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interações medicamentosas
Dr. Fernando Cendes
CRM-SP 54896
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dos autores. Código da Publicação: 4826.2017. Distribuição exclusiva à classe médica.
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Fá r m a co s a n t i e p i l é p t i co s e i n t e r a çõ e s m e d i c a m e n t o s a s
Fármacos
antiepilépticos
e interações
medicamentosas
Dr. Fernando Cendes
CRM-SP 54896
Membro Titular da Academia Brasileira de Neurologia. Professor Titular do Departamento de Neurologia
da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas.
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contexto da epilepsia, vai além da contagem mos de ação é imprescindível, uma vez que
de crises. são medicamentos de uso contínuo e prolon-
gado, muitas vezes para o restante da vida1.
O cenário ideal seria o de remissão total de cri-
ses sem presença de efeitos colaterais. Porém, Por esses motivos, no contexto da epilepsia,
muitas vezes não é possível controlar as crises buscam-se não somente estudos de superiori-
com medicações antigas e, nesses casos, deve- dade de uma medicação, mas também o que se
se considerar o uso de novos medicamentos. denomina de resultado de não inferioridade.
Como os mecanismos de ação dos novos fár- Um novo medicamento que controle as crises
macos são diferentes dos antigos, é possível tão bem como as medicações antigas, porém
associar medicamentos de forma sinérgica com mecanismos de ação diferentes, perfil
(politerapia racional), melhorando, assim, a farmacocinético distinto ou menos efeitos
eficácia do tratamento e reduzindo os efeitos colaterais, torna-se uma importante ferra-
colaterais provenientes do efeito aditivo da menta no tratamento.
associação de fármacos com mecanismos de
ação semelhantes. Além disso, pacientes com Muitos FAEs têm alto potencial para ser a
epilepsia frequentemente apresentam comor- causa ou o alvo de interações medicamento-
bidades e o perfil de interação medicamentosa sas clinicamente importantes. A maioria des-
acaba muitas vezes afetando o tratamento sas interações envolve indução ou inibição de
deles. enzimas metabolizadoras de fármacos e pode
ser prenunciada mediante o conhecimento
Um exemplo clássico seria a interação de anti- dos mecanismos relevantes1.
convulsivantes indutores com medicamentos
utilizados para tratamento oncológico. Há Em geral, interações entre FAEs podem ser
também a questão da resposta individual às minimizadas pelo ajuste da dose e monito-
diversas medicações. Um paciente que não ração cuidadosa da resposta clínica. Algu-
respondeu a um determinado medicamento mas interações com outros tipos de fármacos
pode muitas vezes apresentar controle de cri- podem ter sérias consequências e nem sem-
ses com um fármaco diferente. Outro aspecto pre podem ser gerenciadas com ajustes de
importante é o fato de muitos pacientes apre- dosagem1.
sentarem resposta adequada quanto ao con-
trole de crises com fármacos antigos; porém, Interações entre FAEs ou entre FAEs e
não toleram os efeitos adversos relativamente outros fármacos podem ser de natureza far-
comuns (sonolência excessiva, ataxia, visão macocinética ou farmacodinâmica. As inte-
dupla, ganho de peso, aumento de níveis de rações farmacocinéticas envolvem mudan-
colesterol etc.) ou apresentam efeitos idios- ças na absorção, distribuição ou eliminação,
sincráticos graves (farmacodermia, disfunção enquanto as interações farmacodinâmicas
hepática etc.). Para tais pacientes, a disponibi- envolvem sinergismo e antagonismo no local
lidade de fármacos com diferentes mecanis- de ação.
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Mecanismos de interação
• Interações farmacocinéticas
As interações de FAEs causadas por indução A inibição enzimática é o processo pelo qual
enzimática podem ser preditas ao saber quais um fármaco inibe a atividade de enzimas que
isoenzimas metabolizam um determinado fár- metabolizam outros fármacos. Entre os FAEs
maco e os efeitos dos FAEs sobre tais enzimas. comumente usados, o ácido valproico pode ser
Por exemplo, a carbamazepina é um indutor considerado um inibidor enzimático de amplo
bem conhecido de CYP3A4 (e outras enzimas) espectro, pois inibe a atividade das enzimas
e estimula previsivelmente o metabolismo de UGT (UGT1A4 e UGT2B7), bem como CYP2C9
outros substratos de CYP3A4, como muitas e, fracamente, CYP2C19 e CYP3A4. Por outro
estatinas, antagonistas de cálcio e hormônios. lado, o ácido valproico não inibe CYP1A2,
Conforme discutido anteriormente, porém, CYP2D6 nem CYP2E11.
a magnitude dessas interações está sujeita a
uma considerável variabilidade entre pacien- Os inibidores da enzima fraca de CYP2C19
tes, não sendo fácil prevê-la individualmente1. incluem oxcarbazepina, eslicarbazepina e
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topiramato, o que pode causar um aumento da fenitoína ligada a proteínas pelo ácido
moderado (geralmente menos de 50%) na con- valproico1. As implicações dessas interações
centração sérica de fenitoína, um composto são pouco compreendidas. Em geral, a conse-
parcialmente metabolizado pelo CYP2C191. quência das interações de ligação às proteínas
plasmáticas é uma queda na concentração
Outros mecanismos farmacocinéticos sérica total do fármaco deslocado, sem alte-
ração significativa na concentração de fár-
Absorção. As interações medicamentosas que maco farmacologicamente ativo (não ligado).
afetam a absorção gastrointestinal não são Entretanto, tais interações podem interferir
comuns. Um exemplo clinicamente impor- na interpretação de exames de nível sérico do
tante é a redução na absorção de fenitoína FAE, levando a uma subestimação da quanti-
quando administrada com alimentação ente- dade do FAE farmacologicamente ativo (não
ral10. A absorção de alguns FAEs também pode ligado)1.
ser diminuída pela ingestão concomitante de
alguns antiácidos, como óxido de magnésio e Papel da glicoproteína P (P-gp) e outras pro-
hidróxido de alumínio1. teínas da família dos transportadores ABC.
A entrada de alguns medicamentos no tecido
Ligação e distribuição de proteínas. Alguns cerebral é regulada por proteínas transporta-
FAEs, principalmente a fenitoína e o ácido doras, como P-gp, e por outras proteínas da
valproico, são altamente ligados às proteínas família dos transportadores ABC. A diferente
séricas, e o deslocamento de sítios de ligação expressão genética desses transportadores
à proteína pode ocorrer quando outros medi- pode contribuir para a resistência aos FAEs11,12.
camentos altamente ligados a proteínas são Além disso, P-gp pode ser inibida ou induzida
administrados concomitantemente. A mais por outros agentes, resultando em variações
comum dessas interações é o deslocamento na concentração cerebral de alguns FAEs11.
Interações farmacodinâmicas
Dois fármacos podem interagir no local de toxicidade e pouco ou nenhum ganho de efi-
ação, potencializando os efeitos uns dos outros cácia. Normalmente, interações farmacodinâ-
(interações sinérgicas) ou antagonizando os micas são inferidas de observações empíricas
efeitos uns dos outros (interações antagonis- e difíceis de documentar objetivamente1.
tas). É importante ressaltar que tais interações
podem influenciar os efeitos terapêuticos e Interações farmacodinâmicas também podem
tóxicos de diferentes maneiras: por exemplo, ocorrer entre FAEs e outros medicamentos.
dois fármacos podem ter efeito sinérgico (ou Exemplos são os efeitos terapêuticos aditivos
aditivo), mas toxicidade antagônica ou menor (ou sinérgicos) entre o ácido valproico e alguns
do que aditiva (infra-aditiva), resultando em antipsicóticos de nova geração utilizados para
um índice terapêutico melhorado da combi- o tratamento da mania, como quetiapina, ou
nação. Por outro lado, a combinação de dois piora dos efeitos adversos quando ácido val-
fármacos também pode levar ao aumento da proico é combinado com olanzapina1.
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atingir, em adultos, cerca de 250 a 500 mg/dia1. Outras interações clinicamente importantes
A dose de lamotrigina também deve ser ajus- mediadas pela inibição metabólica incluem
tada quando o ácido valproico é descontinuado. aumento das concentrações plasmáticas de
A interação entre ácido valproico e lamotri- fenobarbital, fenitoína e ácido valproico cau-
gina pode ser bidirecional, podendo ocorrer sados por felbamato e incremento da con-
diminuição de 25% nas concentrações de centração plasmática de clobazam, ácido
ácido valproico após adição de lamotrigina1,15. valproico, fenitoína, carbamazepina e feno-
barbital por estiripentol1.
O ácido valproico também aumenta as con-
centrações séricas de fenobarbital. Quando o Outras interações mediadas pela inibição
ácido valproico é adicionado à carbamazepina, metabólica incluem aumento na concentração
a inibição da enzima epóxido hidrolase pode sérica de fenitoína (em até 40%) após adminis-
causar aumento de até 100% ou mais na con- tração de oxcarbazepina ou eslicarbazepina
centração sérica do metabolito epóxido ativo e aumento sérico inconsistente de fenitoína
da carbamazepina, potencialmente levando a após a adição de topiramato1,16.
efeitos colaterais do sistema nervoso central13.
Interações farmacodinâmicas
Quando FAEs são combinados, podem ocor- tas vezes com redução na dose de ambos os
rer interações recíprocas no local de ação, o medicamentos1,16.
que pode influenciar sua eficácia e tolerabi-
lidade. O melhor exemplo dessas interações Foram sugeridas outras interações farmaco-
é entre ácido valproico e lamotrigina. Vários dinâmicas potencialmente favoráveis entre o
estudos indicaram que a combinação desses ácido valproico e a etossuximida em pacien-
dois FAEs pode produzir controle em vários tes com crises de ausência e entre ácido val-
tipos de crises epilépticas que não respondem proico e carbamazepina em pacientes com
às doses máximas toleradas de qualquer um crises focais17. É interessante notar que esses
deles isoladamente1,16. relatos de eficácia aditiva ou sinérgica envol-
vem combinações de FAEs com diferentes
No entanto, em razão das interações farmaco- mecanismos de ação. Por outro lado, estu-
cinéticas discutidas anteriormente, a combi- dos experimentais e clínicos sugerem que
nação de ácido valproico e lamotrigina requer combinações de bloqueadores dos canais de
cautela especial. sódio são frequentemente associadas à inci-
dência aumentada de efeitos adversos do
Ajustes cuidadosos da dosagem precisam ser sistema nervoso central em vez de eficácia
feitos para minimizar efeitos adversos, mui- aditiva1.
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Classe do fármaco
FAE afetado Fármaco inibidor
inibidor enzimático
Analgésicos Dextropropoxifeno
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Nem todas as interações listadas anteriormente são clinicamente significativas e não ocorrem
necessariamente com todos os indutores enzimáticos. Por exemplo, enquanto a carbamazepina
estimula consistentemente o metabolismo da varfarina, reduzindo sua ação, a fenitoína
pode estimular ou inibir o metabolismo da varfarina. Na maioria das situações, o aumento do
metabolismo resulta em diminuição da concentração sérica e do efeito do fármaco afetado, mas
potencialização do efeito pode ocorrer quando o aumento da metabolização leva ao acúmulo de
metabólitos ativos.
Adaptado de Zaccara & Perucca 2014(1).
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Considerações finais
Alguns FAEs de geração mais recente são des- sentam grande eficácia no controle de crises
providos de atividade indutora e inibidora de conforme demonstrado em vários estudos.
enzimas hepáticas e menos propensos a cau-
sar interações clinicamente relevantes como Além disso, o uso de lacosamida ou levetira-
as descritas anteriormente. Dentre estes, des- cetam pode ser especialmente vantajoso em
tacam-se a lacosamida e o levetiracetam, que, pacientes que usam vários medicamentos,
além da excelente biodisponibilidade, apre- inclusive outros FAEs.
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