira (17) no relatório “Suicide worldwide in
2019”. Todos os anos, mais pessoas morrem como resultado de
suicídio do que HIV, malária ou câncer de mama - ou guerras e
homicídios. Em 2019, mais de 700 mil pessoas morreram por suicídio:
uma em cada 100 mortes, o que levou a OMS a produzir novas
orientações para ajudar os países a melhorarem a prevenção do
suicídio e atendimento.
"Não podemos - e não devemos - ignorar o suicídio", afirmou Tedros
Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da
Saúde. “Cada um deles é uma tragédia. Nossa atenção à prevenção do
suicídio é ainda mais importante agora, depois de muitos meses
convivendo com a pandemia de COVID-19, com muitos dos fatores de
risco para suicídio - perda de emprego, estresse financeiro e
isolamento social - ainda muito presentes. A nova orientação que a
OMS lança hoje fornece um caminho claro para intensificar os
esforços de prevenção do suicídio."
Entre os jovens de 15 a 29 anos, o suicídio foi a quarta causa de morte
depois de acidentes no trânsito, tuberculose e violência interpessoal.
As taxas variam entre países, regiões e entre homens e mulheres.
Mais homens morrem devido ao suicídio do que mulheres (12,6 por
cada 100 mil homens em comparação com 5,4 por cada 100 mil
mulheres). As taxas de suicídio entre homens são geralmente mais
altas em países de alta renda (16,5 por 100 mil). Para mulheres, as
taxas de suicídio mais altas são encontradas em países de baixa-
média renda (7,1 por 100 mil).
As taxas de suicídio nas regiões da OMS na África (11,2 por 100 mil),
na Europa (10,5 por 100 mil) e no Sudeste Asiático (10,2 por 100 mil)
eram maiores do que a média global (9 por 100 mil) em 2019. A mais
baixa taxa de suicídio está na região do Mediterrâneo Oriental (6,4 por
100 mil).

Mundialmente, a taxa de suicídio está


diminuindo; nas Américas, subindo
As taxas de suicídio caíram nos 20 anos entre 2000 e 2019, com a
taxa global diminuindo 36%, diminuições variando de 17% na região do
Mediterrâneo Oriental a 47% na região europeia e 49% no Pacífico
Ocidental. Mas na Região das Américas, as taxas aumentaram 17% no
mesmo período.
Embora alguns países tenham colocado a prevenção do suicídio no
topo de suas agendas, muitos permanecem não comprometidos.
Atualmente, apenas 38 países são conhecidos por terem uma
estratégia nacional de prevenção do suicídio. É necessária uma
aceleração significativa na redução de suicídios para cumprir a meta
dos ODS de uma redução de um terço na taxa global de suicídio até
2030.

LIVE LIFE
Para apoiar os países em seus esforços, a OMS lançou uma
orientação abrangente para a implementação de sua abordagem “LIVE
LIFE” para a prevenção do suicídio. As quatro estratégias desta
abordagem são:

• limitar o acesso aos métodos de suicídio, como pesticidas e


armas de fogo altamente perigosos;
• educar a mídia sobre a cobertura responsável do suicídio;
• promover habilidades socioemocionais para a vida em
adolescentes; e
• identificação precoce, avaliação, gestão e acompanhamento de
qualquer pessoa afetada por pensamentos e comportamentos
suicidas.

Proibição dos pesticidas mais perigosos: uma


intervenção de alto impacto
Dado que se estima que o envenenamento por pesticidas causa 20%
de todos os suicídios e as proibições nacionais de pesticidas
altamente tóxicos e perigosos têm se mostrado eficazes em termos
de custo, tais proibições são recomendadas pela OMS. Outras
medidas incluem restringir o acesso a armas de fogo, reduzir o
tamanho das embalagens de medicamentos e instalar barreiras nos
locais nos quais é possível pular.

Reportagem responsável pela mídia


O guia destaca o papel que a mídia desempenha em relação ao
suicídio. A cobertura da imprensa sobre suicídio pode levar a um
aumento nos casos devido à imitação (ou suicídios por imitação) -
especialmente se for sobre uma celebridade ou descrever métodos de
suicídio.
A nova orientação aconselha o monitoramento da cobertura de
suicídios e sugere que a mídia neutralize relatos de suicídio com
histórias de recuperação bem-sucedidas de problemas de saúde
mental ou pensamentos suicidas. Também recomenda trabalhar com
empresas de mídia social para aumentar sua conscientização e
melhorar seus protocolos de identificação e remoção de conteúdo
prejudicial.

Apoio a adolescentes
A adolescência (10-19 anos) é um período crítico para a aquisição de
habilidades socioemocionais, principalmente porque metade dos
problemas de saúde mental aparecem antes dos 14 anos. A
orientação da LIVE LIFE incentiva ações, incluindo promoção da saúde
mental e programas anti-bullying, links para serviços de apoio e
protocolos claros para pessoas que trabalham em escolas e
universidades quando o risco de suicídio é identificado.

Identificação precoce e acompanhamento de


pessoas em risco
A identificação, avaliação, gestão e acompanhamento precoces
aplicam-se a pessoas que tentaram suicídio ou são consideradas em
risco. Uma tentativa anterior de suicídio é um dos fatores de risco
mais importantes para um futuro suicídio.
Os profissionais de saúde devem ser capacitados para a identificação,
avaliação, gestão e acompanhamento precoces. Grupos de pessoas
que perderam alguém por suicídio podem complementar o apoio
fornecido pelos serviços de saúde. Os serviços de emergência
também devem estar disponíveis para fornecer apoio imediato a
indivíduos em situação crítica.
A nova orientação, que inclui exemplos de intervenções de prevenção
do suicídio implementadas em todo o mundo, em países como
Austrália, Gana, Guiana, Índia, Iraque, República da Coreia, Suécia e
EUA, pode ser usada por qualquer pessoa que esteja interessada em
implementar atividades de prevenção do suicídio, seja em nível
nacional ou local, e nos setores governamentais e não
governamentais.
“Embora uma estratégia nacional integral de prevenção do suicídio
deva ser o objetivo final de todos os governos, iniciar a prevenção do
suicídio com intervenções LIVE LIFE pode salvar vidas”, afirmou
Alexandra Fleischmann, especialista em prevenção de suicídio da
OMS.

https://www.paho.org/pt/noticias/17-6-2021-uma-em-cada-100-mortes-ocorre-por-suicidio-
revelam-estatisticas-da-oms

7 SINAIS DE COMPORTAMENTOS SUICIDAS QUE VOCÊ PODE

IDENTIFICAR

O dia 10 de setembro é marcado como o Dia Internacional da


Prevenção do Suicídio. Além da data, todo os mês de setembro é
utilizado como uma época de conscientização sobre o tema ao redor
do mundo.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 90% dos casos de


suicídio podem ser evitados, e um dos principais meios de prevenção é
o diálogo. Devido ao medo, preconceito e até desconhecimento sobre
o assunto, o suicídio é um mal silencioso, em que, na maioria das
vezes, a pessoa não deixa transparecer comportamentos com tendência
suicida.

Claro que o ideal é buscar um profissional para o tratamento da pessoa


que apresenta esses problemas, mas, como a resistência pela procura
de auxílio é comum, a ajuda de quem convive com elas pode fazer a
diferença.
E como você pode ser muito importante na vida de alguém que está
passando por essa situação, saber identificar sinais é crucial na
prevenção de um suicídio. Separamos 7 tipos de comportamentos que
podem te ajudar a reconhecer se uma pessoa está com pensamentos
suicidas, confira:

1 - Pensamentos

Pensamentos remoídos obsessivamente, sem esperança e concentração


são um dos primeiros indícios, assim como enxergar a vida como algo
sem sentido ou propósito;

2 - Humor

Alterações extremas no humor podem sinalizar emoções suicidas.


Excesso de raiva, sentimento de vingança, ansiedade, irritabilidade e
sentimentos intensos de culpa ou vergonha são sinais aos quais você
deve ficar atento;

3 - Avisos

Frases como “a vida não vale a pena”, “estou tão sozinho que queria
morrer” ou “você vai sentir a minha falta” estão diretamente ligadas a
pensamentos sobre a morte. Se a pessoa se sente um fardo, busque
ajuda;

4 - Melhora súbita

Geralmente a ideia de suicídio está ligada a um sentimento de que a


pessoa está no fundo poço. A felicidade súbita pode ser um sinal de
que a pessoa já aceitou a decisão de encerrar a própria vida. Caso você
perceba uma melhora repentina, busque ajuda imediatamente;

5 - Desapego
Caso você perceba que a pessoa está começando a “fechar pontas
soltas”, doar seus pertences e até visitar vários entes queridos, faça
uma intervenção o mais rápido possível;

6 - Irresponsabilidade

Comportamentos irresponsáveis e perigosos, sem medir as


consequências, como o uso excessivo de álcool e drogas, direção
imprudente e sexo sem proteção são indícios de que a pessoa já não dá
a importância devida a própria vida;

7 - Mudança na rotina

Todo mundo tem um lugar que gosta de frequentar em especial, então


repare em mudanças extremas na rotina. Caso a pessoa pare de ir a
locais que sempre gostou de visitar, tome uma medida o mais rápido
possível. Abandonar atividades que lhe davam prazer é um grande
sinal de alerta.

Se você identifica algum desses tipos de comportamento, busque


ajuda imediatamente pelo telefone 141. Você pode conversar com
algum voluntário, com respeito e anonimato sobre tudo o que for dito
durante a chamada.

O apoio de um ente querido também é de muita ajuda. Converse,


escute com paciência, sem julgamentos, sem expor nenhum
sentimento que faça a pessoa se sentir culpada e envergonhada. Seja
direto e pergunte se a pessoa está com pensamentos suicidas. Por meio
da resposta você pode obter um forte indício para buscar assistência.

Diálogos salvam vidas.

https://www.tcrclinica.com.br/noticias/7-sinais-de-comportamentos-suicidas-que-voce-pode-
identificar

Comportamento suicida
Por

, MD, A mer ic an F ou n da t io n For S uic i de Pr e ve nt io n

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FATOS RÁPIDOS

• Causas
• Métodos
• Prevenção
• Controle
• Impacto
• Auxílio médico na morte (anteriormente, suicídio assistido)
• Mais informações

Recursos do assunto

• Análises laboratoriais (0)


• Áudio (0)
• Imagens (0)
• Modelos 3D (0)
• Tabelas (2)
• Vídeo (0)

O suicídio é a morte causada por um ato intencional de


autoagressão, que é concebido para ser letal. O
comportamento suicida inclui o suicídio consumado, a
tentativa de suicídio e a ideação suicida.

• Em geral, o suicídio é oriundo da interação de vários fatores,


sendo que a depressão é o fator mais comum e significativo,
mas não é o único fator de risco para o suicídio.
• Alguns métodos, como o uso de armas de fogo, têm mais
probabilidade de resultar em morte, mas a escolha de um
método menos letal não significa necessariamente que a
intenção foi menos séria.

• Toda expressão de pensamentos suicidas ou tentativa de


suicídio deve ser levada a sério, e ajuda e apoio devem ser
prestados.

• A linha direta de prevenção contra o suicídio (National Suicide


Prevention Lifeline no telefone 1-800-273-TALK) e a linha
direta de mensagens de texto para assistência em caso de
crise (envie uma mensagem de texto dizendo “TALK” para
741741) estão disponíveis para pessoas que estão passando
por uma crise ou considerando cometer suicídio

(consulte também Comportamento suicida em crianças e


adolescentes).
A terminologia usada para descrever o suicídio evoluiu ao longo
do tempo de modo a refletir os avanços no estudo científico do
comportamento suicida, o aumento dos grupos de defesa para as
vítimas e sobreviventes do suicídio e a redução do estigma
associado com o suicídio.

O comportamento suicida inclui o seguinte:

• Suicídio consumado: Um ato intencional de autoagressão


que resulta em morte.
• Tentativa de suicídio: Um ato de autoagressão cuja intenção
é a morte, que acaba não ocorrendo. Uma tentativa de
suicídio pode ou não resultar em lesão.
• Ideação suicida: Pensamentos, planos e atos preparatórios
relacionados ao suicídio.
A automutilação não suicida (AMNS) é um ato de autoagressão
que não tem o intuito de resultar em morte. Tais atos incluem a
realização de arranhões ou cortes nos braços, queimar a si
mesmo com um cigarro e tomar uma dose excessiva de vitaminas.
A automutilação não suicida pode ser uma maneira de reduzir a
tensão, uma vez que dor física pode ajudar a aliviar a dor
psicológica. Ela também pode ser um pedido de ajuda por parte
de pessoas que ainda têm vontade de viver. Esses atos não devem
ser menosprezados porque as pessoas com um histórico de
AMNS têm um maior risco de cometer suicídio em longo prazo.
Informações sobre a taxa de suicídios são dadas, principalmente,
por certidões de óbito e por investigações judiciais. A taxa real é
provavelmente subestimada. Ainda assim, o comportamento
suicida é um problema de saúde pública muito comum. O
comportamento suicida ocorre em homens e mulheres de todas
as idades, raças, crenças, níveis socioeconômicos e acadêmicos, e
orientações sexuais. Não existe um perfil típico do suicida,
embora alguns grupos de pessoas, como homens na meia-idade e
mais velhos, jovens de descendência indígena americana e
pessoas do grupo LGBTQ (está não é uma lista completa), têm um
risco maior de cometer suicídio que outros.

Suicídios consumados ao redor do mundo


Quase 800.000 pessoas morrem por suicídio por ano no mundo.

O suicídio foi a segunda principal causa de morte em pessoas


entre 10 e 34 anos de idade nos Estados Unidos.

Há evidência que sugere que para cada pessoa que morre por
suicídio, há muitas mais que tentam cometê-lo. Essa proporção
varia muito entre países, região, sexo, idade e método.

Suicídios consumados nos Estados Unidos


Houve quase 48.000 suicídios consumados em 2019 nos Estados
Unidos. Em média, ocorrem aproximadamente 132 suicídios por
dia.

A maior taxa de suicídio em 2019 foi em pessoas entre 45 a 64


anos de idade. Ninguém sabe ao certo porque isso acontece, mas
os seguintes fatores podem contribuir:

• Esse grupo apresentou índices mais elevados de depressão e


de tentativas de suicídio quando jovens.
• Esse grupo pode ter sido particularmente vulnerável a uma
combinação de fatores: um aumento da disponibilidade de
meios letais, a crise de opioides, mudanças na economia e a
persistência do estigma associado a procurar ajuda para
tratar um problema de saúde mental.

O segundo maior índice de suicídio ocorre em pessoas com 75


anos de idade ou mais, provavelmente por causa de solidão,
isolamento e doença.

O suicídio, em geral, é a 10ª causa mais comum de morte nos


Estados Unidos, mas caiu para a 11ª posição no ano de 2020,
devido ao grande número de mortes causadas pela pandemia de
COVID-19.
Os homens cometem suicídio quase quatro vezes mais que as
mulheres, em todas as faixas etárias. Não se sabe o porquê disso,
mas pode ser pelos seguintes motivos:

• Os homens tendem a ser mais agressivos e a utilizar meios


mais letais quando tentam cometer o suicídio.

• Os homens aprendem que precisam ser durões quando


enfrentam problemas e geralmente são menos propensos a
procurar ajuda, tanto de amigos de como profissionais de
saúde.

• O transtorno por uso de álcool e o transtorno por uso de


substâncias, que contribuem para o comportamento suicida,
ocorrem com mais frequência em homens.
• O número de suicídios entre os homens inclui suicídios de
militares e veteranos de guerra. Ambos os grupos têm uma
proporção maior de homens para mulheres.

A maior taxa de suicídio em 2019 foi entre pessoas da raça branca


não hispânicos, seguidos de pessoas de descendência indígena
americana e nativos do Alasca. Consulte os dados coletados
pela American Foundation for Suicide Prevention para ver os
dados estatísticos mais recentes sobre suicídio.
Você sabia que…

• O suicídio é a principal causa de morte de pessoas jovens, mas a taxa


de suicídios consumados é maior em pessoas entre 45 e 64 anos de
idade e a segunda maior em pessoas a partir de 75 anos.

• Os homens são quatro vezes mais propensos a cometer suicídio do


que as mulheres.

• Para cada pessoa que morre por suicídio, há muitas mais que tentam
cometê-lo.

Tentativa de suicídio nos Estados Unidos


Estima-se que 1,4 milhão de adultos americanos cometeram
tentativa de suicídio em 2019. Estima-se que 25 tentativas são
cometidas para cada suicídio consumado. Muitas pessoas tentam
cometê-lo repetidamente. Contudo, apenas entre 5% e 10% das
pessoas que cometem uma tentativa de suicídio acabam
falecendo por causa dele. As tentativas de suicídio são
especialmente comuns entre meninas adolescentes. Meninas com
idades entre 15 e 19 anos cometem cem tentativas de suicídio
para cada suicídio consumado. Em todas as faixas etárias,
mulheres tentam o suicídio duas ou três vezes mais que os
homens, no entanto, os homens têm uma probabilidade quatro
vezes maior de morrer em suas tentativas. As pessoas idosas
cometem quatro vezes o número de tentativas de suicídio para
cada suicídio consumado.

Causas
Aproximadamente uma em cada seis pessoas que cometem
suicídio deixam um bilhete que, às vezes, dá pistas para as razões
para essa atitude. Os motivos fornecidos incluem doença mental,
sentimentos de desesperança, a sensação de ser um fardo para
os outros e a incapacidade de lidar com os vários estresses da
vida.

Pesquisas demonstram que muitas pessoas que consumaram o


suicídio estavam vivenciando múltiplos fatores de risco no
momento da morte. Entre 85% e 95% das pessoas que morrem
por suicídio têm algum problema de saúde mental diagnosticável
no momento da morte.
O fator mais comum que contribui para o comportamento suicida
é

• Depressão
A depressão, incluindo a depressão que faz parte do transtorno
bipolar, está envolvida em mais de 50% das tentativas de suicídio
e em uma porcentagem ainda maior de suicídios consumados. A
depressão pode ocorrer do nada, ser desencadeada por uma
perda recente ou outro evento angustiante, ou resultar de uma
combinação de fatores. Problemas conjugais, prisão ou problemas
com a lei recentes, uma relação amorosa infeliz ou que terminou,
desentendimentos com os pais ou bullying (entre adolescentes)
ou a perda recente de um ente querido (sobretudo em idosos)
podem desencadear uma tentativa de suicídio por pessoas com
depressão. O risco de suicídio é maior, se a pessoa com
depressão também tiver ansiedade significativa.
Problemas médicos, sobretudo aqueles que causam dor e são
crônicos, contribuem para aproximadamente 20% dos suicídios
em pessoas idosas. Distúrbios médicos recentemente
diagnosticados, como, por exemplo, diabetes, esclerose múltipla,
câncer e infecção, também podem aumentar o risco de cometer
suicídio. Alguns problemas de saúde, tais como AIDS, epilepsia do
lobo temporal e lesões na cabeça podem afetar diretamente o
funcionamento do cérebro das pessoas e, portanto, aumentar o
risco de cometer suicídio.
Experiências traumáticas na infância, sobretudo as que
incluíram abuso físico e sexual, aumentam o risco de cometer
tentativa de suicídio.
O consumo de álcool pode intensificar a depressão que, por sua
vez, favorece o comportamento suicida. O álcool também reduz o
autocontrole e aumenta a impulsividade. Aproximadamente 30%
das pessoas que tentam cometer suicídio consomem bebidas
alcoólicas antes da tentativa, e aproximadamente metade delas
estão embriagadas no momento. Uma vez que o uso de álcool,
sobretudo o consumo exagerado, costuma causar fortes
sentimentos de remorsos durante os períodos sem consumo, as
pessoas que consomem álcool de maneira não saudável correm
um risco maior de cometer suicídio.
Quase todos os outros transtornos de saúde mental também
aumentam o risco da pessoa de cometer suicídio.
A pessoa com esquizofrenia ou outros transtornos psicóticos
pode ter delírios (convicções falsas) com as quais ela
simplesmente não consegue lidar, ou ela pode ouvir vozes
(alucinações auditivas) que ordenam que ela se mate. Além disso,
pessoas com esquizofrenia são propensas a ter depressão.
Portanto, elas morrem por suicídio em uma frequência muito
maior (10%) do que a população em geral.
Pessoas com transtorno de personalidade limítrofe ou transtorno
de personalidade antissocial, sobretudo aquelas com histórico de
impulsividade, agressão ou comportamento violento, também
correm um risco maior de cometer suicídio. Pessoas com esses
transtornos de personalidade tendem a ter menos tolerância à
frustração e tendem a reagir de forma brusca ao estresse, o que
às vezes dá origem à automutilação ou ao comportamento
agressivo.
O isolamento aumenta o risco de ter comportamento suicida.
Pessoas que passaram por separações, divórcios ou viuvez têm
maior probabilidade de consumar um suicídio. O suicídio é menos
comum entre pessoas que mantêm um relacionamento seguro do
que entre pessoas solteiras.
Fatores de risco para o comportamento suicida
Fatores de risco para o comportamento suicida

• Comportamento agressivo ou impulsivo

• Ser descendente indígena americano, nativo do Alasca ou do sexo


masculino

• Luto ou perda

• Bullying, intimidação ou assédio moral (por exemplo, bullying


cibernético, rejeição social, discriminação, humilhação, desonra)

• Depressão (sobretudo quando acompanhada por ansiedade, como


parte do transtorno bipolar, ou associada a uma hospitalização
recente) e outros transtornos mentais

• Transtornos por uso de drogas ou álcool

• Sentimentos de tristeza ou desesperança (quando persistentes)

• Estresse financeiro causado por problemas econômicos, dívida ou


subemprego

• Viver sozinho

• Doenças, sobretudo as que causam dor ou são incapacitantes ou


afetam o cérebro

• Conflitos de relacionamento

• Preocupação atual com o suicídio, planos bem definidos para


cometê-lo, histórico familiar de suicídio e/ou tentativas anteriores de
cometê-lo
• Experiências traumáticas na infância, incluindo abuso físico ou sexual

• Problemas de trabalho (por exemplo, desemprego) e períodos de


transição (por exemplo, passar de militar ativo para veterano,
aposentar-se)

Antidepressivos e o risco de suicídio


O risco de tentativa de suicídio é maior no mês anterior ao início
de um tratamento com antidepressivos e o risco de morte por
suicídio não é maior depois do início do tratamento. Contudo, os
antidepressivos às vezes aumentam discretamente a frequência
de pensamentos suicidas e tentativas de suicídio (mas não de
suicídios consumados) em crianças, adolescentes e pessoas
jovens. Assim, os pais de crianças e adolescentes devem ser
alertados sobre esse risco, e as crianças e os adolescentes devem
ser monitorados com atenção quanto à presença dos seguintes
efeitos colaterais, sobretudo durante as primeiras semanas
depois que eles começam a tomar o medicamento:

• Aumento da ansiedade

• Agitação

• Inquietação

• Irritabilidade

• Raiva

Uma tendência à hipomania (quando a pessoa se sente cheia de


energia e alegre, mas costuma ficar facilmente irritada, distraída e
agitada) também é um importante efeito colateral que precisa ser
monitorado.
Os médicos, pacientes e suas famílias devem ter em mente que a
tendência suicida é uma característica essencial da depressão. Os
tratamentos que aliviam a depressão reduzem o risco de cometer
suicídio.

Devido aos alertas da saúde pública sobre a possível associação


entre o uso de antidepressivos e um aumento do risco de suicídio,
os médicos começaram a diagnosticar menos a depressão e
reduziram em mais de 30% a frequência das receitas de
antidepressivos para crianças e jovens. Entretanto, nesse mesmo
período, as taxas de suicídio entre jovens aumentaram
temporariamente em 14%. Portanto, é possível que, ao
desestimular o tratamento da depressão com medicamentos,
esses alertas tenham resultado em mais, e não menos, mortes
por suicídio.

Quando a pessoa com depressão recebe medicamentos


antidepressivos, o médico toma algumas precauções para reduzir
o risco de ela ter comportamento suicida:

• Dar uma quantidade de medicamento antidepressivo que


não cause a morte

• Agendar consultas mais frequentes no início do tratamento

• Dar advertências claras à pessoa e aos seus familiares e


entes queridos para ficarem alertas quanto à piora dos
sintomas, agitação, insônia ou ideação suicida

• Orientar a pessoa e os seus familiares e entes queridos para


entrarem imediatamente em contato com o médico que
receitou o antidepressivo ou procurar ajuda com outra
entidade, caso os sintomas piorem ou ocorram pensamentos
suicidas

Você sabia que…

• O uso de antidepressivos tem sido associado ao aumento do risco de


pensamentos e tentativas de suicídio em pessoas com menos de 24
anos de idade; porém, não tratar adequadamente a depressão (o
que pode incluir medicamentos e/ou terapia) pode aumentar muito
mais o risco de cometer suicídio.

• Tornar o ambiente familiar seguro é uma maneira importante de


efetivamente reduzir o risco de cometer suicídio. Remover meios
letais ao manter armas de fogo, medicamentos e substâncias tóxicas
em um lugar seguro pode salvar vidas.

Suicídio por contágio


O suicídio por contágio diz respeito a um fenômeno pelo qual um
suicídio parece levar a outros em uma comunidade, escola ou
local de trabalho. Casos de suicídio amplamente divulgados
podem ter um efeito muito abrangente. Os adolescentes e os
adultos jovens são particularmente vulneráveis aos efeitos do
suicídio por contágio. É possível que eles sejam diretamente
expostos a ele porque conhecem alguém que cometeu tentativas
ou morreu por suicídio. Além disso, é possível que eles sejam
indiretamente expostos a ele devido a uma cobertura detalhada,
sensacionalista e ininterrupta pela mídia da morte de uma pessoa
famosa. Por outro lado, uma cobertura pela mídia com
mensagens positivas sobre a morte por suicídio pode diminuir o
risco de haver suicídio por contágio na população jovem
vulnerável. Mensagens positivas normalmente comunicam com
clareza a perda trágica de um membro da comunidade e
expressam apoio para a comunidade em luto. As mensagens
devem descrever que problemas de saúde mental fazem parte de
vida e devem indicar que não há nenhum estigma relacionado a
procurar ajuda e tratamento. Essa representação da saúde mental
e do suicídio pode ter um impacto positivo sobre a saúde pública,
em vez de trazer risco aos telespectadores vulneráveis.

Estima-se que o suicídio por contágio contribui com 1% a 5% de


todos os suicídios cometidos por adolescentes. Administradores
escolares, profissionais de saúde mental e outros líderes da
comunidade podem aprender a usar as mídias e plataformas
sociais para deter a disseminação do suicídio por contágio.
Informar de maneira sensível e praticar diretrizes de posvenção
(um tipo de intervenção realizada após um suicídio) em escolas e
locais de trabalho são mais duas estratégias de prevenção de
suicídios.
Outras categorias de suicídio
Existem várias outras categorias de suicídio que são
extremamente raras:

• Suicídio em grupo

• Homicídio seguido de suicídio


• “Suicídio por policial” (que ocorre quando a vítima
deliberadamente provoca os agentes policiais a usar força
mortal)

Métodos
A escolha do método normalmente é influenciada por fatores
culturais e pelos meios letais disponíveis (por exemplo, armas de
fogo). Ele pode ou não refletir a seriedade da intenção. Alguns
métodos (por exemplo, saltar de um edifício alto) fazem com que
seja menos provável que a pessoa sobreviva, ao passo que outros
métodos (como a superdosagem de medicamentos) fazem com
que a possibilidade de socorro seja maior. Contudo, mesmo que
uma pessoa utilize um método que não seja fatal, a intenção pode
ter sido tão séria quanto a de uma pessoa que utilizou um
método fatal.

Mais frequentemente, as tentativas de suicídio envolvem


superdosagem de medicamentos e autoenvenenamento.
Métodos violentos, como disparo de armas ou enforcamento, são
pouco comuns nas tentativas de suicídio, pois normalmente
resultam em morte.
As armas de fogo são usadas em aproximadamente 50%
dos suicídios consumados nos Estados Unidos. Homens usam
esse método com mais frequência que as mulheres. Outros
métodos incluem enforcamento, envenenamento, pular de
grande altura e cortar-se.
A intoxicação por pesticidas é responsável por grande parte dos
suicídios ao redor do mundo, sobretudo na Ásia, onde pesticidas
perigosos estão amplamente disponíveis.

Prevenção
Ainda que a maioria das tentativas de suicídio ou suicídios
consumados sejam um choque para parentes e amigos, muitas
pessoas exibem sinais de advertência. Sinais de angústia ou
pensamentos suicidas que devem ser observados incluem
qualquer mudança no padrão de comportamento habitual da
pessoa, como, por exemplo, mudanças no humor,
comportamento, padrão de sono ou nível de energia. Uma vez
que a maioria das pessoas com tendências suicidas geralmente
não fala diretamente sobre seus pensamentos e angústias, é
importante prestar atenção quando as pessoas dizem coisas que
sugerem que elas estão se sentindo sem esperança,
sobrecarregadas, presas ou que são um fardo para os outros.
Mudanças no comportamento incluem parar de praticar
atividades habituais, agitação, ataques de raiva, irritabilidade,
beber ou usar drogas mais do que o habitual ou outros
comportamentos estranhos, como, por exemplo, se despedir ou
dar seus bens. Tanto a menção de pensamentos suicidas, mesmo
na forma de piada, e certamente qualquer tentativa de suicídio
devem ser levadas a sério. Se for ignorada, uma vida pode ser
perdida.

Se uma pessoa estiver na iminência de cometer suicídio ou já tiver


tentado cometer suicídio, as autoridades devem ser contatadas
imediatamente (nos Estados Unidos ligue para 911) para que os
serviços de emergência possam chegar tão logo quanto possível.
Fique com a pessoa e fale com ela com uma voz calma, sem
passar julgamento e dando-lhe apoio, até a ajuda chegar.

O médico pode hospitalizar a pessoa que tenha ameaçado ou


tentado cometer suicídio. A maioria dos estados (dos Estados
Unidos) permite que o médico interne uma pessoa contra sua
vontade se o médico suspeitar que essa pessoa está em alto risco
de ferir a si mesma ou outros.

Novas políticas de saúde pública abrangentes para a prevenção


do suicídio usam vários métodos, incluindo treinamento para
prevenção do suicídio e conselheiros treinados em escolas e locais
de trabalho. Melhorar o acesso a cuidados de saúde mental inclui
fornecer intervenções clínicas de redução do risco de suicídio em
instituições de cuidados de saúde mental, bem como em
consultórios de cuidados de saúde básica e em setores de pronto-
socorro. Recentemente, o desenvolvimento de inteligência
artificial em plataformas de mídias sociais ajudou a identificar
indivíduos em risco e prestar assistência de maneira oportuna.
Políticas de saúde pública que tornam meios letais menos
acessíveis também representam medidas preventivas.
Ajuda em situações de suicídio: Linha nacional para prevenção de
suicídios
Ajuda em situações de suicídio: Linha nacional para
prevenção de suicídios

As pessoas que estão iminentemente planejamento suicídio estão em


crise. A linha nacional americana para prevenção de suicídios (1-800-273-
TALK) oferece ajuda em casos de crises para essas pessoas em todas as
regiões dos Estados Unidos. Os centros de prevenção de suicídio dispõem
de equipe e voluntários com treinamento especial.

Caso uma pessoa possivelmente suicida ligue para uma linha direta, um
conselheiro treinado pode tomar uma ou todas as medidas a seguir:

• Tentar estabelecer um relacionamento de apoio

• Ter uma conversa que permite que a pessoa se sinta ouvida e passe
de um estado extremamente emocional para um estado calmo, onde
estratégias flexíveis sobre como lidar com o problema podem ser
retomadas

• Oferecer uma ajuda construtiva para o problema que motivou a crise


e encorajar a pessoa a tomar uma atitude positiva para resolvê-lo

• Oferecer recursos de saúde mental para acompanhamento

• Providenciar ajuda profissional presencial de emergência apenas


caso necessário

Controle
Os profissionais de cuidados de saúde levam todo ato suicida a
sério, mas o plano de segurança e tratamento é personalizado
para atender à situação da pessoa.

Se a pessoa estiver seriamente praticando automutilação, o


médico avalia e trata a lesão e, normalmente, interna a pessoa no
hospital. Se a pessoa tiver tomado uma dose excessiva de um
medicamento com efeito possivelmente letal, o médico
imediatamente toma medidas para evitar a absorção do
medicamento e acelerar sua eliminação pelo organismo. A pessoa
também recebe o antídoto disponível e cuidados clínicos como,
por exemplo, um tubo de respiração.
Depois da avaliação inicial, a pessoa que cometeu uma tentativa
de suicídio será encaminhada para consultar um psiquiatra, que
tenta identificar os problemas que contribuíram para a tentativa e
planeja tratamento adequado.

Para poder identificar problemas, o psiquiatra:

• Escuta a história da pessoa e o histórico que a levou até a


tentativa ou crise

• Tenta entender quais são alguns dos fatores de risco


primários para o suicídio, quais eventos específicos levaram à
tentativa e como ela ocorreu

• Faz perguntas sobre sintomas de problemas de saúde mental


que podem aumentar o risco de ter um comportamento
suicida

• Pergunta se a pessoa está recebendo tratamento para uma


doença mental, incluindo saber se a pessoa está tomando
medicamentos para tratá-la, está fazendo psicoterapia ou
recebendo qualquer outra modalidade de tratamento

• Avalia o estado mental da pessoa, procurando sinais de


depressão, ansiedade, agitação, crises de pânico, psicose,
insônia grave ou outras doenças mentais, bem como uso de
álcool e de substâncias

• Registra um histórico médico e familiar detalhado

• Faz perguntas sobre os relacionamentos pessoais e


familiares bem como redes sociais, porque elas são muitas
vezes relevantes para a tentativa de suicídio e o tratamento
de acompanhamento

• Conversa com familiares e amigos próximos e pergunta a


eles sobre o uso de álcool, maconha, analgésicos ou opioides
ilícitos ou uso de outras drogas recreativas

• Ajuda a pessoa a identificar situações, eventos, lugares,


pensamentos ou estados emocionais que desencadeiam
pensamentos de suicídio e ajuda a pessoa a planejar
maneiras para lidar com os fatores desencadeadores

Uma vez que a depressão aumenta o risco de apresentar


comportamento suicida, o médico monitora com cuidado a
pessoa com depressão quanto à presença de comportamento e
pensamentos suicidas. No caso de pessoas com depressão, o
risco de cometer suicídio pode aumentar tanto durante os
períodos nos quais a depressão está mais grave, bem como
quando vários outros fatores de risco também estão presentes. É
possível que os médicos consigam tratar a depressão de forma
eficaz com medicamentos e/ou psicoterapia e, assim, reduzir o
risco de suicídio em geral.
Existe evidências que sugerem que o uso de lítio, antidepressivos
e antipsicóticos mais modernos para tratar transtornos do humor
em pessoas que têm risco de suicídio pode reduzir o número de
suicídios consumados. Tratar a esquizofrenia com clozapina reduz
o risco de suicídio.

O risco de cometer suicídio muda com o passar do tempo, sendo


que o risco agudo mais sério dura entre algumas horas a dias.
Contudo, de acordo com um relatório sobre risco de suicídio de
2018, na maioria dos casos de suicídio, as pessoas haviam sido
avaliadas em diversas instituições de cuidados de saúde antes de
terem cometido o suicídio, porém o risco de cometê-lo não havia
sido detectado. Esses achados reforçam a importância da adoção
de estratégias de saúde pública para reduzir o risco de cometer
suicídio nessas pessoas. Os médicos devem, por exemplo, fazer o
seguinte:

• Fazer rotineiramente uma triagem em pacientes quanto à


presença de pensamentos suicidas, depressão e outros
sintomas de angústia

• Usar uma resposta atenciosa, de apoio e sem julgamento

• Prestar intervenções para garantir a segurança da pessoa,


como, por exemplo, usar um plano de segurança e dar
aconselhamento sobre meios letais
• Comunicar-se com a família

Uma vez que o risco de cometer suicídio aumenta após uma


pessoa ter recebido alta de um pronto-socorro (PS) ou de
instituições psiquiátricas, medidas de defesa atuais em alguns
países têm como objetivo reformar o sistema de resposta à crise
para criar uma rede de segurança mais abrangente e mais
resistente que não se baseia em consultas de acompanhamento
no pronto-socorro ou na intervenção de agentes policiais.
Algumas medidas úteis que os médicos podem tomar para
auxiliar nesse novo modelo de resposta à crise, tanto durante a
hospitalização como na alta, incluem

• Prestar à pessoa acesso a recursos de assistência no caso de


crise

• Dar aconselhamento à pessoa sobre como remover ou


armazenar de maneira segura quaisquer meios ou
substâncias potencialmente letais

• Indicar a pessoa a um psiquiatra, psicoterapeuta ou outros


profissionais de saúde mental qualificados

• Marcar consultas ambulatoriais com mais frequência e se


comunicar com mais frequência com a pessoa entre as
consultas

Existem estratégias que os sistemas de saúde podem empregam


para reduzir o suicídio nos pacientes de mais alto risco. Uma
dessas estratégias é denominada Suicídio Zero, que defende a
ideia de prestar treinamento universal para detecção de suicídio
para todos os integrantes do sistema de saúde, usar o prontuário
médico eletrônico para ajudar a prestar um melhor cuidado ao
paciente e usar as intervenções rápidas descritas acima
(planejamento de segurança, aconselhamento sobre meios letais,
forte comunicação com o paciente e a família quando possível e
encaminhamentos e acompanhamento adequados).

Novas intervenções baseadas em evidências podem reduzir o


risco de indivíduos de alto risco de cometerem suicídio. Elas
incluem terapia comportamental cognitiva (TCC), terapia
comportamental dialética (TCD) e algumas formas de terapia
familiar, como a terapia familiar baseada em laços afetivos. As
pessoas que forem identificadas como sendo de risco para
cometer suicídio devem ser incentivadas a realizar um desses
tipos de terapia e a considerar tomar medicamentos que foram
adaptados às suas necessidades. Assim como acontece com
qualquer problema de saúde, ajustar o tratamento quando
necessário e prestar acompanhamento são formas importantes
de otimizar o tratamento.
Impacto
A morte por suicídio tem um marcante efeito emocional em todos
os envolvidos. Parentes, amigos e médicos podem se sentir
culpados, envergonhados e com remorso por não terem evitado o
suicídio. Eles também podem sentir raiva em relação à pessoa que
cometeu suicídio. É possível que eles acabem enfrentando essas
experiências complicadas de luto e lidando com a perda.

Às vezes, um conselheiro ou um grupo de apoio podem ajudar a


família e os amigos a lidar com os sentimentos de culpa e de
tristeza. O clínico geral ou o serviço local de assistência a
transtornos de saúde mental (municipal ou estadual, por
exemplo) podem ajudar a encontrar esses recursos. Além disso,
organizações nacionais, como a Fundação Americana para a
Prevenção do Suicídio (American Foundation for Suicide
Prevention), oferecem as informações de contato dos grupos de
apoio locais aos sobreviventes enlutados por suicídio. Alguns
recursos também estão disponíveis na internet.
O efeito da tentativa de suicídio é semelhante. No entanto, os
familiares e amigos têm a oportunidade de lidar com seus
sentimentos quando obtêm mais informações sobre suicídio,
tratamento da saúde mental e maneiras de dar apoio e resposta
ao indivíduo.

Auxílio médico na morte (anteriormente, suicídio


assistido)
O auxílio do médico na morte refere-se à assistência fornecida por
médicos a pessoas que desejam terminar suas vidas. Isso é muito
controverso, pois contraria o objetivo usual do médico, que é
preservar a vida. No entanto, auxílio do médico para morrer é
permitido por lei em dez estados nos EUA (Califórnia, Colorado,
Havaí, Maine, Montana, Nova Jersey, Novo México, Oregon,
Vermont e Washington) e no Distrito de Columbia. Esse ato está
atualmente sob consideração em mais de 15 outros estados
norte-americanos. No restante dos Estados Unidos, os médicos
podem dar tratamento para minimizar o sofrimento físico e
emocional, mas não podem acelerar a morte intencionalmente.

O auxílio médico na morte também é permitido por lei na Suíça,


Bélgica, Alemanha e no Canadá, bem como em alguns outros
países.

Mais informações
Seguem alguns recursos em inglês que podem ser úteis. Vale
ressaltar que O MANUAL não é responsável pelo conteúdo desses
recursos.

• Fundação Americana para a Prevenção ao Suicídio (American


Foundation for Suicide Prevention): Oferece àqueles que lutam ou
que já lutaram com o suicídio, incluindo pessoas que perderam
entes queridos para o suicídio, acesso a grupos de apoio e a uma
linha direta de assistência no caso de crise; informações sobre
como implementar programas de triagem, estabelecer programas
de prevenção em escolas e defender a prevenção do suicídio,
além de fatos sobre suicídio desde dados estatísticos sobre
prevalência até as prioridades da política pública.
• CDC: Suicide Prevention: Presta acesso a dados, informações
sobre fatores de risco e de proteção, estratégias de prevenção e
outras organizações de prevenção ao suicídio. Os recursos
também estão disponíveis em espanhol.
• Crisis Text Line: Presta apoio 24 horas por dia, sete dias por
semana, por meio de mensagens de texto para qualquer pessoa
em sofrimento nos Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e
Irlanda.
• Linha nacional para prevenção de suicídios: Presta apoio 24 horas
por dia, sete dias por semana, a pessoas em sofrimento. Presta
informações formatadas para deficientes auditivos ou com
dificuldade de audição. O conteúdo também está disponível em
espanhol.
• Now Matters Now: Um site da internet, fundamentado em
pesquisas, que fornece estratégias de autocuidado para pessoas
que estão tendo pensamentos suicidas.
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Automutilação não suicida


Por

, MD, A mer ic an F ou n da t io n For S uic i de Pr e ve nt io n

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FATOS RÁPIDOS

• Diagnóstico
• Tratamento

A automutilação não suicida é um ato que causa dor ou danos


superficiais ao próprio corpo, mas não tem a intenção de
causar morte.

Embora os métodos usados pelas pessoas para agredir a si


próprias como, por exemplo, cortar os pulsos com uma lâmina de
barbear, se sobrepõem àqueles usados nas tentativas de suicídio,
a automutilação não suicida é diferente, porque a pessoa não tem
a intenção de causar a morte. Essas pessoas frequentemente
declaram especificamente que não estão tentando se matar. Em
outros casos, o médico supõe que a pessoa não está de fato
tentando morrer quando ela está tentando fazer algo
repetidamente que claramente não causaria a morte, por
exemplo, queimar-se com cigarros.
Contudo, na primeira vez que a pessoa pratica a automutilação,
pode não estar claro se ela tinha ou não a intenção de morrer. Por
exemplo, a pessoa pode achar que conseguiria se matar se
tomasse uma dose excessiva de antibióticos ou vitaminas e
tomam essa dose, mas depois percebem que essa dose na
verdade não é nociva.

Mesmo quando a automutilação não causa a morte, as pessoas


que praticam a automutilação têm provavelmente mais
propensão a tentar ou cometer o suicídio. Assim, os médicos e
familiares não devem menosprezar a prática da automutilação
não suicida.

Os exemplos mais comuns de automutilação não suicida incluem

• Cortar ou perfurar a pele com um objeto pontiagudo, por


exemplo, uma faca, lâmina de barbear ou agulha

• Queimar a pele, normalmente com um cigarro

A automutilação não suicida tende a começar no início da


adolescência. Ela é mais comum em pessoas com outros
transtornos, principalmente o transtorno de personalidade
limítrofe, o transtorno de personalidade antissocial,
um transtorno alimentar ou transtornos por uso de
substâncias (incluindo transtorno por uso de álcool) e autismo. A
automutilação não suicida é apenas ligeiramente mais comum em
meninas do que em meninos, enquanto o comportamento
suicida é muito mais comum em meninas do que em meninos. A
maioria das pessoas para de se automutilar quando envelhecem.
Frequentemente, a pessoa pratica a automutilação repetidamente
em uma única sessão, provocando diversos cortes ou
queimaduras no mesmo local. Geralmente, as pessoas escolhem
uma área facilmente acessível e escondida pela roupa, como os
antebraços ou a frente das coxas. Normalmente, a pessoa
também se agride repetidamente, resultando em muitas cicatrizes
originadas dos episódios anteriores. Com frequência, a mente da
pessoa se enche com pensamentos agressivos.

O motivo que leva uma pessoa a se automutilar é desconhecido,


mas a automutilação pode ser

• Uma maneira de reduzir a tensão ou os sentimentos


negativos

• Uma maneira de resolver dificuldades interpessoais

• Autopunição por falhas que a pessoa acredita ter

• Um pedido de ajuda

Algumas pessoas não acreditam que o fato de elas praticarem a


automutilação é um problema e, por isso, tendem a não procurar
ou aceitar terapia.

Diagnóstico
• Avaliação médica

Primeiramente, o médico examina a pessoa para determinar se


alguma de suas lesões exige tratamento.

Para fazer um diagnóstico de automutilação não suicida, o médico


precisa determinar se o ato tinha a intenção de causar morte
(comportamento suicida) ou não (automutilação não suicida). Para
tanto, o médico avalia a intenção, os motivos e o humor da
pessoa. É possível que uma pessoa que realiza automutilação não
suicida declare que deseja se automutilar para obter alívio de
sentimentos negativos em vez de declarar que tem vontade de se
matar. Ou ela pode usar repetidamente métodos que pouco
provavelmente resultariam em morte. Contudo, a pessoa que
pratica a automutilação pode e, de fato, tenta cometer suicídio.
Assim, o médico conversa com outras pessoas que são próximas
da pessoa sobre mudanças no humor e estresses na vida da
pessoa, para que ele possa avaliar o risco de suicídio da pessoa.

Se a pessoa não acredita que praticar a automutilação é um


problema, ela se sentirá relutante em conversar sobre isso. Assim,
para poder avaliar uma pessoa que praticou a automutilação, o
médico primeiro tenta fazer com que ela converse sobre a
automutilação. Para tanto, o médico pode comunicar o seguinte:

• Que ele escutou a pessoa e está levando a experiência dela a


sério

• Que ele entende como a pessoa se sente e como esses


sentimentos podem dar origem à prática da automutilação

O médico pode então tentar determinar o seguinte:

• De que modo a pessoa pratica a automutilação e de quantas


maneiras diferentes ela o faz (por exemplo, ela se queima ou
se corta?)

• Com que frequência ela pratica a automutilação

• Há quanto tempo ela vem praticando a automutilação

• Qual é a finalidade de ela praticar a automutilação

• Quão disposta ela está de participar de tratamento

O médico também verifica se existe mais algum transtorno mental


e tenta calcular qual a propensão daquela pessoa de cometer
uma tentativa de suicídio.

Tratamento
• Alguns tipos de psicoterapia

• O tratamento de outros transtornos que eventualmente


estejam presentes

Alguns tipos de psicoterapia podem a ajudar as pessoas que


praticam a automutilação. Incluem

• Terapia comportamental dialética

• Terapia de regulação emocional em grupo


A terapia comportamental dialética oferece sessões semanais
individuais e em grupo durante um ano, além de um terapeuta
disponível 24 horas por dia por telefone. O terapeuta age como
seu orientador comportamental. O objetivo é ajudar a pessoa a
encontrar maneiras mais adequadas de responder ao estresse;
por exemplo, resistir ao desejo de se comportar de maneira
autodestrutiva.
A terapia de regulação emocional em grupo envolve 14
semanas de terapia em grupo. Ela ajuda a pessoa a criar mais
conscientização, compreender e aceitar suas emoções. Esta
terapia ajuda a pessoa a estar mais disposta a aceitar as emoções
negativas como algo que faz parte da vida e, dessa forma, a não
ter uma resposta tão intensa e impulsiva a tais emoções.
Não existe nenhum medicamento aprovado para o tratamento da
automutilação não suicida. Contudo, a naltrexona e alguns
medicamentos antipsicóticos atípicos demonstraram ser eficazes
para algumas pessoas.

Se a pessoa tiver outros transtornos mentais (por


exemplo, depressão, transtornos alimentares, transtorno por uso
de substâncias ou transtorno de personalidade limítrofe), esses
transtornos são tratados. Caso possível, a pessoa deve ser
encaminhada para um profissional de saúde mental. É essencial
realizar consultas de acompanhamento.

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https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-de-sa%C3%BAde-
mental/comportamento-suicida-e-automutila%C3%A7%C3%A3o/comportamento-suicida

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