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SETEMBRO AMARELO:
UMA PERSPECTIVA
PSICOSSOCIAL
Quando falamos de prevenção ao suicídio devemos entender tudo que circunda tal tema, desde a sociedade, estado e sua
política, relações pessoais, questão biologia e psíquica. Desta forma as políticas públicas possuem um papel essencial
na prevenção do suicídio.
Existem diversas situações que podem auxiliar na prevenção do suicídio como por exemplo, uma vida estável
financeiramente, uma boa relação com os familiares e uma criação de uma outra família (filhos e esposo (a), a crença
em algo soberano (normalmente a religião) e várias outras que podem agravar tais casos, como, transtornos afetivos
como depressão, ansiedade, bipolaridade e outros transtornos psíquicos, o isolamento e relações caóticas, história de
vida negativa como por exemplo casos de abusos psicológicos, físicos e sexuais, cultura.
Quando falamos em cultura é normal que em países ditos como mais “egoístas” como descrito no artigo “Políticas
Públicas de Prevenção do Suicídio no Brasil: uma revisão sistemática”, isto é, a população não possui tanta interação
social no meio publico e até mesmo em meio privado quando ocorre um suicídio as pessoas conseguem lidar melhor
com o acontecimento no que em uma cultura mais interativa e acolhedora.
Dados estatísticos
De acordo com dados do sistema de informação de mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, em 2013 ocorreram
10533 mortes por suicídio no Brasil, mais de 29 mortes por dia, correspondente a uma taxa de 5,2 suicídios por 100
mil habitantes (Datasus, 2015). No Brasil as taxas podem ser consideradas baixas entre 1980 e 2000 (de 3 a 4 por
100.000 hab.), por exemplo. Todavia, ocorrem subnotificações e números significativos de tentativas de suicídio
(Bando e Barrozo, 2010; Bertolote, 2012). Por outro lado, verifica-se aumento constante do suicídio no mundo e no
Brasil, desde que se passou a coletar os dados pela OMS. Conforme ilustra o caso brasileiro, entre 1980 e 2006 a taxa
no Brasil cresceu de 4,4 para 5,7 mortes por 100.000 habitantes, ou seja, 29,5%.
Embora seja necessário atentar-se para as disparidades regionais no que tange à incidência dos fenômenos do suicídio
(por exemplo, a região Sul do Brasil com as taxas mais altas), o suicídio não deixa de se qualificar como um problema
de Saúde Pública. Costa (2006) aponta que a definição de ‘problema de Saúde Pública’ é ampla, mas está relacionada a
elementos como: anos potenciais de vida perdido, dor, desconforto, impacto na família, impacto na sociedade e
potencial epidêmico, pontos esses que fazem governos e organismos internacionais colocarem o suicídio no patamar
de problema de Saúde Pública.
Políticas Públicas As políticas públicas de prevenção em relação ao suicídio no
Brasil, ainda há possuem muitas falhas, porém o Brasil foi o
primeiro país da América Latina a ter conduzido uma proposta
nacional para a prevenção do suicídio desde 2005, criando um
plano nacional de prevenção do suicídio no quais os principais
pontos seriam a estruturação da rede de atendimento, incentivos à
pesquisa e capacitação de profissionais. Por conta ainda do tabu
ser presente por grande parte da sociedade houve a criação do
setembro amarelo para conscientizar a população sobre o assunto
que é tão importante já que os índices de morte por suicídio estão
cada vez maiores, além disso cogitaram a introdução desse
assunto nas escolas porém existe diversos estudos que contestam
Existe bastante atuação pública para cuidado e prevenção porém não chega
muito há mídias todas essas medidas, todavia existem muitos caminhos na
área da saúde como no sistema único de saúde (SUS) e programa de
promoção à vida e prevenção ao suicídio (PPS), que ajudou muito já que
sessenta porcento das pessoas que cometiam suicido iam a unidade básica de
saúde (UBS) e não eram identificados os sintomas corretamente, com isso, a
criação do PPS auxiliou a sistema de saúde e por fim as pessoas que de fato
já tentarem cometer suicídio são encaminhadas para o CAPS.
início da Campanha Setembro Amarelo. A presente pesquisa pode servir como subsídio para novos
estudos que busquem analisar a Campanha do Setembro Amarelo e suas reverberações na sociedade
longo prazo da efetividade desta política. Assim, torna-se necessária a sensibilização dos
profissionais responsáveis pelo preenchimento dos dados e centralização das informações, uma vez
• Além disso, o suicídio, por estar muitas vezes recorrente ser recorrente da depressão, é visto apenas como caso
clínico e individual, porém os fatores sociais que o englobam devem ser ressaltados, tanto para uma possível
prevenção como também para conscientização.
• Normalmente, em fazer de mudanças da vida, como na velhice e adolescência, as exigências e normas sociais
vão se alterando, dessa forma, gerando eventos estressores para o ser.
• Na adolescência, o índice de suicídio é frequente e isso ocorre a devido as mudanças sociais. Alguns exemplos
de fatores sociais e psicológicos são: solidão e tristeza; desesperança; alterações de humor; divórcio dos pais;
alterações corporais; perda do interesse; abuso de substâncias e exposição à violência; dentre outras demandas
psíquicas e sociais que podem levar o jovem a suicidar-se. A informação de centros como CAPS, CREAS e outros
órgãos de políticas públicas, são de extrema importância para que o indivíduo saiba que tem onde possa recorrer.
O luto e estigmas sociais
•Atualmente o luto relacionado ao suicídio carrega suicídio também podem gerar constrangimento ao
ainda diversos estigmas e preconceitos. Os familiares e enlutado, fazendo-o sentir necessidades de isolamento e
pessoas próximas passam por um processo de luto repensar seu modo de vida (Figueiredo et al. 2012). O
extremamente doloroso e cheio de questionamentos. enlutado se vê sozinho ao passar por esses momentos por
Figueiredo et al. (2012) e Fukumitsu e Kovács (2016) falta de reconhecimento e tabu ainda presente na questão
pontuam que é comum as pessoas se sentirem perdidas e do suicídio. Contudo, um trabalho de prevenção e
desoladas, após a morte devido a falta que sentem. Também pósvenção é de grande importância para o amparo e
é possível afirmar, que o falecimento repentino e amenização dos sentimentos destrutivos e desorganização,
inesperado, gere oscilações de humores no período assim como os impactos causados por esse tipo de morte.
enlutado, a raiva e culpabilização podem levar a pessoa a
um estado depressivo, ou ao abuso de substâncias e outras
ações que possam ser consideradas um refúgio.
BRAGA, Luiza de Lima; DELL'AGLIO, Débora Dalbosco. Depressão na adolescência: fatores de risco, depressão e gênero. Contextos Clínicos,
vol. 6, n. 1, janeiro-junho 2013.
Links e periódicos:
Série temporal do suicídio no Brasil: o que mudou após o Setembro Amarelo? https://acervomais.com.br/index.php/saude/article/view/3191/1944
Suicídio, setembro amarelo e efeito contágio: um estudo ecológico em Santa Catarina. https://www.riuni.unisul.br/handle/12345/7015
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-de-sa%C3%BAde-mental/comportamento-suicida-e-automutila%C3%A7%C3%A3o/comp
ortamento-suicida
https://pebmed.com.br/setembro-amarelo-quais-sao-as-caracteristicas-do-comportamento-suicida/