Você está na página 1de 11

Relatório da Aplicação das Escalas BAI e BDI

Contingência Pedagógica

TURMA A
Aplicadores:
Amanda Santos Barbosa
Ana Paula de Brito Brassaroto
Bárbara Maria dos Santos
Mariana Azevedo Martins Costa
Mirele Gomes de Oliveira
Yuri Brito Lima

Profa. Dra. Eliana Isabel De Moraes Hamasaki

São Paulo
2021
SUMÁRIO

I. INTRODUÇÃO
II. MÉTODO
III. RESULTADOS E DISCUSSÃO
IV. REFERÊNCIAS
I. INTRODUÇÃO

De acordo com a OMS, Depressão e Ansiedade respondem como um problema global e


persistente nos dias atuais, acentuado com uma elevada taxa de crescimento exponencial pela crise
de pandemia da Covid-19.
Depressão
A Depressão pode ser entendida como um transtorno mental e um humor, na qual é
classificada por diferentes categorias e especificadores. Existem diferentes tipos desse transtorno,
que variam em grau, nível, frequência e duração, podendo haver condições subjacentes. Ela afeta de
5% a 10% dos pacientes na atenção primária. (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2017)
Os Transtornos Depressivos tem como aspectos centrais o humor deprimido persistente,
perda de interesse e prazer (anedonia), baixa autoestima e energia reduzida, causando níveis
variados de disfunção social e ocupacional que englobam uma síndrome clínica afetando o humor,
funções neurovegetativas, cognição e comportamento. (MONTEIRO, 2007)
Tais transtornos possuem como sintomatologia geral: humor depressivo, anedonia, alterações
de peso e libido, perturbação de sono, problemas psicomotores, baixa energia, culpa excessiva,
humor ansioso ou irritável tendo fator de risco influência de ordem multifatorial de ordem biológica
e ambiental podendo incluir depressão prévia e histórico familiar de depressão, luto recente, estresse
ou afecção clínica. A ideação suicida pode ocorrer antes do tratamento e necessita de um
acompanhamento rigoroso desde o início. (FISKE, 2009; CORBANEZI, 2018)
De acordo com o critério de classificação e diagnóstico do DSM-V os Transtornos
Depressivos se diferem em algumas categorias:
Transtorno Depressivo Maior: presença de 5 sintomas ou mais num espectro de grau leve a
grave podendo incluir sintomas subjacentes como: paranóia, alucinações e incapacitação funcional.
Transtorno Depressivo Menor: não é classificado como transtorno por não ter alta
significação clínica, inclui 2 a 4 sintomas depressivos com duração > de 2 semanas.
Transtorno Depressivo Persistente (anteriormente chamado "Distimia ou Transtorno
Distímico"): Pelo menos 2 anos ou > de Depressão Maior ou Depressão Maior Subliminar com 3 ou
4 sintomas característicos (incluindo desesperança, não tido como sintoma primário) por mais dias
do que sem. (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2014)
Para diagnóstico, a avaliação clínica é um instrumento essencial que inclui anamnese
completa, exame do estado mental (psíquico), tratamento e acompanhamento do paciente.
O tratamento dessa doença exige o uso de intervenção medicamentosa, intervenção
psicológica e outros tratamentos complementares. Em suma, a maioria dos pacientes tem uma alta
probabilidade de resposta ao uso de antidepressivos, psicoterapia ou uma combinação de ambos.
(PALOSKI, 2014)
Além disso, o diagnóstico diferencial é permite investigar por meio do processo de
eliminação irregularidades ou inconsistências do quadro sintomático, para diferenciar alternativas
diagnósticas, níveis de funcionamento ou a natureza da patologia, sendo assim, pode ajudar na
exclusão de outros diagnósticos comuns, como por exemplo: Transtorno Afetivo Bipolar,
Esquizofrenia, Abuso de substâncias/efeitos colaterais do medicamento e outros. (CUNHA, 2000)

Ansiedade
A Ansiedade é definida como uma condição comum que tem como sintomatologia central
uma preocupação crônica e excessiva que dura há, pelo menos, 6 meses, provando de modo
significativo sofrimento ou incapacidade para o indivíduo.
Estudos epidemiológicos internacionais, sinalizam que tal síndrome clínica tem prevalência
ao longo da vida estimada em 7.8%, e uma prevalência em 1 ano de 4% nos EUA, sendo que
aproximadamente 4.0% a 7.9% dos pacientes de atenção primária e 22.0% das pessoas que
apresentam ansiedade são diagnosticados com o Transtorno de Ansiedade Generalizada. (RUSCIO,
2017; WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2010)
Tendo como referência o DSM-V, pelo menos três sintomas principais de seis sintomas
possíveis são necessários para o diagnóstico nos aspectos físicos, comportamentais, do pensamento,
do sono, humor e etc, incluindo: inquietação ou nervosismo, sentir-se facilmente fadigado, baixa
concentração, irritabilidade, tensão muscular e/ou perturbação do sono. Entretanto, na maioria das
vezes, outras queixas comuns são automáticas por natureza, como sudorese, vertigem, palpitações,
tontura e desconforto epigástrico.
Os fatores de risco são causados por eventos de ordem multifatorial, assim como grande
parte dos transtornos mentais, entre eles, podemos citar: história familiar de ansiedade, estresse
emocional ou físico, história de trauma emocional, físico ou sexual, outro transtorno de ansiedade e
doença física crônica. (BANDELOW, 2018)
O diagnóstico configura-se pela avaliação clínica e o diagnóstico diferencial, incluindo o
exame físico e os exames laboratoriais, além de outros recursos adicionais.
O tratamento é feito principalmente com intervenção psicoterápica sendo usada como
primeira linha a terapia cognitiva comportamental (tcc) e o uso do intervenção medicamentosa
através de antidepressivos serotoninérgicos ou uma combinação dessas abordagens. (FRICCHIONE,
2004)

Escalas BAI e BDI


As escalas de Beck são compostas pelo inventário de BAI, BDI, BHS e BSI. Essas escalas
juntamente com outros instrumentos clínicos em conjunto asseguram um melhor diagnóstico em
saúde mental.
As escalas de depressão e ansiedade de Beck visam avaliar o grau, frequência e duração dos
sintomas depressivos e ansiosos, sendo consideradas ferramentas importantes na Psiquiatria e
Psicologia, porém, esses formulários de autoclassificação são úteis, mas o diagnóstico clínico é
essencial e o rastreamento positivo deve desencadear anamnese completa, exame do estado mental,
tratamento e acompanhamento.
Os inventários tiveram como objetivo avaliar o nível de depressão e ansiedade dos
participantes, através de indicadores de autoclassificação de natureza qualitativa e quantitativa,
assim como analisar o sentimento, autoconhecimento e autopercepção do indivíduo.
Os instrumentos aplicados foram um questionário de perguntas onde coletamos os dados do
paciente e analisados através de suas respostas, foram encontradas diferentes variáveis emocionais
de cada um entre eles o estresse (ISSL), ansiedade (BAI), depressão (BDI).
Tais instrumentos demonstram ser confiáveis e úteis tanto na formação, pesquisa e atuação
psicológica, podendo ser usado em diferentes contextos e aplicações para o exercício clínico em
geral. (CUNHA, 2001)
II. MÉTODO

● Participantes: realizada em um total de 9 indivíduos, sendo 6 mulheres e 3 homens, com


variação de idade de 12 a 70 anos de idade, com graus de ensino variados.

PARTICIPANTE FAIX GÊNER GRAU DE OCUPAÇÃ BAI BDI MODO DE OBSERVAÇÕES DURANTE
A O ENSINO O APLICAÇ APLICAÇÃO
ETÁR ÃO
IA

1 12 FEM ENS. ESTUDAN MODERAD MODERA PRESENCI DURANTE A APLICAÇÃO HOUVE


FUNDAMENT TE O DO AL RELATOSOBRE SUAS
AL EXPERIÊNCIAS DE VIDA,
CURSANDO ALGUNS PONTOS COMO ABUSO
FAMILIAR, VIOLÊNCIA SEXUAL,
PSICOLÓGICA, NEGLIGÊNCIA,
BULLYING E ABONDONO E
TROCA DE LAR E FAMÍLIA.

2 23 MASC ENS. MÉDIO ESCULTOR MODERAD - PRESENCI -


COMPLETO O AL

3 24 FEM ENS. MÉDIO AUX. DE MODERAD MODERA PRESENCI A PARTICIPANTE SE MANTEVE


COMPLETO PRODUÇÃ O DO AL INTERESSADA NO TESTE
O ANSIOSA PELO SEU RESULTADO.

4 26 FEM ENS. MÉDIO DESEMPR MODERAD LEVE REMOTO A PARTICIPANTE SE MANTEVE


COMPLETO EGADA O MUITO TRANQUILA E
DESCONTRAÍDA

5 37 MASC ENS. MÉDIO MANOBRI - LEVE PRESENCI -


INCOMPLETO STA AL

6 47 FEM ENS. MÉDIO DOMÉSTIC GRAVE MODERA PRESENCI PARTICIPANTE CHOROU


INCOMPLETO A DO AL DURANTE APLICAÇÃO

7 52 MASC ENS. MÉDIO TAPECEIR LEVE - PRESENCI -


INCOMPLETO O AL

8 61 FEM ENS. AUX. DE LEVE LEVE PRESENCI PARTICIPANTE NÃO SE SENTIU À


FUNDAMENT LIMPEZA AL VONTADE PARA RESPONDER ÀS
AL QUESTÕES 2 E 5 DO TESTE BDI.
INCOMPLETO
9 70 FEM ENS. DONA DE GRAVE GRAVE PRESENCI PARTICIPANTE SE MOSTROU
FUNDAMENT CASA AL TRISTE E ANGUSTIADA AO
AL RESPONDER AS QUESTÕES.
INCOMPLETO

● Instrumentos: BAI e BDI tais instrumentos devem ser usados por profissionais, cuja
qualificação ofereça adequada fundamentação em ansiedade e depressão, além de terem
experiência clínica e treinamento sob supervisão. O uso associado das escalas oferecem
subsídio para opções de intervenções terapêuticas.

● Procedimento: Os participantes assinaram um termo de consentimento para assim darmos


continuidade a aplicação dos instrumentos BDI e BAI.
Cada inventário tem um escore único, que pode ser classificado nos níveis mínimo, médio
moderado e grave de acordo com os sintomas percebidos pelo sujeito durante a semana que
precede a avaliação.
Os escores conforme os níveis das medidas emocionais são distribuídos das seguintes
formas;
Ansiedade
Escore de 0 a 10 nível mínimo
Escore de 11 a 19 nível leve
Escore de 20 a 30 nível moderado
Escore de 31 a 63 nível grave
Depressão
Escore de 0 a 11 nível mínimo
Escore de 12 a 19 nível leve
Escore de 20 a 35 nível moderado
Escore de 36 a 63 nível grave
A classificação para cada tipo de sintoma (físico ou psicológico) depende da quantidade de
cada um desses sintomas apontados pelo sujeito, sendo indicado, através de comparações de
percentil, aquele com maior prevalência.
III. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A presente discussão tem como objetivo principal, observar como estão os níveis de
depressão e ansiedade no atual contexto pandêmico, para isso, usamos como ferramenta as escalas:
BAI e BDI de Beck.
Em nosso trabalho, observou-se que existe uma grande variável de idade, sendo a pessoa
mais jovens, o sujeito de 12 anos de idade, e o sujeito mais idoso, 70 anos de idade, e as mais
diversas profissões, gêneros masculino e feminino.
Ao todo, o grupo aplicou ambos os testes em 09 sujeitos. 04 destes sujeitos tem ensino
médico completo, sendo duas mulheres e dois homens, 04 sujeitos não concluíram o ensino médio,
sendo duas mulheres e dois homens e apenas 01 está cursando o ensino fundamental (uma
adolescente).
O BAI foi aplicado em 08 sujeitos.*
Em nossos resultados, no teste BAI, destacamos os escores que variam entre os níveis
mínimo (0 - 10), moderado (20 - 30) e grave (31 - 63).
02 sujeitos possuem escores mínimos. Os resultados variam entre 09 e 10. Ambos são
idosos.
04 sujeitos possuem escores moderados. Os resultados variam entre 20 e 24. 03 desses
sujeitos já concluíram o ensino médio, 01 ainda cursa o ensino fundamental.
02 sujeitos possuem escores graves. Os resultados variam entre 37 e 46. Ambas são idosas,
mulheres, ensino médio incompleto.

O BDI foi aplicado em 07 sujeitos*


Já no teste BDI, os escores variam entre os níveis mínimo (0 - 11), leve (12 - 19), moderado
(20 - 35) e grave (36 - 63).
02 sujeitos possuem escores mínimos, ambos obtiveram resultados iguais: 08. Ensino médio
incompleto.
01 sujeito possui escore leve. Resultado: 13.
03 sujeito possui escores moderados. Os resultados variam entre: 23 e 30.
01 sujeito possui escore grave. Resultado: 42.

O maior resultado que obtivemos é o escore 46 - nível grave de ansiedade.


De modo geral, os testes aplicados BAI e BDI apresentam escore em nível moderado,
04 pessoas apresentaram este resultado. Já no teste BDI, apenas 01 participante apresentou nível
gravíssimo.
Os resultados obtidos neste grupo, mostram a vulnerabilidade, revelando a insegurança.
Além disso, ocorrem dúvidas diante da nova realidade que estamos vivenciando, temos que levar em
consideração o contexto da pandemia do covid-19, a escassez de oportunidades de trabalho, a
instabilidade financeira, a incerteza referente ao futuro, afasta, na visão de alguns dos participantes,
um novo sentido para suas vidas.
Tanto a depressão, quanto a ansiedade são psicopatologias que, segundo a OMS tem
aumentado em prevalência e diminuindo a qualidade de vida em todo o país.
IV. REFERÊNCIAS

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (APA). Manual Diagnóstico e Estatístico


de Transtornos Mentais. 5ª. Ed. [DSM-5]. Porto Alegre (RS): Artmed, 2014.

BANDELOW B, Sagebiel A, Belz M, et al. Enduring effects of psychological treatments


for anxiety disorders: meta-analysis of follow-up studies. Br J Psychiatry. 2018
Jun;212(6):333-8.

CUNHA, Jurema Alcides. Escalas Beck: BDI, BAI, BHS, BSI. São Paulo: Casa do
Psicólogo, 2001.

CUNHA, J.A. Fundamentos do psicodiagnóstico. In: CUNHA, J.A. Psicodiagnóstico V.


Porto Alegre: Artmed, 2000.

CORBANEZI, E. TRANSTORNOS DEPRESSIVOS E CAPITALISMO


CONTEMPORÂNEO. Caderno CRH, Salvador, v. 31, n. 83, p. 335-353, May 2018. Disponível
em:
https://search.proquest.com/scholarly-journals/transtornos-depressivos-e-capitalismo/docview/2193
663722/se-2?accountid=43603. Acesso em: 15/05/21

FISKE A, Wetherell JL, Gatz M. Depression in older adults. Annu Rev Clin Psychol.
2009;5:363-89. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/19327033/. Acesso em: 04/05/21

FRICCHIONE G. Generalized anxiety disorder. N Engl J Med. 2004 Aug


12;351(7):675-82. Disponível em: https://doi.org/10.1056/NEJMcp022342. Acesso em 20/05/21

MONTEIRO, K.; LAGE, A.M.V. Depression: a psychopathology classified in psychiatry


manuals. Psicologia : Ciencia e Profissao, Brasilia, v. 27, n. 1, p. 106-119, 03 2007. Disponível em:
https://search.proquest.com/scholarly-journals/depression-psychopathology-classified-psychiatry/do
cview/2054770031/se-2?accountid=43603. Acesso em: 20/05/21

PALOSKI, L.H.; HELENA, D.C. Cognitive behavioral therapy for depression with
psychotic symptoms: a theoretical review. Contextos Clínicos, São Leopoldo, v. 7, n. 2, p.
220-228, Jul 2014. Disponível em:
https://search.proquest.com/scholarly-journals/cognitive-behavioral-therapy-depression-with/docvie
w/1776712145/se-2?accountid=43603. Acesso em: 21/05/21

RUSCIO AM, Hallion LS, Lim CCW, et al. Cross-sectional comparison of the
epidemiology of DSM-5 generalized anxiety disorder across the globe. JAMA Psychiatry. 2017
May 1;74(5):465-75.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Depression and other common mental disorders:


global health estimates. 2017. Disponível em:
https://www.who.int/mental_health/management/depression/prevalence_global_health_estimates/en.
Acesso em: 21/05/2021

Você também pode gostar