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AULA ABP SETEMBRO AMARELO Miriam

Gorender
1. Sumário • Conceitos • Dados sobre suicídio • No mundo • No Brasil •
Por que falar de suicídio? • Fatores de risco • Não modificáveis •
Potencialmente modificáveis • Fatores de proteção • Modelo de
neurobiologia do suicídio
2. Sumário • Como reconhecer indivíduos suscetíveis? • Dificuldades na
avaliação • Transtornos psiquiátricos • Fatores que aumentam o risco •
Comportamento suicida • Situações de alerta • O que fazer se identificar
situações de risco? • Necessidade de intervenção imediata • Como
abordar o paciente?
3. Sumário • Avaliação e manejo do risco • Manejo na urgência e
emergência • Preocupações: • Posvenção • Dificuldades na prevenção
ao suicídio • Campanha Setembro Amarelo • Conclusão
4. Conceitos • Suicídio: ato deliberado executado pelo próprio indivíduo,
cuja intenção é a morte, de forma consciente e intencional, mesmo que
ambivalente, usando um meio que ele acredita ser letal; •
Comportamento suicida: pensamentos, planos e tentativa de suicídio; •
Suicidabilidade: ter tentado suicídio, ter familiares que tentaram ou se
suicidaram, ter ideias e/ou planos de suicídio. Fonte: Profa. Dra.
AlexandrinaMeleiro
5. Dados sobre suicídio no mundo • A cada 40 segundos uma pessoa
comete suicídio; • Para cada suicídio que ocorre, outras quarenta
pessoas realizam uma tentativa (Mello-Santos et al, 2005). • Em 2012,
cerca de 804 mil pessoas morreram por suicídio; • A taxa de suicídio
mundial ajustada para idade é de 11,4 a cada 100 mil habitantes por ano
(OMS, 2014): • 15 para homens; • 8 para mulheres;
6. Dados sobre suicídio no mundo • Aproximadamente 1,5 milhões
morrerão por essa causa em 2020. • Cada suicídio gera um sério impacto
na vida de pelo menos outras seis pessoas; • A idade média das pessoas
que cometem suicídio está cada vez menor; • A cada ano, o número de
suicídios é maior que soma (!) das mortes causadas por homicídios,
acidentes de transporte, guerras e conflitos civis (Värnik, 2012; WHO,
2014). Fonte: Profa. Dra. AlexandrinaMeleiro
7. No Mundo: Coeficientes de Mortalidade por Causas Externas Fonte:
Site mapa da violência 0 13 25 38 50 Ób/100.000hab. Homicídio Suicídio
Acidentes de Trânsito 50% das mortes violentas são por suicídio
8. • Hungria, Finlândia, Japão e Uruguai são os países com as maiores
taxas de suicídio segundo o mapa • O Brasil tem uma taxa baixa de
suicídios, menor que a Mas que vem aumentando e que nisso com
prevenção. É possível média mundial. precisamos atuar prevenir. • Além
disso, existe um grande problema que é a subnotificação que não nos
permite ter os dados reais de mortes por suicídio. O que diz o mapa
9. Dados sobre suicídio no Brasil Fonte: Cartilha “Suicídio: informando
para prevenir”. Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP / Conselho
Federal de Medicina – CFM. 2014 • A média de suicídios é de 5 a cada
100 mil habitantes; • O país é o oitavo em número absoluto de suicídios;
• Em 2012 registrou-se média de 30 mortes por suicídio por dia; •Entre
2000 e 2012, houve um aumento de 10,4%, sendo observada uma alta
de mais de 30% em jovens; • Os números devem ser analisados com
cautela: • Subnotificação – Estima-se que para cada tentativa
documentada existam outras quatro que não são registradas (Vidal et al,
2013). • Grande variabilidade regional nas taxas.
10. Dados sobre suicídio no Brasil • 17% pensaram, em algum
momento, em tirar a própria vida. Mas a grande maioria não comete o ato
e encontra meios adequados de lidar com os problemas. Fonte: Cartilha
“Suicídio: informando para prevenir”. Associação Brasileira de Psiquiatria
– ABP / Conselho Federal de Medicina – CFM. 2014
11. Dados sobre suicídio no Brasil • Por estado: Fonte: OMS, 2014.
12. Coeficiente de Mortalidade por Suicídio, por Gênero nas Capitais
Brasileiras de 1998 a 2000 0, 4, 8, 12, Fonte: DataSUS, Botega N, 2003
16, CAPITAIS MASCULINO FEMININO
13. Por que é importante saber sobre suicídio? Fonte: Cartilha
“Suicídio: informando para prevenir”. Associação Brasileira de Psiquiatria
– ABP / Conselho Federal de Medicina –CFM. 2014 • É responsável por
aprox. 10 a 15 mortes a cada 100 mil pessoas por ano; • Para cada
morte por suicídio existe 20-40 tentativas; • Aumentou 60% nos últimos
45 anos; • 3º maior causa de morte entre 15 e 30 anos (a mortalidade de
jovens por doenças diminuiu muito no Brasil, por isso, as mortes são
causas externas: Homicídio, acidente de transito e suicídio. Destes,
suicídio é a terceira causa)
14. Fatores de risco Fonte: Cartilha “Suicídio: informando para
prevenir”. Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP / Conselho Federal
de Medicina –CFM. 2014 • Tentativa prévia de suicídio: • Aumenta em
cinco a seis vezes as chances de tentar suicídio novamente; • Estima-se
que 50% daqueles que suicidaram já haviam tentado previamente; •
História de tentativa de suicídio é considerada o principal fator de risco
para o suicídio (Goodwin & Jamison, 2007; Pompili et al., 2013; Simon,
Hunkeler, Fireman, Lee, & Savarino, 2007).
15. Fatores de risco Fonte: Cartilha “Suicídio: informando para
prevenir”. Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP / Conselho Federal
de Medicina –CFM. 2014 • Sexo: • Homens suicidam 3 vezes mais que
as mulheres; • Mulheres tentam 3 vezes mais que homens; • Conflitos
em torno da identidade sexual (subnotificado, já que o atestado de óbito
caracteriza apenas o sexo); • Doenças clínicas crônicas debilitantes; •
Populações especiais: imigrantes, indígenas, alguns grupos étnicos; •
Perdas recentes.
16. Fatores de risco Fonte: Cartilha “Suicídio: informando para
prevenir”. Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP / Conselho Federal
de Medicina – CFM. 2014 História familiar e genética: • O risco de
suicídio aumenta entre aqueles com história familiar de suicídio ou de
tentativa de suicídio; • Componentes genéticos e ambientais envolvidos; •
O risco de suicídio aumenta entre aqueles que foram casados com
alguém que se suicidou.
17. Fatores de risco Fonte: Cartilha “Suicídio: informando para
prevenir”. Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP / Conselho Federal
de Medicina – CFM. 2014 História familiar e genética: • A estimativa da
influência da hereditariedade (herdabilidade) na propensão para a
tentativa suicida é de 0.55 (55%). • Portanto, é importante estarmos
atentos para a história familiar de cada pessoa quando pensamos na
prevenção do suicídio. Mann et al, 2001
18. Fatores de risco Fonte: Cartilha “Suicídio: informando para
prevenir”. Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP / Conselho Federal
de Medicina – CFM. 2014 • Eventos adversos na infância e na
adolescência: maus tratos, abuso físico e sexual, pais divorciados,
transtorno psiquiátrico familiar, etc.; • Principalmente para adolescentes: •
Suicídio de figuras proeminentes ou de indivíduo que o adolescente
conheça pessoalmente.
19. Fatores de risco Fonte: Cartilha “Suicídio: informando para
prevenir”. Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP / Conselho Federal
de Medicina – CFM. 2014 • Principalmente para adolescentes: • Conflitos
familiares, incerteza quanto à orientação sexual e falta de apoio social; •
Doença mental: • Muitas vezes não diagnosticada; • Frequentemente não
tratada ou tratada de forma inadequada. • Transtorno de Personalidade
Borderline, Anorexia Nervosa, Depressão Maior e Transtorno Bipolar são
as doenças psiquiátricas que apresentam os riscos mais altos para o
suicídio (Chesney, 2014).
20. Fatores de risco Transtorno do humor 35,8% Fonte: Cartilha
“Suicídio: informando para prevenir”. Associação Brasileira de Psiquiatria
– ABP / Conselho Federal de Medicina – CFM. 2014 Transtorno por uso
de substância 22,4% Transtorno de personalidade 11,6% Transtorno
orgânico mental 1,0% Esquizofrenia 10,6% Outros transtornos psicóticos
0,3% Transtornos de ajustamento 3,6% Transtorno de ansiedade 6,1%
5,1% Outros diagnósticos Sem diagnóstico 3,2% Na figura: tem-se os
diagnósticos mais frequentemente associados ao suicídio.
21. Fatores de risco Fonte: Cartilha “Suicídio: informando para
prevenir”. Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP / Conselho Federal
de Medicina – CFM. 2014 • Sentimentos de desesperança, desespero,
desamparo e impulsividade: • Impulsividade, principalmente entre jovens
e adolescentes, figura como importante fator de risco; • A combinação de
impulsividade, desesperança e abuso de substâncias pode ser
particularmente letal; • Viver sozinho: • Divorciados, viúvos ou que nunca
se casaram; • Não ter filhos.
22. Fatores de risco Fonte: Cartilha “Suicídio: informando para
prevenir”. Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP / Conselho Federal
de Medicina – CFM. 2014 • Desempregados com problemas financeiros
ou trabalhadores não qualificados: maior risco nos três primeiros meses
da mudança de situação financeira ou de desemprego; • Aposentados; •
Moradores de rua; • Acesso aos meios.
23. Fatores de proteção Fonte: Cartilha “Suicídio: informando para
prevenir”. Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP / Conselho Federal
de Medicina – CFM. 2014 • Autoestima elevada; • Bom suporte familiar e
laços sociais bem estabelecidos; • Religiosidade e razão para viver; •
Ausência de doença mental; • Estar empregado; • Ter crianças em casa
e senso de responsabilidade com a família; • Gravidez desejada e
planejada; • Resiliência.
24. Fatores de proteção Estudo que seguiu 89.000 mulheres por 14
anos: quem tinha frequência religiosa semanal morreu sete vezes menos
por suicídio Fonte: JAMA Psychiatry
25. Fatores de proteção Estudo americano publicado no Jounal of
Affective Disorders mostra que o suporte social diminui em 30% as
tentativas de suicídio. Fonte: Jounal of Affective Disorders, 2013
26. Fatores de proteção Laços sociais bem estabelecidos com
família: • Estudo prospectivo realizado com pacientes internados em um
centro psiquiátrico no Norte de Taiwan com 2700 dependentes de álcool
seguidos por 23 anos, concluiu que quem era casado morreu 5 vezes
menos de suicídio Fonte: The Journal of Clinical Psychiatry, 2015; 76 •
Estudo na Dinamarca mostra que ter filhos diminuir o risco de morte por
suicídio mesmo após controlar para presença de transtornos mentais,
renda e estado conjugal. Fonte: JAMA Psychiatry. 2003
27. Modelo de Neurobiologia do suicídio Genética Alterações
fisiológicas Transtornos psiquiátricos Lesões cerebrais Eventos adversos
na infância Estressores psicossociais Baixa resiliência
COMPORTAMENTO SUICIDA ESTRESSEVULNERABILIDADE
28. Como reconhecer indivíduos suscetíveis? Fonte: Cartilha
“Suicídio: informando para prevenir”. Associação Brasileira de Psiquiatria
– ABP / Conselho Federal de Medicina – CFM. 2014 • Portador de
doença psiquiátrica (durante todo o curso da doença); • História pessoal
e familiar de comportamento suicida; • Presença de outros
comportamentos auto lesivos e sentimento de desespero, desesperança
e desamparo; • Personalidade impulsiva, agressiva ou de humor instável;
• Respostas anteriores a situações estressoras; • Presença de vários
fatores de risco e poucos fatores de proteção.
29. Como reconhecer indivíduos suscetíveis? Fonte: Cartilha
“Suicídio: informando para prevenir”. Associação Brasileira de Psiquiatria
– ABP / Conselho Federal de Medicina – CFM. 2014 • Pacientes com
doenças físicas graves, ameaça de vida, pessoa desfigurada, dor intensa
e incapacitação; • Situações agudas de crise; • Mudança súbita na
apresentação clínica do paciente, melhora ou piora dos seus sintomas,
apesar do tratamento; • Situações de perda real ou imaginada; •
Exposição a estressor psicossocial, vergonha ou humilhação.
30. Dificuldades na avaliação Fonte: Cartilha “Suicídio: informando
para prevenir”. Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP / Conselho
Federal de Medicina – CFM. 2014 • Negação das ideias suicidas; •
Ambivalência; • Raiva e ressentimento; • Contato emocional difícil; • Não
cooperação do paciente; • Comportamento difícil e rígido; • Senso de
realidade distorcido.
31. Fatores que aumentam o risco de suicídio • Transtorno
psiquiátrico • Tentativa prévia de suicídio • Suicídio na família • Abuso
sexual na infância • Isolamento social • Doenças
incapacitantes/incuráveis • Alta recente de internação psiquiátrica Fonte:
Profa. Dra. AlexandrinaMeleiro • Desilusão amorosa • Conflitos
relacionais • Desonra / vergonha • Separação conjugal • Derrocada
financeira • Perda de emprego • Embriaguez • Fácil acesso a meio letal
PREDISPONENTES PRECIPITANTES “GATILHOS”
32. Comportamento suicida Fonte: Profa. Dra. AlexandrinaMeleiro •
A chance de suicídio aumenta na proporção de quanto mais fatores de
risco estiverem presentes. • Entretanto muitos indivíduos podem ter um
ou mais fatores de risco e não terem intenção suicida. • O que faz a
diferença entre decisão de vida e morte não é só a presença de fatores
de risco. • Mas a presença de FATORES PROTETORES que fortalece
as estratégias de enfrentamento.
33. Comportamento suicida Fonte: Profa. Dra. AlexandrinaMeleiro
EXPRESSÕES COMUNS: • “Nada mais parece fazer sentido, há apenas
uma dor tão pesada que carrego e que não consigo mais suportar...” •
“Não aguento mais viver assim, eu gostaria de viver, mas não assim...” •
“Não há mais nada que eu possa fazer, seria melhor morrer...” • “Parece
simplesmente não existir nenhum luz no fim do túnel...”
34. Situações de alerta (Risco iminente de suicídio) Ds Desespero
Desesperança Delirium Desamparo Depressão Dependência química
Dor psíquica percebida como insuportável Estreitamento cognitivo
Suicídio: única saída Fonte: Profa. Dra. AlexandrinaMeleiro
35. O que fazer se identificar sinais de risco? Fonte: Cartilha “Suicídio:
informando para prevenir”. Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP /
Conselho Federal de Medicina –CFM. 2014 • Em primeiro lugar, ser um
bom ouvinte é essencial • Com toda a atenção, não apenas os fatos, mas
a dor, medos e ansiedades. • Não julgue, nem dê conselhos. •
Demonstre que está disponível para a ajudar. • A dor emocional é
compreensível e aceitável face às suas vivências presentes.
36. O que fazer se identificar sinais de risco? Fonte: Cartilha “Suicídio:
informando para prevenir”. Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP /
Conselho Federal de Medicina –CFM. 2014 • Demonstre empatia –
procure compreender as coisas não do seu ponto de vista, mas segundo
o ponto de vista do outro. Não faça comparações. • Não mude de
assunto, nem faça comentários do tipo: “anima-te”, “vai correr tudo bem”.
• Não hesite em questionar aberta e diretamente a ideia de suicídio como
uma opção válida. • A abordagem a este tema sensível varia em função
da situação e relação de confiança estabelecida.
37. Situações que necessitem intervenção imediata • O que
fazemos quando: -percebemos alguém com sintomas de infarto? -cai
algo nos olhos de alguém e causa forte irritação, inchaço? -alguém cai e
quebra a perna, ou quando em algum acidente há vítima com fratura
exposta, sangramento?
38. Situações que necessitem intervenção imediata • O que
fazemos quando: - nos deparamos com uma situação de tentative de
suicídio iminente que necessite de intervenção imediata?
39. Como abordar o paciente? • Comumente os pacientes chegam ao
profissional de saúde da atenção primária com queixas diversas; • Todo
médico precisa investigar e abordar a suicidabilidade; • Saber ouvir e
entender suas motivações subjacentes; • Não é verdade que “quem fala
que vai se matar, não se mata”; • Por impulsividade ou por erro de
cálculo da tentativa, a fatalidade acontece. Fonte: Cartilha “Suicídio:
informando para prevenir”. Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP /
Conselho Federal de Medicina –CFM. 2014
40. 1Suicide and Life-Threatening Behavior ©2017 The American
Association of Suicidology DOI: 10.1111/sltb.12368 On the Iatrogenic
Risk ofAssessingSuicidality: AMeta-Analysis CHRISTOPHER R. DECOU,
MS, AND MATTHEW E. SCHUMANN, MA Esta metanálise investigou a
possibilidade de indução do comportamento suicida em função da
realização de avaliação de suicidabilidade. Os resultados indentificaram
que não houve desfechos negativos (ex.: suicídio) associados à
avaliação da suicidabilidade.
41. Como abordar o paciente? Fonte: Cartilha “Suicídio: informando
para prevenir”. Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP / Conselho
Federal de Medicina –CFM. 2014 • Perguntas que devem ser feitas para
todos os pacientes: 1. Você tem planos para o futuro? 2. A vida vale a
pena ser vivida? 3. Se a morte viesse, ela seria bem-vinda? • Se as
respostas acima sugerem risco de suicídio: 4.Você está pensando em se
machucar/se ferir/fazer mal a você/em morrer? 5.Você tem algum plano
específico para morrer/se matar/tirar sua vida? 6.Você fez alguma
tentativa de suicídio recentemente?
42. Avaliação do risco Fonte: Cartilha “Suicídio: informando para
prevenir”. Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP / Conselho Federal
de Medicina –CFM. 2014 • O comportamento suicida é uma urgência
médica, pois pode levar o indivíduo desde a lesões graves e
incapacitantes, até a sua morte; • Não há testes ou critérios preditivos
absolutos que estabeleçam quem irá ou não cometer suicídio.
43. Avaliação do risco Fonte: Cartilha “Suicídio: informando para
prevenir”. Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP / Conselho Federal
de Medicina –CFM. 2014 • A OMS aponta três características
psicopatológicas comuns no estado mental dos suicidas: ambivalência,
impulsividade e rigidez; • Ambivalência: • O desejo de viver e de morrer
se confundem no sujeito; • Há urgência em sair da dor e do sofrimento,
fugir dos problemas e encontrar descanso.
44. Avaliação do risco Fonte: Cartilha “Suicídio: informando para
prevenir”. Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP / Conselho Federal
de Medicina –CFM. 2014 • Impulsividade: • O impulso para cometer
suicídio é transitório e tem duração de alguns minutos ou horas; •
Geralmente o impulso é desencadeado por eventos psicossociais
negativos: rejeição, recriminação, fracasso, falência, morte de ente
querido, etc.
45. Avaliação do risco Fonte: Cartilha “Suicídio: informando para
prevenir”. Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP / Conselho Federal
de Medicina –CFM. 2014 • Rigidez: • Incapacidade para perceber outras
maneiras de enfrentar ou de sair do problema; • O funcionamento mental
gira em torno de três sentimentos: • Intolerável (“não vou suportar”); •
Inescapável (“estou sem saída”); • Interminável (“isso não tem fim”).
46. Avaliação do risco Fonte: Cartilha “Suicídio: informando para
prevenir”. Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP / Conselho Federal
de Medicina –CFM. 2014 • Quão próximo o paciente esteve de completar
o suicídio? • O paciente já tentou anteriormente? • O paciente tem
habilidade de controlar seus impulsos? • Há fatores estressantes
recentes que tenham piorado as habilidades de lidar com as dificuldades
ou de participar no plano de tratamento? • Há fatores protetores? • Quais
os motivos para o paciente se manter vivo? • Qual a visão do paciente
sobre o futuro?
47. Avaliação do risco Fonte: Cartilha “Suicídio: informando para
prevenir”. Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP / Conselho Federal
de Medicina –CFM. 2014 BAIXO RISCO: A pessoa teve alguns
pensamentos suicidas, mas não fez nenhum plano; Manejo: • Escutar,
acolher, compreender e amenizar o sofrimento; • Facilitar a vinculação do
sujeito ao suporte e ajuda possível ao seu redor: social, institucional,
familiar e religiosa; • Tratamento de possível transtorno psiquiátrico. •
Encaminhar para profissional especializado.
48. Avaliação do risco Fonte: Cartilha “Suicídio: informando para
prevenir”. Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP / Conselho Federal
de Medicina –CFM. 2014 MÉDIO RISCO: A pessoa tem pensamentos e
planos, mas não pretende cometer suicídio imediatamente; Manejo: •
Total cuidado com possíveis meios de cometer suicídio que possam
estar no próprio espaço de atendimento; • Escutar, fazer contrato
terapêutico de não suicídio; • Investir nos possíveis fatores de proteção.
49. Avaliação do risco Fonte: Cartilha “Suicídio: informando para
prevenir”. Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP / Conselho Federal
de Medicina –CFM. 2014 MÉDIO RISCO Manejo: • Pedir autorização
para fazer contato com familiares e/ou amigos, orientando sobre medidas
de prevenção: esconder armas; facas; cordas; deixar medicamentos em
local que a pessoa não tenha acesso etc.; • Fazer da família e amigos
aliados para a proteção do paciente, preservando o sigilo de informações
particulares; • Encaminhar para o serviço de psiquiatria.
50. Avaliação do risco Fonte: Cartilha “Suicídio: informando para
prevenir”. Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP / Conselho Federal
de Medicina –CFM. 2014 ALTO RISCO Manejo: • Realização de contrato
de “não suicídio”; • Informar a família e/ou amigos; • Encaminhar para o
serviço de psiquiatria para avaliação, conduta e, se necessário,
internação – é uma emergência psiquiátrica!
51. Manejo na urgência e emergência • Reduzir o risco imediato,
retirando objetos que possam ser usados para se machucar: facas,
instrumentos pontiagudos, remédios, cintos e cordas; • Vigilância 24
horas: equipe de saúde ou cuidador habilitado; • Portas, inclusive do
banheiro, não devem ser trancadas; • A transferência de pacientes entre
instituições deve ser feita de ambulância, e não pelos familiares. • Os
pacientes com alto risco de suicídio e frágil suporte social devem ser
internados em instituição especializada; • Em casos graves, a
eletroconvulsoterapia pode ser uma opção; Fonte: Cartilha “Suicídio:
informando para prevenir”. Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP /
Conselho Federal de Medicina –CFM. 2014
52. Manejo na urgência e emergência Notificação compulsória
imediata, em até 24 horas a partir do conhecimento da ocorrência
(Portaria nº. 1.271, de 6 de junho de 2014 (Brasil. Ministério da Saúde,
2014). Fonte: Cartilha “Suicídio: informando para prevenir”. Associação
Brasileira de Psiquiatria – ABP / Conselho Federal de Medicina –CFM.
2014
53. Preocupações: tentativa • 56% morrem na 1a tentativa de
suicídio • 40% repete ao longo da vida, 20 a 25% nos 12 meses • 1 a
cada 4 dos que tentaram suicídio faz nova tentativa no ano seguinte •
12% acabam se suicidando em 10 anos (38 X pop. geral) • 8.9% dos que
tentaram morrem após 5 anos • Maior 1/3 dos quem tem ideação,
mantém por 10 anos Sometsa e Lonnqvist, 1998; Tejedor e cols., 1999;
Harris e Barraclough, 1997, Vaiva et al., 2011
54. Preocupações: subnotificação Fonte: Profa.
Dra. AlexandrinaMeleiro • Notificado pelo Ministério da Saúde, através do
Sistema de Informação de Mortalidade (SIM/MS) • Modelo padronizado
de atestado de óbito, preenchido por médico ou perito legista e lavrado
em cartório de registro civil. • Estima-se que o SIM/MS consiga rastrear
cerca de 80% do total dos óbitos do país, restando cerca de 20% das
mortes sem registro de óbito • Preconceito religioso, cultura e social
impedem o correto dimensionamento do problema. Mello Jorge et al,
1997
55. Preocupações: despreparo profissional Fonte: Profa. Dra.
AlexandrinaMeleiro • 75% das pessoas que tentaram suicídio procuraram
um serviço de cuidados primários antes do ato. • Em média 45% dos
suicidas haviam procurado atendimento médico um mês antes do ato.
Van der Sande e cols., 1997, Luoma, 2002
56. Preocupações: despreparo profissional Nenhum contato com
serviços de saúde após a primeira tentativa de suicídio Fonte: Profa. Dra.
AlexandrinaMeleiro
57. Posvenção • Luto do suicídio é o período de ajustamento à uma
morte por suicídio; • Os indivíduos afetados são descritos como
“sobreviventes de suicídio” ou “sobreviventes de perda por suicídio”. •
Cerca de 7% da população é exposta ao luto por suicídio a cada ano; •
Estima-se que 60 pessoas sejam intimamente afetadas em cada morte
por suicídio (entre 48 e 500 milhões de pessoas por ano); • A posvenção
inclui as habilidades e estratégias para cuidar de si mesmo ou ajudar
outra pessoa a se curar após a experiência de pensamentos suicidas,
tentativas ou morte. Fonte: Cartilha “Suicídio: informando para prevenir”.
Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP / Conselho Federal de
Medicina –CFM. 2014
58. Posvenção • O próprio paciente e a família devem ser
acompanhados para evitar novas tentativas, bem como ajudar no
processo do luto em caso de suicídio ocorrido; • Estratégias com foco no
suporte aos familiares: • Recrutamento ativo dos familiares sobreviventes
do suicídio; • Abordagens de grupo de apoio ao luto, conduzidas por
facilitadores treinados. Fonte: Cartilha “Suicídio: informando para
prevenir”. Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP / Conselho Federal
de Medicina –CFM. 2014
59. Dificuldades na prevenção do suicídio Fonte: Cartilha “Suicídio:
informando para prevenir”. Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP /
Conselho Federal de Medicina –CFM. 2014 • O estigma é um dos
maiores problemas quando o assunto é prevenção; • O ato suicida coloca
em xeque o compromisso da equipe de saúde em ajudar e salvar vidas; •
Quando a equipe se sentir atacada ou frustrada, deve evitar reagir ao
paciente, maltratá-lo ou negligenciá-lo e estar preparada para lidar com o
sentimento de impotência; • 80% dos suicidas foram ao médico não
psiquiatra no mês anterior à morte; • Cerca de 50 a 60% dos que
suicidaram nunca se consultaram com um profissional de saúde mental
ao longo da vida.
60. Setembro Amarelo Fonte: Cartilha “Suicídio: informando para
prevenir”. Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP / Conselho Federal
de Medicina –CFM. 2014 • Campanha de Prevenção ao Suicídio; •
Desconstruir o tabu diante do tema e orientar que prevenir é possível; •
Desmistificar o tratamento psiquiátrico e combater a psicofobia; •
Estimular programas educativos para formação de médicos e
profissionais da saúde; • Usar estrategicamente a mídia para campanhas
preventivas; • Incentivar espaços de promoção de saúde na comunidade
(grupos de autoajuda nas igrejas e escolas, associações e ONGs).
61. Setembro Amarelo Fonte: Cartilha “Suicídio: informando para
prevenir”. Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP / Conselho Federal
de Medicina –CFM. 2014 • Orientar o controle/regulação do acesso aos
métodos mais utilizados, como: carbamato (chumbinho); pesticidas;
raticidas e outros; e restrição às armas de fogo; • Estimular construções
inteligentes e planejamento da cidade com medidas de segurança
(campanha SELOAMARELO).
62. Cartilha ABP/CFM • Lançada em 2014, pelaABP e Conselho
Federal de Medicina – CFM. • Possui informações que visam ajudar a
sociedade a desmistificara cultura e o tabu em torno do tema.
63. Novo site da campanha www.campanhasetembroamarelo.com.br
64. Conclusão Suicídio é uma emergência médica! Somente
informando corretamente a população poderemos diminuir o estigma
(psicofobia) e, então, salvar vidas! A prevenção ao suicídio é de
responsabilidade de todos!

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